Naïve escrita por Charlie


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Saudações, civis!
Fanfic renovada e esse capítulo, particularmente falando, é um de meus preferidos. Gosto pra caramba desse estado de guerra que ambas personagens então vivendo, então, segurem firme porque certamente não acaba aqui. Espero que gostem deste.
Qualquer coisa, estou por aí.
Nos vemos, Xo.



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Quinn's Pov.

Eu conheço a raiva. A princípio, eu não possuía uma alma. Acreditava todo esse complexo de pele, cabelo e olhos que não precisamente punham o mundo num determinado foco, foram singelamente postos no lugar de um interior. Pele flácida, cabelos de coloração equivocada, olhos míopes. Eu era e definição do adolescente horrendo. Sem amigos, acima do peso, não querida. Quando Francine ainda era Francine e não Frannie Fabray, ela costumava tomar conta de mim; encontrava jeitos de se tornar a risada em meu próprio funeral juvenil. Ou, até, quando os olhos de meu pai desviavam de minha figura e focalizavam em coisas mais prazeirosas. Judy passando a me esconder de vista como um desses mágicos famosos, usando as ágeis mãos para convencer a platéia de que o coelho não já estava escondido dentro da cartola.
A) - Onde está Lucy?
B) - Oh, está sabendo que Frannie foi convidada para estar na Sociedade De Honra Juvenil?
C) - Trouxe Lucy junto com você?
D) - Está sabendo que Frannie foi selecionada para o time de líderes de torcida?
Eu era invisível. Após um tempo, eu realmente passei a acreditar na possibilidade de ser, sim, transparente. Não merecedora de atenção, tampouco afeição. Não obstante, eu não era. Embora fosse a única a acreditar que nada disso procedia, eu era tão boa quando Frannie. Tão merecedora de amor, afeição e atenção como minha irmã mais velha. Revivo o ódio de meus colegas de sala por acharem bacana provocar-me. As piadas. O sarro. A indiferença dos professores diante dos comentários cuspidos por eles durante as aulas.
– Você é maior que eles, Lucy.
Na conotativa de altura, como se os menores não fossem capazes de me alcançarem. De qualquer modo, encontrei-me nos livros. Conforto em estar sozinha; nenhum problema em desfrutar de minha própria companhia. Estar comigo mesma e ser quem eu sempre estive destinada a ser. Aí estava o conforto. Mesmo ainda na presença da raiva me fazia arder o peito e que, a findar, trouxe como conseguinte todo uma bateria de problemas pessoais, tal como insegurança. É o tipo de raiva que não pode ser temida, tampouco tocada. As pessoas prosseguem arremessando gravetos e a chama prossegue crescendo. Alastrando-se.
Diante de um certo ponto, cansei-me. Cansei-me de estar sozinha, talvez, de ser a última a ter preferência ou não ter alguma. Até que aprendia a revidar. Não cara a cara, não. Eu sofreria se uma vez assim tivesse feito. As demais pessoas de machucariam e eu também. Se fizesse com que meus pais passassem a me enxergar, seria petulante e desobediente. Sobretudo, fiz o que acreditava ser melhor. A adição de água nas bebidas de Judy para assim Russell acreditar na maior ingestão dessa; os estúpidos indícios de traição de meu pai postos à tona; alteração dos uniformes de Frannie. Eu era invisível, todavia. Todas as peças pregadas e os planos postos em função não recebiam o devido crédito quando, eu, também não recebia. Fez-me mais furiosa.
A ira foi o principal mediador da perda de peso. Mediador duma mudança. Ainda acho engraçado como as escolas, os professores, programas de televisão e a mídia, em si, vendem a ideia de que temos de ser nós mesmos. Nós mesmos, mas, se uma vez não nos encaixamos na padronização posta por esses, devemos mudar. Nós, mulheres, somos doutrinadas a nos acharem bonitas e que devemos amar a nós mesmas quando uma vez lá fora; julgam-nos no que tange a como nossos joelhos parecem em saias curtas e quão importante são os seios em uma camisola; quanta maquiagem estamos ou não estamos usando. Lucy era Lucy, ela mesma. Ninguém admirava-a, tampouco gostava. Lucy era Quinn. Todas a desejavam, aspiravam. Quinn acordou numa dessas manhã para se dar conta de que as pessoas, na verdade, poderiam enxerga-la, adorá-la, o que, ao pensar, acabou trazendo mais desgosto. Quinn, eu ainda era Lucy. A aparência fora todo o mediador de interesse. A mudança de atenção fez nada além de ascender minha raiva que criara raízes dentro de meu peito. Ter pessoas, as que costumavam torturarem-me, ao meu lado, também não contribuía muito. Eu ainda estava posta na raiva e vingança. Vingança contra pessoas bonitas, bem sucedidas e tão poderosas que se safavam mesmo quando machucam ou feriam com suas palavras eficientemente humilhantes. Lucy, lá dentro, aspirava por suas derrotas.
E então eu a conheci. Santana, e o jogo tornou-se contra mim. Novamente.
Certa vez, a garçonete duma dessas lanchonetes pequenas subiu nas postas do dedos em função de alcançar um dos copos da prateleira superior. A camisa lisa que usava, levemente, faz seu movimento também, delicadamente enrolando na haste final e erguendo-se, então foi arrumado um jeito de eu captar o que há por baixo da blusa, aquela linha nua entre jeans e um top. Por um piscar de olhos, vi sua pele de melanina mediterrânea; finas linhas brancas, algumas avermelhadas e nascentes, outras um pouco mais escuras do que sua cor, em si, e que acredito todas mulheres possuírem, embora nunca mostrado em revistas de beleza. Vi também uma pequena tatuagem que a mulher de trinta tinha escondida ali, numa tinta azul desbotada distante. A tatuagem lembrou-me de outra, e outra garota, e outra momento efêmero de minha vida. Santana, então. A figura de Santana sempre foi tudo que almejei me vingar nessa próxima jornada; meu maior desafio. Ela era o perfeito alvo: inteligente, popular, atraente. Um massivo monte de garotos gostavam dela. As garotas assistiam a ela, cegam a fim de sua atenção. Portanto, se eu uma vez tombasse alguém como Santana, provavelmente seria invencível. Seria o perfeito reembolso por todos os anos ardentes que tive de suportar. Eu pouco ligava para sua personalidade malandra, porque Lucy veio a descobrir que, o maior você tenta ser, o menor é por dentro. Assim dizendo, Santana sentia. O ácido, frieza e indiferença da personalidade só serviam para esconder o sentimentalismo interior o que, a findar, facilitaria sua queda. Todavia, nunca foi assim. À medida que me aproximava de Santana, mais confusa as coisas se tornavam. Cheguei, um vez, a me perguntar se andava com ela a fim de juntar informações a seu respeito ou por simplesmente desejar estar próxima. Durante períodos escolares, Santana era fria. Durante paredes protetoras, sentia. Importava-se com familiares, sentava-se quieta, assistia a uma maratona de filmes da Disney a fim de fazer Brittany feliz. E, sobretudo, assistia a séries de meu agrado, reclamando o tempo todo só para nos fazer acreditar que odiava tudo a respeito.
No modo protetor, Santana era o presente perfeito a alguém que nunca recebera nenhum. Digo, nunca recebera nenhuma atenção vinda de pessoas como ela. No modo protetor, Santana passava seu sábados à tarde com a avó e jamais perdia uma oportunidade de ir à igreja aos domingos, porque após 15 anos o funeral, Alma Lopez ainda tinha luto pelo marido, e Santana descria na possibilidade de alguém ter de amar sozinho. Ela chorava, acima de tudo. Não o choro forçado como quando Sue tirou nossos privilégios na sala de bronzeamento, mas o choro de alma. Soluço e corpo. Similar ao da primeira vez que fez sexo com um idiota qualquer. Ou como todas vezes que dormira com alguém que não fosse Brittany.
Eu não era estúpida, todavia. Eu sabia que Santana jogava um dos seus jogos contra mim. Sabia que usava para ascender sua popularidade. Era uma cidade pequena em Ohio e, mesmo se quisesse, nunca estaria no tipo. Então, tomou o próximo melhor assento: o segundo melhor. Eu tinha conhecimento que nosso relacionamento era um ligação tentadora, quase uma estratégia bem planejada. Santana sussurrava segredos para mim e eu, para ela, embora ambas sabíamos que, a qualquer momento, podíamos e usamos, tais informações contra uma a outra. Todas as vezes que disse algo Santana, uma ansiedade crescia dentro de mim por saber que poderia usar tal confissões para me derrubar. O mesmo para ela. Em ocasiões quando eu deixava alguém para baixo, Santana retornava o favor. Era minha confidente, quase. Ela mordia, eu cuspia o veneno e devolvia. Era o tipo de relacionamento que não podia ser algo além de volátil. Ambas éramos uma bomba relógio, aguardando o cronometro diminuir o volume para os coisas explodirem. Ensinamos a escola a nos temer, assim como temíamos uma a outra. Temer a quantidade de poder que demos a nós mesmas, apenas salvando a possibilidade no conforto alheio de saber que não conseguíamos destruir uma a outra sem destruir a si mesma, também. Até mesmo quando, pela primeira vez, senti que a raiva tivesse diminuído em função de mudanças que ocorreram em meu ciclo, como o nascimento de Beth e glee, pude testemunhar que ainda segurávamos esse tipo de relacionamento, Santana e eu. Toda vez que traía a fim de tomar o topo da pirâmide social que vivíamos, sentia-me com uma justificativa para ataca-la, assim como com todas as Santanas lá fora: garotas populares, as quais fizeram minha vida um inferno, aquelas que me preencheram de raiva só por apenas terem decidido que eu não era merecedora de amor ou de ser amada. Não me permitia sentir culpada devido as traições, especialmente as feitas acima de Santana; era tudo parte do jogo. Pelo menos até o dia que percebi não ser raiva o que ela arrancava de mim. Garotas são fortes, sabia? Garotas são fortes, e garotas são drama. Alteram a linha de seus pensamentos qualquer outro dia, mas também têm inúmeros lábios macios e línguas, e bons beijos e, na realidade, elas não têm medo o tempo todo. Ou eu não tenho medo o tempo todo quando uma vez ao lado de garotas?
Foi um grande choque, no início. Não pude acreditar em mim mesma, como não me dei conta por esse tanto de tempo? Como não pude notar que gosto de garotas? Nativa doutra cidadezinha em Ohio, era pouco visível para mim, quase como um tabu. Aquelas piadas todas nos jantares familiares, a educação. Eu, em si, amo homens, na verdade. Amo suas melhores qualidades: Gosto do quão destemidos supostamente têm de ser ou quão inteligente, e protetores, e carinhosos. Mas não tenho visto homens desses gêneros atualmente. Garotas, sobretudo, sim. É deveras libertador, também, à propósito. Tendo a não pensar em garotas como rivais mais, posso agora completamente desfrutar de suas belezas e não me sentir envergonhada quando me deparo com bonitos lábios. Ou bonitos seios. Talvez isso tudo fosse para que eu a conhecesse. Uma sutil preparação, um teste, para que, mais tarde, eu não a deixasse ir.
Contudo, percebi também quando meus sentimentos por ela mudaram: o mesmo exato dia que me dei contra, Santana sempre escolheria Brittany ao invés de mim.
Achei que você deveria saber.
Eu queria gritar. Queria bater em alguma coisa. Eu quase podia sentir o interior de meu corpo fervilhar; se uma ascenção de temperatura corporal agora acontecesse, não me surpreenderia. Santana se queimaria se uma vez me tocasse àquela hora. Santana, Santana. Eu estava num estado de raiva que desde o último ano não sentia. Minha vistas apareciam desfocadas por um momento, até que eu engolisse a seco e colocasse uma máscara. Assim como sempre fiz.
– Quase pronta, babe? - Santana, do lado de fora do banheiro.
Quando subi, ela já não estava mais por aqui. Então, engulo novamente minha raiva quando ouço o som da voz de minha mulher. Passo as mãos sobre meu rosto no espelho, certificando-me de que a máscara está bem posta sobre minhas feições.Tem bastante tempo que não uso-a.
– Quase - Digo e, para satisfação, meu tom vocal permanece o mesmo.
Santana espera na porta frontal quando desço para a sala, ao invés de ter a televisão ligada ou um livro sobre o corpo jogado no sofá.
– Hey, San - Coloco-me, solicitando-a.
– Sim? - Olha-me de volta, um sorriso no rosto.
– Eu gostaria disso - Digo - de abrir uma conta conjunta no banco.
Foi quase doloroso ver sua face iluminar quando a informo sobre minha opinião a respeito do tópico anteriormente colocado. Eu até teria antecipado, mas fui pega por seus lábios. Sinto os seus sobre os meus e não tenho reação, a princípio. Fecho meu olhos e posso senti-la. Brittany. Sou capaz de sentir o gosto de Brittany nos lábios de Santana, mesmo se ali não verdadeiramente estivesse. O gloss de frutas vermelhas que usa. Posso sentir a essência de sua colônia doce impregnar o colarinho da blusa de Santana. Tudo a seu respeito grita que pertence a outra pessoa. Seus lábios. Seu cheiro. Eu queria tanto puxa-la para longe de mim, mas tive medo de, se uma vez fizesse, fosse Brittany quem aparecia em minha frente. Portanto, fiz o oposto. Circulo um de meus braços na região mais baixa de suas costas, puxando-a para mim de maneira ainda mais aproximada. Aprofundo a intensidade do beijo que supostamente teve a intensão de ser somente um selinho. Aperto meus dentes em seu lábio inferior até que partisse ambos o suficiente para aceitar minha língua. Agarro uma mão cheira em sua blusa mesmo enquanto palmo sua traseira sob uma calça jeans, trazendo-a impossivelmente para ainda mais próximo de mim. Na primeira, tento retirar a blusa que vestia.
Santana recua com a cabeça.
– Babe - Protesta, deixando um riso frio.- isso não está nos ajudando a sair daqui.
– Quem liga? - Imponho, alcançando-a novamente com meus lábios. Deixo que minhas mãos penetrem a região coberta de seu torso. Toco-a no abdômen e desço até que tenho o botão de sua calça entre meus dedos. Numa segunda vez, tento puxar a camisa para cima de sua cabeça.
– Quinn, pare - Protesta. Coloca ambas suas mãos em meus ombros numa tentativa de me puxar para longe. Todavia, firmo meu braço em seu corpo e alcanço o zíper de minha própria calça. Ela se retorce em meu aperto novamente. Não movimentos muito bruscos ou fortes, mas tenta fugir. - Sério, Q.- Diz. Subo uma das mãos e a seguro no maxilar, tomando seus lábios para mim novamente. Aperto meus dentes em seu lábio e me empurrava para trás quando meu canino marca sua carne. - Eu disse para parar! - Grita. Sinto o sabor metálico de seu sangue quando volto minha boca a mim mesma. Há um minúsculo furo na lateral direita de seu lábio inferior, embora de tamanho suficiente para que a irrigação dali se mostrasse presente. Toca o digito dum dos dedos e o traz a vista dos olhos. Uma expressão abominada na face. - O que diabos foi isso? - E novamente.- Você me mordeu! - Passa as mãos sobre a vestimenta, retirando qualquer amassado.
Aperto o maxilar em ódio, olhando-a sem desculpas.
– Não foi você quem disse que eu poderia fazer sexo contigo quando bem quisesse? - A intensão era soar sarcasticamente, mas fui interpretada como rezando um sermão.- Não foi isso que você disse? Quando na duvida, ceda? Dê para mim?
– Foi uma piada, céus! Não significa que pode simplesmente me assediar.-Vejo-a tomar severos passos para longe de mim.
– Por que não? Isso é o que fazemos, certo, Santana? Nós fodemos. Nós somos amiguinhas de sexo casal que se casaram. Eu só estava tentando fazer o que você esperava! Temos algum problema, foda-se, certo?
Olha-me, capturando o lábio ferido. Está insegura, posso ver. Vejo também o escanear de seus olhos escuros, como se tentasse arrancar uma explicação. E, quando não consegue, pergunta
– De onde isso está saindo?
– Quando ia me contar? - Alcanço o bolso de minha calça. Arremesso meu celular contra meu estômago, mas nenhuma reação arranco sua.
– Te dizer o que? - Diz, curvando-se para pegar o aparelho no chão.
– Que você beijou a Brittany!
Vejo-a suspirar, daquela maneira profunda que as pessoas fazem, enquanto olha o que tem de olhar no visor do celular. É, Brittany.
– Eu não beijei a Brittany! Ela me beijou!
Reviro os olhos, lutando contra a raiva que queimava minha traquéia.
– Oh, wow, babe? Não consegue pensar numa desculpa mais original que essa? Mesmo?
– É a verdade, Quinn! - Quando conclui, pausa. É fácil lê-la e cair no resultado que o verídico seria bem vindo, agora. Lido com isso tem anos. Com Santana, digo. Pausa, olha-me. - Aparentemente, ela está chateada porque nos casamos, e não está pronta para me deixar ir. Beijou-me antes que eu tivesse a chance de impedi-la, e recuou antes que eu pudesse puxa-la. Não estou ainda interessa em Brittany. Não estou casada com Brittany.
Encontrava-me numa altura excessiva de nervosidade. Abro e fecho o punho a fim de cessar meus dedos que tremiam, a circulação acelerada naquela região e a temperatura corporal ascendia. Eu tinha de me manter sã.
– Por que não paramos de fingir, San? Digo, prometemos uma a outra, não? Que sempre seríamos honestas? Não confundamos as coisas. Não finjamos que isso, isso que vivemos, é uma coisa quando, na realidade, é outra. Casamo-nos devido a uma aposta. Não porque estamos apaixonadas, não porque nos gostamos. Mas sim porque somos boas em foder e porque você desejava vencer. Dou conta disso, Santana. O que não dou conta é desse ir e vir, dessas suas atitudes de ora é doce e se importa, ora
– Eu não a beijei! - Grita. Subitamente, minhas palavras evaporam no ar entre nossas silhuetas. - Mas, mesmo se eu tivesse beijado, e daí? Você beijou, na verdade, beijou Rachel Berry de língua e, sim, isso me deixo possessa, embora tenha feito só porque eu estava dançando com uma garota, mas não disse que nosso relacionamento não é legitimo só por conta disso! Brittany é minha amiga, minha melhor amiga, Quinn, conheço-a desde a terceira série, mas, em contrapartida, estou aqui, com você, ao invés de estar correndo atrás dela. Então, qual a importância disso a você? A única razão para qual eu não ter te contado foi porque queria que passássemos pela recepção primeiro. Juro que planeja te contar imediatamente após.
– Bem, isso é horrivelmente conveniente para você, não é? - E então minha voz cai, ensopada por sarcasmo.
– Babe
– Pare de me chamar assim!
– Por Deus, estou te dizendo a verdade! Qual o porquê de eu mentir em relação a isso? Se a tivesse beijado, eu lhe diria que tinha. Você sabe disso tanto quanto eu. E, Deus, como você, de todas as pessoas, pode ao menos pensar que eu tinha interesse de beijá-la mesmo depois de tudo que aconteceu no programa? Quinn, mesmo se eu estivesse levando o que nós temos na brincadeira, você ainda é uma de melhores pessoas que já tive na vida. Eu jamais iria e riria de sua cara junto de Brittany. Dê-me ao menos um maldito voto de confiança!
Naquela altura, tinha as expressões exaustas. Tomava ar pela boca e meu interior ainda ardia por ver o furo de meu dente contra seu lábio inferior. O sangue já havia cessado, era uma ferida pequena. Mas não em mim. Pequena não em mim. Não nela. Eu a odiava por soar com tamanha lógica, ali, porque a região de ilogicidade de meu cérebro se rebelava contra a parte do corpo que desmoronou quando viu a foto dos lábios de Santana colados nos de Brittany. Como se pertencessem uma a outra. Como sempre fora. Eu não tinha lugar nisso.
– Por favor, Quinn, olhe para mim - Suplica. O timbre de sua voz diminui, puxando-me a ela. Puxando meus olhos a sua face, como se seu vocal simbolizasse um desmoronar de espirito. Olho-a, mas nada dizemos uma a outra. Um tempo se passa, e alguns outros. O cosmo era tão silencioso que, por um momento, peguei-me perguntando se ela podia escutar o descompassado de meu batimento cardiaco. - Tem de acreditar em mim quando digo não ter conhecimento sobre o que Brittany aprontaria. Eu não a encorajei. Eu não reciproquei. E Eu não quero estar com ela. - Está conversando comigo com os olhos, como nesses sinais de interrogação criminal. Os grandes e redondos olhos de íris escura transparecem diante do ver dos meus. Eu tenho nada a dizer. Pisco alguma vezes, o fundo de meus globos oculares queimam quando as primeiras gotas oceânicas dum litoral descuidado florescerem na costa. Estou quebrando. Estou quebrando na frente de Santana, desvalorizando qualquer promessa já levantada a respeito. Eu tremia. Eu tremia em função da força de emoções que cursavam aqui dentro. A náusea embrulhava meu estômago.
– Eu acredito em você.- Digo, uma única gota desce por minha bochecha avermelhada. Sinto a temperatura escorregar pela carne dali. Depois outras.
Santana, em contrapartida, bufa em alívio. Não se move em minha direção e me beija, não diz palavras que cessariam as lágrimas que escorriam de meus olhos. Não sabia o que dizer, então permanece no mesmo lugar. E eu, permaneço também.


x.

Eventualmente, deixamos minha casa sem algum destino posto em mente. Pego-me imaginando todas as coisas possíveis que estaríamos fazendo se a mensagem uma vez não tivesse sido enviada. Tarefas gerais. Aspectos para o evento. No momento, eu não me sentia de acordo com afazeres relacionados a recepção; evitava até pensar a respeito. Santana parecia numa parceria com minha linha de raciocínio porque, no carro, tudo que fez foi oscilar estações de rádio. O clima lá fora começa a esfriar novamente, estamos entrando em alguma outra estação que em aspecto, em si, não muda, na realidade. Murmura junto das letras duma canção em alta e, num certo momento, senta uma das mãos na consola central, mas não ousa protagonizar um singelo toque em qualquer parte de meu corpo. Recusa-se a tocar sua própria esposa.
Fomos a uns desses bancos mais valorizados no sul da cidade, após rodarmos milhas e horas. Abrimos uma conta conjunta com ambos nossos nomes e, por não termos pensado com antecedência, o único dinheiro a primeiro ser depositado foram dois dólares. Estanho quando Santana alegar o saldo perfeitamente se encaixar na ocasião, pareço perder alguma metáfora colocada ali.
Ao retornamos a minha casa, venho com uma desculpa de estar verdadeiramente cansada, não olhando como seu eu interpretaria tal colocação. Mas, surpreende-me quando
– Se importa se me juntar a você? - Diz, a respeito de dormimos por algumas horas. Há nada a ser feito, tampouco discutido. Então, digo
– Pode, se quiser.
Subimos num silêncio mórbido. Eu mal podia, de certo, ouvir seus passos marcarem pelas madeiras da escada curta. Nem os meus, nem os dela. Vez ou outra, olho por cima de meu ombro a fim de constatar que ainda estava ali, seguindo-me escadas acima para que possamos dormir juntas, como se nada, nunca, houvesse acontecido. Deito-me na cama primeiro. Quando subo o cobertor a meu torso, vejo-a desatar o botão de sua calça, removendo-a. Há um imenso desconforto quando se deita, a princípio. Permaneço imóvel, intacta. Parece que, se uma vez nos movermos, uma das bombas relógio instaladas pela extensão da casa acionaria. Ouço a sonoridade de sua respiração e, quando suas pernas tocam as minhas sob o tecido que nos embrulhava, expiro. Puxa-me a ela e não tenho muito tempo até eu já não mais possa distinguir minhas coxas das suas. Seus dedos tocam meu bíceps quando recosto a cabeça sobre seu peito vestido, a temperatura dos cinco me faz a estranhar, primeiro. Ouço o tamborilar peculiar dentro de seu peito e sinto uma vontade repentina de arranca-lo da região, traze-lo a tona a fim de respostas das inúmeras perguntas que tenho a respeito de Santana. Relaxo em seu toque, sobretudo, quando escorrega os dedos pela extensão de meus braços. Contínuas vezes.
Contudo, posso dizer que ela não adormecia. A respiração de seu peito faz com que minha cabeça suba e desça imperceptivelmente, quase. É pesada, embora estável. Mas não uma respiração adormecida. Está acordada, revivendo todas as emoções que nos fizemos passar nessa manhã. Vez em quando suas mãos apertam em meu corpo; como numa verificação inconsciente de ainda ter certeza que estou ali em seus braços. Sei que se pergunta se só nós duas passamos por esses tipos de problemas. Brigas, discussões. Pensa em Puck e Sheel, e se são problemáticos assim. Provavelmente não.
Santana pensa que estou adormecida quando posiciona um travesseiro embaixo de minha cabeça, substituindo seu peito. Eu, instantaneamente, sinto a reversão de textura, cheiro e volume. Adormeço minutos após sua saída do quarto.
– Precisa de alguma coisa? - Diz, não olhando da tela do notebook sobre seu colo.
Não tenho certeza de quanto tempo se passou, mas chamo seu nome quando primeiro desperto. Encontro-a enrolada no sofá, um cobertor sobre as pernas e um notebook ao topo, adicionado ao mesmo óculos de armação escura e uma xícara de café respingada na mesinha ao centro.
– Você…você desapareceu de lá - Termino de descer as escadas, caminhando até ela. Esfrego o sono dos olhos. - O está fazendo? - Passo por onde está sentada.
– Trabalho. Dormiu bem? - Pergunta. Posso ver as lentes do óculos refletirem a claridade da tela. Dou de ombros, mesmo não tendo seus olhos sobre mim. Sento-me na outra ponta do sofá, tomando a outra lateral do cobertor assim quando faço. - Viu meu Nook, Santana? - Pergunto.- Não consigo acha-lo.
Demorou uns cinco segundos para retirar os olhos da tela e uns mesmos cinco para revolve-los ao que seja lá fazia no aparelho.
– Não.- Cospe.
Tenho a impressão que mente no que tange a minha pergunta, mas o tópico não me parede merecedor de qualquer outra segunda atenção. Portanto, pego um dos livros deixados nas superfícies mais próximas como um singelo lembre para que não me esquecesse destes. Permanecemos em paz, assim. Parcialmente ignorando uma a outra, e tudo se mostrava bem até o momento que Santana resolve terminar de escrever os nomes dos convidados em seus devidos envelopes. Ela tinha conhecimento de que eu não deixava escapar um movimento sequer seu. Cada linha de sua cursiva perfeitamente alinhada, eu a observava. A precisão de Santana veio da insistência dos pais de que possuía uma boa caligrafia. Todo o esforço posto em treinamento, canetas e lápis especiais para canhotos, e até uns daqueles tutorias para como se posicionar uma folha de papel a fim de que letra não saísse toda estrangulada. Maribel, assim, sempre tivera alguém com excelente caligrafia para prescrever seus inúmeros envelopes.
Tem uma caixa sentada no chão, ao lado do assento. É a mesma que eu fui e vim e carreguei e substitui e tudo. Puxa o envelope da estrutura, verifica o próximo nome da lista e começa a endereçar ao sujeito, trabalhando em cima do notebook fechado. Não sabia que eu prestava tamanha atenção até quando interfiro.
– Não há necessidade em fazer um convite a ele.
– O que? - Diz, como se nem tivesse prestado atenção a quem enviaria aquele envelope. Ou as minhas palavras, em si.
– Não precisa fazer um convite - Reponho.
Ainda escreve sobre o papel, não dando a mínima ao que disse.
– Pensei que fosse parte da “tradição”, ou seja lá qual termo você usou. Metade das pessoas que estamos convidando já sabem a data, horário e local, mas, mesmo assim, ainda mandaremos convites.
– Eu não pretendia enviar um a ele.- Digo, marcando rispidez.
Ao concluir, verifica o nome escrito no papel exposto.
– Sei pai não quer ir?
– Ele não está sendo convidado.- Franzo as sobrancelhas, a tensão mais uma vez se mostrando presente entre minhas palavras e as de Santana. Esse tópico era uma das coisas consideradas indiscutíveis.
– Por que? - Confusa.
– Não o quero lá. Isso, a recepção, é para supostamente ser uma celebração; nossa celebração, e não quero sua personalidade hipócrita, atrasada e julgadora vagando por lá a fim de destruir nosso dia.
Da maneira que as coisas estão fluindo entre nós, ambas tínhamos uma maior chance de arruinar nosso próprio dia, ou todos antes desse, do que Russell.
– Ele estava lá quando terminamos de assinar os papéis. No casamento, digo.- Relembra-me. - Não parecia que…digo, ele nunca disse algo em relação a isso. Até jantamos juntos após. Disse algo a você depois de tudo?
– Não, não disse, mas até aí já é o bastante para ele. Não desejo traze-lo para ainda mais próximo de nosso casamento do que já está. Não o quero lá.
– Pensei que parte da razão para qual estarmos fazendo a recepção, em primeiro lugar, é para podermos compartilhar tudo isso com nosso amigos e família, lembra-se? Sua idéia, Quinn. Ele é sua família. Meus pais irão, Judy irá, por que não o teria por lá também?
– Porque não o quero lá! - Imponho, ensopada por frustração. Santana é tão frustrante às vezes. Minha voz ascende o volume, em resposta.- Não quero nada com ele, quão difícil é para entender?
– Mas ele quer comparecer, Quinn.- Protesta.
– Expulso-me de casa quando eu tinha dezesseis anos, Santana!
Ela estava lá, sabia do fato tão bem quanto eu.
– Sim, baby, quando você tinha dezesseis anos. Não tem dezesseis mais. Isso aconteceu há uns doze, treze anos. Russell já se desculpou e deseja fazer parte de nossas vidas. Seja melhor que ele e o conceda.
E, subitamente, tudo o que eu sentia hoje de manhã colidia contra mim novamente. Similar a uma onda que eu nadava contra a corrente em alto mar.
– Carol Hudson, Leah Puckerman e Justine Jones foram melhores pais para mim do que aquele bastardo jamais fora, então não se atreva me fazer parecer petulante. Eu estava grávida e sem algum lugar aonde ir. Ele supostamente deveria ter me protegido, não me atirado nas ruas como um saco de lixo só pelo fato de eu não ter me transformado em sua garotinha prodígio.
Consente algumas vezes, mas não posso dizer se concorda inteiramente com o que afirmo. Talvez só fizesse para que eu me calasse.
– Eu compreendo, Quinn, mas ele continua sendo seu pai. A mãe do Finn, mãe do Puck e mãe da Mercedes, abriram, sim, suas casas para você por alguns meses; Russell foi seu pai por quinze anos antes disso acontecer e, talvez ele não esteja merecendo o troféu pai do ano, mas desproveu a você o tempo todo. Também pagou por suas finanças universitárias que, por sinal, nenhuma dessas três teriam feito porque, não importa o quanto te amem, você nunca foi filha delas. Talvez ele seja um bastardo, mas ainda se importou o bastante a ponto de lhe bancar numa Ivy League.
– "Se importou"? Tudo que fez foi pelo sobrenome! Não por mim!
– Importou-se contigo também, Quinn! Mesmo que seja difícil de acreditar, ele se importa! Está tentando se redimir pelos erros que cometeu. Não estou dizendo que ele não é um cara horrível, baby, estou dizendo que ele está tentando melhorar as coisas entre vocês. Sei que te machucou, sei o que te fez passar, mas está tentado remendar esses buracos e, a findar, ainda faz parte de sua família. Não o afaste.
– Quão fácil é para você falar, Madre Teresa - Cuspo-a ácido puro.- Deve ser uma vista deveras surpreendente daí do trono que está sentada, não? Fácil para você cuspir críticas em minha vida. Mas, engraçado, não vi um convite endereçado a sua abuela!
Ali, ela já podia dizer o quão irritada eu verdadeiramente estava em relação a recepção. Na realidade, eu poderia simplesmente a estapear.
– Okay, minha abuela e eu, você e seu pai, não é a mesma situação! Não estou convidando minha abuela porque ela não irá. Russell quer estar lá. Seu pai conservador-mente fechada-stalker bíblico-politicamente incorreto, deseja ir a recepção do casamento de sua filha bissexual e sua parceira latina multirracial, a fim de mostrar seu apoio. Sabe quão incrível isso é?
– Não é lindo como defende Russell, mas não sua suposta "esposa"? Eu não me importo com os quereres dele. É meu pai, não seu, Santana. Eu tenho liberdade de dizer quem bem quero em minha recepção. Quão difícil é de entender que eu não o quero por lá? - Cuspo. Ela não compreende devido ao nosso contraste familiar. Os Lopez eram nada como os Fabray. Santana cresceu num mundo que doutrinava família ser família e a permanência de um ao lado do outro crescia por toda a eternidade. Talvez fosse porque meus avós viviam em casas de repousos. Meus tios, em outros estados. Eu quase não falava com minha irmã. Ela, em contrapartida, não conseguia se livrar dos parentes. Alma vivia junto de sua mãe; a casa de sua tia era dois blocos após a sua; Todas as comemorações familiares.
Vejo-a sentar a caneta na mesa de café ao centro.
– Okay. - Diz. Eu a interpreto como um momento de redenção. As linhas de sua face são claras, bordando o cansaço físico ou por simplesmente discutirmos em qualquer quesito que não seguramos uma mesma opinião. Todavia, levanta-se, como se caminhasse para fora dum argumento.
– Não o quero lá - Digo, seguindo-a até a cozinha.
Tem as sobrancelhas franzidas sobre os olhos, toda numa expressão de irritação. Eu não a deixaria ir. Não a deixaria acreditar que pode singelamente caminhar para fora dum argumento nosso a fim de me fazer cessar as palavras.
Tira um wine cooler do refrigerador. Abre-o, o metálico da tampa ecoando para os cantos do cômodos. Toma uma golada direto da garrafa. Santana nunca bebe wine coolers.
– Eu disse que tudo bem.- Implica. A tampa vai ao chão entre nossos corpos, protagonizando aquele mesmo barulho novamente. Ela quer terminar a conversa.
– Acha que estou errada?
– Eu disse que tudo bem.- Diz, mais devagar dessa vez.- Você está certa, Quinn. Ele é um membro de sua família. Não o quer lá, lá ele não estará.- Impõe.
É isso. Deu para mim.
Meu punho vai de encontro com a pedra do balcão logo ali.
– Sabe, você está começando a verdadeiramente me irritar!
Passa uma das mãos sobre a face, como se tentasse puxar a si mesma para fora duma pior discussão. Não com muita eficiência, embora, porque, mesmo assim, cuspia ácido a mim.
– Como estou te irritando? Eu disse tudo bem, saí dali, você é quem está insistindo em carregar essa discussão. Russell não está convidado. Fim de história. - Deixa a bebida sobre o balcão dum jeito tanto quanto forçado. Dá-me as costas novamente.
– Não vai pegar isso? - Pergunto, mostrando a tampa no chão, vendo-a sumir na sala novamente. Minhas orelhas queima quentes. Na ausência de respostas, grito - Santana! - Sigo-a, entretanto.- Está me irritando porque tão claramente pensa estar correta sobre isso; nem mesmo está tentando enxergar as coisas em meu ponto de vista!
– Quinn - Lá, vira-se a mim.- Estou largando mão disso. Deveria fazer o mesmo.
– Tem alguma idéia do quanto ele me machucou, quanto caos causou dentro de mim? - Digo. Consente.- Não, ele provavelmente se vitimou em seja lá qualquer história que te contou, lavando seu cérebro em tamanha intensidade que agora sente dó por ele, fazendo-me a errada por não querer alguém tóxico no dia que supostamente deveria ser especial para mim!
– Não estou defendendo o Russell! Quer mesmo saber o que eu estava pensando? Pensei que, hey, é só mais uma pessoa que quer celebrar junto de nós. Pensei que, se ao menos alguma criança se junte a história, terá os quatro avós vivos. Não seria interessante que descobrisse quem os pais de suas mães são? Pensei que, um dia, Russell morrerá e seria legal se você e ele pudessem concertar as coisas entre ambos enquanto ainda existe a possibilidade disso acontecer, para que assim você não passe o restante de sua vida se culpando de nunca ter tido um relacionamento de verdade com seu pai. Era isso que eu estive pensando, mas a decisão é sua. Não o quer lá, então não enviarei o convite.
– Mas ainda pensa estar certa?
– No momento, a única coisa que penso a respeito é que isso, essa semana, está sendo uma amostra grátis do inferno. Só quero ser capaz de desfrutar de minha esposa. Nós supostamente deveríamos estar numa fase do casamento em semana de lua de mel, mas parece que estou numa batalha contigo todo santo dia, recentemente. Todo esse ir e vir, era legal no colegial, ajudava passar o tempo, mas não estamos no colegial mais, e não quero ficar brigando em função de qualquer coisa banal.
– Banal? - Cuspo. Subo as mãos ao ar, em redenção.- Tudo bem.- Bufo. Viro-me, dou-a as costas assim como, por duas vezes, deu-me. Alcanço as chaves de meu carro numa das superfícies próximas da porta. Ao vestir um dos casacos dali, não sei se meu ou dela, tampouco me importando, digo - Quer sabe de uma coisa? Vá se ferrar, Santana, e eu, também, por pensar que você estaria ao meu lado em relação a isso. Em relação a qualquer coisa! Você não sabe de porra nenhuma sobre essa minha situação, tampouco se importa comigo! Eu continuo a pensar que, talvez, nós possamos ter algo, continuo tendo esperanças, mas está explícito que não podemos porque você simplesmente não se importa. Acha que sou a mesma garota do colegial? Bem, você ainda continua sendo a mesma vadia egoísta que se importa com nada além de si mesma. Então, vá se foder, Santana! Vá se foder! E é bom que não esteja aqui quando eu voltar. - Grito. Saio pela porta, batendo-a atrás de meu corpo. Contudo, pelos instantes que algumas lágrimas levam para escorrer por minha face, permaneço encostada do lado de fora. Aperto a chave contra os dedos. Ainda ouço-a tão claramente. Sua voz, os passos no interior. Uma ligação.
– Hola, abuela. Sou eu, Santana. Quinn e eu sentimos sua falta no casamento, mas consigo entender que talvez esteja ocupada demais para ter ido. Usei seu anel. Queria que tivesse visto. Sei que já liguei diversas vezes, mas só quero ter certeza que está ciente da recepção que Quinn e eu faremos, a data e o local. Espero que possa ir. Espero de verdade que possa ir. Certificarei de reservar um lugar a você, em caso mudo de idéia. Te quiero, abuela.- Soa.
E então, caiu no completo silêncio.
Quão cômica era situação? Santana convidando uma pessoa que não conversa com ela mais, para um recepção que não mais aconteceria porque sua esposa a mandara se ferrar e a deixara sozinha. Assim como para mim, ouço-a liberar um riso frio. Outro. E outro. Ascende a intensidade dos suspiros e soluços. Dou-me contra, então, que ela não estava rindo, na realidade.
Apenas saio e vou embora.


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