I See Fire escrita por Diana Vieira
Notas iniciais do capítulo
Olá! :)
Capítulo novo com a chegada do sedutor Killian Jones. Espero que gostem!
E muito obrigada, novamente, a quem comentou. :D
Boa leitura.
Fechei os olhos para pensar. Quando os abri, era já de manhã.
Arrumei meu garotão entusiasmado para o primeiro dia de escola e fui para o café. Granny me esperava.
– Bom dia Emma! - cumprimentou de dentro do balcão. - Pronta para começar?
– Bom dia - ri. - Sempre pronta!
As duas primeiras horas foram destinadas a aprender o que era necessário. Demoraria mais tempo se eu não tivesse experiência e quando eu dei por mim já estava atrás do balcão, sorrindo e atendendo pedidos.
– Granny! Vejo que finalmente arranjou uma ajuda. - um homem alto, loiro e com os olhos mais azuis que eu vira, me encarou sorrindo abertamente. - Bem vinda...
– Emma - completei.
– Emma. Bonito nome. Sou David.
Apertei a sua mão. Era uma sensação boa sentir a simpatia e boa receção das pessoas que entravam no café.
– Obrigado David.
– Não agradeça já Emma. - David ocupou a cadeira junto do balcão. - Sou bastante rigoroso com o café. - piscou o olho.
Gargalhei. A sensação de que conhecia David de algum lado me atingiu. Interessante como a simpatia e um simples sorriso causam tamanha impressão.
***
Gostava de ter decorado o nome de todas as pessoas que se apresentaram a mim com tanta hospitalidade. Infelizmente, não era possível. Ao fim do dia, rastejando de dores nas pernas e praticamente sozinha no café visto que não entrava ninguém e Granny estava preparando o seu jantar na cozinha, o meu maior desejo era chegar em casa, deitar com Henry no sofá e ficar conversando até dormir.
Faltavam cerca de 15 minutos para fecharmos. As xícaras pareciam não ter fim e isso era uma das poucas coisas que eu esquecera da minha outra experiência como empregada de café.
– Um copo de rum.
Meu coração falhou por uma batida e um grito sufocado ficou preso na minha garganta. A voz grossa, àspera e rouca que eu ouvira atrás de mim me assustou tanto que além das dores, minhas pernas ficaram tremendo.
Não ouvi a porta abrir!
Mas que merda é essa?! Pensei, voltando-me para o balcão.
O homem que vi, de cabeça baixa encarando o chão, me assustou ainda mais.
Senti o meu estômago enrolar. Pude quase sentir o milésimo de segundo que a informação dos meus olhos levou para chegar à minha memória.
Aquele rosto!
Como podia esquecer a cara de um dos mais difíceis criminosos que já procurei?
– Você. - acusou, apontando o dedo para mim.
– Killian Jones. - retorqui, incrédula.
Eu tinha apanhado Killian! Depois de quase três meses trabalhando só no caso dele, noites e noites seguindo esse sujeito que parecia pensar em tudo primeiro do que eu, o peguei.
Eu o peguei!
E ele devia estar preso ainda.
– Eu mesmo, love.
Filho de uma vaca. Killian Jones era o típico mafioso, com olhar mafioso, sorriso mafioso, tudo mafioso.
Mas demasiado bonito. Playboy. Sedutor. Bonito. Diabolicamente bonito. Um perigo.
– Como? - a pergunta saiu da minha boca sem eu ter tempo de a travar.
– Me surpreende que duvide dos meus poderes, Swan.
Continuava sem conseguir vocifrar alguma coisa coerente. Eu lembrava claramente o momento em que finalmente o tinha pego.
FlashBack On
– Você!
Killian gritou, arrastado pela polícia, olhando para trás, para mim. Me aproximei, sorridente, vitoriosa. Era tão bom finalizar um trabalho!
– Pois é, Killian. - o abordei, aproveitando para tirar algum sarro. - Pode parar de fugir, docinho. Te peguei.
Gargalhou, levantando a sobrancelha de um jeito que eu não sabia descrever. Incrivelmente sexy?
– Oh não, Swan. Não pegou. - me encarou. - Essas algemas, consegue vê-las? - virou o corpo ligeiramente para eu vislumbrar suas mãos algemadas. - Vou guardá-las especialmente para você. - Levou a língua a humedecer os lábios, me olhando.
Oh. oh. oh. Bastardo. Como ele tinha a audácia de me provocar dessa maneira?
O polícia sucou sua nuca e o levou até ao carro.
Fechei os olhos e mordi o lábio. Killian Jones...
– Bom trabalho Emma. Esse vai ver o sol aos quadrados por 5 anos. - Frank deu uma palmada nas minhas costas e eu sorri, pensando noutras coisas.
FlashBack Off
Bem, 2 anos tinham passado. Como ele tinha escapado?
– Como? - perguntei novamente.
Voltou a rir, sarcástico.
– Eu paguei o que devia pagar, Swan. - explicou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. - Não sou quem pensa.
Não conseguia compreender. Era impossível. Não o conhecia intimamente, mas Killian Jones tinha sido provavelmente um dos casos mais difíceis entre os que trabalhei. Ele me deixava dicas por todo o lado e fugia. Até um maldito cartão de despedida ele deixou!
Flashback On
Sentia a adrenalina a correr pelo meu corpo. Meus passos eram largos e rápidos, músculos tensos. Eu estava preparada, oh, se estava! Ia pegar, finalmente, Jones. Dessa vez eu tinha toda a certeza de que ele estaria dormindo em seu apartamento.
Noite passada ele esteve em um bar bebendo e bebendo. Eu estava sentada a algumas mesas de distância, observando o seu comportamento. Ele devia estar com bastante dinheiro, pelo que já tinha bebido e oferecido a beber à mulher do seu lado.
Sairam juntos e eu estava pouco me importando se veria cenas não tão desejadas.
Deixei a polícia na entrada. Não gostava que eles me seguissem, não quando sabia que não corria perigo. Tinha apenas um microfone e auriculares para manter o contato. E a certeza de que Killian não era do tipo perigoso.
Subi as escadas do edifício rapidamente e assim que encarei a sua porta, bati com toda a força e raiva que sentia. Estava cansada de o seguir. Duas batidas. Três.
– Ah, foda-se.
Olhei a fechadura e verifiquei se estava trancada com chave. Não. Ótimo.
Dei dois passos atrás e concentrei toda a minha força contra a porta que abriu imediatamente. Adorava fazer isso!
Olhei em volta. Alguns móveis, aparentemente sem bens pessoais. Aparentemente vazio, o que não me surpreendia. Killian não podia ter esse luxo.
Andei lentamente pela pequena sala. Ninguém. Uma porta para a cozinha aberta. Ninguém. Uma porta para o banheiro, também aberta. Ninguém. Tinha apenas mais uma porta e eu estava ansiosa por a abrir e apanhar Killian.
Empurrei a porta violentamente. Ninguém.
Completamente vazio, como se ninguém vivesse lá por anos. Rangi os dentes, cerrei as mãos e pontapiei a porta.
– Emma? Está tudo bem? – ouvi alguém gritando no meu ouvido.
Tirei o auscultador dos ouvidos e os joguei para longe. Eu estava quase chorando de nervos e raiva. E de frustração. Como ele pôde?!
Olhei em redor, procurando por alguma coisa que indicasse o seu paradeiro. A cor rosa sobressaiu nos meus olhos. Era alguma coisa na cama... me aproximei e encontrei um bilhete.
– Esse filho de uma... - murmurei entre dentes.
Não podia crer! A merda de um bilhete!
Ele estava brincando comigo.
Swan, espero que controle seus nervos
já estou longe do seu alcance agora
fico esperando um novo reencontro.
Ps: Belo vestido vermelho de ontem à noite, love.
Esmaguei o papel.
Flashback Off.
Peguei um copo, na garrafa de rum e pousei com força no balcão. Ele me encarou, com o sorrisinho provocador. Despejei a bebida para o copo, pousei a garrafa e me voltei para as xícaras, fingindo que não estava ninguém atrás de mim.
– Obrigado, love. - deu um gole que foi provavelmente audível em todo o café.
Ignorei o “love” saído da sua boca suja.
– Não tem curiosidade? - quebrou o silêncio após alguns minutos.
Cerrei os dentes. Se não fosse o meu primeiro dia e eu não quisesse tanto aquele trabalho, jogaria as xícaras na sua direção. Talvez um caco prefurasse seu olho e fizesse todo o seu sangue drenar até morrer.
A verdade é que eu não me importava mais. Já não era colecionadora. Se ele realmente tinha pago, eu não tinha nada que ver com a sua existência.
A porta do café abriu e eu aumaticamente olhei. Henry.
– Mamãe! - correu para dentro do balcão e me abraçou.
– Oi garotão! - beijei sua testa.
Finalmente alguma coisa boa nos últimos 15 minutos do meu dia. Ver Henry era como chegar ao paraíso depois de ver o inferno.
– Como foi trabalhar aqui mamãe? - perguntou, olhando em volta e parando por segundos em Killian, que observava a cena atento, com o sorriso já desfeito.
– Estou certo que sua mãe gostou, rapaz.
Meu olhar alcançou Killian no momento em que sua boca se abriu para falar com o meu filho.
– Foi bom, Henry. - respondi ignorando Jones.
O que era difícil de fazer porque além de sentir o seu olhar perturbador em nós os dois, reparei que Henry o encarava como se o conhecesse.
***
– Eu conheço o homem do café. - Henry comentou enquanto eu puxava os lençóis da sua cama para cima.
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