I See Fire escrita por Diana Vieira


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero de todo o meu coração que gostem tanto dessa fic como eu gosto de escrevê-la. É uma pequena aventura dentro do universo de Once Upon a Time e de Captain Swan que eu quero partilhar com quem gosta do casal mais sexy do momento! A fic já está quase terminada e eu pretendo postar regularmente até acaba-la.Boa leitura! :)



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– Não! Você sabe o quanto eu preciso desse trabalho! Eu tenho o meu filho para criar, Frank. - tentei argumentar contra o meu chefe. Antigo chefe.
– E eu tenho a minha empresar para manter, Emma. Você foi a última funcionária a entrar, será a primeira a sair.

Senti meu olho direito tremer de raiva.

Estava perdendo meu trabalho. A única fonte de dinheiro na minha casa.

Será que esse filho de uma cadela não conseguia perceber que nem todo mundo saí por aí cagando dinheiro?

Ugh, eu estava cega de raiva.

– Então olha aqui, "chefe", - Ironizei. - se teus funcionários velhos e gordos são de maior prioridade que eu, boa sorte. - mandei, sabendo que não teria travão na língua. - Especialmente quando for necessário uma mulher para fazer o que tem que ser feito! Sim, porque mulher aqui dentro, tem nenhuma não, querido. Tua mulher, além de chifruda mansa, é igual homem, só falta coçar o saco e cheirar. - deixei o tom da minha voz aumentar. Sentia meus olhos vermelhos, as lágrimas chegando. - Quando essa tua empresa de merda afundar de vez, eu estarei lá para ver. Até mais.

Praticamente cuspi na cara dele e saí do seu escritório de merda andando, quase correndo. Nunca fui tão rápida a sair do edifício e quando cheguei a meu carro, processei toda a informação. Eu estava sendo despedida porque a empresa estava com demasiado pessoal e, sendo a mais nova, equilibrei as contas.

Mas nem os colecionadores servem para trabalhar nesse mundo?! Puta que me pariu! Como é que vou colocar comida na boca do meu filho?!

– Preciso arrumar um trabalho. Urgente. - comentei sozinha.

A primeira coisa que fiz foi comprar o jornal diário, ir para casa e procurar qualquer coisa que eu pudesse fazer. Era início do mês, precisava arrumar alguma coisa rápido para que quando acabasse, cair algum na minha conta.

Liguei meu computador e continuei procurando. Tanto que quando reparei, Henry estava batendo a porta de casa.

– Oi mamãe. - ouvi sua voz suave se aproximando.
– E ai garotão? - sorri, esperando o momento que ele saltaria para meu colo.
– E aí garotinha? - brincou, imitando minha voz.
– Mas que espertos que estamos! - gargalhei e fiz cócegas na sua barriga. No mesmo instante lembrei do problema que me agoniava momentos antes. - A mãe quer conversar contigo, filho.
– Que aconteceu mamãe? Tá tudo bem?

Ao encarar seu semblante de criança de 8 anos preocupado e protetor comigo, senti os meus olhos marejados. Por vezes acreditava que não o merecia e que ele era além da conta que eu podia pedir.

A verdade é que estabilidade não era exatamente o que eu lhe oferecia. Estavamos a viver em Nova Iorque por 5 anos. Foi o maior tempo que eu vivera numa cidade sem me mudar. Por despedimentos, fugas, necessidade... fui mudando de casa, cidade, estado...

Antes de Henry eu era uma adolescente que queria vingar sozinha, sem responsabilidades, explorando o que a vida ia me oferecendo. O mais fácil era o melhor para mim. Roubava, mentia e fugia.

Não queria viver sob regras. Julgava a minha vida melhor que a de todos porque nunca tive ninguém para me guiar na direção de um caminho diferente. Quando fiz 18 anos fugi da casa onde vivia com meus pais adotivos. Não era mal tratada. Tinha comida, cama, um teto. Mas além disso, não tinha nada mais, nem carinho, nem afeto, nem um sorriso.

Romei sozinha até uma cidade próxima onde arrumei um trabalho num café e um quarto na casa de uma senhora, que me acolheu como se eu fosse sua. Nunca a esquecerei. Mas voltei a fugir, assustada. Pela primeira vez em que tinha afeto em toda a minha existencia, a única coisa que eu sentia era medo. E nunca serei capaz de explicar esse momento da minha vida.

Na cidade seguinte, me apaixonei. Neal, pai de Henry. A única pessoa que eu não temi por me querer e acarinhar. Vivi com ele, trabalhei na loja da família dele. Vivíamos como casados. Um casal jovem e apaixonado, típico cliché. Tanto que acabei por fugir. 7 Meses depois de estarmos juntos descobri que estava grávida e lhe contei. Fez com que seu pai me despedisse e me expulsou de casa assim que eu gritei que não iria abortar meu filho.

Encontrei trabalho como colecionadora de criminosos em Nova Orleães. Fui imediatamente empregue. Fui a melhor colecionadora 3 meses seguidos, mesmo grávida. Henry nasceu, a pequena pessoa saiu de dentro de mim e, quando se é mãe, sabe-se que assim que isso acontece, a vida ganha outro propósito.
Aguentei 3 anos em Nova Orleães. A altura de Henry entrar na escola ia chegando e a cidade onde vivia tinha tudo menos escolas com condições para ele ter uma boa educação. Procurei durante meses a fio um lugar de colecionadora em Nova Iorque, onde a oferta educacional era ótima.

Encontrei. Nos mudamos. 5 Anos passaram, Henry cresceu e se tornou no garotão mais lindo do mundo.

Fui despedida.

– Frank me despediu hoje. - deixei escapar sem pensar na dureza das palavras.

A sua boquinha se abriu em O.

– A empresa não podia ter tantas pessoas trabalhando lá e ele me mandou embora. - expliquei mais cuidadosamente. Toquei no seu nariz com o indicador e sorri. - Mas não se preocupa, garoto. Eu estou procurando alguma coisa rápida.
– Mas...

Podia quase ver os pontos de interrogação dentro dos seus olhos, certa de que existiam 1001 perguntas na sua cabecinha.

– Mas e agora mamãe? - perguntou preocupado.
– Agora - me levantei e o sentei da cadeira ao lado da minha. - Vou te preparar um lanche, vamos fazer seus deveres de casa e vamos procurar trabalho para mim. Me ajuda?

Os seus olhos brilharam.

– Claro! - riu, entusiasmado.

2 Horas depois...

– Mamãe, olha aqui, olha aqui! - Henry chamou.

Peguei no jornal e vi o pequeníssimo anúncio para que ele apontava.

Precisa-se Empregada de Mesa
Idade entre os 25 e os 35
Com ou sem experiência
Pequena cidade

Embaixo tinha o contacto. Empregada de mesa. Isso me lembrou o meu passado e o que eu fiz. Fugi.

– E aí mamãe?
– Não sei Henry... provavelmente é longe de casa... - suspirei.
– Liga para lá e descobre!

O telefone já estava na mão dele. Bom... ligar não mataria ninguém.

1 Semana Depois...

Bem-Vindos a Storybrook!

Era a plaqueta que eu acabara de passar. Storybrook. Meu Deus, o que eu estava fazendo? Henry cantarolava no meu lado, finalmente esquecendo a pergunta do "já chegamos?".

Menos de 1 km passou e entramos na cidade. Alguns carros estacionados, algumas lojas típicas de rua... pelo que parecia, era realmente uma pequena cidade.

Suspirei.

Estaria pronta para enfrentar tudo de novo? Numa cidade tão pequena? Agora não estava sozinha. Com 3 anos Henry não se apercebera muito bem do que estava a acontecer, mas agora ele estava um homenzinho, um garotão por quem eu correria os Estados Unidos de uma ponta a outra.

Olhei o céu. Que corra tudo bem. Por favor, meu Deus.

**

Boa noite mãe. - Henry sorriu quando eu o cobri. - Mal posso esperar por amanhã. - sussurrou.

Não pude evitar sorrir de volta. Apaguei a luz do seu quarto e encostei a porta.

Preparei um chá para mim e me enrosquei no sofá assistindo alguma porcaria que rodava na TV. Não era um sofá topo de gama, nem uma televisão da última geração, mas era o suficiente para começar. Granny, como gostava de ser chamada minha chefe, arrumou esse apartamento para nós assim que eu confirmei que iria ocupar a vaga.

Tinha sido um dia cansativo. A viagem por si só era exaustiva, mais todas as emoções, já conhecidas por mim e novas para Henry, também cansavam.
Parecia um emprego calmo. Pequena cidade, poucos habitantes, bom ambiente.

Suspirei.

Seria nesse sítio onde eu encontraria um lugar para ficar? Henry gostaria da nova escola? Faria amigos para a vida? Seria feliz? Estaria eu a cumprir o dever de mãe, arrastando-o comigo para uma cidade completamente desconhecida, com completos desconhecidos?

Eram tantas as perguntas que só o tempo poderia responder. Nem a certeza de ser um trabalho para a vida eu tinha. Eu nem sabia se era esse tipo de vida, rotineiro, calmo, monótono, que eu queria para mim.

Fechei os olhos para pensar.

Quando os abri, era já de manhã.


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Notas finais do capítulo

Quero saber opinies e sugestões! Gostaram? :)



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