Latch - Perina escrita por Camila jb


Capítulo 7
Cap. 7


Notas iniciais do capítulo

Heyy, eu queria agradecer aos comentarios.
Queria dizer q ñ sei se irei conseguir postar 2 vezes por semana, pq eu estou c um problema nas costas e eu meio q tenho que fazer fisio, tenho q ficar c a coluna hereta, e td mais... Mas eu prometo q irei tentar postar.
BJSSS



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– Vai logo, Pedro. Parece mulher.

– Pronto, esquentadinha. - saiu do banheiro, finalmente.

– Vamos!?

– Sim, cadê a chave do meu carro?

– Tu perde tudo. - falou e o observou andar pela casa toda a procura do objeto.

– Achei. - falou.

Karina e Pedro sairam de casa. Pedro dirigia, reclamando. Ja Karina mandava ele calar a boca.

– Sera que da pra ficar quieto?

– Tu ta mais esquentadinha do que ja e. E o que? TPM?

– Não me irrita, moleque.

– Eu não sou mais um moleque.

– No dia que me provar que não e, eu paro de te chamar.

Assim que chegaram na empresa, desceram do carro e entraram no enorme predio. Entraram no elevador em silêncio. Depois que entraram no setor de advocacia, seguiram para sua sala.

– Karina. - a voz de Gael se ouve de longe e Karina e Pedro se viram para o chefe. - Tem uma cliente pra você.

A loira queria pular e comemorar, mas se conteve. Pedro estava feliz por ela, da mesma forma que ela ficaria por ele, apesar de que esconderia se fosse o caso.

– Qual o caso? - perguntou.

– Vamos pra sua sala e eu te explico. Faço questão que Pedro participe.

"Que quê deu nele?", Karina pensou, prontamente, mas não falou nada assim como Pedro, apenas seguiram para a sala no final do corredor. Gael fechou a porta depois que o "casal" entrou.

Explicou o caso e saiu da sala dando um ultimo aviso:

– Nada de beijos. Se cuidem. - Karina revirou os olhos, ja Pedro deu um sorriso envergonhado, lembrando do ultimo beijo que lhe dera.

A loira fazia um relatorio relatando o caso, ja Pedro arrumava sua mesa e fazia barulhos irritantes com a boca.

Assim que deu o horario de almoço, Karina saiu da sala acompanhada de Pedro. Seguiram para o restaurante que ficava na esquina. Pediram o almoço e comeram em silêncio. Pagaram e se levantaram para ir embora.

– Pedro. Karina. - a voz da garota fizeram eles se virarem.

– Eu pensei que... - Pedro começou, mas a coregem sumiu.

– Joaquina!? - a voz de Karina se sobressaiu.

– Karina, que saudade.

– Mentirosa. Da ultima vez que a gente se encontrou você me xingou de tantos nomes...

– Eu estava arrasada. Tenta entender.

– Por favor, Pedro, vamos.

Ele segurou sua mão e sairam do estabelecimento, mas Joaquina foi atras. Sim, a morena maluca se arrependera de ter culpado Karina pela morte do irmão, mas não podia afirmar que achava que Karina não tinha um debito.

– Olha... Eu errei, ta? Mas se coloca no meu lugar. Eu perdi meu irmão, meu unico irmão. Imagina como e ja não ter mãe e pai e ainda perder a unica pessoa que restava. - Joaquina secou as lagrimas.

– Eu sei disso, mas você não podia ter me culpado.

– Eu sei. Me desculpa?

– Desculpo. Eu imagino como deve ser perder alguem tão importante.

– Da um abraço?

Karina soltou a mão de Pedro da sua e chegou perto de Joaquina, que lhe deu um abraço. Não foi um abraço verdadeiro, tampouco, falso. Mas assim que se soltaram, sentiram que precisariam daquele abraço uma hora.

– Joaquina. - a morena a olhou. - Me desculpa pelas ofensas.

– Me desculpa pelos xingamentos.

Era dificil tanto pra uma, quanto, pra outra assumir o erro, mas elas tinham que fazer isso.

– Pedro. Vamos.

– Tchau, Karina. - Joaquina atravessoa rua e adentrou em seu carro, dando partida e sumindo por entre a multidão de carros que se formava.

– Pedro, eu não vou conseguir trabalhar.

– Vamos pra casa. Eu ligo pro Gael.

– Deixa que eu ligo, se não ele te mata.

Ela pegou seu celular e discou para o numero de seu pai, alegou que estava com dor de cabeça e que precisava descansar, Gael não relutou, apenas deixou a caçula ir pra casa. Pedro sabia que ela havia se lembrado de Lirio, e sem jeito passou seu braço pelo pescoço e seguiram assim para o carro. Ele dirigia rapidamente e Karina não reclamava quando ela fazia manobras erradas, a loira estava estasiada demais para reclamar e implicar com o descabelado.

Chegaram no predio. Pedro estacionou o carro de qualquer jeito e saiu com Karina. Eles subiram de escadas. Pedro abriu a porta do apartamento e deixou Karina entrar primeiro.

– Eu vou dormir.

– Tudo bem. - ele observou ela adentrar seu quarto e fechar a porta.

Karina não queria dormir, queria chorar. A esquentada so conseguia se lembrar das desculpas da irmã de Lirio, mas os xingamentos que ela lhe oferecera a meses atras, martelavam em sua cabeça...

A loira se deitou na cama, olhando para o teto, como se no teto tivesse as imagens de Lirio e as lembranças dos momentos que eles ja passaram juntos, mas não tinha e isso fez Karina se sentir patetica. Se sentou na cama, agora depositando seu olhar para o abajur, mas não importava se ela olhava para seu chinelo ao lado da cama ou para seu armario, as imagens que ela via era sempre Lirio.

– Karina. - sua irmã a chamou. - A Joaquina quer falar com você. - a loira assentiu e sua irmã deu passagem para a irmã de Lirio.

– Oi, Joaquina. - Bianca fechou a porta e deixou as duas dentro do quarto.

– Você e uma cinica.

– Quê? Por que você ta falando isso?

– Você deixou meu irmão morrer.

Karina se levantou. Sera que ja não bastava a dor que ela sentia com a perda daquele que ela tantou amou?

– Não. Isso e mentira. Eu amava o Lirio.

– E deixou ele fazer racha? Isso e amor, Karina?

As palavras de Joaquina acertaram em cheio a loira. Karina nunca ficara tão fragil antes, mas ver os jornais mostrando sobre o acidente, ver as pessoas comentando, e principalmente, lembrar dele, a faziam querer morrer, tambem.

– Sai daqui, por favor.

– Alem de tudo não quer escutar a verdade. - ela deu uma risada. - Você e patetica. - ela saiu do quarto.

Karina buscou se refugir em pensamentos, mas aqueles pensamentos so a faziam se sentir mais ruim, aqueles crueis pensamentos a levavam a morte de Lirio...

– Esquentadinha. - Pedro entrou no quarto.

– Sai daqui, Pedro. - ela não queria que ele a visse chorando, mas ele desobedeceu seu pedido e se sentou na cama.

– Me deixa cuidar de você. So hoje. - ela não respondeu, e então entendeu como sim.

Ele se deitou do lado, ela se aconchegou a ele. Pedro fazia um carinho em seus cabelos, e apenas deixava-a chorar.

Mas, novamente, os pensamentos dela foram parar no velorio dele..

A loira pressionou os punhos contra os olhos, e eles estavam molhados. Acendeu a luz e olhou para a lâmpada, se recusando a piscar ate conseguir secar as lagrimas.

Ela parecia vazia sem Lirio, e ouviu sua irmã e Gael no corredor. Um segundo depois, Gael estava parado em silêncio na porta. Os olhos escuros examinaram os seus. Ficou olhando a cadeira vazia ao lado da janela, sobre a qual ele colocara sua melhor roupa para velorio, que pegou e logo colocou. Saiu do quarto e sentiu como se o mundo desabasse, ela ainda não acreditava que iria pro velorio de Lirio. E ainda não acreditava que ele havia morrido.

– Vai ficar tudo bem. - Bianca diz e a conduz pelo braço ate o carro.

Assim que Gael estaciona o carro na igreja, ela sai e doi, doi quando pisa, como se seu corpo inteiro ardesse por causa de algum tipo de febre. Seus olhos encaram os rostos murmurantes a sua frente, mas ela não consegue ouvir o que as pessoas estão dizendo. Não com aqueles gritos em sua cabeça. Karina deixa que Bianca a pegue pelo braço de novo, deixa que a conduza ate ao altar. Sua irmã fala para ela dedicar algo a Lirio ja que a sua familia ja havia feito o discurso.

– Lirio... Eu irei sentir sua falta. - ela fechou seus olhos, a unica coisa que queria era sentir sua presença. - Eu irei citar um soneto de seu autor preferido: Vinicius de Moraes. Um verso do Soneto da Fidelidade: "Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que e chama. Mas que seja infinito enquanto dure." E eu sei que meu amor sera infinito porque ele ira durar pra sempre. Porque você sempre estara vivo na minha memoria e no meu coração. - se lembrou do poema que ele falou. - Ah, eu tambem irei falar do poema que você falou assim que a gente começou a namorar... Esse poema e de Chico Xavier... "Ninguem cruza no nosso caminho por acaso e nos não entramos na vida de alguem sem nenhuma razão." Eu entrei na sua vida pra te amar e por essa mesma razão você entrou na minha. Eu te amo.

Foi aplaudida e assim que abriu os olhos pode encontrar muitos olhares com lagrimas no rosto.

Assim que falaram que iria enterrar seu corpo, Karina sentiu como se fosse o seu que seria. Respirou fundo e tentou de todas as maneira pensar em algo bom. Mas assim que vi aquele caixão ir para debaixo da Terra, ela desistiu. A mão de Pedro repousou sobre seu ombro.

– Vai ficar tudo bem.

Pedro repetiu a frase que dissera a meses atras:

– Vai ficar tudo bem.

You lift my heart up
When the rest of me is down
You, you enchant me, even when you're not around

(Você levanta meu coração para cima

Quando o resto de mim é baixo

Você, você me encanta, mesmo quando você não está por perto)


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