Latch - Perina escrita por Camila jb


Capítulo 6
Cap. 6


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem. Falei q ia postar no fim de semana, e ja postei. Bjss. Explica mt coisa



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– Gostou?

– Do terraço? - ela se deita no sofá e o observou assentir. - Gostei. Eu adoro a beleza do dia.

– Eu falei. - ela riu, sabia que iria esfregar na sua cara. - Mas que tal se a gente sair hoje?

– Sair, Pedro? Nos?

– Qual o problema? A gente não e amigo?

– Sei lá.

– Sei lá!?

– Vai me deixar em paz se eu for?

– Vou. - riu. - Mas a gente vai jantar porque eu que irei fazer o almoço. - ele se deixou contagiar pela gargalhada que ela soltou.

– Quero só ver.

Ele estava cozinhando, ou pelo menos tentava; Karina sentou ao balcão a pedido de Pedro, que lhe serviu um prato de algo que ela não pode distinguir. De qualquer forma, estava queimado.

– O quê eu falei? - riu.

– Não precisa esfregar na cara.

Os olhos escuros e profundo de Pedro estudavam seu rosto e Karina sabia que ele era capaz de ler seus pensamentos, ate certo ponto; mas ele tampouco era bobo como ela pensava.

– Você e mimado. - comentou, tentando fugir do olhares dele.

– Mimado? - ele riu.

– Uma pessoa que não sabe fritar um ovo aos dezoito anos de idade só pode ser mimado, do tipo que tem um empregado para tudo, ou estou errada?

– Muito bem, Karina, continue. - Pedro aplaudiu ironicamente, ainda rindo. Karina procurou não se abalar.

– Eu sei que seu pai sempre fora rico, ele não tentou preencher sua ausência, te comprando tudo o que você queria e deixando você fazer viagens magnificas que você sempre sonhou? E você quis mesmo fazer direito ou só cursou por que seu pai quis?

– Uau. Para uma pseudo-psicóloga, você se saiu muitíssimo bem. Agora vamos as correções.

Pedro contornou o balcão e se sentou ao lado dela, ainda transbordando aquela ironia que em pouco tempo Karina aprendeu a detestar.

– Sim, eu cresci com empregado e, sim, eles fritavam meu ovos. Mas meu pai não comprava nada pra mim, muito menos me deixava viajar sozinho pelo mundo. Ele queria que eu estudasse, e foi o que fiz: ele preencheu sua ausência com livros. Eram meus únicos presentes. E não, eu não fui indiciado a seguir a carreira de advocacia pelo meu pai. Não nego que ele sempre me falou para cursa-la, mas eu nunca iria fazer uma faculdade de uma coisa, na qual eu detestava. Sempre amei advocacia...

Enquanto Pedro falava, Karina ia sendo hipnotizada por sua voz arranhada e seu jeito despreocupado. Ele era tão seguro de si que intimidava. Além disso, estava começando a se sentir frustrada pelo julgamento precipitado - e errôneo.

Quando concluiu, Pedro sorriu sem mostrar os dentes.

– Ok. - foi tudo o que Karina conseguiu responder e se odiou por isso.

A esquentada decidiu dar meia volta e se deitar no sofá, se permitindo relaxar, mas por pouco tempo, pois assim que abriu os olhos se deparou com Pedro em cima dela.

– O que você ta fazendo? - ela pergunta, mas estava assustada demais para tira-lo de cima de seu corpo.

– A coisa que a gente mais gosta de fazer, e não minta, eu sei que você adora.

Karina ate tentou protestar, mas Pedro a calou introduzindo sua língua dentro de sua boca, e assim que o beijo acabou, ele mordiscou seu lábio inferior e saiu de cima dela.

– Seu idiota. Eu te odeio. - ela bateu em Pedro, mas assim que a campainha toca ele saiu correndo e abre a porta.

Pega a comida e entrega pra Karina, enquanto, paga. Pedro não insistiu em irrita-la. Comeram sem conversar, mas não em silêncio, exatamente: Pedro não calava a boca, fosse para comentar algo aleatório, fosse cantando alguma merda. Era incrivel sua incapacidade de ficar quieto. Karina continuava o achando um garoto mimado.

A noite chegava, mas uma vez anunciando lembranças que jamais seriam esquecidas por Karina, a loirinha lembrava da morte de seu namorado, enquanto Pedro só pensava naquela que um dia ele tanto amou.

– Eai, ta pronta?

– Ja!?

– Vai se arrumar, eu te espero. - viu ela se levantar e se dirigir para o quarto.

Karina voltou com uma roupa não muito bonita, mas Pedro não reclamou. O lugar que iriam não pedia elegância. Dirigia tranquilamente, e assim que estacionou o carro, ouviu a risada de Karina.

– Curtiu? - deu um sorriso.

– Faz tempo que não venho aqui.

– Eu sei, por isso te trouxe.

Eles saíram do carro, e pisaram na areia. Caminharam, ate pararem no quiosque que eles mais conheciam.

– Eu lembro da gente aqui. A turma toda, enquanto o João pedia pra gente ir embora pra ele fechar o bar. - ela riu, mas queria chorar.

Eles pediram uma agua de coco e se sentaram para toma-la.

Pedro se lembrou de Pri:

– Você não me entende. - Priscila fala.

– Sera? Sera que não e você que quer achar que todo mundo te odeia? - a pergunta foi irônica, mas tinha um ponto de verdade.

– Não, Pedro. Eu sei que você acha que eu to maluca, mas eu não to. - ela afirmou.

– Pri, a gente só quer te ajudar.

– Me internando!? Prefiro outro tipo de ajuda.

– Priscila, a gente te ama.

– Agradeço o amor, mas eu vou fugir, e eu espero que você não conte pra ninguém.

– E a gente, Priscila?

– Eu te amo. Você foi a pessoa que mais me entendeu e me amou, mas eu não to maluca e não vou deixar vocês me internarem. Desculpa, Pedro.

– Eu te entendo.

– Eu te amo. Nunca se esqueça disso. - selou seus lábios ao dele. - E um dia eu volto.

Ele observou seu corpo sumir pela rua. "Eu te amo, Priscila.", a única frase que veio a mente dele.

"Eu te amo, Priscila.", lembrara daquela frase.

– Pedro, vamos?

– So mais um pouco. - ela assentiu.

– Você ta bem?

– Não sei.

Ela não insistiu, sabia como era querer se isolar, e o deixou fazer isso.

Deixaram que a brisa suave emaranhasse seus cabelos e contemplaram o mar. Revolto. Agitado. Tudo ali anunciava uma tempestade próxima, mas o céu estava tão estrelado. Irônico. Surpreendente. Como tudo nada na vida...


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