The way back to you - EM HIATUS INDETERMINADO escrita por allurye


Capítulo 12
Chapter — XII She's gone


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi gente quanto tempo né?! Faltou tempo, inspiração e me escrever no enem foi teste de fé que me tirou as energias, mas voltei!! E dedico esse capítulo longooooooo a Marcela Lima e sua recomendação maravilindaaaaa muito, muito obrigada Marcela ;) me deixou muito feliz e motivada.



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Elena

 

Depois de uma conversa demorada com Alaric sobre mudar minhas atitudes. Tive que implorar para convencer Caroline a ajudar-me a preparar um jantar romântico para Damon coisa que ela não estava nem um pouco solicita. Suspeitei  que o nosso mais novo morador estava deixando a beira de colapso. Não podia se quer mencionar Stefan ou sobrenome Salvatore sem receber gruídos de raiva e olhares fulminantes como resposta. Não entendia muito bem o que tinha acontecido entre eles e por mais curiosa que estivesse para descobrir era melhor esperar até que ela estivesse pronta para falar sobre ele.

Caroline sugeriu com desanimo, um jantar simples na varanda, mandou-me checar a previsão do tempo e comprasse camarões frescos. Eu quase não ajudei em nada pois ela fez questão de fazer tudo. Pela expressão seria em seu rosto, entendi que ela estava no meio de uma crise e estava usando o jantar como terapia invés de suas faxinas noturnas. Ela ordenou entre dentes, controlando sua respiração como um mantra que eu fosse me arrumar depois de deixar os camarões quase torados… Eu obedeci imediatamente temendo que ela jogasse a panela de água fervente em mim caso demorasse mais um minuto naquela cozinha.

Tomei um banho rápido ansiosa por escolher logo a roupa, estava indecisa sobre qual vestido usar, pensei em pedir ajuda de Caroline mas desisti quando notei sua concentração ao colocar as taças e vinho simetricamente na mesa.

Optei pelo vermelho, Damon sempre adorava quando usava essa cor, ou melhor ele sempre adorava arrancar o vestido deixando-os em trapos no chão. Estremeci com a lembrança, ter as mãos dele sobre mim novamente, sentir seus lábios nos meus novamente. Fiz uma pequena oração aos céus para que universo pendesse ao meu favor hoje. Desci as escadas e encontrei Caroline bebendo o vinho no gargalo com olhar fixos na lua prateada lá fora. Toquei de leve seu ombro, ela pulou quase deixando a garrafa cair, mas segurei a tempo devolvendo a ela.

— Me desculpe, eu te assustei.

— Não se desculpe eu estou distraída hoje… Você está… Linda.

— Obrigada — sorri satisfeita — Acha que ele vai gostar? — ela arqueou a sobrancelha em descrença analisando-me, por fim sorriu maneando a cabeça.

— E do Damon que estamos falando Elena, ele gostaria de você vestindo qualquer coisa… Embora acredito que ele preferiria que usasse os saltos…

— Mas eu estou usando saltos — franzi a testa confusa olhando para meus saltos, ela riu

— Eu estava querendo dizer, apenas eles Elena.

— Caroline — a censurei mesmo concordando com ela. Ela jogou-se na poltrona suspirando.

— Ele disse à que horas chegava?

— Na verdade não, eu mandei a mensagem, mas ele ainda não respondeu.

— Então ele não sabe sobre o jantar?

— Eu meio que queria fosse surpresa — confessei temendo sua reação.

— E você por acaso pensou na pequena possibilidade dele não voltar pra casa? Ele tem ficado fora, perambulando pela cidade feito uma alma penada agora.

Dei um tapa na testa constatando minha estupidez, fazia alguns dias que Damon estava simplesmente saindo pela cidade não querendo a companhia de ninguém, dizendo que precisava de um tempo, quando eu me oferecia a fazer companhia a ele. O que me magoava profundamente, era como levar uma bofetada isso quando ele se dava o trabalho de responder.

— Oh meu deus, como sou burra!

— Relaxa Elena, não é sua culpa seu namorado ser um imbecil com hábitos estranhos — ela tentou amenizar

— Droga! Eu fiz você fazer esse jantar e....

— E você vai ligar pra ele de novo e de novo até que ele atenda — ordenou ela levantando e pegando meu celular entregando-me — Anda ligue, se ele não atender tente o Alaric.

— Ou Stefan, eles sairão juntos não foi?

Liguei para Stefan imediatamente ansiosa para que ele me atendesse. Nem ao menos esperei sua resposta, quando ergui a cabeça para agradecê-la pelo incentivo Caroline tinha sumido, escutei seus passos no andar de cima, ela tinha levado consigo a garrafa. Me amaldiçoei por tocar no nome dele agora. E como se o universo estivesse me punindo por ser tão insensível com os problemas alheios Alaric e Stefan não me atenderam. Fui para cozinha pegando outra garrafa, seguindo o exemplo de Caroline e tomando no gargalo enquanto olhava para mesa na varanda, com vinho, velas e uma rosa no centro que Caroline preparou com tanta dedicação.

Stefan

 

Segui Damon outra vez para outro bar pelo segundo dia consecutivo. Ele estava num péssimo estado de espírito e resmungando quase que o tempo inteiro. Mas não me importei, na verdade o usei como desculpa,  precisava sair de casa para me manter longe de Caroline e da tentação de atravessar o corredor e entrar em seu quarto e tê-la em meus braços, fazê-la minha de uma vez por todas sem ligar para consequências. E quando mais o tempo passava mais eu temia que meu autocontrole estava se esgotando. Ela continuava furiosa comigo, ignorando-me a todo custo, chegando até pedir que Elena e Alaric não menciona-se meu nome em sua presença. Era um tanto infantil da parte dela e uma medida totalmente inútil se levado em conta que dormia próximo ela, vivíamos sobe mesmo teto agora.

Caroline era sem dúvida a mulher mais complexa que já conheci, ela conseguia confundir-me por completo, deixar-me calmo e feliz e no instante seguinte deixar-me a beira de um colapso mental. Quando ela, por exemplo, tinha pedido que sumisse de sua vida, mas no momento seguinte quando mencionei que ficaria num motel ou apartamento ela terminantemente se recusou, ordenando que ficasse em sua casa mesmo com a minha existência em não ficar, afinal eu não merecia que ela se importasse comigo depois de tudo, embora tenha ficado feliz intimamente com sua atitude.

Damon suspirou voltando para mesa com uma garrafa de uísque em mãos uma carranca exasperada, depois de um longo gole ele suspirou me estendendo a garrafa.

— Então, podemos voltar para casa agora?

— Se quiser pode ir. Eu vou ficar — ele teimou

— Damon…

— Eu não estou prendendo-o aqui, alias eu nem queria que me seguisse pra inicio de conversa.

Fiz uma careta em resposta, ele ignorou por alguns instantes, logo depois bufou irritado.

— O que está acontecendo entre você e Barbie?

A pergunta pegou-me de surpresa, mesmo sabendo exatamente que a minha relação com Caroline não era mais amigável há um bom tempo. Embora ainda não sabia definir ou descrever com palavras aquela relação nova que começávamos a construir.

— Não sei do que está falando — desconversei imitando-o bebendo ao gargalo fitando parede. Ele sorriu em resposta com olhar que eu conhecia muito bem

— Qual é, quem vocês pensam que enganam? Você saiu correndo atrás dela feito cachorrinho apaixonado.

— Eu corri atrás dela porque a magoei antes de partir,  quebrei a promessa que fiz a ela e por isso ela me odeia. — respondi sentindo o gosto amargo surgindo na boca, pensando em seu olhar de ódio e desprezo.

— Besteira! Ela não odeia você — ele revirou os olhos impaciente

— Você diz isso porque não ouviu ela, ela estava furiosa. Ela não me suporta agora — desabafei querendo afogar-me em taque de uísque para deletar aquela briga.

— Ela te odeia porque não te odeia ao todo irmãozinho — franzi a testa em confusão ele riu — Você ainda tem muito o que apreender sobre como funciona a mente feminina — ele zombou rindo.

Embora muito confuso acabei juntando-me a ele rindo da minha própria estupidez.

— Já que perito sobre mente feminina, o que me sugeri então?

— Hummm você está pedindo conselhos sobre mulheres? — ele deu sorriso presunçoso — Eu pensei que esse dia nunca chegaria irmãozinho.

Revirei os olhos em resposta pedindo outra garrafa, um tanto arrependido por pedir conselhos para um cara que não entendia o significado da palavra "superar" ele continuava achando que não existia vida o amor longe de Elena. Damon ajeitou-se na mesa estalando o dedo pedindo dois copos, depois e enchê-los ofereceu um deles para mim que tomei desanimado pelo que viria a seguir.

— É simples irmãozinho, se quer conquistar a Barbie, tudo que tem que fazer e muito simples.

—  É o que seria exatamente?

— "Agarre" ela — explicou displicentemente fazendo aspas com mão.

— O seu grande conselho é “agarrar” ela?

— Claro! Prático e infalível.

— Mas é claro! Como é que não pensei nisso antes? Depois de abandoná-la por dois anos e ignorá-la quando ela mais precisava de mim, tudo que tenho a fazer para conquistá-la e fazer com que ela me perdoe e agarrá-lá! Caramba, Damon! Você é um gênio - ironizei impaciente

— Deixe de ser tão dramático, Stefan. Se ela está com tanta raiva de você e porque obviamente continua apaixonada. Pare de pensar tanto, apenas aja!

— É isso maior bobagem que já escutei.

— Bobagem porque você é um idiota romântico. As vezes tudo que uma mulher deseja e ser agarrada.

— É isso tem funcionado muito pra você?

— Claro, foi assim que conquistei a Elena — disse ele orgulhoso.

Mas seu sorriso vitorioso se desfez na mesma rapidez com que surgiu, ele desviou os olhos para o copo constrangido. Elena e nosso antigo triângulo amoroso doentio ainda permanecia sendo um tabu no nosso relacionamento já frágil de irmãos.

— Por falar nela, por que ainda não estão juntos?

— Está sondando se o terreno está vago irmãozinho?— suspirei exasperado

— É isso que pensa, que eu ainda amo sua namorada?

— O termo correto é ex. E como acha que devo deixar de acreditar em você? Você jurou que sempre iria amá-la é são algum tipo de almas gêmeas ligadas pelo cosmo — zombou

— Eu jurei amar Elena sim, parte de mim sempre ira amá-la não vou mentir. Mas não sou apaixonado por ela, eu não a desejo, não tenho interesse algum nela.

Ele fez uma carreta de descontentamento

— Por favor, pare de mentir para si mesmo. Eu ainda não consigo acreditar que não aproveitaram o belo empurrão do destino e aproveitaram meu status de “morto” para ficarei novamente juntos, afinal era justificável, você ainda a ama, ela era praticamente viuvá…

— É por esse motivo eu deveria reconquistá-la, não é? Eu deveria agir como você, afinal você estava morto e seria uma questão de tempo para que ela corresse para mim, não é mesmo?

— Sim, na verdade é exatamente isso!

Fitei meu irmão incrédulo, detectando a amargura crescente em sua voz enquanto seus olhos fitavam a porta atrás de mim como se esperasse alguém.

— Eu pensei que me conhece melhor que isso, Damon — desabafei chateado — Pensei que conhece a Elena melhor que isso. Quando você partiu a única coisa que tínhamos em comum era dor, era luto e impotência de não poder trazer você de volta. E depois de um ano, tudo que restou entre nós foi frustração, foi apenas o ódio da parte dela e frustração da minha.

Damon ergueu a cabeça encarando-me com relutância, suas mãos apertando a garrafa que temia que se quebraria a qualquer momento. Seus olhos azuis vacilaram quando se encontrou com os meus, ele desviou os olhos para chão envergonhado.

— Ela começou a me odiar Damon, odiar não ter sido eu a morrer. Ela não me ama e nem eu a amo mais. Tudo que nós liga hoje e o que sentimos por você e apenas isso. Eu sinceramente pensei que me conhece melhor do que isso.

Levantei e fui embora sem olhar para trás estava decepcionado demais para continuar ali apoiando um irmão que pensava o pior de mim.

Damon

Odiava sentir remorso e culpa. Isso era um tipo de sentimento que não constavam no meu dicionário, pelo menos era assim antes da minha segunda morte. Stefan deixou-me ali naquele bar desconhecido com Scott nas mãos. Remoendo o gosto amargo da vergonha e culpa, eu era mesmo o pior irmão do mundo.

— Uau! Você consegue mesmo se superar.

Não me dei ao trabalho de me virar para saber de quem aquela voz pertencia. Bonnie sentou-se na cadeira a minha frente olhando-me com desprezo

— Pensei que tivesse voltado para paraíso Bonnie.

— Eu tentei — confessou — Mas ainda não encontrei uma maneira de voltar.

Bufei irritado, aquela fixação de Bonnie em voltar para aquele maldito lugar me irritava. Como ela poderia querer voltar para um lugar como aquele, como poderia preferir estar morta? Aquela mulher era completamente louca toda aquela resignação bondade extrema era irritante.

— É quando voltei sendo atraída pela maldição de estar presa a você, fui trazida para esse barzinho. E presenciei essa lamentável cena, como você pode acusar o Stefan....

— Não se atreva a continuar — ameacei

— Não me atrever a que? Dizer que um imbecil?

— Bonnie, cala essa boca!

— Você é patético. Não merece um irmão como Stefan, uma namorada como Elena e muito menos amigos, você não merece nada!

Ela levantou-se e desaparecendo na minha frente. Mas não iria deixá-la me insultar e sair como se nada tivesse acontecido, sair do bar e não demorei a encontrá-la sentada no banco da praça. Estava pronto para gritar com ela quando percebi que ela estava chorando, observando as pessoas a sua volta. Toda raiva da outra hora se desfez dando lugar a um sentimento que nem sabia que eu tinha por ela: compaixão. Sentei ao seu lado bem distante dela que se apressou a enxugar o rosto, virando o rosto para outro lado.

— Vai embora! — ela rosnou

— Me obrigue, a praça é pública.

— Okay, então eu vou!

— Eu sinto muito — disse antes que ela voltasse a desaparecer, ela parou ainda sem olhar para mim. Respirou fundo antes de virar-se me encarando atordoada

— O que disse?

— Você ouviu bem Jugdy não me obrigue a repetir — ralhei constrangido

— Não, na verdade não escutei — ela cruzou os braços em frente ao corpo, esperando que repetisse.

Cerrei os dentes e respirei fundo me perguntando o porquê estava me sujeitando a isso, mas voltei olhar para seu rosto ainda molhado pelas lágrimas e sentimento estranho e incomodo forçou-me a falar.

— Eu disse que sinto muito — repeti fitando o chão. Ela suspirou ainda com rosto indecifrável

— Sente muito pelo que exatamente? Por que não ficou nem um pouco claro pra mim.

— Como é?

— Eu quero saber pelo quê sente muito Damon? Está se desculpando comigo pelo que?

— Por ter… Por gritar com você mesmo que você mereça isso, você é insuportável, arrogante e mimada — ela arqueou a sobrancelha antes de gargalhar deixando-me furioso.

As poucas pessoas que restaram na praça começavam a prestar atenção em mim, no louco que estava pedindo desculpa e gritando com uma fantasma.

— Você está se desculpando por ter gritado? Acha que foi por isso que me chateei? Você é muito mais idiota do que pensei que fosse.

— Não comece com isso de novo, estou tentando ser civilizado o que impossível quando se trata de você.

— Sabe por que eu fiquei chateada Damon? Sabe por que doeu quando vi você acusar seu irmão? Sabe por que doeu quando você se recusou a voltar com Elena? Porque você teve uma segunda chance, você voltou para quem amava e o que fez com isso, com chance que universo te deu? Você machuca, você destila seu ódio e amargura pela vida não ter parado quando você morreu. Por Elena não ter arrancado aquele anel e se jogado contra o sol e sobre seu irmão… Você não dá a mínima pra ele! você não quis ao menos saber como ele esteve todo esse tempo, você ignorou o motivo dele ter fugido e abandonado a melhor amiga dele porque era incapaz de suportar a dor.

— Chega, Bonnie!

— Não! — gritou se aproximando — Você e pessoa mais egoísta que tive o desprazer de conhecer.

Me aproximei dela furioso pegando em seus braços e sacudi ela arregalou os olhos assustada, talvez por meu movimento brusco ou olhar assassino, ou por poder tocá-la. Estava prestes a retrucar quando meus olhos se fixaram nós dela. Um choque estranho percorrendo meu corpo, um arrepio na espinha fazendo meus pelos se arrepiarem. Me afastei dela incomodado com aquela sensação. Ela parecia ter sentindo o mesmo que eu, já que recuou uns cinco passos para longe de mim ofegante. Ela se recompôs rápido se virando para ir embora, quando agarrei seu braço trazendo-a para mim ignorando aquela onda de sensações estranhas invadindo meu corpo, cada célula do meu corpo parecia reagir ao contato com sua pele.

— Você não sabe nada sobre mim Bonnie, acha mesmo que seu discurso estúpido vai me fazer mudar? — ri maneando a cabeça, ela continuava estática com olhos arregalados — Tenho uma grande novidade pra você, nem Elena muito menos Stefan conseguiu esse feito, eu sou assim… Egoísta, desprezível como você mesma disse, se não gosta então e melhor ir embora.

Ela suspirou antes de me empurrar com força, ela maneou cabeça com olhos fixos no chão antes de se voltar para mim, com olhar triste.

— Tem toda a razão Damon, eu vou. Alias não sei porque diabos me dei ao trabalho de voltar por você.

E assim ela fechou os olhos e como num passe de mágica desapareceu. Fiquei caído no chão, esperando que ela voltasse mas ela não o fez. E de repente tudo que conseguia sentir era um misto de ódio, desespero e culpa. A maldita culpa me corroendo por inteiro. Bati os punhos no chão antes de me deitar na grama amaldiçoando a mim mesmo por gritar com ela.

Caroline

Precisava urgentemente de algo pra ocupar minha cabeça, me impedir de ficar mal, deitada na cama por ele. Ele deveria estar mal, não eu! Ele é que tem de estar deitado desolado na cama pensando no beijo, sofrendo por possivelmente ter me perdido pra sempre.

Mas a grande questão era que nem mesmo eu sabia, se ele gostava de mim dessa maneira. Ele podia muito bem ter me beijado, apenas para que eu o perdoasse mais rápido, ou se deixou levar pelo calor do momento… Céus como eu queria poder entender aquele homem, saber o que realmente ele sente por mim. Eu continuava sendo sua “Lexi substituta”, ou agora estava me candidatando a Elena substituta? De todo jeito aquilo era ruim.

Estava aceitando qualquer coisa para manter minha mente ocupada, aceitando até ajudar Elena fazendo um jantarzinho romântico para ela e Damon, que por sinal nem sabia se ele viria a seu encontro depois do fator Carter. Deixei-a sozinha tentando desesperadamente encontrá-lo e para isso ela tocou naquele nome; aquele-que-não-deve-ser-nomeado, pelo menos não na minha presença. Eu sei que era infantil e inútil aquele meu pedido, ainda mais inútil se levado em conta que ele estava morando sobe o mesmo teto que eu agora.

Me levantei desanimada, quando meu celular passou a tocar outra das músicas triste peguei o celular para trocar a música quando me dei conta de como estava atrasada para o trabalho. Corri para o banheiro, tomei um banho rápido e me aprontei.

Estava animada para voltar ao trabalho principalmente por que uma banda tocaria no Dirty aquela noite, e depois de muita insistência consegui convencer Emma me deixar cuidar de quase tudo. Chamei Jeremy e Cody para me ajudarem. Jeremy relutou em aceitar, mas Cody o convenceu. Ela cuidou da iluminação e me ajudou em quase tudo enquanto Emma esteve fora.

Estava em meu posto limpando o balcão quando comecei mais uma vez a divagar a pensar nele, mesmo que tentasse fugir dele sempre acaba por esbarrar nele, tanto em casa ou fora dela. Stefan Salvatore tinha tornado-se um Karma em minha vida! Okay era um belo karma para se ter, mesmo assim não estava disposta a enfrentá-lo, principalmente agora que ele mantinha seus belos olhos verdes sempre no modo cachorro abandonado ativado.

Horas antes

Naquele mesmo dia pela manhã, resolvi caçar já que mais uma vez o dia amanhecera, eu não conseguia pregar os olhos. Fiquei a espreita atrás de um esquilo, sim um esquilo. Era bichinhos bonitinhos, me dava uma certa culpa me alimentar deles, mas naquela cidade era difícil achar coelhos.

O esquilo pulou para outra árvore, ficou algum tempo roendo sua noz. Fiquei observando o animalzinho pequenino, com coragem se esvaindo de mim. Enzo tinha toda razão, eu tinha perdido o jeito nisso. Tinha virado uma vampira industrializada por assim dizer, usufruindo o banco de sangue do hospital. Ainda me sentia mal por isso, mas Elena dizia que contribuía com seu sangue curando pessoas quase todos os dias. Então eu comecei a me importar cada vez menos com isso e de repente eu já não sentia ou culpa, sangue humano era, sem dúvida, melhor do que de animais.

Fiquei encostada em uma velha árvore, observando o esquilo. Mesmo com sede, deixei ele passasse. Foi quando olhei de longe um coelhinho cinza, parecia velho mesmo assim me animei. Me preparei para pegá-lo, mas alguém o fez antes de mim. Fui com tanta sede ao pote como dizem, que nem notei que tinha uma sombra perseguindo o coelho, quando desviei dele acabei me estatelando no chão irritada. No fim o coelho fugiu, eu permaneci caída no chão com os olhos fechados. Quando os abri meu olhos, me deparei com orbes verdes, aquelas mesmas que estavam tirando meu sono e sanidade, Stefan estava em pé me estendendo a mão, que prontamente neguei.

Eu posso me levantar sozinha — resmunguei alto. Ele deixou escapar um meio sorriso enquanto recuava um passo para trás. Limpei a poeira da minha calça com uma carranca, tudo que menos precisava agora era encontrá-lo também fora de casa o tempo todo.

Eu sei, só queria ser educado — ele retrucou sorrindo

Dispenso sua educação — ralhei — Alias, onde estava essa educação e gentileza quando tentava pegar o meu coelho?

Não foi minha intenção Caroline — desculpou-se ele dando uma ênfase desnecessária ao dizer meu nome me deixando nervosa, como a maneira como ele dizia meu nome ainda me fazia estremecer por inteiro — Não tinha ideia de que era o “seu coelho”.

Revirei os olhos mordendo as bochechas tentando conter minha língua, temendo discutir novamente. Mas ele não parecia disposto a facilitar minha vida, me seguiu em silêncio, mas com seus olhos sobre mim o tempo todo

Posso te ajudar a encontrar outro — ele se ofereceu, naquele tom gentil e fofo que me fez querer voar em seu pescoço e estrangulá-lo

Eu caço sozinha Stefan, não preciso de ajuda! — exclamei rispidamente

Sei que não precisa — ele murmurou enquanto me acompanhava pela floresta, fitando o chão parecendo ter levado um soco, o que só fazia a pequena vontade incomoda de estender a mão e tocá-lo crescer ainda mais dentro de mim

Então, sabe a parte que disse que caço sozinha?

Okay — ele fez um jeito de desistência com as mãos — Eu vou embora agora, ou melhor…

Ele olhou para frente com os olhos vidrados olhei na mesma direção que ele, é lá estava o maldito coelhinho cinza e velho. Mesmo sendo infantil, eu corri, ou melhor perseguimos o coelho, desviando de árvores e raízes do chão, sentindo o vento bater violentamente contra meu rosto. Quase cai numa dessas, mas me apoiei em uma árvore e me impulsionei para capturar o coelho. Stefan estava quase alcançando ele, mas fui mais rápida ou melhor eu pensei que fui. Conseguir pegar maldito coelho, estava sorrindo radiante pela minha vitória, vendo o pobre animalzinho se contorcendo tentando soltar-se. Quando me voltei para, notei que mesmo ofegante, ostentava um sorriso terno para mim, foi então que entendi que o idiota tinha me deixado ganhar. Eu não deveria me irritar ou me aborrecer com isso, afinal isso só demostrava que ele queria fazer as pazes e sabia que eu detestava perder… Mas aquilo era o fim, me deixou ainda mais furiosa com ele.

Stefan não entendeu nada, franziu a testa com confusão quando estendi o coelho para ele, ele pegou relutante ainda com a testa franzida

Pensei que estivesse com sede?

Estou, mas não quero esse coelho pode ficar

Por que?

Porque me deixou pegá-lo de propósito, acha que sou idiota? Não quero seu… Coelho, pode ficar! — berrei me virando para correr dali, mas ele agarrou meu braço me forçando a virar bruscamente.

Caroline… Eu não deixei…

Que eu ganha-se — completei e ri — Você foi meu professor Stefan, sabe caçar melhor do que ninguém.

Sim é verdade, mas eu não estava competindo com você.

Pois eu estava e você sabe, e me deixou ganhar para que eu perdoa-se você — grui irritada — Acha mesmo que é assim, que dizer “eu sinto muito” e me deixar ganhar vai me fazer perdoá-lo?

Eu não acho. Não estava querendo que… — ele suspirou maneando a cabeça — Só queria que ficasse com droga desse coelho porque estava com sede, apenas isso! Não pedi seu perdão em troca, sei que não conseguirei mais isso.

Minha boca que estava aberta e pronta para retrucá-lo se fechou. Ele soltou o coelho e nos dois ficamos olhando o bichinho assutado correr. Quando sumiu de nossas vistas, acabei sorrindo, nem mesmo entendi o porquê, ou talvez soubesse exatamente razão disso.

A lembrança nítida de uma tarde, numa floresta não muito diferente daquela, no dia em que ele me ensinara a caçar um coelho. Dando sempre um sorriso compreensivo ao me estender a mão, voltando a me ensinar pacientemente a melhor forma de caçar, me ensinando a controlar meus impulsos e rindo de mim mesmo que sem querer quando eu confessava animada que Matt Donavan tinha dito o primeiro “eu te amo” para mim.

Cai na besteira de erguer a cabeça esbarrando com seus olhos, sendo trasportada para realidade, dura e gélida. A constatação triste enquanto poucos centímetros nos separava. Nós nunca seriamos o que eramos. Nunca seriamos melhores amigos como naquela época.

Tudo tinha mudado, talvez tenha sido antes mesmo de sua fuga covarde tentando encontrar um caminho longe de toda dor e luto. Talvez tenha sido eu a dar o primeiro passo para o nosso fim, quando me peguei loucamente apaixonada por meu melhor amigo.

Com lágrimas congeladas em meus olhos, forcei meus pés a andarei, deixando ele para trás, deixando o passado agridoce que nunca mais voltaria

— Caroline, Caroline — A voz rouca e persistente de Emma me trouxe de volta a realidade ela estalou os dedos impaciente revirando os olhos quando conseguiu despertar-me de meus devaneios

— Care, para de viajar por um momento e me ajudar, essas caixas estão pesadas.

Corri até ela envergonhada por ficar fora do ar de novo, aquilo acontecia toda hora agora, era irritante! Mas mesmo que por um segundo, sempre que fecha-se os olhos eu voltava pra ele, isso estava me assustando, parecia até doença.

Stefan

Fragmentado e quebrado. O homem sentado ao lado, que tamborilava a caneta na mesa, murmurava essas duas palavras tentando descobrir qual delas se encaixava melhor em sua, palavras-cruzadas, não era nenhuma delas. Mesmo assim não impediu que ela se impregna-se em meu cérebro flutuando em minha mente, se repetindo irritantemente, enquanto eu permanecia por horas sentado naquela mesa sozinho observando pessoas irem e saírem constantemente. Fiquei olhando aquele a revista amassada do homem, com a aquelas três palavras surgindo.

Quebrado e perdido. Era esse meu estado de espírito no momento. Depois da acusação de Damon, não pude evitar de sentir-me ainda mais solitário mesmo preocupado com ele, seu possível estado de loucura mental piorando. Eu não aguentei permanecer fazendo companhia a alguém que depois de todos esses anos ainda não me conhecia. Foi pensando nisso, nesta palavra e em seu sentido literal… Conhecer.

Apenas uma pessoa parecia conhecer-me realmente agora, apenas uma entre todas que conheci durante a vida, conseguia decifrar-me como livro aberto. Fechei os olhos por uma fração de segundos e podia ouvir o som de sua risada.

Vendo seu rosto iluminar-se enquanto tagarelávamos sobre coisas aleatórias como ir a New York um dia. Ela fazia planos animada, enquanto eu permanecia calado, apenas admirando as covinhas em sua bochecha o brilho de excitação crescendo em seus olhos azuis que me lembrava o oceano, que agora eram glaciais sempre que se esbarravam com os meus. Suspirei desanimado, lembrando o qual estúpido eu tinha sido. Damon tinha mesmo razão, Caroline não me odiava em tudo, ela tinha sentimentos por mim. E eu tinha ignorado eles, primeiro por minha obsessão em viver um conto de fadas com Elena e depois me auto-punindo por perder Damon.

Eu tinha a chance de um recomeço, uma chance única de ser feliz ao lado, dela. A bela garota de sorriso contagiante, altruísta e alegre que me conhecia melhor do que qualquer pessoa, tinha perdido ela por meu estado de covardia cronica. Levantei irritado comigo mesmo e decidir andar pela cidade me direcionando mesmo que inconscientemente para park que ela tanto gostava, aquele mesmo que ela se debruçava na sacada de meu antigo apartamento convidando-me para ir com ela um dia.

Resolvi caçar quando cheguei mesmo sabendo que as chances eram um tantos nulas, naquele park publico. Estava disperso demais para encontrar algum naquela manhã, mas minha dispersão e letargia sumiram instantaneamente quando quase esbarrei em Caroline na floresta. Ela caiu no chão, quando desviou de mim e ficou algum tempo resmungando consigo mesma antes de finalmente abrir os olhos. Mas uma vez, ela fora ríspida e fria comigo, e apesar de merecer aquela atitude, aquilo me destruía.

Mas a melhor coisa em Caroline Forbes era que ela não conseguia esconder o que sentia, pelo menos não de mim. Era fácil saber, por exemplo, quando ela estava, triste, feliz ou furiosa. Eu conhecia até mesmo o brilho que seus olhos tinham quando ela estava assim. Ela iniciou uma pequena discussão comigo por causa de um coelho velho. Ela tentava a todo custo ser ríspida, não me olhar diretamente.

Foi quando tive uma ideia estúpida, comecei uma corrida em busca do coelho, não para mim e sim para ela. Eu me esqueci o quanto Caroline era competitiva e esperta. Ela conseguiu pegá-lo, mas porque diminui o passo, ela ficou realmente furiosa comigo. Suas bochechas estavam rosadas, mas era de raiva. E por um momento, depois de tentar me defender, larguei o coelho, nossos olhos se encontraram, ela estava sorrindo. Involuntariamente sorri por isso. Ver ser sorriso depois de tanto tempo, percebendo o quando desejei aquilo. Quando ela ergueu a cabeça e encontrou novamente com meus olhos seu sorriso desvaneceu, ela parecia triste como nunca tinha visto antes, tive que controlar todos os impulsos do meu corpo que queria puxá-la para mim e aninhá-la, beijá-la até todo resquício de dor ou tristeza desaparecesse por completo.

Mas ela não me deu tempo para derrotar minha covardia, saiu andando apressada sem olhar para trás, eu queria correr até ela novamente. Mas tinha que ter paciência agora, tinha que lhe dar espaço para que ela me perdoa-se… Afinal eu tinha feito por merecer seu desprezo, ela precisa disso agora, distancia de mim… Espaço.

Nunca tive tanta dificuldade em aceitar um pedido dela, ou melhor uma ordem “fique longe, porque eu te odeio” era basicamente o que ela dizia com olhos, quase sempre quando se encontrava comigo. Menti as mãos no bolso chutando as pedras no chão, andando sem destino… Quem eu queria enganar? Eu seguiria ela novamente, mas dessa vez tomaria cuidado para que ela não descobrisse isso.

Matt

O relógio retangular na parede custava a se mover, o barulho irritante dele me deixava ainda mais ansioso para sair. Aby estava arrumando suas coisas, amarrando cabelo e sorrindo docemente para mim, que sorri de volta me apoie na mesa admirando-a. Mas ela se levantou se despedindo de todos. Mordi os lábios, frustrado por não poder beijá-la como queria mas tive que me conter, afinal quase ninguém sabia sobre nós e estávamos na delegacia nosso ambiente de trabalho, tinha que me lembrar constantemente disso para não cometer um deslize.

Caroline me ligou mais uma vez, me perguntando se viria para bendito show. Ela estava uma pilha de nervos desde que o Salvatore mais novo voltou, ela tentava contornar o assunto, mas sempre acabava falando dele e se irritando por isso. Peguei minhas coisas e sai quase voando dali. Druid Hills era uma cidade calma, calma até demais. Não que não houvesse ocorrências, como pequenos furtos ou brigas em bares vez ou outra que ele era quase sempre designado a resolver. Ele era grato pela calmaria, por ter achado uma cidade diferente da sua cidade natal… Pelo menos ele pensava assim, até que dois assassinatos começaram a se assemelhar muito com os de Mystic Falls.

Ele tinha certeza que fora um vampiro, mas não queria acreditar que Alaric, Elena ou Caroline tinham feito isso. Tinha até começado a crer que era Damon, mas ele voltara dias depois dos assassinatos então ele o tirou da lista de possível culpado.

Então ele se pegou debruçado contra sua mesa, desejando ter o belo dom da ignorância. Queria esquecer que sabia do mundo sobrenatural, acreditar como todos os outros que os dois assassinatos cruéis era resultado de alguma mente doentia qualquer, que ele logo colocaria atrás das grades, pagando por seus crimes. Ele desejava poder esquecer tudo o que sabia sobre vampiros, bruxas e lobisomens. Ele queria poder esquecer que sua irmã tinha padecido da mesma falta de sorte das duas moças há mais de oito anos.

Foi remoendo cicatrizes antigas que ele bateu seu ponto aliviado, correndo para casa para tomar banho rápido. Não resisti ao impulso de convidar Aby para o show no Dirty, mas ela negou o convide prontamente alegando estar cansada demais naquele dia, não consegui evitar a decepção na voz, mas fingi que estava tudo bem. Mesmo sem ânimo fui para lá, tinha prometido isso a Caroline e deus sabe que não era coisa fácil simplesmente dizer não a ela.

Resignado, ele cumprimentou-a, mas ela estava atarefada demais para dar-lhe muita atenção. Estava decidido a ir embora de fininho, quando notou alguém sentado solitário olhando fixamente para o bar, quase sem piscar.

— Está se escondendo de alguém Salvatore?

Stefan saltou assustado quando foi pego no ato olhando fixamente para Caroline, aquele tipo de olhar bobo e apaixonado. Não pude deixar de rir com a grande ironia que vida era. Todos nos sabíamos sobre eles, sobre os sentimentos que florescia entre os dois melhores amigos, os únicos que pareciam sempre alheio a eles era os dois. Quer dizer, Caroline tinha uma queda por ele desde do primeiro dia em que ele pisou em Mystic Falls, mas o mesmo a rejeitou por Elena, alimentando ainda mais a insegurança e complexo de inferioridade que ela nutria em relação a Elena.

Ironicamente ou não, foi por causa da duplicada de Elena que ela transformou-se em vampira, foi com ajuda de Stefan que ela amadureceu e tornou-se a mulher forte e altruísta que mantinha escondida de todos. Era no mínimo engraçado como a vida podia ser contraditória. Lá estava Stefan Salvatore olhando bobamente para Caroline Forbes, com os olhos brilhando com seus sentimentos estampado em sua testa. Suspirando, sentei-me ao seu lado, desejando ainda ter Bonnie ao meu lado para rir sobre tudo aquilo.

— Matt — ele deu meio sorriso nervoso, mas logo respirou aliviado por não ter sido pego por ela — Eu nem tinha…

— Me notado aqui, claro como notaria? Estava muito concentrado vigiando a Caroline.

— Eu não estou vigiando ela — mentiu ele, mas suspirou em desistência quando notou que eu ria — Okay Donavan, mas o termo não e vigiando…

— Eu sei… E stalkeando o nome disso agora — Stefan riu maneando a cabeça — Por que não vai até lá falar com ela?

— Por que ela não quer me ver… Ou falar comigo, ou respirar o mesmo ar que eu no presente momento e no futuro também — lamentou ele com uma carranca miserável olhando-a novamente.

— E o seu grande plano é esse? Ficar aqui, a espreita como serial killer vigiando-a para sempre? — inquiri curioso, rindo da expressão desconcertada de Stefan que parecia refletir qual deprimente aquela ideia soava.

— Eu não posso simplesmente ir até lá. Ela não vai me ouvir… Ela me odeia!

— Caroline não te odeia Stefan, você sabe disso — levantei-me decidindo ir embora e descansar, dei tapinha no ombro do alheio Stefan — Aproposito, aqui vai um conselho de um amigo… Quando ela diz que quer espaço e justamente o contrário. Afinal, você ficou dois anos fora não acha que é o suficiente?

(…)

Matt tinha razão, eu estava sendo ridículo. Tanto tempo enfurnado naquele quarto, horas e horas pensando nela, tentando me convencer de que não me importava se ela tinha alguém, se tinha seguido em frente sem mim. Afinal naquela maldita carta eu mandei seguir em frente. Lhe disse que naquele momento, não tinha espaço pra nada em minha vida, que tinha que me descobri sozinho. Porque tudo que conseguia sentir era um vazio enorme deixado por meu irmão e Lexi. Pedi para que ela me perdoa-se, mas uma vez disse aquela frase estúpida “sinto muito” eu não pude olhá-la nos olhos e lhe dizer adeus, pois eu sabia que não conseguiria.

 

Me lembrei de ficar parado em frente a seu criado-mudo, sem coragem de deixar a carta, olhando aquele porta-retratos com a foto de nossa formatura. Respirei fundo tentando reunir coragem, Matt me deu um sorriso de encorajamento, ele estava certo. Eu tinha deixado ela por quase quatro anos, mesmo vindo vez ou outra para vê-la em segredo, nunca me revelei.

Caroline estava linda aquela noite, seus cabelos soltos encaracolados, me fazia querer tocá-los, sentir aquele perfume novamente. Estava com uma camisa de uma banda, que nunca ouvi falar, mas nunca a tinha visto tão linda, ela sorria e dançava contidamente enquanto fazia drinques. Me sentei quase em frente a ela, ela não me notou, estava cantarolando a música pegando mais copos, sem se virar ela perguntou

— O que vai querer? quando ela se virou aquele lindo sorriso desapareceu automaticamente, sendo substituída por irritação, seus olhos me fuzilavam enquanto ela suspirava aborrecida

— O que me sugeri? inquiri, mais me arrependi com a sua expressão indignada.

— Deixa eu pensar ela colocou a mão no queixo, fingindo realmente pensar, depois cruzou os braços com queixo erguido e rosto enrubescido pela raiva — Quitão; uma bela dose de vergonha na cara? E no seu caso e de graça. ela sorriu raivosamente pra mim, estalei os lábios assentindo com cabeça

— Okay, então me dê uma dessa, mas um dry martini duplo, com duas azeitonas.

Caroline estreitou os olhos surpresa, mordeu o lábio tentando conter um palavrão, me amaldiçoei por irritá-la ainda mais, mas tomado por um excesso de coragem ou loucura momentânea, a provoquei. Mesmo sabendo que deveria me afastar ou pedir-lhe perdão de joelhos eu simplesmente não conseguia controlar a mim mesmo, que fosse ódio ou raiva eu precisava estar perto dela, precisava fazê-la falar comigo, mesmo que contra vontade.

Ela por sua vez apertou a garrafa entre as mãos, estava pronto no caso dela jogar a garrafa em mim. Ou invés disso ela fez o drinque, desviou de outro bartender e me serviu com sorriso forçado e olhos saltando de raiva.

— Pronto! Mas alguma coisa? bebi o drinque lentamente e neguei com a cabeça. Caroline parecia confusa agora, talvez espera-se que eu lhe implora-se perdão novamente. E era o que eu deveria fazer, mas resolvi fazer o contrário, usando psicologia reversa com garota que tinha estudado PTSD em uma semana para ajudar-me a curá-la, eu estava brincando com fogo com toda certeza.

— Care, viu o refil do barril de chope? uma moça com cabelo curto e piercing no nariz, repleta de tatuagens perguntou a ela impaciente

— Está ali, mas não precisa trocar eu já fiz isso.

Hummm quanta eficiência.

— Vou receber aumento por isso?

— Deixe me ver — a moça olhou para ao lado e parou seus olhos em mim, apontando para mim — Ei você?

— Eu?

— Sim, você mesmo como está sendo atendimento da moça aqui? ela apertou o ombro de Caroline O drinque está bom?

Caroline estava ainda mais corada, desviou os olhos do meu, parecendo correr dali, o que a fez soar ainda mais adorável.

— Esta ótimo disse sem tirar os olhos dela Ela com toda certeza merece um aumento. Caroline ficou ainda mais vermelha si é que era possível, ela mordeu o lábio tentando reprimir um pequeno sorriso, que não passou despercebido por sua colega que sorriu maliciosamente para mim. Ela veio até balcão se apoiando nele descontraidamente, com sobrancelha arqueada.

Você é ele! ela apontou para mim, franzi a testa confuso, enquanto Caroline tentava em vão puxá-la para longe de mim Você é o tão amigo misterioso, babaca, covarde, imbecil… listou ela com dedos, voltou se para Caroline com sorriso Esqueci mais outra coisa?

E eu acho que esse sou eu admiti humildemente

E ainda é modesto, sabe que ela falava tanto sobre você que sinto como se o conhecesse? ela riu levando uma cotovelada de Caroline

Emma, eu acho que você tem que anunciar o show agora Caroline a lembrou numa tentativa de mandá-la para longe

Okay chefia seu pedido e uma ordem ela bateu continência a Caroline e depois deu uma piscadela para mim Foi bom de conhecer….

Stefan me apresentei

— Okay Stefan, mas peço perdeu se não lembrar seu nome rapidamente, já que Caroline te deu muitos apelidos carinhosos e eu decorei quase todos ela riu e se encaminhou até o palco onde gritos e assobios ressoavam pelo salão, quando ela anunciou a banda com nome engraçado.

Me voltei para Caroline que mantinha seus olhos no palco assobiou com todos quando The Rattle-brained entrou no palco. Com roupas pretas e olhos pintados com lápis de olho. Ela me ignorou pelo resto da noite, mesmo assim ainda consegui roubar olhares dela.

Jeremy e sua namorada sentaram-se no balcão, namorada dele deu high five em Caroline que sorriu radiante

— Mandamos ver hoje hein, podemos organizar mas eventos assim

— De jeito nenhum — Jeremy retrucou com uma careta entediada — Isso foi um saco!

— Para de ser chato e claro que gostou — Caroline bagunçou o cabelo dele

— Hei não mexa no meu cabelo!

— Não mexa no meu cabelo — Caroline e a namorada dele imitaram Jeremy rindo dele depois. Jeremy fingiu ficar bravo mas acabou rindo, relaxado balançando a cabeça no ritmo da música, até que seus olhos se cruzaram com os meus, ele enrijeceu automaticamente

— Stefan, o que faz aqui? — inquiriu ele rispidamente

— Oi pra você Jeremy

— Não desconverse Salvatore, o que faz aqui?

— Jeremy por favor — Caroline tocou seu braço pedindo que ele para-se com os olhos

— Por favor o que, já o perdoou tão fácil Caroline?

— Eu… Não! gaguejou ela desviando os olhos do meu

— Pois se perdoou, eu não! Esqueceu que ele deixou você chorando e sofrendo esse tempo todo?

Caroline abaixou a cabeça entristecida antes de assentir para ele. E de repente toda minha autoconfiança se desfez, olhei para ela novamente e percebi o qual egoísta estava sendo, impondo minha presença querendo que ela me perdoa-se de qualquer maneira, mesmo ela não tendo motivo alguma para isso. Paguei pelo drinque, deixando uma gorjeta pra ela, antes de sair. Ela ergueu a cabeça em minha direção, de longe pode ouvir a namorada de Jeremy o repreendendo

— Pegou pesado

— Não peguei mesmo, ele merece isso e muito mais e você Caroline não seja idiota outra vez, estava quase o perdoando não é?

— Para de ser entrometido garoto Cody bateu na parte de trás da cabeça dele Não está vendo que ela está sofrendo?

— Sim, mas vai sofrer muito mais quando ele a deixar ou decepcioná-la de novo, e acredite em mim ele vai fazer isso. 

Dei um último olhar para Caroline que estava olhando pra mim, ela suspirou olhando para cima, voltando para um cliente que a desfiou a tomar tequila, ela tomou em só gole e sorriu, um sorriso que não alcançou seus olhos, sai miserável dali tendo plena certeza que culpa era minha.

 

 


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Notas finais do capítulo

Então gente longooooooooo né, deu preguiça em vocês? Espero que não muito rsrsr foi longo desse jeito pela demora em atualizar, nós próximos vou começar a agitar as coisas por Druid Hills, chega de drama agora começa os mistérios novamente e outras coisitas, mas já avisando que vai demorar um pouquinho porque estou estudando muito e depois vou viajar por uma semana ou duas então... Voltarei quando voltar, savvy?!
Xoxo inté outro dia ;)