Traiçoeiro escrita por Roses


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi queridos leitores, tenho certeza que tenho os mais lindos do Nyah. Um capítulo novo para vocês, espero que gostem.

Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/530268/chapter/6

Landon me puxou com força pelo braço, parecendo estar muito furioso. Não entendia por que ele estava furioso se quem havia sido cortada fui eu. Eu é que tinha que estar espumando de raiva.

–Garoto, o que você estava pensando? Sabe quantos homens já perderam a vida por causa disso? Pelo amor de tudo, nunca mais repita isso! Não quero ser responsável pela sua morte. Por que agora você não vai se retirar para descansar? Creio que não há mais nada pra você aqui encima.- Landon soltou meu braço,me empurrando em direção ao porão.- E limpe isso para não infeccionar. Jogue um pouco de rum.- me aconselhou antes de voltar para onde estava.

Desci as escadas bufando, segurando a vontade de poder gritar. Queria poder quebrar alguma coisa,eu quero muito quebrar alguma coisa.

Me sentei em minha rede e passei a mão novamente no corte em meu pescoço que latejou ao contato dos meus dedos. Peguei o punhal, ainda sujo com uns respingos do meu sangue, e cortei um pedaço de manga de minha camisa. Joguei um pouco de rum no pano e passei delicadamente sobre o corte que ardeu, me fazendo soltar um gemido.

–Maldição.- praguejei baixinho, ainda limpando o melhor que eu pude.

Quando achei que já estava limpo o suficiente, virem a garrafa de rum no local. Ótimo, ficaria fedendo a bebida alcoólica, afinal era exatamente isso que eu planeja desdo inicio.

Soltei uma risada sarcástica e me levantei,jogando a garrafa com tudo na parede, como se ela tivesse alguma culpa da idiota que eu sou.

Já deveria ser quase oito horas, o que significava que se eu quisesse deixar meu cabelo tomar um pouco de ar,esse seria o momento. Rapidamente puxei a touca da cabeça e senti o peso loiro caindo em minhas costas. Era como me sentir um pouco mais Emma, do que o “Garoto”,como estava sendo chamada ali. Passei os dedos lentamente pelos fios,os desembaraçando de olhos fechados. Estava uma maçaroca, por várias vezes meus dedos ficaram presos no emaranhado de nós que se formaram.

Então tudo ficou em silêncio. Parei, em alerta, escutando o nada, até que ouvi os passos vindo da escada. Os homens já estavam se retirando. Entrei em pânico,tudo o que eu menos precisava agora,era ser descoberta,ainda mais aqui embaixo. Se fosse no convés eu poderia pular antes de algum dos homens tentar tocar em mim. Preferiria morrer que ter aquelas mãos em meu corpo. Enrolei o cabelo com pressa e enfiei na touca,me deitando rapidamente e fingindo estar dormindo.

*****

E nesse ritmo a minha semana havia passado. Depois daquela noite,passei a ser cada vez mais cuidadosa. Arrumei uma cordinha bem longa,que desse para eu amarra em minha cintura e ainda assim sobrar um bom tanto para prender o punhal e que desse para eu usá-lo sem se ter que soltá-lo de mim. Nunca mais o esqueci em nenhum lugar do navio.

Também comecei a ser mais cuidadosa quando decidia falar. As vezes eu conversava baixinho,comigo mesma, só para ter certeza que minha voz ainda existia,foi um jeito para me manter sã. Então,logo depois que todos dormiam, eu subia até o convés e me sentava em um dos botes que eles tinham à bordo (não sabia que piratas se importavam com a segurança) e me lembrava do por que estava ali, dizia os nomes de todos que deixei para trás, em um prece para protegê-los e como se tentasse mandar uma mensagem para Graham ou Granny para saberem que eu estava... viva.

Porém, quando quebrei a garrafa naquela noite, sem perceber, havia soltado um grito. Descobri isso logo pela manhã,quando subi para o café da manhã (continuava ser aquela papa meia amarelada, e eu continuava a me recusar a comer aquilo), e os homens estavam assustados. Olhei questionadoramente para Landon, que prestativo como sempre tratou de me explicar:

“-Depois que você desceu, escutamos um grito agudo... feminino. E isso nunca é um bom sinal.

Continuei o olhando sem entender,ao mesmo tempo sentindo as palmas das minhas mãos suarem. Acho que a única pessoa capaz de soltar um grito agudo e feminino ali era eu.

–Mas era um grito raivoso.- falou Delalieu,chamando minha atenção.- Como se... se estivesse com raiva por não ser vista ou compreendida. Foi um grito sinistro.

–Alguns homens acharam que poderia ser sereias.- continuou Landon.

–Mas todos sabemos que as sereias cantam para atrair suas presas e não soltam gritos de raiva.- Ian completou ,ele tinha a expressão bem assustada.- Ainda digo que é o espírito de alguma mulher que perdeu o marido para o mar e saiu a sua procura, e acabou morrendo afogada.

–Deixe de ser idiota.- Delalieu bateu na cabeça do garoto que se encolheu.- É obvio que é um espírito raivoso de uma mulher,mas acho que ela embarcou neste navio conosco à procura do noivo que a abandonou no dia do casamento. Precisamos levá-la até ele para que ela faça sua vingança e possa descansar.

–Besteira.- o capitão surgiu de repente,atrás de nós. Rapidamente nos ajeitamos,mal tinha percebido que havia me inclinado na direção dos homens.- Não existe essa coisa se espírito vingativo, certo garoto?- perguntou olhando para mim,com um sorriso brincando em seus lábios.- Seja o que foi aquilo,acho que não voltará tão cedo,diferente de vocês que tem trabalho a fazer.”

E foi depois desse dia que aprendi a ser mais cuidadosa com a minha boca. Não dei mais motivos para que sentisse raiva e quisesse gritar.

Outra coisa foi que eu tive que racionar o meu consumo de água. Como me recusava a comer a comida servida,tratava de encher minha barriga de água,mas os homens começaram a perceber o sumiço dela e logo já estavam discutindo e um jogando a culpa para o outro. Sendo assim,tratei de conseguir me esgueirar para a cozinha ou a cabine do capitão para conseguir comida. Na cozinha era mais fácil de entrar,já que o cirurgião ficava no convés até a hora de voltar para preparar a próxima refeição. Mas lá não se achava muita coisa comestível, alguns biscoitos duros,ou folhas de hortelã que eu mastigava para inibir a fome, nada que realmente sustentasse.

Porém na cabine do capitão a história já era bem diferente. Ele tinha frutas,e algumas carnes,que se não consumisse logo provavelmente estragaria. Então eu tratava de ajudá-lo a consumir. Naquela semana havia conseguido entrar umas duas vezes e tinha pego uma maçã e um pedaço de carne que lembrava frango. Escondia na calça,enrolado em um pano que peguei na cabine e saia o mais rápido possível.

Tentei entrar uma terceira vez,contudo ele me pegou tentando descer e nesse momento olhei para a parede,com o punhal em mãos e comecei a raspar,como se estivesse fazendo isso antes dele aparecer. O olhei com a maior naturalidade que pude,ignorando o negocio estranho que minha barriga fazia sempre que ele me olhava ou chegava perto, e inclinei a cabeça levemente,como os homens faziam quando o capitão passava por eles. Gancho, era assim que eu o estava chamando,desde que não fazia a menor ideia de qual seria seu nome,me olhou desconfiado mas não disse nada, indo em direção à a sua cabine e fechando a porta.

Se me perguntarem como é a cabine do capitão, eu não saberia explicar. Entrei duas vezes,mas nessas duas vezes localizei a comida o mais rápido possível e sai. Eu sabia que havia uma cama,com aparência muito confortável,não era muito grande nem muito pequena. Uma mesa e as paredes eram de tons claros. E isso é tudo que me lembro. E sei que o que mais me chamou a atenção foram os tons claros nas paredes,porque imaginava de um jeito totalmente diferente.

No momento eu estava ajoelhada, esfregando o chão do convés, essa era a atividade que eu menos gostava de fazer,meus braços pareciam que iriam descolar do corpo a qualquer momento.

–Por que você não tira essa touca por um momento?- Delalieu que estava sentado,só olhando,ao invés de estar ajudando a limpar perguntou. Eu o encarei por um segundo,sentindo uma gota de suor descer pelo meu rosto. Balancei a cabeça em negativa, passei o braço para secar a testa.- Isso já deve estar fedendo.- constatou torcendo o nariz.

Parei de limpar, sentando nos meus pés e o encarando. Ele realmente queria falar sobre mal cheiro? Sim, eu sabia que estava fedendo,meu cabelo estava uma nojeira,eu estava imunda, mas era como todo mundo estava ali, com exceção do Gancho,ele sempre estava limpo e trocava de roupas quase sempre. Mas não se falava isso para outra pessoa. Como ele se sentiria se eu dissesse que parecia que havia um cadáver em estado avançado de putrefação em sua boca e que eu tinha que prender a respiração toda vez que ele chegava perto de mim para conversar? Ou que o cheiro de bebida e vômito que inalava dele era capaz de ser confundido com o cheiro de um chiqueiro de porco?

Eu achava isso mas não compartilhava meus pensamentos, não só porque não podia falar mas porque não era educado dizer coisas desses tipos.

Delalieu riu da minha cara de indignação. Eu revirei os olhos e voltei a esfregar.

E tudo o que eu posso dizer é que aconteceu rápido demais.

Meu coração parou e voltou a bater rapidamente,porém minha respiração ficou presa em minha garganta. E meus olhos fixos.

Em minha touca.

Na mão de Ian que me olhava chocado.

–Você é uma mulher?- ele sussurrou incrédulo. Revirei os olhos,foi mais forte que tudo.

Então meu cérebro voltou a funcionar. Me coloquei em pé rapidamente,respirando rápido e olhando para todos os lados. Delalieu estava com aquela boca fétida dele aberta em surpresa,olhos arregalado.

–MULHER À BORDO.- ouvi alguém gritando, tentei procurar quem tinha dado o alarde mas os marujos já estavam todos, correndo e formando um semi circulo a minha volta.

–Mas que porra é essa?- Landon falou ao abrir caminho e parar de frente para mim.

–Não se aproximem.- falei,com a voz trêmula,puxando o punhal e apontando para todos.- Não cheguem perto ou eu juro que vou quebrar o nariz de vocês ou o que eu conseguir fazer.- ameacei,dando passos vacilantes para trás.

Olhei novamente em volta,procurando algo que eu pudesse jogar neles para ganhar tempo e saltar para o mar.

–Alguém decidiu ser bondoso conosco e nós mandou um presente. Não preocupe docinho, não vamos te machucar.- um dos marujos que eu não lembrava o nome falou,se aproximando com um sorriso malicioso nos lábios que fez meu estômago se retrair ao imaginar os pensamentos que ele estava tendo.

–NÃO SE APROXIMEM!- gritei com toda força, o pânico tomando conta de mim e eu ainda não havia achado nada para que eu pudesse jogar neles.

Olhei para trás, estava distante do parapeito do navio, não conseguiria chegar lá a tempo. Eu poderia sair esperneando e descendo a porrada,expressão que ouvi uma vez Graham dizer seja lá o que isso signifique. Eles poderiam me pegar mas não iria ser pega sem lutar.

Então contrariando o que eu estava dizendo os homens começaram a se aproximar. Menos Ian, Delalieu e Landon, que continuaram parado,apenas assistindo. Senti meus olhos ardendo, não queria chorar, não podia. Tinha que me manter forte.

–Passamos muito tempo no mar, é bom ter uma diversãozinha de vez em quando.- um velho,com alguns dentes faltando na boca falou,colocando a língua de fora e rindo.

Nesse momento não pensei,apenas agi, deixando meu corpo entrar em controle. Eu era uma negação na luta, mas meu corpo estava ativado no modo defesa, sendo assim alguma coisa ele saberia fazer.

Chutei o velho que já estava próximo que caiu no chão segurando o tornozelo.

–Ai meu Deus, me desculpe.- pedi ao ver ele gemendo e me virei ao sentir alguém se aproximando e enfiei o punhal no braço do homem.- Desculpe- pedi novamente. Agora por que diabos eu estava me desculpando não sabia.

Contudo, mesmo enfiando o punhal ,desferindo chutes e tentando correr não consegui escapar. Ao correr tropecei na corda e cai com tudo de cara no chão. Alguém segurou minha perna e me puxou. Logo já havia um homem, Ramirez, encima de mim,me prendendo ao chão.

–Não precisa lutar docinho. Prometo que serei gentil com você.- sussurrou no meu ouvido. Comecei a me debater.- Shhh, vai acabar logo.- falou com a voz gentil, acariciando meu rosto com sua mão imundo. Virei o rosto e lhe dei uma mordida, senti o gosto de sangue em minha boca.- Sua vadia!- espumou de raiva e eu senti um calor acertando meu rosto com força e então de novo do outro lado. Ardia,muito e eu não pude mais conter as lagrimas. Era o meu fim.

–Ramirez, para.- pude ouvir alguém pedindo quando ele desceu a mão novamente em meu rosto.- Pare, ela é uma garota não deve ser tratada dessa maneira.- era Landon, ele estava me protegendo mesmo eu tendo mentido para ele.

–O caralho!- esbravejou Ramirez parando de me bater.- Ela veio aqui, já estava procurando por isso.

Nesse momento tudo o que eu queria era que acabassem logo com tudo. Eu já sabia que isso iria acontecer, então que fosse rápida. Já me sentia suja o bastante por tudo que fizeram até aquele momento. Fiz uma pequena prece, pedindo perdão e que Ele soubesse que tudo o que eu fiz foi na melhor das intenções.

Permiti que na minha mente me desse uma imagem que me acalmava,como um último pensamento feliz, que era o sonho com aquele casal, talvez agora eu os conhecesse. Talvez eles fossem anjos e estavam me avisando.

Senti novamente a mão de Ramirez descendo em meu rosto.

E então... nada.

Ele simplesmente parou de desferir tapas em meu rosto.

Talvez tivesse se cansando de tentar desfigurar meu rosto e decidisse fazer o que estava pretendendo. E os outros homens apenas ficariam olhando, sem me ajudar, ignorando meus gritos de dor. Se bem que irei me recusar a mostrar para esse homem que ele consegue me causar dor. Ficaria quieta,como minha última tentativa de luta e então me atiraria ao mar ou me mataria de alguma forma.

Mas nada aconteceu.

E tudo ficou em um silêncio mortal.

Abri os olhos lentamente e encontrei o capitão ali, parado, o rosto congelado em uma carranca,seu maxilar trincado.

–O que pensa que está fazendo,marujo?- perguntou com a voz dura e cortante.

–E...eu... eu- Ramirez gaguejou se levantando,saindo de cima de mim.

–Você não sabe qual a regra deste navio?- questionou novamente, eu pude sentir a raiva querendo escapar de seus lábios,por mais que tentasse se controlar.

–Mas,senhor ela é uma mulher!- respondeu Ramirez como se isso fosse o suficiente para explicar o que ele estava fazendo.

–Sim, eu estou vendo marujo. O que quero saber é: o que você pensa que estava querendo fazer?- indagou com a voz mais alta.

–Me divertindo,senhor.- respondeu com sinceridade, baixando a cabeça. Quando ele disse isso,um tremor percorreu meu corpo e me arrastei,tentando me sentar.

–Se divertindo.- concordou Gancho com a cabeça,começando a andar de um lado para o outro.- Contra a vontade da senhorita?- Ramirez baixou a cabeça,não respondendo nada.- QUAL A REGRA, MARUJO?- Gancho gritou a pergunta.

–Nenhuma mulher à bordo deve sofrer qualquer tipo de abuso, tanto físico ou moral.- Ramirez respondeu em um fio de voz.

–E qual o castigo?- sussurrou com a voz fria.

Ramirez o olhou de olhos arregalados.

–Não, senhor...

–Ahn ahn.- Gancho o calou.- Regras são regras. Você será abandonado na próxima ilha que encontrarmos... apenas com uma arma com uma bala. Mas até encontramos a ilha, você ficara preso no poste, sem direito a água ou comida. Estamos entendidos?

–Mas Capitão...

–ESTAMOS ENTENDIDOS, MARUJO?

–Si...sim.- concordou Ramirez e eu senti uma certa sensação de alivio ao saber que ele seria punido.

–Alguém tem mais alguma coisa para dizer?- Gancho perguntou se virando para a tripulação.

–E quanto a garota?

Gancho olhou para mim. Senti vergonha do olhar que ele me deu e o desviei.

–O que tem ela?- questionou com desdém.

–Traz azar ter uma mulher à bordo, capitão.- murmurou Delalieu.

Gancho deu uma risada sem humor.

–Vocês precisam para de ser tão supersticiosos. A garota fica. Se ela teve coragem o suficiente para mentir com intenção de fazer parte da tripulação, então ela não será renegada. Como todos aqui, ela deve ter um bom motivo. Talvez um motivo muito nobre.

–Capitão, peço desculpas por não ter percebido a farsa.- Landon se apresentou, de cabeça baixa. Me senti mal, será que ele seria punido? Não, eu impediria se Gancho quisesse puni-lo.

–Você realmente é um idiota. Qualquer um perceberia que era uma garota.—respondeu com um sorriso de tirar o fôlego... se eu já não estivesse sem ele.- Prendam-no.- ordenou apontando para Ramirez.- E quando a senhorita, venha comigo.- pediu.

Engoli em seco e me levantei com dificuldade. Minhas pernas ainda tremiam e pequenos soluços ainda escapavam da minha boca, meu rosto ainda ardia e posso jurar que estava com um pouco de dificuldade para enxergar.

O segui meio desconfiada.

–Desça.- ordenou ao parar na entrada que dava para sua cabine.

Continuei parada no mesmo lugar.

–Você deve achar que eu sou muito burra para descer antes de você.- cuspi, querendo manter a pose de forte.

Gancho deu um sorriso irônico.

–Meu amor, seu eu quisesse te fazer algum mal,teria deixado Ramirez fazer o trabalho. Ele gosta de algo forçado... Já eu, sou do tipo que as mulheres imploram para ir para cama.- murmurou em um tom sedutor.

–Argh.- bufei cruzando os braços.- Você primeiro.- indiquei.

Ele deu de ombro.

–Uma ótima desculpa para observar minha linda bunda.- comentou divertido enquanto descia a escada. Revirei os olhos e comecei a descer. Gancho me ajudou,percebendo que não estava firme em minhas pernas.

–Obrigada.- agradeci. Não apenas por ter me ajudado a descer mas também por ter me salvado.

Ele me olhou,com aqueles olhos lindos e que não me importaria nem um pouco de ficar ali,só os encarando, com confusão.

–De nada.

–Digo, por ter me salvado lá fora.- expliquei.- Obrigada, acho que estou em divida com você.

–Não foi nada. Não sou um monstro como todos pensam.- falou, indo em direção a uma caixinha.- Sente- se.- ordenou apontando para a cama.

–Estou bem, obrigada. Só quero saber o que você vai fazer agora... em relação a mim.

Gancho fez um bico.

–Posso pensar em alguma coisa.

O olhei de forma cética.

–Estou falando sério.

–Eu também.- me respondeu,sério vindo em minha direção.- Agora se sente e fiquei quieta.

Gancho me empurrou para a cama e com um pano começou a limpar meu rosto. Corri meus olhos pela cabine. Estantes com livros, um baú, a mesa com mapas e livros abertos. Tudo muito arrumado para um pirata.

–Você sabe que roubou meu colar, não sabe?- indaguei quando o silêncio já estava me deixando louca. Estava me sentindo segura ali com ele,como se nada pudesse me acontecer de mal. E ter esse tipo de sentimento era ruim, muito ruim, afinal não se pode confiar em um pirata.

Para minha surpresa, Gancho riu.

–E você decidiu entrar nessa viagem suicida por causa de um colar?- perguntou incrédulo.

–Não.- respondi firme.- Estou aqui porque preciso encontrar minha mãe.- expliquei.- E acho que preciso de sua ajuda.- falei o encarando. Azul no verde.

Ele continuou a limpar meu rosto em silêncio e então assentiu, estudando meu rosto com cuidado.

–Do que você irá precisar?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, é isso. Espero que tenham gostado do capítulo. O que será que esses dois vão aprontar agora?

Se gostaram,deixem um comentáriozinho, acho que não mata ninguém( até hoje não fiquei sabendo de ninguém que morreu por comentar.), ajuda muito a saber como esta a aceitação da história e se devo mudar alguma coisa. Também aceito sugestões, sou bem aberta quanto a isso.

Acho que é isso.

See ya!