Traiçoeiro escrita por Roses


Capítulo 37
Capítulo 37


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, como passaram a semana? Então finalmente aqui estou com o capítulo novo, que eu realmente espero que gostem porque teremos um narrador diferente para contá-lo. Eu fiquei bem em duvida se postava esse ou mantinha a Emma contando, mas depois dos comentários de vocês, achei que ele merecia uma chance, então espero que gostem.

E ai céus! Essa semana Traiçoeiro recebeu mais duas recomendações e eu só tenho a agradecer a Roberta Santos e a Dafny Augusta. Muito, muito obrigada de todo o coração por acharem que meu trabalho (e eu) merecemos palavras tão queridas como as que vocês usaram. Vocês duas deram-me um presentes incríveis. Espero que gostem do capítulo.

Boa leitura.



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                Killian

Eu estava sentado observando Emma dormir. Havia respeitado o pedido dela de dormir sozinha por mais que a vontade de me juntar a ela fosse grande. Eu queria mantê-la perto de mim o máximo possível, ainda mais depois da última carta que havia chegado.

Tive sorte que Swan decidira se afastar, caso contrario, ela teria descoberto e tudo o que eu menos queria naquele momento era que descobrisse sobre o conteúdo do baú. Nós estávamos tão bem, que tinha medo que acabasse. Ela estava me retribuindo e me dando amor.

E os céus sabiam como eu gostava do amor que Swan me dava. Era o melhor presente que eu poderia ter recebido.

Ser amado por ela.

Emma resmungou alguma coisa e se enrolou ainda mais no cobertor, como se fosse uma criança e eu sorri com isso.

Minha garota/mulher.

Uma batida de leve me fez desviar os olhos da cama e eu me levantei indo em direção à porta. Landon estava do outro lado e internamente eu bufei. Isso só podia significar que estavam precisando de mim no convés.

—O acordei? – quis saber.

Fiz que não com a cabeça, fechando a porta para que os barulhos externos não atrapalhassem o sono de Emma.

—Eu estava observando Swan dormir.

Landon abriu um sorriso contente.

—Ela o pegou de jeito, não?

—Sem dúvida. – suspirei de contentamento. – Qual o problema?

—Ah claro. Venha aqui por um momento.

Acompanhei Landon ao convés e assim que pisei no tombadilho superior pude identificar o problema. Um dos mastros começara a quebrar e estava escorado no outro, enroscando as velas.

Se continuasse assim não navegaríamos mais.

—Tentamos o reparo, contudo não adiantou, nosso material está escasso. – informou.

Observei os homens que se arriscavam na tentativa de salvar o mastro. Se eles não descessem de lá, logo quebrariam o pescoço com a queda. Ou esmagados.

—Não adianta reparo. Está perdido. Corte aquela parte. – apontei para o topo do mastro. – Assim como essas duas velas. Continuaremos navegando com a vela da proa e essas duas. – indiquei. – E Deus queira que não peguemos uma tempestade no meio do caminho, caso contrário, estaremos mortos. – murmurei, cruzando os braços.

Landon assentiu e logo já estava passando as instruções para os marujos que começaram com o trabalho de remover a parte estragada do mastro assim como das velas. Quando uma das cordas foi cortada, acompanhei o grande pano encardido dançar no ar até cair no mar.

Meu contramestre voltou para o meu lado, assistindo os homens trabalharem. Não era tolo e sabia que estavam cansados, e assim que estivéssemos em terra iria garantir que fossem recompensados.

Afinal, aqueles poucos homens que ficaram foram os únicos que não se viraram contra mim quando informei que não existia mais trabalho, que não entregaríamos Swan.

Eles eram os únicos que a respeitavam e a aceitaram como senhora do Jolly Roger mesmo que isso significasse não receberem mais a quantia prometida no começo.

Graças a eles eu estava com minha casa e com a possibilidade de ficar com a mulher que eu amava.

—O que dizia a carta, Killian? - Landon indagou finalmente.

Respirei fundo sem olhá-lo.

—Me dá as congratulações pelo trabalho e diz que já é hora de terminar, entre outras coisas que me fizeram sentir como um lixo, Landon. Senti nojo de mim quando abri aquela carta, quando reli tudo desde o começo.

—Quando irá contar para Emma?

Fiquei admirando Baelfire dando machadadas no mastro.

—Algum dia, não ainda. Nós estamos bem Landon, contar isso agora irá acabar com tudo.

—E quando será esse dia, Killian? - questionou. - Você não acha que se contar agora ou no futuro irá deixar Emma magoada do mesmo jeito?

Virei-me para ele sorrindo.

—Ela irá ficar magoada, eu sei disso. Por isso deixarei para contar depois, quando estivermos ótimos.

Landon escrutinou meu rosto com desconfiança.

—O que você está aprontando, Killian?

Comprimi os lábios sentindo meu peito inflar. Isso sempre acontecia quando eu repassava a ideia e foi assim que tive certeza que era o que eu queria de verdade.

—Irei pedi-la em casamento, Landon. - confessei recebendo uma expressão atônita de meu amigo. - Quero fazê-la minha da forma certa e quero que seja uma surpresa. Imagine como Swan vai ficar feliz quando eu fazer o pedido? Ela quer casamento e me ama também. Emma pensa que eu abomino essa ideia, vai ser algo que eu nunca vou querer esquecer quando as palavras saírem de minha boca.

—E você quer casamento ou está fazendo isso apenas para mantê-la aqui?

—Sei que parece loucura, mas com Emma essa ideia parece certa. E eu a amo, Landon. Vocês terão uma nova senhora e eu também.

—Meu Deus... Nunca achei que iria sobreviver pra ver o dia que você ia querer se casar. Quando irá fazer o pedido?

—Quando atracarmos em Nova Inglaterra. Preciso comprar um anel para ela e então pedirei para prepararem um jantar no quarto da estalagem. Farei o pedido e finalmente irei dizer o que sinto.

Landon começou a rir e me abraçou, batendo em minhas costas.

—Então irá contar para Emma do conteúdo do baú depois de casados?

—Exatamente... Isso vai provar que tudo mudou e já que estaremos casados, felizes, nem terá muito impacto.

—Mas você acha que Emma irá querer ficar vivendo no mar? Ela já deixou claro que não gosta desse ambiente.

Anuí com a cabeça.

—Swan é uma pirata de verdade, Landon, mas eu não quero que ela fique neste ambiente. Comprarei uma casa para nós dois. Ficamos um tempo no mar e um tempo em terra... E quando Emma e eu estivermos em terra, meu amigo, você será o capitão desse navio, então melhor cuidar bem dele.

—Céus! Você já pensou em tudo. Desde quando tem isso em sua mente, Killian?

—Na noite que fomos descobertos e eu achei que Emma iria voltar com Graham. Aquilo me machucou Landon, vê-la nos braços dele. E pensei “ela irá escolhê-lo porque ele dará tudo o que Swan mais sonha”. Então Emma veio comigo e eu percebi que poderia fazer alguns sacrifícios por ela já que estava fazendo por mim. – contei. – Mas quando comecei a pensar mesmo na ideia, percebi que não seria sacrifício nenhum casar com ela e que de alguma maneira, bem lá no fundo eu queria isso.

—Eu espero que ela aceite filho.

—Eu também, Landon... Isso é tão estranho, já tive outras mulheres a bordo, entretanto nenhuma causou isso que Emma causou em mim. Você acredita que nós dois realmente estávamos destinados um para o outro?

Landon deu de ombros.

—Acredito que sim, filho. Isso acontece às vezes na vida... Se quiser voltar para a cabine pode ir. Não precisamos mais de você aqui. – ele apertou meu ombro e voltou a rir. – Desculpe, apenas não acredito Killian que queira realmente se casar.

—Eu sei, eu sei... Vamos rir muito disso ainda. Já que não precisam mais de mim, voltarei para a cabine.

Landon assentiu, descendo para o convés e eu voltei rapidamente para a cabine, pensando que eu deveria olhar o ferimento da bala que estava demorando mais que o normal para cicatrizar.

Encontrei-a em pé de costas para mim, e parei um minuto a admirando em meu camisão de dormir, as pernas nuas, os dedos dos pés inquietos, os cabelos bagunçados.

Sorri diante da imagem, pensando que ela ficava linda usando apenas meu camisão. Talvez eu não comprasse camisolas novas para ela, não se isso significasse que usaria- o todas as noites.

Até que percebi seus ombros tensos e me lembrei do que havia deixado sobre a mesa.

O baú que viera escondendo dela todo aquele tempo.

Havia esquecido, de guardar o maldito baú. Reli as cartas, e o deixei ali, aberto para ajudar.

—Emma? - a chamei com cautela, tentando controlar minha respiração para não soar desesperado. - Emma, se afaste dessa mesa meu amor, por favor. - pedi, sem conseguir me mexer.

Eu era otimista demais em pensar que ela não teria lido?

Ela se virou lentamente para mim, sem parecer respirar, uma das cartas na mão e o adiantamento na outra.

Era como se eu tivesse levado um soco ao ver a acusação e compreensão em seus olhos.

—Ah não, Emma. - soltei em um lamento, conseguindo me mover, querendo pegá-la em meus braços. Ansiando para que ela esquecesse o que tinha lido e apenas me retribuísse, me beijando, dizendo que entendia e estava tudo bem.

—O que significa isso? – indagou com a voz controlada – Eu sou um trabalho? Eu fui manipulada para entrar aqui? Eu tenho vivido mais uma mentira?- suas palavras saíram incertas e percebi que seus olhos estavam brilhantes pelas lágrimas contidas.

Sua última pergunta doeu mais do que eu poderia colocar em palavras. Meu Deus, não! Nada era mentira do que eu sentia por ela. Nada. Cada beijo, abraço e carinho que trocávamos era tão real que eu vivia para recebê-los.

E a ouvi-la perguntando se tinha vivido mais uma mentira fez eu me sentir péssimo, porque não podia culpá-la por pensar isso.

Neguei freneticamente com a cabeça, querendo que ela percebesse. Emma era perceptiva. Tinha que funcionar.

—Não minta mais para mim!- berrou jogando o saco de moeda aos meus pés que se abriu e espalhou pelo chão, fazendo eu me encolher com sua reação. – Se eu não sou um maldito trabalho me explique o que é isso?

—Amor... - comecei, fechando a porta.

—Eu acreditei em você. Achei que era uma boa pessoa, achei que se importasse pelo menos um pouco comigo. Quando na verdade eu não passo de uma mercadoria em seu navio esperando seu momento de ser descarregada. - concluiu com amargura, secando as lagrimas com as costas das mãos.

—Emma você está enganada. - declarei, pensando que seria mais difícil do que eu teria imaginado.

Pensando em como fui descuidado em deixar aquele maldito baú ali.

Como tudo estava desmoronando e que se eu não desse um jeito logo eu a perderia.

—Eu posso ser ingênua, senhor, mas lhe garanto que não sou burra. Ou talvez eu seja por ter confiado em você, mesmo que meu instinto gritava que eu não deveria.

Céus, eu odiava quando ela me chamava de “senhor”. Era tão formal e dava a entender que éramos desconhecidos.

Cocei minha testa lembrando-me das palavras de vovó.

Você deve saber que uma hora a verdade aparece de alguma forma, Killian. Emma irá descobrir e se não for pela sua boca, será por conta própria. E você não irá gostar de como as coisas irão se desenrolar.

—Você deveria estar dormindo, fada. – foi tudo o que consegui dizer naquele momento.

Swan deu uma risada sarcástica.

—Pessoas costumar despertar no meio da noite, senhor.

Dei mais um passo, erguendo o braço em sua direção, o olhar fixo em seu rosto.

—Você não deveria ter descoberto dessa forma, Emma. – falei com toda sinceridade.

—E como eu deveria ter descoberto? Quando o senhor estivesse me entregando e recendo seu pagamento? – instigou com a voz estridente.

Neguei com a cabeça.

—Eu não vou entregá-la, meu amor. Não me importo com pagamento nenhum.

“Por favor, acredite em mim”.

—Por que não? Afinal eu sou fútil em demasia. Possuo uma ignorância de dar pena, mas de certa forma engraçada. - soltou um riso seco. - Sou uma garota intrometida e irritante, que constantemente você sente vontade de enfiar o gancho na garganta para ver se cala a boca.

Senti vontade de chorar ao ouvi-la citar as palavras que eu havia escrito tanto tempo atrás.

—Isso que você leu… Não é verdade, Emma. Eu não a conhecia nessa época. O homem que escreveu isso, não é mais o mesmo. Eu agora sei a mulher incrível que você é, e que de fútil não tem nada. O quanto você é inteligente e esperta. O quanto é especial. E eu adoro poder conversar com minha Swan o tempo todo, poder responder todas suas perguntas.

—Então agora você talvez saiba o porquê de terem solicitado o seu trabalho. Que ótimo que eu consegui convencê-lo que há um bom motivo para alguém lhe contratar para me tirar de casa. - comentou com sarcasmo.

—Não fale desse jeito, por favor. - pedi. - Vamos conversar e resolver isso. Contarei o que quiser. Tenho certeza que quando me ouvir vai perceber que estou falando a verdade.

—A questão é que eu não consigo mais confiar em suas mentiras, e muito menos nas verdades. O senhor chegou a mentir para mim, olhando-me nos olhos, jurando que era verdade.

—Killian. Me chame de Killian… Emma, tudo o que eu disse para você sempre foi verdade e quando menti você conseguia identificar. Por favor, fada, não desista de nós.

—Não há “nós”. Nunca existiu, senhor.

—Isso não é verdade. Até hoje a tarde ainda existia nós. Você era minha senhora. É minha senhora. Tudo o que passamos juntos, as noites que dividimos a cama...

Emma se virou de costas, soltando a carta e apertando a lateral da mesa com as duas mãos, abaixando o rosto e soltando um som doloroso, fungando, tentando segurar as lágrimas.

Em um impulso de tentar confortá-la, abracei-a, sentindo meu coração se contrair ao perceber seu corpo tremendo e seus braços tentando se livrar de mim, me empurrando. Apertei-a com mais forças, deixando-a imobilizada.

—Emma, meu amor, me deixe explicar. Eu sei o que parece, mas, por favor, acredite em mim que não é nada disso. Por favor, fada, não chore. - supliquei, depositando um beijo em seu ombro, então passando para a curva de seu pescoço que eu tanto gostava, subindo para seu maxilar e por fim enfiando o nariz em seus cabelos, dando um beijo em sua cabeça.

Swan ficou imóvel em meus braços, a respiração rápida. Continuei murmurando pedido de desculpas, a apertando, tentando transmitir tudo o que eu sentia dentro de mim. Que ela sentisse que nada era mentira e que o que havia lido não significava mais nada.

—Não é preciso fingir mais senhor. - ela voltou a falar, a voz branda. - Espero que eu tenha sido um bom divertimento para você. - murmurou, empurrando meus braços para longe dela.

Engoli em seco com suas palavras, me sentindo horrível.

Ela não conseguia ver o que eu sentia. Ou não queria ver.

—Eu não estou fingindo, Emma. Eu nunca a usei como um divertimento. Nunca, está me ouvindo? Você precisa acreditar em mim. - implorei em um sussurro urgente, sem saber como iria fazê-la ver a verdade.

Uma risada de descrença escapou de seus lábios sempre doces.

—Amor. - a virei para mim, recebendo um olhar frio daqueles olhos verdes que costumavam ser tão calorosos. Segurei seu braço com o gancho e quando tentei tocar seu rosto, Emma se esquivou. Prendi meus dedos em sua nuca encostando meus lábios nos dela, que permaneceram imóveis.  Separei-me dela, estudando seu rosto impassível. Beijei-a novamente, tentando passar a língua por seus lábios, querendo sentir seu sabor, mas ela continuou sem se movimentar. Seus lábios não deveriam ficar parados. - Isso. - apontei para as cartas. - Não valem mais nada. Nada, Swan. Eu não quero e não irei terminar esse trabalho.

—O senhor quer que eu realmente acredite nisto? - indagou.

—Eu preciso que acredite Emma. As coisas mudaram. Eu não sou mais o homem que eu era quando comecei isso. Você sabe disso. - pontuei fitando seus olhos. - Por favor, não chore, eu não suporto vê-la chorando. - passei o polegar embaixo de seus olhos, o substituindo por meus lábios, beijando seu rosto suavemente, sentindo as lágrimas salgadas.

—Quem o contratou? - exigiu desviando o rosto.

—Eu não sei amor. Eu apenas recebi a proposta através de um intermediário. O pagamento era bom demais para ser verdade, e eu aceitei. Aceitei sem saber quem me contratou, a única forma como me comunico é essa. E é uma via de mão única, apenas recebo as cartas. Mas então as coisas mudaram Swan. Mudaram porque eu conheci você de verdade. Sabe disso, não sabe?– ri sem graça. – Eu irei esquecer isso, assim como quero que você esqueça. Irei esquecer que foi por esse motivo que você veio parar em meu navio e passar acreditar que é apenas uma mulher que pediu ajuda para fugir. Que eu aceitei ajudar e agora... – engoli em seco. – E agora é minha. – decretei em um sussurro rouco. Voltei a segurar sua mão e a guiei até estar sobre o meu coração. Eu estava tão perto que sentia o calor de seu corpo se infiltrando pelas minhas roupas. – Você é capaz de fazer isso, Swan?

Ela negou com a cabeça, puxando sua mão com força até que eu a libertasse.

—Eu não consigo esquecer tão rápido, senhor.

—Emma olhe para mim. – procurei seus olhos com agonia, fazendo-a fitar os meus. – Tudo o que nós dois vivemos foi e é verdadeiro. Começou desse jeito, mas eu fui cativado. Aprendi a confiar em você e a gostar de sua companhia mais do que deveria. Depois de um tempo eu simplesmente quis me esquecer dessas malditas cartas, e apenas viver como estávamos. Depois que eu a conheci de verdade não quis que nada nos atrapalhasse. Eu quero só viver um dia de cada vez com a tranquilidade que estamos vivendo. Emma… eu… gosto da forma que estamos. Gosto da minha vida desse jeito e esse foi o único motivo pelo qual escondi isso de você. Lembra-se do que eu lhe disse? Que… Que eu sou… Sou grato por tê-la em… Em minha vida. - sorri nervoso para ela. - Que você ajuda… Ajuda-me. Pedi para ter sempre isso em mente. Você me prometeu que não iria… Não iria esquecer.

Ela fungou limpando o nariz e me empurrou. Dessa vez me deixei ser, afastado a observando andar a passos lento, para o lado oposto, antes de se voltar para mim, os olhos duros.

—Vamos supor que... Eu acredite no senhor e fale que está tudo bem, por que afinal, somos amigos, certo? – começou. – Isso quer dizer que se, por um acaso, eu não tivesse me aproximado e oferecido minha amizade, o deixado se aproximar, como deixei… Iria me entregar? Eu seria ainda apenas um trabalho? – instigou.

Decidi que era o momento que eu deveria ser sincero em todas, as resposta para que Swan percebesse, mesmo que elas fossem difíceis de colocar para fora.

—Sim. Se eu não tivesse a conhecido como conheci, me aproximado até nos tornamos algo, eu iria entregá-la sem nem hesitar.

—Mesmo sem saber o que a pessoa que lhe contratou faria comigo?

Respirei fundo, odiando-me um pouco mais.

—Sim. Não seria da minha conta. Eu não me importaria com o que acontecesse com você, a única coisa que importaria seria o pagamento, mas Emma…

—Você destruiu meu condado. – ela me interrompeu - Machucou meu noivo, meu pai… - “Meu noivo. Meu noivo. Não meu amigo como ela sempre se referia a Graham, mas meu noivo. - Você e seus homens acabaram com o sustento de muitas famílias saqueando suas rendas. Tudo por causa de um maldito trabalho! Pessoas morreram por minha causa. Homens seus! – Emma tampou a boca com a mão esquerda. – Agora eu entendo o porquê vovó disse que tudo dependia de você me dizer a verdade, porque você sempre soube de algum modo de que minha mãe não é minha mãe, e a carta que eu havia recebido nem da mulher que me criou deve ser. Eu fiz sacrifícios pensando que estava o ajudando a ter alguma paz de espírito. – ela encarou onde um dia ficava seu dedo. - E você mentiu para mim o tempo todo. Eu espero que esse pagamento seja muito bom mesmo para ter válido, a pena estragar tantas vidas desse jeito. Ah espere!- Swan exclamou com dramaticidade - É o suficiente para que não tenha que pilhar para o resto de sua vida.

—Meu amor… Emma… Você me conhece agora… - uma risada nervosa escapou de minha boca. Eu nunca havia soltado tantas risadas dessas antes. - Venha cá, fada. Deixe-me abraçá-la… Tudo vai ficar bem. Nós vamos ficar bem...

Ela ergueu a mão com autoridade, calando-me.

Senti-me envergonhado com a expressão no rosto de Emma, algo dentro de mim se tornou pequeno diante de seu olhar.

—Já tive a resposta que eu precisava. - declarou, pegando uma calça do baú, vestindo-a com rapidez. – Eu não esperava isso de você. Isso me machucou mais do que o tiro que levei, ou todas as provações que tive que passar para chegar até aqui. Essas coisas não se esconderam para me machucar. Agora o senhor se escondeu atrás de um sorriso gentil, gestos e palavras amigas para me causar dor sem eu estar preparada para recebê-la.

—Não diga isso, Emma. Eu não contei para você exatamente porque não queria lhe causar dor. Eu não queria que nada abalasse nosso relacionamento. Eu não queria ser visto de outra forma pelos seus olhos, fada. Você sempre me viu como um homem bom, alguém merecedor de perdão e afeto. Eu não queria que me visse como o homem que era antes. Eu sinto vergonha dele. – sussurrei.

—Eu já o vejo diferente. Além da dor, minha confiança está quebrada e não existe o homem que era antes, ele ainda está aqui, determinado a machucar um inocente que desconhece apenas para ter dinheiro. Eu ainda não acredito como fui tão tola a ponto de não perceber que estava rindo de mim, como estava enganada quando achava que era uma boa pessoa. – cuspiu com desprezo.

—Não. Está errada, Swan. Eu sou... – precisei interromper-me para levar ar aos pulmões. Eu nem tinha reparado que estava prendendo a respiração. – Diga-me o que eu tenho que fazer para consertar sua confiança, sim? Diga-me que eu farei amor. Qualquer coisa que me pedir para voltarmos a ser como antes de você descobrir sobre isso. Qualquer coisa para que volte a confiar em mim. – voltei a tentar aproximar-me dela, querendo segurar sua mão e entrelaçar nossos dedos para comprovar que eles de encaixavam, entretanto Emma as escondeu atrás das costas. – Fada… Eu nunca iria rir de você, acredite em mim que eu sou exatamente quem você pensou. Eu posso ter me perdido no meio do caminho, mas você me ajudou a me encontrar novamente. Se tivesse conhecido o homem antes do pirata iria saber, que eu sou assim. Vamos arrumar um jeito de consertar isso, Swan. Dê-me mais um voto de confiança. Farei qualquer coisa. - supliquei. - Apenas não me deixe.

—Jones, o homem e o pirata são a mesma pessoa. Você pode ter entrado nesta vida por um motivo pessoal nobre, mas a ganância sempre existiu dentro de você. Você acusa o pirata, mas para ele existir precisa das ações de um homem.

—Perdoe-me… Emma, mas eu não me arrependo do que fiz. De ter aceitado esse trabalho. – confessei. – Se eu não tivesse aceitado, nós não teríamos nos conhecidos. Você não consegue ver como mudou tudo para melhor em minha vida? Diga-me amor, o que você quer que eu faça para ter sua amizade e você de volta?

— Eu preferia não tê-lo conhecido, senhor. - admitiu com frieza.  Dei um passo para trás, procurando qualquer traço de que ela estava falando da boca para fora, contudo ela permaneceu séria e seus olhos espelhavam suas palavras. – Olhe para mim, Jones! – prosseguiu abrindo os braços. – Eu não pareço nada com a mulher que entrou aqui. Eu passo a maior parte do tempo machucada, ou doente e imaginando quando irei morrer. Ninguém iria me reconhecer, e você me vem com essa de que “se não tivesse aceitado, nós nunca teríamos nos conhecidos”? Você acabou comigo e já que fez isso apenas terminei o maldito trabalho que foi pago para realizar. – ordenou.

Maneie a cabeça, esticando os lábios em um sorriso pesaroso.

—Eu já lhe falei que não irei fazer isso. Já lhe disse que nada dessas porcarias de instruções tem mais importância. Eu não irei entregá-la, Swan.  Não irei tirá-la de perto de mim. – grunhi com uma leve pontada de irritação. – Lhe dou minha palavra de que não irei deixar que nada de ruim aconteça-lhe.

—E o senhor espera que sua palavra tenha algum valor para mim?

—Eu sei que está brava Emma. Sei que está se sentindo traída… Mas sim, eu espero que ainda tenha algum valor para você. E posso dizer que ainda é a mesma mulher que entrou que era antes. Apenas está mais forte. Agora, por favor, volte para cama amor. Venha, eu a coloco, posso ficar um pouco com você até que se acalme. - ofereci aproximando-me dela com cautela.

Swan deu um passo para trás.

—Não me chame mais de amor. Eu não sou seu amor, Jones.

—Mas eu sempre chamei- a assim e não será agora que irei parar Emma. Você nunca se importou antes.  E o único motivo pelo qual está me pedindo isso é porque percebe que a forma que eu a chamo de “amor” é diferente. Você sente o carinho e a intimidade nesta única palavra. E se tem isso, fada, é mais uma prova de que eu não estou fingindo. Mais uma prova de que você me cativou de uma maneira que até falo diferente com você. Esqueça o que viu. Vamos jogar as cartas ao mar, assim como o dinheiro. Desse jeito eles nunca terão existido e podemos inventar outra história para nos lembrarmos do porque entrou aqui. De como nos conhecemos. Por favor, diga que isto é possível. – implorei.

Emma respirou fundo, seus ombros se abaixando.

—Eu irei subir. – avisou. – Apenas mande que mudem a direção para Gotland. Não há tempo para consertos se eu preciso ser entregue até o solstício de inverno. – instruiu indo para a porta.

—Maldição Swan! – praguejei e puxei- a para mim, passando meu braço esquerdo pela sua cintura e prendendo minha mão em sua nuca, aproveitando que Emma estava despreparada e passando a língua por seus lábios, conseguindo sentir o sabor adocicado que apenas ela possuía, esperando que aquele beijo conseguisse provar e passar tudo o que minhas palavras não conseguiram.

Era algo único beijá-la, cada beijo era diferente e conseguia me surpreender.

Swan começou a socar meu peito com violência, tentando afastar-me, porém eu não a deixaria. Apertei-a mais de encontro ao meu corpo, percebendo como nos encaixávamos com perfeição.

Emma fora feita sobre medida para mim e eu não iria perdê-la.

Então uma dor insuportável fez-me afastar dela. Toquei meu lábio inferior, encontrando sangue ali e olhei descrente para Emma que tinha sua boca manchada. Ela olhava-me com raiva.

Swan mordera-me.

—Você nunca mais chegue perto de mim! – gritou, fechando as mãos em punhos ao lado do corpo. – Nunca mais se atreva a me tocar dessa forma. – sibilou.

—Emma... Não.

—Eu disse para não chegar perto de mim! – berrou com mais força quando tentei abraçá-la.

A porta se abriu quase acertando- a e Landon entrou com uma expressão de alerta no rosto. Ela olhou para fora e eu segui seu olhar. Percebi os homens amontoados no topo da escada, tentando enxergar dentro da cabine.

—Está tudo bem aqui? – quis saber olhando para mim e então para Emma. – Estamos conseguindo ouvir os gritos do convés.

Continuava a fitar Emma, que tinha o rosto corado, imaginando um jeito de consertar as coisas.

Ela não devia ter descoberto assim, eu iria pedi-la em casamento e então contaria toda a verdade.

Swan ia saber, mas esse não era o momento.

—Está sim, Landon. Pode subir. – falei.

—Não. Landon fica. – decretou. – Vamos colocar todas as cartas na mesa agora. – fechou a porta. – O senhor sente-se. – ordenou para mim, indicando a cadeira.

Não ousei discutir com ela naquele momento sobre dar-me ordens. Apenas obedeci e olhei para Landon que questionava- me com o olhar.

—Quero que os dois comecem a contar tudo, desde o inicio. – Emma cruzou os braços, adquirindo uma pose de superior.

—Que inicio Emma? – Landon instigou.

Soltei um suspiro audível.

—Swan descobriu. – contei. – O que quer saber amor? Irei contar-lhe tudo.

—Muito bem. Você mencionou um intermediário. Quero saber o nome.

—Era a intermediaria. Eu negociei com uma mulher.

Ela inclinou a cabeça levemente para o lado.

—Uma mulher?

Assenti vagarosamente.

—Ela lhe disse um nome?

—Regina. Ela disse que se chama Regina. – respondi.

Observei sua testa se enrugar, enquanto ela repetia o nome si mesma, como se tentasse lembrar-se de algo.

—Então Regina que mandou que o senhor entregasse-me a carta? Por que ela fez isso?

—Não sei Emma. Ela mandou e eu fiz. Regina era a contratante, não pergunto os motivos, apenas faço o trabalho. Nós nos encontrávamos sempre de três em três meses, para que ela me explicasse tudo sobre o serviço. Sobre você. Eu já sabia muito de sua vida e sua rotina antes mesmo de ir ficar em seu condado. Já fiz trabalhos semelhantes a esse, mas sempre gosto de chegar antes para que não haja enganos. Eu sou bom no que faço, entretanto não por fazer as coisas no impulso...

—Espere. – Emma interrompeu-me. – Quantas vezes vocês já fizeram trabalhos dessa espécie? – questionou olhando para Landon que fitava o chão.

—Algumas vezes, mas de formas diferentes. Geralmente eu seduzia as mulheres e as traziam até aqui… Ou então pagava alguém para colocar a ideia na cabeça delas, lhe dizendo que era uma boa e a melhor opção. Foi a primeira vez que não tive que fazer nada disso, você teve a ideia sozinha. – mesmo sabendo que não ajudaria abri um sorriso admirado para ela.

—Quantas?- indagou parecendo horrorizada e enojada.

Ouvi Landon soltar um som de ansiedade, se escorando a porta. Ele nunca gostou desse tipo de trabalho, sempre falou que essa maneira de conseguir dinheiro iria se voltar contra mim.

—Você realmente não quer saber, Emma. Continuando, como leu nas cartas e em minhas anotações fiquei em seu condado observando-a. Cada movimento, cada passo, para que não houvesse erros. Para garantir que eu roubasse você, e então deixar a carta para que chegasse as suas mãos. Assim que entreguei, parti para a Espanha, onde o Jolly Roger estava me aguardando - expliquei. - Então foi apenas esperar. Você fez todo o resto. Exatamente como diziam nas instruções.

Emma se virou para Landon.

—Você sabia disso? – perguntou para ele com a voz embargada, e pude perceber que ela esperava que a resposta fosse negativa, mesmo que soubesse qual era de fato.

Landon aquiesceu.

—Sinto muito, Emma, mas se serve, eu realmente tenho muita estima pela senhorita e gostaria de mudar o que eu fiz.

Swan se virou de costas para nós, respirando fundo diversas vezes.

—Não, senhor Baptiste. Não serve. Quando fui falar com o senhor…?

—Eu sabia que era você. – confirmou. - Estava esperando-a. Killian havia me mandado um bilhete avisando que estava a caminho. – explicou.

Emma ficou em silêncio, balançando a cabeça, de um lado para o outro.

—Quanto a Ilha de Hel… Você nunca quis nada lá, não é mesmo?

Neguei com a cabeça, batendo a ponta do gancho na mesa.

—Mas eu tentei impedir. Várias vezes. Disse que não tinha mais importância, tentei convencê-la a voltar para a Ilha dos Mouros. Tentei fazê-la ficar no navio. Fui com você para protegê-la, Swan. Disse-lhe que para não arrancar seu dedo…

—E você fez um belo trabalho de merda em me proteger… Não passou pela sua cabeça apenas me dizer a verdade?- guinchou descrente. – Eu lhe perguntei antes de irmos para a ilha se não gostaria de me dizer nada. Você é o maldito capitão deste navio, poderia ter falado “não quero mais ir” e pronto.

—Se eu tivesse falado isso, meus homens iriam achar que me tornei um covarde.

Emma olhou para mim com os olhos injetados de raiva.

—Você acha que eu teria tudo o que eu fiz se soubesse disso?

—Eu estava com medo.

—Ora, por favor! - zombou, batendo as mãos no quadril. – Eu estava com medo! Eu estava apavorada! – aumentou a voz. Ela olhou para cima, respirando fundo, a mandíbula tremendo pela força que fazia para não chorar mais. Quis levantar-me e abraçá-la, beijar toda a linha de seu maxilar na tentativa de acalmá-la. Porém Landon chamou minha atenção, negando de leve  com a cabeça como se soubesse o que eu queria fazer. –Baelfire faz parte desse esquema?

—Não. Baelfire não sabe de nada disso. Por isso, Killian e eu não o queríamos a bordo. – Landon explicou.

—Então… Quando ele entrou para a tripulação…?

—Sim, a intenção ainda era entregá-la, seguir todas as instruções que havíamos recebido. – afirmei

—Quem mais sabia?

—Todos os homens sabem Emma. Eles sempre são informados e instruídos de como devem agir. -Landon esclareceu com calma.

—Quando fui descoberta…?

—Eu pedi para Ian lhe desmascarar. – confessei sem conseguir encará-la.

—Quanto a Ramírez? Você pediu para ele me…? – Swan tampou a boca, sua voz se perdendo em algum lugar, quando as lágrimas transbordaram de seus olhos.

E eu senti as minhas fazerem o mesmo ao vê-la naquele estado e saber que eu causara.

—Sim, eu pedi. Era uma forma para que confiasse em mim. Sempre é mais fácil quando eu as salvo de ataques desse tipo… Emma, eu não…

—Não termine essa frase se é o que estou pensando… - pediu com os olhos fechados. –Não diga que não tinha a intenção de me machucar naquele dia.

—Mas eu não tinha! Era apenas para lhe dar um susto, Swan. Eu impedi, não impedi?

Emma começou a rir histericamente, tocando as bochechas com as pontas dos dedos.

Imaginei que naquele instante a lembrança daquele dia atingiu-a, a sensação do ardor em seu rosto. Eu lembrava-me de sua expressão apavorada quando achei que já tinha apanhado o suficiente e fui “impedir”, como ela me agradeceu por tê-la salvado.

Ramirez apenas concordou em agredi-la, porque ele tinha interesse em sair da tripulação para viver com a família, já que esposa estava doente. Lembro-me que tive que chantageá-lo, dizendo que ele só teria a liberdade se fizesse o que eu estava mandando.

Quando “abandonei-o”, deixei-lhe com alguns sacos de moedas a mais em agradecimento ao serviço.

—Você é horrível. – a voz de Emma tirou-me do devaneio que encontrava- me. – Vocês se dizem arrependidos, quando isso aconteceu?

— Quando eu comecei a treiná-la e começou a me chamar de amigo. Foi a primeira a fazer isso, as outras estavam mais preocupadas em se lamentarem ou se achavam no direito de dar ordens quando se envolviam com Killian. Não você, sempre empenhada em ser útil e aprender como sobreviver nessa vida. Quis se tornar parte da tripulação, consequentemente me senti responsável por você e decidido a protegê-la a qualquer custo, mesmo que tivesse que brigar com o capitão. - Landon lançou- lhe um sorriso paterno. - Conversei com Killian sobre esquecermos isso e levá-la em segurança para casa. Porque a senhorita colocava tanta confiança em mim...

—E quanto a você? – Swan cortou o que Landon estava dizendo e se virou para mim. – Pelo que Landon acabou de dizer levou mais tempo para se “arrepender”.

Demorei um tempo para responder, pensando em sua pergunta.

Recordei de como ela havia se afastado de mim depois de nosso primeiro beijo, e como tentei ficar indiferente quanto a isso, afinal Emma não deveria significar nada para mim, eu já tinha tido outras mulheres a bordo na mesma situação que ela. Contudo o fato dela ter se afastado não ajudava para a parte em que eu deveria ganhar sua confiança. Então quando ela apareceu naquela noite para pedir desculpas e acabou se abrindo, contando algo de sua infância e conseguindo decifrar-me com tanta facilidade, porque os pesadelos eram reais, percebi ali minha oportunidade quando Swan se ofereceu para ajudar-me a superar.

Entretanto declinei a principio, mesmo sabendo que ajudaria no serviço, por achar um absurdo que aquela “garotinha” imaginasse que eu quisesse superar a perda de Milah.

Eu nem sei dizer o que fez- me mudar de ideia e ir procura-la.

Sempre tentei convencer-me que era por causa do trabalho.

—Quando ofereceu ajuda, sem pedir nada em troca. Quando me ofereceu sua amizade. No começo aceitei apenas para facilitar o trabalho, se você pensasse que éramos amigos iria confiar em mim, como as instruções pediam. Entretanto, eu percebi que você se importava comigo de verdade, que sua única intenção era me ajudar. Ajudar-me a superar meus medos. Nunca tive isso antes, Emma. Então comecei a admirá-la por ser assim e ansiar pelos momentos que passávamos juntos. Ansiar por você, pois já a tinha em minha mente mesmo que não quisesse admitir para mim.

—Quando nos beijamos a primeira vez…? – começou sem jeito.

Pelo canto do olho vi que Landon ficou desconfortável e estava olhando para o teto.

—Você quer saber se quando a beijei pela primeira vez eu a estava usando?- completei e ela aquiesceu. - Foi com essa intenção, sim, mas eu gostei Swan. Foi diferente e no mesmo instante percebi que eu precisava de mais.

Emma riu de desgosto, comprimindo os lábios.

—E com as outras mulheres? Landon disse que elas se envolviam com você.

—Você não quer saber.

—Ah, está errado senhor Jones… Eu quero. Faço questão de saber.

Céus! A ideia de enfiar o gancho em minha própria garganta nunca pareceu tão tentadora.

—Eu as seduzia, com palavras, gestos… Até que as levasse para cama, as usava algumas vezes e então quando já estava enjoado, as entregava. Necessidades saciadas e trabalho concluído. – murmurei, sentindo-me sujo.

Emma encarou um ponto fixo no chão, por muito tempo, sem se mover.

Nesse instante vi todas as minhas chances desaparecerem. Com Emma, de um futuro, porque ela provavelmente nunca mais me deixaria chegar perto dela ao ouvir o que eu tinha feito.

Nunca mais me deixaria abraçá-la ou beijá-la. Não dividiríamos mais a cama para dormir. Nem jogaríamos mais conversas fora durante a noite e as brincadeiras haviam acabado.

Eu não queria perder nada disso. Queria ficar com Emma.

Até uma hora atrás eu tinha esperanças de manter isso. Até uma hora atrás estávamos bem. Uma hora atrás meu plano para o futuro estava visível e tão palpável...

Conseguia ver em sua mente que ela pensava que seria mais uma.

Como eu a faria ver que não era?

—Quando começaram com isso? O que aconteceu com elas? Com essas mulheres? - quis saber com obstinação.

Fechei os olhos, apertando a ponte do nariz, achando que perder a outra mão seria mais agradável do que lhe dizer o que queria saber.

—Um tempo depois que Killian perdeu Milah… É um jeito mais fácil de conseguir dinheiro, sem envolver tantas pilhagens… Quanto às mulheres não sabemos o que acontece com elas. –Landon omitiu, creio que na tentativa de aliviar o meu lado. Nós sabíamos sim o que acontecia e por muitas vezes peguei Landon chorando e se punindo por algo que eu o obrigava a fazer. Sentia-me mal e fazia uma promessa interna que eu nunca mais faria aquilo, até aparecer uma nova proposta. E Landon fazia, porque por algum motivo ele se recusava a me deixar sozinho. – Mas seja lá o que for depois que as entregamos, não é culpa nossa. - concluiu.

Olhei para ele que encarava o chão. Landon sabia que Emma iria ver a verdade de todos os horrores em seus olhos se caso a fitasse.

Até naquele momento ele tentava me ajudar, quando eu claramente não merecia.

Eu não merecia nenhum dos dois em minha vida... Nem Emma e muito menos Landon.

Mas Swan não era burra. Eu sabia que ela conseguiria ver as palavras que ele havia escondido.

—Era culpa de vocês sim. - acusou a voz exausta. - Era culpa de vocês porque as levaram até lá. As tiraram de suas casas… E antes disso as tolas confiavam em você… Eu sou uma tola. – balbuciou para si.

Swan se agachou enfiando as mãos no cabelo, a respiração ofegante, como se estivesse com falta de ar.

Olhei para Landon que a observava preocupado.

—Sei o que está pensando. Sei que já lhe disse um milhão de vezes que eu não sou esse tipo de homem. E vai ser horrível o que vou dizer, contudo não quero mais mentir para você. – Landon podia omitir aquela verdade, mas eu não conseguiria continuar escondendo coisas. Como eu esperava conquista-la, novamente, se não contasse tudo? –A seduzi porque achei que seria divertido, sabia que nunca havia estado com um homem tão perto de seu corpo, assim como foi com as outras. –Emma ergueu a cabeça, encarando-me. – Mas você sempre foi tão diferente delas. Você não é ignorante, Emma, é inteligente, mas era e de alguma forma ainda é tão pura. Enquanto as outras sabiam como tudo funcionava e quando incentivadas, se entregavam sem pensar duas vezes, você preferia manter- se na ignorância até o dia de seu casamento. Quis ver como seria brincar com alguém como você, que ficava, assustada com a simples menção da palavra “sexo”, alguém tão inocente...

—Não precisa dizer mais nada. Você esta certo, isso é horrível. Você é desprezível. E uns minutos atrás você jurou que não havia me usado como diversão quando a primeira e todas as outras vezes foram exatamente para esse propósito, não é mesmo? - instigou enraivecida e percebi em seus olhos, o último fio de confiança e afeto que sentia por mim, se esvaindo. - Pensar que eu quase… Nós quase… Que eu quase o deixei… - ela se abraçou com força, como que para proteger seu corpo, se proteger, de mim. - Para que fosse se gabar e então me chutar como uma delas.

—Não, Emma! – quase saltei sobre a mesa para alcançá-la, com aflição, querendo colocar de volta em seus olhos aquele carinho todo que sempre me olhava, que era destinado a mim. - É aí que quero chegar, você é diferente das outras que fiz isso, porque quando eu a beijei, o que eu queria acender em você, despertou em mim. Quando a beijei não queria que acabasse, o que eu comecei para apenas ser uma diversão se tornou algo que preciso. Gosto dos seus beijos e gosto de tê-la em meus braços. Gosto de você. Depois do primeiro, todos os outros foram porque eu precisava… Preciso sentir seu toque. Eu tenho vivido por eles. Eu preciso de você, Swan para me fazer alguém melhor. – confessei. – Tenha isso em mente, eu já vinha pedindo. É tudo real… Você e eu, o que vivemos cada conversa e carinho trocados é real, amor. Eu adoro a forma como é delicada, mesmo depois de tudo que já aprendeu desde que entrou aqui. Adoro o fato de que ainda é você. Como seu rosto enrubesce quando a elogio. Adoro saber que é você que estou tocando, que está comigo. Deixou de ser fingimento e diversão no segundo que lhe beijei, porque foi e é glorioso, Swan… E então eu tive a sorte de você ter me oferecido sua amizade, e no começo eu posso sim ter aceitado pensando no trabalho, mas então eu realmente quis tornar-me seu amigo e depois disso… - respirei fundo. - Eu quero fazê-la minha sim. Fazer amor com você, Emma. Mas é... Amor, não… não sexo como foram com as outras. Quero… Quero fazer amor à noite toda com você e segurá-la em meus braços quan… quando acabarmos. – comecei a gaguejar por conta dos tremores que atingiam meu corpo. Landon pigarreou como para lembrar-me que estava ali, ou fazer-me ficar quieto, mas eu estava com nervoso. Não conseguiria controlar-me mesmo que quisesse. - Não… não se arrependa por… por um segundo de todas as vezes que quase fizemos amor. Eu… Eu não posso… posso suportar se você se… se arrepender. Porque eu não me arrependo. Eu preciso… preciso de você fada. Eu planejei uma coisa que irá gostar. Irá ficar feliz e assim poderá ficar comigo. Vou provar o que estou falando a verdade. - contei, abrindo um sorriso para ela. Eu tinha planejado fazer o pedido quando estivéssemos em Nova Inglaterra, mas aparentemente eu não teria todo aquele tempo. - Deixe-me contar o que é...

—Fique quieto que está essa encenação já está se tornando patético. – rosnou.

Rosnou! Emma nunca rosnava.

—Você quer um filho não quer? Eu lhe darei um. Teremos um filho Emma. O que acha?- fechei os olhos assim que as palavras tremidas e meio gritadas saíram de minha boca. Eu não queria soar desesperado, mas também não podia perder mais nenhuma mulher que eu amava. Primeiro minha mãe, então Milah. Emma não podia ser a próxima. - Farei um filho em você.

Emma olhava para mim com o rosto retorcido.

—O que disse?

—Você quer um filho. Darei um filho a você e assim pode ficar comigo. Nunca ir embora. Ser minha para sempre.

—Você quer um filho? - rebateu a voz sem emoção.

Olhei para ela sem entender. Aquela não deveria ter sido a sua reação.

—Não, mas se você quer e for fazê-la ficar comigo, então lhe darei. Ele nascerá da nossa noite de amor. Uma parte minha e sua, desse modo ficaremos juntos.

Suas feições endureceram.

—Bem… Eu não quero seu filho. – respondeu em um fiapo de voz.

—Eu não entendo…

—Uma criança deve ser fruto entre duas pessoas que querem. Mesmo se o querer for para dar continuidade a um titulo. Não ser uma moeda de troca. “Eu lhe dou um filho se ficar comigo”. Você me ofendeu da pior forma agora, senhor… Você é doente.

Landon estava em silêncio, encarando o teto, como se não acreditasse no que tinha ouvido.

—Imbecil. Deveria ter ficado com a boca fechada. – repreendeu- me. - Emma, o que Killian está tentando dizer… Na verdade eu não sei o que ele estava tentando dizer, mas deduzo que seja algo com que não queremos que a senhorita vá embora. Que nos arrependemos da forma que nos conhecemos e sentimos muito por ter escondido a verdade. Era exatamente essa situação toda que estávamos tentando evitar, porque a amizade que criamos é real.

Emma olhou de Landon para mim com olhos debochados.

—Digam-me… Fui uma boa distração nesse tempo em que me preocupava com o bem estar de vocês, em sempre tentar ajudar? Deram boas risadas a minha custa?

—Não, Emma… - levantei-me contornando a mesa.

Eu iria tomá-la nos braços até que entrasse em sua cabecinha que nada era como antes.

—Eu não disse que podia se levantar!- gritou se afastando.

—Emma, percebemos o erro assim que a conhecemos melhor. - Landon tomou a palavra se colocando entre nós dois.

—Vocês tinham que ter percebido o erro assim que começaram com a primeira mulher… Nós não somos brinquedos insignificantes. -censurou, olhando para mim com repugnância.

—Nós sabemos que não são. – concordei com ela.

—Não é o que parece… Por acaso vocês se colocaram no lugar das famílias dessas mulheres? Não você, senhor Jones, pois já é de seu feitio as tirar de casa, mas você senhor Baptiste, que já foi casado e teve um filho… Imagine se fosse uma menina e em um belo dia chegasse, em casa e descobre que ela simplesmente sumiu. Fugiu, para então meses, anos depois um mensageiro bater em sua porta, lhe dizendo que acharam o corpo dela e o quanto ela sofreu. Ou se facilitar, já que convive com um homem que é perito nisso, sua esposa não estar lhe esperando? Como se sentiria?

Landon e eu ficamos em silêncio. O vi comprimindo os lábios, olhando para a mão esquerda onde ainda usava sua aliança. Já eu respirava lentamente, sem reação diante das palavras duras de Emma.

—Eu a amava, Swan. Eu realmente amava Milah. Não me arrependo disso, e eu não a forcei a nada.

Ela contorceu as mãos.

—Depois do que eu acabei de ouvir, não acho que seja capaz de amar, senhor Jones. – respondeu por fim, os olhos carregados de mágoa. – Mas se a amou, deve ter sido a única mulher que não foi manipulada a parar aqui.

A cabine caiu em um silêncio fúnebre, eu olhava para Emma, que dava voltas pela cabine, fungando o mais baixo possível.

Eu sou capaz de amar. pensei, piscando para não chorar. Se eu não fosse não estaria enlouquecendo agora por sua causa, querendo tanto tomá—la nos braços para protegê—la de tudo, inclusive disso tudo que eu causei. Se não fosse capaz de amar eu não estaria agindo dessa forma patética. Eu nunca fui assim, Swan. No que você me transformou?

—Vocês me enganaram. – Emma voltou a falar de repente. - Eu confiei minha vida a vocês. - riu sem humor. - Muito burra mesmo em confiar a vida a piratas. Meu Deus o que eu fiz com a minha vida? O que eu fiz comigo?

—E pode continuar confiando, amor. Quantas vezes, Landon e eu a protegemos? E continuaremos cuidando de você. Eu continuarei cuidando, porque não quero que nada mais lhe aconteça. Você está segura amor. Está segura comigo, Emma, eu lhe prometo que está.

—Apenas porque eu sou um trabalho. – atalhou.

—Não mais, amor. Agora você é parte da tripulação. Uma pirata… Minha amiga e senhora. Swan, eu não suportaria perdê-la. Se isso acontecesse, lhe garanto que enlouqueceria.

Por favor, Emma. Eu tinha planejado torná—la minha senhora, porque eu a amo. Dê—me a sorte para que seja minha.

—Não ouse me comparar a vocês. - cuspiu com nojo, se encolhendo ainda mais como se quisesse desaparecer.

—Emma, por favor, meu amor. - supliquei. – Está a salvo comigo, Swan. Esse trabalho já não existe mais. Recorda-se que eu tentei lhe contar? Quantas vezes eu quase o fiz, mas perdi a coragem? Lembra- se do que lhe disse quando estávamos com Belle? O que você me disse? Não importa o que tenha feito, eu o conheço agora e isso é tudo o que interessa— citei para ela. – Você me disse isso, e agora está fazendo exatamente o contrário.

—Eu não sabia do que estava falando Jones. Isso não é passado. Quando lhe disse essas palavras, imaginei que fosse algo... – balançou a cabeça com frustração. – Eu nunca imaginei isso do senhor, algo tão sujo assim. Se você estivesse tão arrependido como afirma, não teria sido um covarde. Se estivesse tão arrependido, teria me contado a verdade.

—Emma… Entenda que eu não queria perdê-la, por isso não lhe contei. Nós dois vamos superar isso juntos, sim? Perdoe-me, fada… - dei a volta pela mesa, abraçando-a por trás e escondendo meu rosto em seu pescoço como havia feito inúmeras vezes. Senti certo alivio de poder estar perto dela daquela forma. – Perdoe-me Emma, eu tenho algo para lhe contar que irá fazer nós dois felizes. Uma proposta.

Ela ficou imóvel e eu afastei o rosto para poder olhá-la, mas tudo o que senti antes de pronunciar qualquer palavra foi uma dor infernal em meu nariz, quando Swan jogou seu cotovelo para trás com toda força.

—Emma… - Landon chamou-a surpreso com sua reação, olhando para mim.

—Não lhe dei a palavra, senhor Baptiste. Eu não acredito em toda essa situação. - revelou, piscando sem parar. - Eu não acredito que eu fiz isso para mim. Que eu arquitetei meu próprio sequestro sem nem saber que estava fazendo isso… Foi muito esperta essa estratégia… De todos vocês. Porque eu me enfiei aqui, logo não é um sequestro e sim uma fuga… Vocês não são condenados e eu perco minha reputação se caso alguma coisa der errado. Vocês estão de parabéns. - elogiou. - Queria eu ter considerado essa hipótese antes de sair igual uma louca atrás de uma mulher que é uma incógnita para mim.

—Swan… Lembra o que eu lhe disse? Vamos subir nós três e então nos livrarem os de tudo.

—Inclusive de mim?

—Meu Deus! Não, Emma. Pare. Quero que fique. Quero reconstruir a confiança que perdeu provar que eu sou quem pensou. Quero sua amizade e você de volta.

—Você tem duas opções senhor, e nenhuma delas, irá dar-lhe minha confiança ou minha amizade de volta.

 - Quais suas opções? – Landon questionou quando não consegui articular nada.

—A primeira é que me levem para Gotland…

—Já discutimos isso… - comecei.

Ergui a mão para silenciá-lo novamente.

—Se optarem pela primeira opção, saberei que estão mentindo sobre se arrependerem de terem aceitado esse trabalho.

—E a segunda opção?- Landon quis saber.

—Que me levem para casa e me prometam que nunca mais irão fazer esse tipo de trabalho. - disse simplesmente, o fitando e então olhando para mim. - Se optarem por essa, saberei que se arrependeram, e apesar do que fizeram são homens que merecem a tentativa de perdão. E lhes pagarei não o mesmo valor que o combinado, mas algo simbólico por terem mudado de ideia.

—E se eu não quiser nenhuma dessas opções, Swan? - perguntei. - E se eu quiser que fique aqui? Comigo?

—Você não entendeu que eu não quero ficar com você?

—Emma… Você disse que me ama. Então, por favor, perdoe-me e ainda me ame. - implorei. - Volte a me olhar daquela forma que lembra casa.

 Swan abriu um sorriso quebrado.

—Você fez eu me apaixonar por um homem que não existe… Esse homem que esta aqui, na minha frente, desse eu tenho ódio. Escolha uma opção ou lhe darei motivos para ter pesadelos à noite quando eu decidir por um fim nisso. - ameaçou. - A diversão acaba aqui, espero que tenham usufruído bem. Deixarei os dois conversando. Avisem- me quando decidirem. Com sua licença, capitão. – fez uma reverência e se retirou da cabine de cabeça erguida.

—Não diga nada. - atalhei para Landon.

—Seu nariz está sangrando. - Landon apontou para o meu rosto. Limitei-me a assentir, apertando um pano para estancar o sangue. Swan havia aprendido a bater de verdade, se eu não estivesse tão desesperado, poderia rir com a lembrança dela ameaçando quebrar meu nariz inúmeras vezes no começo. - Que merda foi aquela, Killian? Você achou mesmo que Emma criaria uma criança nesse ambiente?

—Não era isso que eu tinha planejado Landon. Você sabe, eu ia falar do casamento, mas existe uma coisa que Emma quer mais que tudo: um filho. Eu fiquei nervoso, apavorado. Saiu aquilo… Idiota.

—Concordo Killian… Isso foi um desastre.

—Desastre é eufemismo… Você não tinha nada de falar do meu envolvimento com as outras mulheres. Não foram todas, apenas com aquelas mais atiradas. Eu sei respeitar uma dama quando vejo uma.

—Bem, você deveria ter esclarecido isso.

—Landon… Eu estava nervoso!

Ele revirou os olhos.

—Você realmente pareceu um doente… O que você fará Killian?

Balancei a cabeça, encarando a porta.

—Não sei Landon. Eu não sei o que fazer. Não sei como lidar com isso. Ela não me deu uma terceira opção, uma em que eu possa me redimir. Existe redenção para tudo o que eu fiz até agora?

—Sendo assim eu aconselho à segunda.

—E perdê-la para sempre?

Landon pressionou os lábios e sentou-se, servindo-se de vinho.

—Às vezes é melhor abrirmos mão, filho. É melhor você perdê-la do que ser odiado por ela.

Aceitei a taça de vinho que ele me entregou.

Perdê-la ou ser odiado por Emma e mantê-la comigo?

Ri de agonia.

De ambos o jeito eu ficaria sem ela.


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Notas finais do capítulo

Então foi isso. O que acharam? Eu fiquei bem tensa com esse capítulo, porque estar na cabeça de Jones não é muito fácil e não sei se consegui fazer jus ao seu sentimento de medo, desespero e tudo mais que ele estava sentindo neste momento. Mas Killian me pediu essa oportunidade, e ele teria, mas não ainda, contudo vocês fizeram-me mudar de ideia e deixá-lo contar esse capítulo que eu espero que tenham gostado. Trabalhar com a mente da Emma é sem dúvida mais fácil usahushaush.

Quero desejar um bom feriado de carnaval, e que aproveitem muito para dormir, colocar as séries, leituras em dia ou até mesmo se você gosta e irá pular carnaval. Espero que se divirtam.

Muito obrigada novamente a Roberta Santos e a Dafny Augusta pelas recomendações. Roberta fico feliz em saber que nesta história tem algo que você gosta/ ou gostaria de ver no universo de ouat, que está fic a fez gostar de personagens que você não é muito chegada e você fez Landon se sentir um pouquinho demais por dizer coisas tão legais sobre ele. E quanto a você Dafny tocou meu coração saber que o fato que você se apegou de vez a esta fic foi a forma que falei sobre Deus, é algo novo para mim ler isso e saiba que é exatamente dessa forma que penso sobre Ele. Muito obrigada a vocês duas por nos recomendarem.

E antes de dizer adeus: recebi algumas reclamações de comentários sendo cortados e eu fiquei bem brava por que, que história é essa de cortar meus comentários? Não eu quero lê-los! Então mandei uma mensagem indagando sobre isso e eles responderam-me que o possível uso do emoji esteja causando isso, por mais que já aplicaram a correção. Mas pelo sim e pelo não, evitem usar os emojis quando forem deixar comentários, sim?

Acho que isso foi tudo.

Muito obrigada por lerem.

Beijos.