Hermione adentrava na Casa Parker, com um sorriso largo nos lábios a castanha não poderia estar mais radiante, havia finalmente se vingado de Katherine e em sua opinião, foi épica. Nada nem ninguém, poderia estragar a sua felicidade nesse momento. Doce ilusão.

– Anda vagabundeando muito por ai? - questiona alguém sentado no sofá da sala.

– Ah não enche, pai! Nem mesmo você vai conseguir tirar meu humor hoje - diz a castanha sorrindo e altamente ignorando-o.

– Claro, pois você com certeza deve ter acabado de transar com qualquer mendigo ai - provoca o homem, fazendo a filha bufar.

– Não sou você - retruca a castanha friamente.

– Olha como você fala comigo... - começa Thomas Parker com um olhar assassino, logo sendo interrompido brutalmente pela filha.

– E eu olho! Qual é? Você é a ultima pessoa que pode reclamar de algo SR. REI DA IMORALIDADE - vocifera a castanha com mágoa estampada na cara.

– Faz mais de 17 anos - se defende o homem de cabelos castanhos idênticos aos da filha, revirando os olhos e fazendo a filha soltar uma risada de sarcasmo.

– Faz mais de 17 anos? VOCÊ ESTRAGOU A MINHA VIDA E DIZ, FAZ MAIS DE 17 ANOS...PRA VOCÊ NÃO É NADA, PRA MIM É TUDO!!! UM ÚNICO DIA, VOCÊ TEVE UM ÚNICO DIA PRA TRANSFORMAR DA MINHA VIDA UM INFERNO, SEU VELHO GAGÁ... A MINHA JUVENTUDE E INFÂNCIA PERTO DAQUILO, FOI UM CONTO DE FADAS, VOCÊ ME TORNOU UMA... UMA...ME FEZ MENTIR, ME FEZ ODIAR, ME FEZ SER QUEM EU NÃO QUERIA SER, ME FEZ COMETER UM ERRO QUE NÃO TEM VOLTA EM UM DIA... E DIZ APENAS FAZ MAIS DE 17 ANOS? EU TE ODEIO PAI, TE ODEIO POR ISSO... TE ODEIO!!! NÃO IMPORTA QUANTOS ANOS FAÇA, NUNCA ESQUECEREI O QUE VOCÊ FEZ, NUNCA E POR SUA CAUSA JAMAIS SEREI A MESMA- berra a castanha, descontrolada.

Em toda a sua vida, a castanha jamais gritou e se descontrolou assim com o pai. Jamais. Mas tinha seus motivos. Sua mágoa pelo que o pai fez há 17 anos atrás jamais passaria e estaria atrelada a si para todo o resto de sua existência.

– Você nunca falou assim comigo... - diz o pai da castanha, surpreso e abalado.

– Porque eu te aturei, porque te amei, porque tentei achar um erro meu para você me odiar tanto, mas hoje cheguei a conclusão de que mesmo que eu tenha matado a minha mãe que é o que você diz, ISTO NÃO JUSTIFICA O QUE VOCÊ ME FEZ FAZER, NAQUELE MALDITO DIA SEU MONSTRO!! POR SUA CAUSA, EU SOFRO ATÉ HOJE - continua a berrar a castanha acusando o pai e já não conseguindo conter as lágrimas, que ameaçavam cair.

Por um misero momento, Thomas também deixara cair uma lágrima, mas tratara de disfarçar logo em seguida, lançando um falso sorriso de sarcasmo, quando no momento, o que mais sentia era tristeza e por isso se odiara mentalmente, queria odiar a filha, mas vê-la magoada assim com ele, só lhe inspirava tristeza e culpa.

– Mas já passou e eu não posso fazer mais nada... Eu sou UMA BURRA SENTIMENTAL POR AINDA TE AMAR DEPOIS DE TUDO, MAS EU TE AMO PAI, MEU PAI - diz a castanha subindo para o quarto aos choros deixando pela primeira um pai aparentemente com pedra no lugar do coração, abalado na base... Pois por mais que não demonstrasse, a opinião que a filha exerce dele, para ele pesava... E muito...