Wings escrita por Rausch


Capítulo 9
Capítulo 8 - Um Outro Lightwood


Notas iniciais do capítulo

Depois de tanto tempo, vocês me tem de regresso. Espero que continuem acompanhando a saga de Maxin'.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526988/chapter/9

Quando o ar gélido passou por sob a pele de Max, este despertou do sono profundo. Não sentiu a dor na perna que achava que sentiria ao acordar, se ainda fosse sentir alguma coisa depois daquela pancada séria. Trajava ainda a mesma roupa usada na noite passada, estava envolto nos tecidos negros que utilizara na batalha contra os demônios. A cabeça estava embaralhada, não sabia o que pensar e nem tampouco distinguir todas as emoções que carregava dentro de si. A tristeza costumeira da vida, o fato de ser algo diferente de seus colegas, a raiva por ter sido empurrado por Dave, mas sobretudo, a angústia de não saber onde realmente estava.

Levantou-se de maneira pesarosa, equilibrando-se com certa dificuldade. Passou as costas das mãos desengonçado pelos olhos e observou ao redor pela primeira vez. O lugar parecia um campo, não, não um campo, mas sim, um local com muitas árvores e banquinhos, algo como um Jardim. Era isso. Não sentindo dor em nenhuma das partes do corpo, Max caminhou até o banco mais próximo e deixou que o corpo caísse na superfície dura. As borboletas eram abundantes e passavam numerosas pelo ar, bem como, os pássaros. Aquela parecia a perfeita idealização do que se chamaria paraíso

A voz de Dave gritando e suas mãos tocando suas costas, fizeram Max retorcer-se no banco. Aceitara todas as brincadeiras por anos, jamais se rebelando e nem dizendo nada, mas não entendia o motivo para ter chegado aquele nível de brutalidade para com ele. O garoto de olhos azuis quis poder encontrar Maryssa, que provavelmente estaria num estado realmente lamentável aquela hora. Ele conhecia sua prima.

– Oi.

Uma voz estranha foi ouvida, e Max girou o pescoço ao procurar de onde vinha.

– Precisa de companhia? – E ele apareceu na frente de Max.

O garoto era a forma perfeita de um daqueles meninos de ensino médio, que provavelmente passam mais da metade do dia enfornados numa biblioteca ou em lojas de Games. Os cabelos escuros eram bem penteados, a pele branca era realmente bonita, porém houve um detalhe peculiar, um detalhe que fizera Max admirar. Os olhos azuis. Os mesmos olhos de seu pai Alec, os mesmos olhos seus.

– Ah, Olá. Pode sentar, se quiser. – O garoto mais velho afastou-se um pouco e deu espaço para o mais novo.

– Parecia apreensivo e assustado de longe.

– Acho que estou apenas confuso. De onde você me viu? – Max encarou o garotinho.

– Aqui é bem difícil não ver algo, digamos que é impossível. – O mais novo disse num tom tranquilo.

– Como assim? Então, que lugar é este? – Max ficou mais assustado do que já estava.

– Acho que dizer à você seria meio complicado. Logo vai descobrir, assim como eu para com seu nome. A propósito, prazer, sou Max.

–Max? – Surpreso, o mais velho deu um breve sorriso. – Prazer, sou o Max.

– Não acredito que apareceu um concorrente para mim. – O garotinho fechou a cara por momentos, tornando a rir de forma amistosa

As coincidências entre si faziam Max pensar em muitas coisas, ainda que sua principal dúvida fosse o lugar no qual se encontrava. O menino recusara dizer a ele, e aquilo o angustiava.

– Se isso for o que eu penso que é, logo não terá um concorrente. Estou sonhando, certo? – Perguntou o mais velho.

– Não, sim. Na verdade, os dois ao mesmo tempo. Aqui ou tudo é complexo, ou mais complexo. – O menino puxou um par de óculos do bolso de uma camisa xadrez vermelha, pondo o objeto emparelhado com sua visão.

– Minha cabeça está muito confusa. Eu lembro do carro, lembro do Dave gritando e a mão nas minhas costas. Minhas memórias para aí. – Max passava a mão por sua nuca, um dos locais atingidos durante o acidente. – E você, o que está fazendo sozinho por aí? Mora aqui por algum acaso?

– Sim, moro aqui. Bem, minha família está bem distante agora. Tem um tempo que não nos vemos.

Max estava apenas há pouco tempo sem ver seus pais e aquilo o amedrontava, quem diria ficar mais tempo sem ter contato com quem mais amava na vida? Ele virou-se um pouco e ficou de frente para o menino menor. Encontrou-se encarando os grandes óculos.

– Para onde foi sua família, ou melhor, o que os separou? – O mais alto estava curioso.

– O findar de tudo, da vida, por assim dizer. – O pequeno Max encarou o maior Max.

– A Morte? Eu morri também? – Havia horror na voz de Max.

– Eu morri. Você não parece estar morte, há algumas peculiaridades as quais você aprende e entende quando tudo acontece. Você não está morto, embora possa estar com certo passo acelerado para se achegar a ela. – O outro Max sorriu como se tudo fosse uma piada. – Estive reparando que além do nome, também pegou os meus olhos. Estou me sentindo totalmente copiado aqui.

– Eu não entendo. – Nem mesmo a piadinha quebrou o gelo na situação. Max colocou as mãos entre os cabelos negros e respirou fundo. – Eu não posso estar morrendo, até pouco eu estava com minha prima combinando meu aniversário em alguns dias. Meu pai precisa fazer algo, ele sempre sabia como curar e tirar a dor. Ele era bom, um bom bruxo.

– Bruxo e totalmente bom em cura, acho que deve estar falando de alguém chamado Magnus Bane. – O pequeno encarava o maior.

– Sim, ele é meu pai e... Como sabe quem é ele? – Max parecia perplexo, como se tudo ali conspirasse para ficar mais estranho.

– Ouvia muito sobre ele quando era vivo, pelo menos pela boca dos meus irmãos mais velhos. Eram bons Caçadores de Sombras.

– Caçadores de Sombras?

– Sim, e usavam roupas iguais essas suas. Me lembra o meu mais velho. – Max analisava o Max maior. – Vocês têm o mesmo tipo de beleza, sabe?

– Me dê apenas um momento, estou perdido. Seus irmãos falavam sobre Magnus Bane, eram Caçadores de Sombras e seu irmão mais velho se parecia comigo. Por favor me diga que não está falando de Isabelle a Alec Lightwood. – O rosto estava apoiado nas palmas das mãos e Max respirou fundo.

– Eles mesmo, eles eram meus irmãos. Eu sou Max Lightwood.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Atualmente elaborei um cronograma para atualizar minhas três fics, e Wings será atualizada basicamente todas as Sextas, podendo também ter capítulos adiantados. Deixem sua reviews e comentários, importa bastante para mim.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wings" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.