A Rainha derrubou todos os cristais de cima da mesa e emitiu um grito de fúria, que certamente foi ouvido em todos os lugares de seu reino. Os olhos dela pareciam queimar de ódio e ela pegou um jarro e atirou num dos súditos. Como aquilo podia ter acontecido? Como ela podia ter descuidado tanto no preparo daqueles guardas. Ela estava lá há mais de dez anos e tudo corria bem.

–Ela fugiu, seus desgraçados. Como isso aconteceu? Como deixaram? – Disse ela colérica.

–Majestade, nós temos ministrado aquele néctar de inibir as habilidades mágicas dela, mas houve um dia que descuidamos. Foi apenas no dia da celebração de Samhain. – Gaunt disse de maneira amedrontada.

– Eu mataria vocês com minhas próprias mãos e rasgaria suas gargantas, porém eu preciso de vocês. Vocês irão acha-la, nem que precisem adentrar o inferno. – Seelie segurou um cálice nas mãos e atirou o líquido no rosto de Gaunt. Vão, tragam-me a traidora. – E os dois guardas deixaram o recinto.

Ela parecia enraivecida, todavia estava também amedrontada. Agora seus segredos e seus crimes diante do mundo oculto estavam praticamente expostos. A Rainha não podia permitir que tudo desse errado, não agora. Ela precisava da Traidora presa, mas acima de tudo, ela precisava da criança dela. A criança da sua profecia antiga. A criança que ela iria pegar na hora certa.