Wings escrita por Rausch


Capítulo 3
Capítulo 2 - A Primeira Estela


Notas iniciais do capítulo

Mais um hein? Vamos ver um pouco mais dos passos dos nosso pequenos Shadow Hunters.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526988/chapter/3

Conforme o tempo passou, tudo foi se estabilizando no Instituto Lightwood. O projeto de Jocelyn havia felizmente atingido êxito. Educar os descendentes dos seus Caçadores de Sombras fora de longe uma das suas melhores ideias em vida, considerando o fato de mesmo terem se passados dois anos as coisas ainda produziam e se mantinham de pé com bons resultados. A atividade de lecionar lhe proporcionava mais tempo com os netos, bem como, uma possibilidade maior de fazer diferença na vida de algumas pessoas que estavam apenas começando a viver.

Jocelyn era uma boa observadora, e neste espaço de tempo ela já sabia distinguir muito bem a forma de agir para com cada um de seus pupilos, até mesmo com o mais rebelde deles, seu neto Dave. Dave era o tipo de garoto inclinado a achar que o mundo era como o seu brinquedo. Um lugar no qual ele podia mandar, desmandar e fazer tudo ao seu modo. Dinah era a garota que todos queriam ser. Ela tinha a ironia em si, tal qual a forma superior de se enxergar com relação a quem tentasse ou quisesse ser melhor do que ela. Maryssa, bem, Maryssa possuía a delicadeza de uma bomba nuclear. Era uma garota ousada, que sempre tinha seus próprios meios para tudo. Normalmente ela era como uma Leoa quando se tratava do primo.

Já Max, bem, o garoto era um caso mais delicado que o de qualquer outro. Era de conhecimento de todos no Instituto que ele pertencia à outra raça e possuía diferenças visíveis com relação aos outros, e o pior disso não eram as diferenças, mas sim, ele não se enturmar para nada. Era claro nas atitudes que Max se sentia distante muitas vezes. Como os outros, ele sempre foi um excelente aluno, mas nunca abria portas para que ninguém entrasse.

O dia havia sido marcado há pouco mais de um mês, em segredo dos garotos, claro. Jocelyn pretendia que os pais o dessem sua primeira estela, por mais que dela só fossem fazer uso anos à frente. A primeira estela era uma coisa marcante na vida de um futuro caçador de sombras, e até ali ela se arrependia por não ter conseguido dar a primeira estela para sua filha Clary. Combinara de realizar a pequena entrega após o teste acerca do estudo de demônios. A mulher encarava cada um sentado em uma mesa na biblioteca e mantinha-se atenta. Pouco a pouco os testes foram chegando, até que todos tivessem sido recolhidos.

–Crianças, um minuto. Então, preciso que todos se juntem e vão comigo até a área do treinamento. – Jocelyn disse segurando os papéis.

–Sala do treinamento? Mas hoje é Terça, só tem treino nas Sextas, Vó. – Era Dinah a reclamar e segurar seu caderno.

–Dinah, preciso de todos para me ajudar em algo. Pode levar isto em consideração? – A avó argumentou.

–Mas é que... Eu ia sair com as minhas colegas.

–Ligue para uma delas e avise que irá se atrasar um pouco. É importante. - Jocelyn caminhou na direção da saída da biblioteca e os demais alunos passaram a caminhar em sua companhia.

–Vovó, vamos treinar algum tipo de defesa novo? Eu acho muito ideal. – Dave emparelhou-se com Jocelyn entusiasmado.

–Quem sabe, Dave. Vamos ver. – A mulher sorriu de lado e seguiu seu caminho.

Enquanto cruzavam os corredores, Max e Maryssa caminhavam um ao lado do outro. Eles não falavam nada, no entanto a prima sabia que o menino sempre estava a pensar em algo situado em seu próprio mundo. Era preocupante, muito preocupante. Mas ela estava ao seu lado:

–No que está pensando? – Indagou ela.

–Só numa questão que acho ter feito errado. Nada mais, Mary. – Max balançava os braços a caminhar.

–Você gosta mesmo de estar na sua esfera, não é? – A menina olhou para ele rapidamente.

–Não é minha esfera, só não tenho tanta facilidade para relações. – Ele não olhava de volta, mantinha os olhos nos passos que dava.

Quando chegaram ao salão de treinamento, as luzes ainda estavam apagadas. O lugar cheirava a madeira nova, talvez pelos móveis que haviam postos novinhos em folha. Desceram os pequenos degraus e Jocelyn foi acender as luzes. Max parou pouco abaixo dos degraus e sentiu quando uma força o lançou para a frente bruscamente. O corpo tropeçou, mas não chegou a cair:

–Ai!

As luzes acenderam.

–Me desculpe, o escuro. – Dave passou dano uma risada.

Maryssa olhou torto para ele e colocou a mão no ombro direito de Max. Olhou para ele com cumplicidade e disse:

–Não ligue. Ele é estúpido.

A professora retornou e já não mais trazia as folhas consigo, mas sim, um grupo de pessoas conhecidas. Os olhos das crianças se arregalaram surpresos e todos sorriram por ver de quem se tratava.

–Mãe! Pai! – Dinah correu de onde estava e lançou-se nos braços da mãe.

–Hey, garotinha. Como está indo o dia? – Clary trajava suas roupas costumeiras pretas.

–Bem, apesar de ter tido uma prova complicada. – A menina manteve um sorriso na face.

–E espero desempenho máximo, Dinah. – Jace soou autoritário, mas quebrando isso com um meio sorriso para a menina.

–Ei pai, o que acha de uns rounds de defesa? – Dave apareceu junto dos outros três.

Grace se encontrava com os pais e mantinha-se coma avó agora. Era muito pequena e ainda não tinha idade para estar ali. A pequena menina de cabelos ruivos era a cara da mãe quando tinha aquela idade. Maryssa permaneceu ao lado de Max e sua expressão também ficou feliz ao ver a mãe com seu pequeno irmão nos braços, Simon nunca aparecia nas atividades diurnas, todavia era algo com o qual Maryssa se acostumara por entender a situação dele. Não saindo de perto do primo, ela disse:

–Oi, mamãe. Oi, Elliotão. –Ela abraçou rapidamente Isabelle e brincou com a mão do irmão.

–Oi, meu amor. E oi, meu amor dois. – Ela tocou levemente o queixo de Max.

–Oi, titia Izzy. Onde estão meus pais? – Ele perguntou aflito ao não notar nem Magnus e nem Alec por ali.

– Seus pais precisarem visitar a cidade vizinha para resolver problemas com um demônio. Estava atormentar uma família há meses. Me pediram para dizer que amam você. – Izzy falou de uma maneira ainda preocupada e um pouco vaga.

–Tudo bem. – Foi tudo que Max respondeu.

Todos pareciam estar felizes com seus respectivos parentes, até que com Grace nos braços, Jocelyn fez um sinal para ter a atenção:

–Um momento, por favor. – Ela fez uma pausa até ter a atenção. – Eu trouxe vocês aqui para uma coisa especial e que vai marcar a vida de vocês.

–Vai nos dar uma bela grana. – Dave satirizou Maryssa olhou de lado para ele o fuzilando com os olhos.

–Não, Dave. Vai ter de trabalhar se quiser dinheiro. – Jocelyn riu. – Eu os trouxe aqui para que seus pais os dessem a honra de dar-lhes uma coisa que vão ter para sempre na vida de vocês.

Clary olhou para Jace, que olhou para Izzy e que por sua vez, olhou para Jocelyn. A filha de Jocelyn tomou um pouco as palavras:

–Eu acho que vão adorar o que temos aqui.

–Mas uma advertência, não usarão até atingir a idade certa para manuseá-la. Quebrem essa regra e perderão. – Izzy disse da cadeira com seu bebê no colo.

Os olhos dos meninos cintilaram diante das possibilidades, mas foi quando Jace puxou as duas pelas do bolso traseiro que os olhos faiscaram. Dinah e Dave pareceram unidos pela primeira vez, e até mesmo Maryssa ficou em estado de choque, quando sua mãe mostrou algo na mão esquerda.

–São as suas estelas. As que vão usar um dia para defender o mundo. – Jocelyn disse orgulhosa. Ela fez um aceno e jace abaixou perto de Dinah e Dave e entregou a cada um uma. Os meninos reproduziram um giro pequeno no ar e um pequeno filete de cor metálica apareceu e sumiu. A menina sorriu e Dave olhava paralisado.

Izzy chamou Maryssa com o olhar e a menina foi. Calmamente ela pôs o objeto entre os dedos de Mary e deu um beijo em sua testa:

–Agora tem uma grande responsabilidade, minha pequena. Seja uma leoa.

–Obrigado, mãe. Eu nem sei o que dizer, é tão maneiro. – A menina segurava a estela firme. Um abraço veio em seguida.

Todos estavam felizes e radiantes. Era possível ver apenas através dos olhos de cada um ali. Dinah pulava, Dave fingia lutar com Jace e Maryssa brincava com sua mãe e Elliot. Havia muitos sorrisos e ea como se fosse o melhor dia para todos, exceto para um. Max olhou a cena com uma expressão serena, mas que também não era nem um sorriso. Ele sentou-se num pequeno banco ali e manteve as mãos juntas em frente ao corpo. Ele sabia o motivo dos pais não virem, e não tinha nada a ver com demônios. Ele sabia que não poderia ter uma estela porque ele não era um Nephilim, mas um Downworlder. Por um momento ele quis chorar, mas olhou para frente e até ensaiou um sorriso para Maryssa, que olhou de relance e voltou a falar com Izzy.

–Ei, Max. Quer lutar? – Dave passou próximo do garoto de olhos azuis. – Deixa, não pode brincar, nem tem uma arma. – Ele riu e correu pela sala.

–Oi, Max. Posso sentar? – A voz da professora foi ouvida.

–Claro, Senhora. – Max afastou calmamente para dar espaço a ela.

–Olha, eu sei que está triste, mas isso não te faz menos importante que qualquer um dos meninos. Ainda é um de nós, de uma forma diferente. – Ela soou reconfortante.

–A diferença dói. – Max disse olhando para o chão.

–Meu querido, isso não muda o quanto gostamos de você. É o aluno mais dedicado da classe. Isso importa muito, Max. – Jocelyn o olhava afetuosa e pela primeira vez ele aolhou, ela percebeu a tristeza em seu olhar mareado.

–Todos os dias eu rezo para os céus, Professora. Eu só peço uma coisa.

–Isso é bom, muito. E o que você pede? Se é que posso saber. – Ela pareceu se animar.

–Eu peço par aDeus me levar e dar um filho que seja bom par aos meus pais. Alguém que faça valer a pena como eu não... Me desculpe. – O menino levantou do assento e a expressão de Jocelyn alterou-se para preocupação por ele. Ele correu e saiu pela porta de forma imperceptível, que nem mesmo Maryssa notou. E seus pés corriam e corriam, e era com ose ele nunca fosse parar, como realmente não queria. As lágrimas quentes caíam por suas bochechas. Ele correu até empurrar a porta da biblioteca a fechá-la atrás de si. Encostou-se na mesma e avistou uma mesa com alguma relíquias um pouco à diante.

Max caminhou até a mesa e observou seu itens. As lágrimas ainda caíam e ele vislumbrou algo. Estava atrás de tudo, mas ainda assim, ele o pegou. Era um pequeno globinho de neve com um bonequinho de terno dentro. “Lembrança de Vancouver para vocês. – Beijos, A and M.” – Era de alguma provável viagem. Max então pôs a mão em baixo e viu que podia dar corda. Fez isso até não aguentar mais e soltou. Sublime, doce, como uma canção ao vento. A musiquinha invadiu a sala e rodopiou por suas paredes. Parecia uma canção de ninar. Aos poucos o menino encostou na frente do móvel antigo e foi escorregando até cair sentado no chão com o globinho no colo.

A melodia continuou a tocar e Max deitou a cabeça no chão frio do lugar. Os cabelos um pouco grandes se esparramaram e ele observou a parte de baixo das estantes de livros. Tal qual a cantiga de ninar e suas lágrimas, suas pálpebras alteravam-se entre abertas e fechadas à medida que as lágrimas iam diminuindo o fluxo. Foi ao ritmo final e suave da canção que os olhos fecharam e ele adormeceu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, essa foi a última vez em que vimos eles crianças. Sei que foi muito curto, mas agora começa a verdadeira história. Agora os mistérios se iniciam. Deixem suas reviews e kiss.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Wings" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.