Wings escrita por Rausch


Capítulo 12
Capítulo 11 - Eu tenho um problema a mais com você, Garoto


Notas iniciais do capítulo

Partes deste capítulo foram inspiradas num discurso de Santana Lopez, do seriado Glee. Não direi o motivo, terão de ler para descobrir. Mas garanto que até aqui este foi o meu capítulo favorito.



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Os convidados começaram a chegar cedo. Todos os tipos de Seres haviam sido convidados para a grande celebração do Magnífico Bruxo do Brooklyn e sua família. Isabelle chegara trajando um vestido longo preto, este adornado com algumas pedras de cristais em alguns detalhes do decote. Estava a moda antiga. Simon veio de Pirata, era algo clichê, no entanto, era ainda uma fantasia. Jace e Clary vieram de Anjo e Demônio. Aquela combinação soava engraçada, apesar da relação entre as famílias não ser nenhum um pouco cômica. As filhas, Dinah e Grace, a primeira trajava uma fantasia de Mulher Maravilha, e a segunda uma fantasia de Dorothy de O mágico de Oz.

Todo espaço da antiga área de festas, foi adornado por lamparinas fluorescentes e balões de cores diversas. Não havia um padrão, apenas coisas em excesso. Magnus estava vestido de Coringa e Alec vestia uma fantasia de Batman. É, ele rejeitava a ideia de mudar o preto. O homem dos olhos azuis olhou ao redor e viu Jace e Clary conversando ao longe.

– Eles se sentem mal, é visível, Magnus. – Comentou com o Marido.

– É, eu tenho certeza disso, Alec. Eu não queria que fosse assim, e não digo que há alho que impeça a relação normal da gente. Nem mesmo o filho veio. – Não citou o nome de Dave em sua resposta. Magnus apenas comentou.

– Acho que vou ter uma conversa com o Jace. Ainda somos Parabatai. – Alec afagou o braço de Magnu.

O Bruxo assentiu positivamente. Mantinha um sorriso contido nos lábios. Alec não se acanhou e o beijou ali.

– Eu te amo.– Distanciou-se um pouco e não ouviu a resposta. Magnus também dissera “Eu te amo.”.

O bruxo sentiu um toque as suas costas e virou rapidamente. Maryssa estava diante dele vestindo algo totalmente diferente do que ele poderia imaginar para ela. Ela estava fantasiada de Robocop. Claro, aquela era uma versão bem mais feminina e com curvas, o que tornou tudo interessante.

– Olha só, algo cibernético. Uma mulher artificial. – Comentou com gentileza.

– Sim, acho que a noite pede isso. – A ruiva cruzou os braços.

– Não viu seu primo por aí?

– Não, não. – O tom da voz da garota foi displicente.

– Estou preocupado que ele nos enrole e não venha. Max não queria uma festa. – Magnus olhou preocupado ao redor.

– Ele vai vir, tio. Pode ter certeza que eu mesma o ajudei na fantasia. – Maryssa riu irônica.

– E não pode me dizer qual a fantasia? – Ele cochichou com a menina.

– Não mesmo. O Senhor vai gostar da surpresa. É uma fantasia Magnífica. – Ela enfatizou a última palavra e deu uma cotovelada leve no homem.

(...)

O lápis deslizou uma última vez por sob a superfície dos olhos de Max. Encarando-se no espelho ele terminara de fazer o contorno nas bordas. Estava pronto. Não, ainda faltava algo. Ele olhou para o terno preto pendurado na porta do Guarda – Roupa e deu uma risada ao perceber na situação em que se encontrava. Maryssa o colocara ali.

Levantou da penteadeira e pegou a parte faltante da roupa, vestindo-a com cuidado. O menino passou os braços pelo terno e o ajeitou no ombros e braço. Havia servido mais do que Mary poderia ter imaginado. Distante do espelhou, desta vez Max olhara seu corpo interior com aquela fantasia. Sabia que ela levantaria comentários realmente grandes. Flexionou os dedos e os olhou. As unhas estavam pinadas com um vermelho forte e chamativo, com brilho colocado em todas as partes das mãos. Havia mais brilho em partes da roupa, principalmente a gravata.

Max puxou o colarinho da camisa e olhando para si mesmo, disse:

– É a hora de você ser o dono dessa festa.

Tentou não ligar para o fato de não usar calças e apenas te ruma cueca box preta.

(...)

Maryssa brincava com o irmão enquanto esperava alguma coisa realmente impactante na festa. Apesar da música agitada ainda havia monotonia no ar. Até ela própria acreditou que Max havia enganado a todos e ido para qualquer outro lugar. E pensando nisso, ela realmente não queria ver a cara dos tios diante de todos aqueles convidados.

– Mary, cadê seu primo? Já era para ele ter aparecido. – Izzy perguntara impaciente.

– Eu não sei, mãe. Achei que ele já teria chegado a essas horas. – Maryssa mexia nos cabelos de Elliot.

– Será que ele não está jogando Just Dance por aí? – Simon comentara querendo fazer piada.

– Cala a boca, Si. Nem tudo na vida é vídeo Game. E você já evoluiu desta fase.

– Izzy, viu o Max? – Alec aparecera com sua capa longa atrás da irmã.

Izzy girou os olhos desgostosa.

– Eu não sou atendente de Marketing. Não vi o Max. Estava a comentar isso agora. – Ela fez cara de poucos amigos.

– Não precisava disso. – Alec falou um pouco mais brando. – Acho que ele não vem, Magnus já está desesperado e os convidados também.

– Quando se fazem algo magnífico, devem esperar a magnificência sem reclamara. Não acham? – A voz de Max soou diferente. Alec virou.

A reação de todos à mesa foi de surpresa. Ficaram parados por alguns momentos ao perceber de que Max estava fantasiado. Ele estava fantasiado de ninguém menos que Magnus Bane.

– Ai meu Deus, Max. Está melhor do que eu achei que ia estar. – Maryssa ficou de pé.

– Seu pai vai ter um ataque quando ver isso. – Alec disse fixando os olhos nas pernas de Max.

– Pernas bonitas, sobrinho. Está me fazendo lembrar de quando vinha aqui durante as festas que seu pai dava. Absurdamente estupendo. – Izzy puxou Elliot para o colo dela.

– Ficou bom mesmo? – Max perguntou.

– Melhor do que eu mesmo poderia ter feito. – O Bruxo apareceu de trás de Max. O pai abraçou o filho e disse: - Arriscarei ficar um pouco brilhante como antigamente. Estou me auto – abraçando. – Deu um beijo na cabeça do garoto.

Max aquiesceu nos braços de Magnus.

– Espero ter feito uma boa homenagem. E a propósito, agradeça a ruiva. – O rapaz apontou para Maryssa. – Ela me convenceu a vir, e ela quem me deu a ideia do que vestir.

Os olhos de todos recaíram na garota sentada ao lado de Izzy. Pela primeira vez na vida Mary parecia sem graça.

– Foi apenas uma ideia vaga. Coisa de momento. – Ela disse.

– Depois conversaremos sobre seu presente por isso, Mary. – Alec piscou o olho direito para a sobrinha.

Max observou ao redor e chegou a conclusão de que não conhecia metade daquelas pessoas, o que não era de se espantar já que ele não possuía amigos o bastante para aquilo. Permaneceu abraçado com o pai por um momento e depois puxou Mary para um canto:

– Está tudo certo para a apresentação? –

– Mais do que certo. – A ruiva olhou um pouco para baixo. – Está realmente seduzindo com essas pernas. Nunca achei que tinha coxas tão bonitas.

– MARYSSA! – Ele alarmou-se e pareceu sem reação. O rapaz colocava as mãos a frente das pernas, que estavam pouco cobertas com parte da camisa e do terno.

Com o passar da festa, a alegria se instalou por toda a parte. Bebidas e mais bebidas eram distribuídas sem fim. A música prosseguia alta, estava como deveria estar. Max conversara com algumas pessoas e fora apresentado a outras que não conhecia. Era notável a felicidade estampada no rosto dos pais. Mais para a metade da festa, Magnus adiantara um agradecimento e fizera um pequeno discurso. Este falara sobre o marido, e acima de tudo a felicidade de ter Max de volta. Emocionado com as palavras, o menino tentou não chorar a ponto de tirar parte da maquiagem e estragar o que planejava.

– Acho que quero dizer algumas coisas, ou melhor, fazer. – Max levantou da sua mesa e correu para o centro de um pequeno palco.

O garoto olhou todos os rostos que o encaravam e por um momento quis apenas ir embora. Apenas não podia dar um vexame, nem tampouco voltar atrás com o que planejara. Max segurou o microfone próximo a boca e espero Magnus sentar ao lado de Alec, que o abraçou.

– Oi. – Uma grande parte gritou um Olá de volta. – Eu sou o Max, e sei que todos vocês sabem. Não que eu seja conhecido, nem nada do gênero. Mas porquê eu tenho pais que fazem um bom comercial meu. – Todos gargalharam – Eu estou aqui para falar apenas uma coisa: Eu amo muito eles. Provavelmente se não fosse por eles eu não estaria contando essa história para vocês hoje, dizendo essas palavras. Tem sido longos anos, uns mais do que outros. Vencemos tudo juntos, toda adversidade, tudo. Não há nada que a nossa família nunca possa ter enfrentado. Vejo que alguns de vocês bem repararam em minha fantasia. Hoje eu decidi homenagear uma pessoa, de certa forma o fazemos quando trajamos uma fantasia. Hoje essa pessoa não se veste mais da mesma forma, a vida mudou de algum jeito. Mas a pessoa ainda é a mesma, que mesmo mudado pelos caminhos diferentes da vida, ainda possui o mesmo coração do dia em que me encontrou abandonado numa rua. – Olhou para Magnus, que encarava com feições mareadas. – Estou falando do meu pai Magnus. EM toda minha vida ela era exatamente o tipo de pessoa que eu queria ser, mas eu entendo hoje o quanto ninguém pode ser igual a ninguém. E eu sei bem as consequências disso. – Maryssa também encarava fixamente. Max olhou para baixo e deixou escapar uma lágrima. – Nós sabemos que alguém pode ser magnífico sem ser perfeito, agora sabemos. Porque hoje eu me sinto magnífico, já a perfeição está um pouco longe. Ou talvez muito. Quem sabe? Só queria agradecer aos dois. Aos meus dois pais. Obrigado por me darem a vida, não uma ou duas vezes, mas para sempre. – Ele encaixou o microfone no pedestal. – Por isso fiz algo para vocês hoje. É hora de sair um pouquinho do Just Dance, certo, tio Simon? – Max encarou o tio da plateia.

A plateia pareceu surpresa e Max adiantou-se a pegar algo mais ao fundo. Maryssa foi até o sistema de som. Ambos sorriam um para o outro.

– O que este garoto vai fazer, hein? – Alec questionou da mesa.

Mal deu tempo dele finalizar a frase e um som estrondoso de instrumentos de sopro surgiu imponente. Rapidamente uma cortina vermelha se fechou e a sombra do rapaz projetou-se atrás da mesma. Max ergueu a cabeça e tudo aconteceu. Era a hora de Problem. Expressão de todos foi de surpresa e descrença enquanto Max iniciou uma apresentação inesperada. A maior surpresa era sua voz única, que alcançava notas absurdas e falsetes sem nenhum esforço grande. Magnus e Alec estavam abraçados e um cobriu a boca com a mão. Izzy segurou Elliot forte, ela sabia que havia algo errado ali. O garoto demonstrara mais uma vez características estranhas, que nem mesmo os pais haviam notado. Já o haviam visto cantar nos jogos, mas nada se comparava aquilo. Absolutamente nada. Max fez uma performance digna de muito artistas de renome, no entanto foi a voz que marcou. Era o tipo de voz que faria qualquer pessoa paralisar e apenas observá-lo por horas em silencia. A voz tinha algo de sobrenatural, isso realmente era um fato.

Quando encerrada a apresentação, Max parou e olhou a face de todos. Estavam visivelmente maravilhados, ainda que, aquele não fosse seu objetivo principal. Queria apenas mostrar algo especial aos pais, e na verdade, havia feito bem mais.

– O que espera que a gente diga depois disso? – Magnus abraçou Max.

– Foi tão ruim assim?

– Ruim? Você não tem noção do que acabou de fazer. Ou tem? – Alec mexeu em seus cabelos. – Existe algo nessa sua voz, algo que nunca notamos, Max. Encantou e paralisou as pessoas. Não duvidaria se te chamassem para uma gravadora amanhã.

– Acho que preciso refrescar as ideias. Posso beber só hoje? – Max fez cara de fofo.

– Pode, agora está ficando grandinho. Ainda tem vinte e um? – Alec ironizou.

– Sempre! – A resposta foi curta.

Max pegou um pequeno Cupcake da sua mesa e deu uma mordida, permitindo que a prima mordesse o outro lado. Ele nunca estaria preparado para o que veria a seguir. Deu algumas risadas com Mary e então sentiu algo atrás de si, que o tomou pela mão e passou a puxar na direção de volta do palco. A pessoa usava capuz:

– Me solta.

E o capuz caiu. Era Dave.

O loiro parecia ter chorado, as expressões estavam vazias. Primeiramente o rapaz moreno teve medo, no entanto, parou quando pela primeira vez viu um traço diferente em Dave. Ele não estava parecendo zangado ou coisa do gênero. Todos alarmaram-se e levantaram a fim de deterem-no, acenei negativamente com a mão.

– Dave, me solta. Por favor. – Max falou com medo.

– Eu não vim te machucar, Max. Não mais. Eu...Eu. – Dave olhou para o chão e soltou o braço do outro rapaz. – Eu vim fazer o mínimo que posso. Vim te pedir desculpas por tudo, por todos esses anos.

Olhos azuis não respondeu, ficou paralisado. A reação de todos da festa foi a mesma, nada além do silêncio. O rapaz loiro deu alguns passos e pegou o microfone do pedestal.

– Eu infernizo Max Bane desde criança, tenho feito da vida dele um inferno. Eu o xinguei, zombei, e até mesmo ri de sua família. Mas eu nunca soube que poderia chegar ao limite de fazer o que fiz. – Ele tentava se manter calmo. – Eu o empurrei na frente do carro há algumas semanas. Eu quase o matei pelo simples fato de fazer, de ser mais macho. Eu vi minha família me ver diferente, principalmente meu grande homem, meu pai. Eu sei que nunc apodemos voltar atrás e consertar tudo, e isso me deixa mais triste do que julguei que poderia estar na vida.

Jace observou o filho e antinha uma expressão indecifrável, já Clary parecia nervosa.

– De uns dois dias para cá eu estive pensando sobre isso, sobre o motivo de ter feito tanta coisa. Eu não me entendo, apesar de me entender. Foram anos rindo de alguém que eu nunca soube nem o suficiente para fazer uma piada decente. Quer dizer, eu não sabia diretamente, porque indiretamente sim. – E então ele começou a gaguejar. – Eu ando por aí bravo com todos, fazendo maldades. E eu tenho toda essa raiva dentro de mim. Mas eu estou tão cansado. Eu não quero mais ter de lutar. No fundo eu sei o motivo de tudo isso, e vendo como tudo está nada poderia piorar. Max sempre foi corajoso o suficiente para não se estereotipar, nem definir-se por nada. – Ele gaguejava mais – Eu tenho todos esses sentimentos dentro de mim, eles cortam. E acho que precisei cortar pessoas para deixar a dor ficar mais leve, e pior, fiz com alguém que despertava grande parte tudo.

Max fazia movimentos negativos com a cabeça:

– Dave, não. Não faça... – Ele foi impedido pelo loiro.

– Nunca vão me ver como eu sou até que eu diga. Estou cansado de lutar contra isso, é hora de puxar o curativo. Eu... Eu gosto de garotos como deveria gostar de garotas. – Dave segurava o microfone a tremer. Max colocou a mão fronte a boca. – Tudo que eu mais queria, era o que eu mais fazia questão de empurrar para longe. E não acredito que eu poderia ver essa pessoa morta hoje. Nunca me perdoarei por tudo isso, mas você pode Max. É a única pessoa que pode. Todo esse tempo você tem sido o começo e o final de tudo, e eu tentei te sobrepor e fracassei. E na frente de todos vocês hoje, estou fazendo a coisa mais difícil de todas. Estou em redimindo, aceitando as minhas escolhas.

Todos ficaram em silêncio e os dois no palco se olharam. Um com expressão triste, outro confuso. Um dolorido, outro com medo. Mas ambos tinham algo em comum, estavam sentindo algo forte no ar.

– Você é o único que pode se perdoar, Dave. Não depende de mim e do seu pai. É você. – Max tentou falar em meio ao nervosismo. – Não remoo o passado, ele nunca me interessou. Apenas se mantenha leve. – Max aproximou-se do loiro, certamente sendo mais baixo que ele. Olhos azuis então sussurrou: - Já beijou alguém? Esse é o meu primeiro beijo. – E Max o beijou.

E não houveram pessoas a impedir.

Nem nada que dissessem.

Só havia os dois.

Um para o outro, como se bom e ruim fossem apenas equivalentes.


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Notas finais do capítulo

E então, galera? Chocados? ois se preparem que a nossa estória está caminhando para sua reta final. Wings findará no capítulo dezessete. Ou seja, podem começar a teorizar sobre o que acham que ainda vem por aí, e deixem só eu dizer o quanto isso está me emocionando. Deixem seus reviews, isso importante gigantemente. E sim, isso foi um neologismo.