Keep Holding On escrita por Carolina Black


Capítulo 15
Capítulo 15 - Preocupações




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Eu já tinha prometido tantas coisas desde a minha chegada a Forks. Era cuidar de Charlie, era não chorar mais, reerguer Jacob. As duas últimas pareciam algo impossível nesse exato momento.

Aqueles tubos e o soro pingando de segundo em segundo ao meu lado me deixavam a beira de um colapso. Eu ainda não chorava, mas já era possível ver meus olhos brilhando navegando naquela água salgada.

Enquanto prestava atenção em sua respiração calma e serena, desejava tanto ter poderes especiais, qualquer coisa mesmo. Algo que fizesse os papéis inverterem, que eu na verdade estivesse ali no seu lugar sofrendo como nunca devo ter sofrido.

Na cama, Jake dormia como um anjo, me fazendo lembrar da última noite em que passamos juntos. A dor em meu peito era insuportável ao vê-lo assim, tão fraco e vulnerável. No fundo eu sabia que parte da culpa era minha e se possível, aquilo me retalhava mais um pouco.

Ouvi a porta de madeira abrindo e notei que Leah tentava fazer o mínimo de barulho possível. Ela não tinha lágrimas nos olhos, mas dava para notar que tinha chorado já que sua maquiagem estava borrada. Quando ela notou minha presença ali, tratou logo de limpar o estrago em seu rosto. Achei tudo aquilo irônico e passei a ignorar sua presença ali, foquei tudo apenas em Jake.

# Eu durmo com ele, você deve estar cansada. # Levantei meu olhar de encontro ao seu, que estava do outro lado da cama sentada em uma cadeira idêntica a minha.

# Não. Eu fico. #

Dei graças a Deus que ela tinha entendido o recado. Visivelmente contrariada, Leah beijou a testa de Jacob e nos deixou a sós novamente porta a fora.

Passei horas da noite observando Jacob. O médico tinha dito que em breve ele acordaria, mas que era melhor eu chamá-lo antes de estabelecer algum tipo de conversa. Mesmo com medo de sua reação assim que acordasse, eu o fitava a cada segundo com esperanças de ver aquele olhar penetrante me encarando.

Assim de uma em uma hora o médico da noite vinha nos visitar. Antes de trocar os turnos, ele garantiu que Jacob acordaria logo e um fio de esperança brotou em mim. Eu não via à hora de poder fixar-me em seus olhos negros novamente.

# Obrigada doutor. # E ele nos deixou novamente a sós no quarto frio e escuro.

A luz apagada me impossibilitava de ver Jacob com clareza e devido ao cansaço o sono começava a aparecer. Lutei o máximo que consegui, mas foi impossível evitar. Curvei-me e deitei sobre a cama, ocupando o mínimo de espaço possível. Não queria incomodá-lo de modo algum.

Peguei sua mão, a que estava livre das agulhas, enroscando-a em minhas mãos gélidas e logo apaguei.

...

Pareciam ter se passado apenas cinco minutos, mas constatei no relógio e fazia quase hora que eu estava ali deitada ao seu lado. Nada dele acordar. Essa angustia já estava prestes a me levar a um ataque de nervos.

Eu queria conversar com ele, perguntar o quê tinha ocorrido. Tudo estava tão bem entre nós, eu não encontrava palavras para descrever o dia anterior no qual passei ao seu lado. Jake não tinha motivos para ter misturado bebida com remédios. Não fazia sentido algum tudo aquilo.

A porta do quarto abriu de repente fazendo com que eu levantasse assustada da cadeira. Reconheci aquela face esbranquiçada parada em minha frente. Ele notou o espanto estampado em minha feição.

Senti minha mão sendo apertada e voltei meu olhar para a cama. Jacob estava acordando com certa dificuldade. Ele nem sequer olhou para mim, mirou diretamente em Carlisle.  Imaginei que sua feição estava igual ou pior que a minha tamanho era seu espanto.

De repente tudo começou a tremer. O soro caiu em cima do meu pé, o ferro da cama batendo contra o colchão velho. Eu não vi nada.

No momento seguinte eu estava gritando e esperneando do lado de fora do quarto, enquanto várias pessoas de branco adentravam no quarto, ficando dois com o trabalho de me segurar.

Tentei me soltar de todas as formas, porém o máximo que consegui foi ver o que acontecia no quarto. Ele mal tinha acordado e já estava sofrendo novamente. Era nítido que ninguém ali queria sedá-lo novamente, mas ele parecia não colaborar.

# Me deixa falar com ele. # Eu sussurrei em meio aos soluços. Os dois brutamontes que me agarravam fitaram Carlisle, que me deu a autorização necessária. Meu coração batia descompensado, eu estava com medo de tudo o que estava acontecendo.

Voltei para o quarto e me assustei com ele. Suas veias estavam completamente saltadas, marcando todo o seu corpo bronzeado. Os lábios apertados, causando leves machucados e sangramentos. Pude notar que Seth estava ali, nem o tinha visto entrar no quarto devido a confusão. Era ele que segurava ambos os braços de Jacob.

Assim que Seth me viu entrar e Jacob acompanhou seu olhar até pousar em mim, ambos acalmaram os nervos. Seth soltou o amigo e este ficou imóvel na cama.

# Ainda tem coragem de vir aqui ver o estrago? # Percebi o quanto ele falava com dificuldade. E como uma luz, as palavras de Sam esclareceram absolutamente tudo. Jacob achava que eu sabia dos Cullens, mas ele não fazia ideia do quão espantada eu estava ao ver Carlisle no hospital!

# Shhh Jake, me deixa falar. # Passei meus dedos em sua boca, aproveitando para tirar o filete de sangue que escorria de tanto ele apertar e morder os lábios de raiva. Ele pareceu irritado, mas logo cedeu ao meu pedido.

# Eu estou confusa Jacob, eu não sabia de absolutamente nada. Fiquei te esperando, você não apareceu e decidi voltar para casa, quando cheguei lá Alice me tratou tão bem e eu sentia tantas saudades... # Eu parecia uma metralhadora de palavras, parei para respirar e observar sua reação. Ele permanecia completamente calado, perdido em tudo o que eu falava. # Ela mentiu pra mim, disse que era só ela e Esme. Eu acabei de encontrar com o Carlisle, nem sabia que ele estava aqui. #

Jacob desviou o olhar do meu completamente desinteressado. Um ato totalmente imbecil!

# Olha pra mim. Eu não tenho motivos pra mentir pra você. Eu prometi Jake, eu prometi que vou ficar ao seu lado. #

Ele me obedeceu voltando seu olhar para mim. Eu via todo o sofrimento em seus olhos negros. Busquei por sua mão coberta com os lençóis. Apertei-a com o máximo de força que podia, mesmo sabendo que Jake não sentiria nem cócegas.

Com o contato, percebi que suas mãos não estavam tão quentes como costumam ser. Ouvi o barulho da porta no momento em que ia sentar ao seu lado. Era Carlisle novamente.

# Isabella. # Ele me cumprimentou todo educado, como sempre fora. Sorri de volta, o sorriso mais doloroso da minha vida. # Eu preciso conversar com ele. #

# Posso ficar? #

Carlisle não respondeu, apenas caminhou dando a volta na cama para chegar mais perto do lobo. Era nítido que ambos se controlavam ao máximo. Talvez Carlisle levasse um pouco mais de vantagem naquele encontro.

# Nós já sabemos o que você ingeriu e você podia ter morrido. # Meu coração parou. # Não tenho estudos embasados nisto, mas creio que seu metabolismo de lobo o ajudou muito.  Você misturou bebidas com níveis altos de álcool ao mesmo tempo em que tomava calmantes e medicações fortes. #

Eu sabia que tinha me tornado uma pessoa forte, só que aquilo já estava se exigindo demais da minha parte. Seth veio me buscar no quarto enquanto eu absorvia tudo o que estava acontecendo.

Não precisei ouvir a conversa inteira, Carlisle veio me contar tudo depois com detalhes. Explicou-me todos os riscos e todas as besteiras que Jacob tinha cometido de uma vez só. Falou que ele precisaria de tratamento, mas pelo que consegui captar ele não aceitou isso.

Terminei de tomar o suco que Seth gentilmente comprara para mim, agradeci e voltei para o  aterrorizante quarto.

Bati na porta e Leah estava ali, com Jacob chorando ao seu lado. Aquela imagem me pegou desprevenida. Eu sabia de todo o passado de ambos, de como Leah tinha sido importante para o meu Jake. Pedi licença e me retirei, não queria estragar o momento de amizade de ambos.

Logo Leah estava passando ao meu lado como um foguete.

# Ele está te chamando. #

# Obrigada. # Foi tudo o que eu consegui dizer e recebi uma piscadela em recompensa. Leah não parecia ser tão má assim, pensei durante minha caminhada de volta ao quarto.

# Eu sou um imbecil. # Ele disse assim que me viu abrindo aquela porta pela décima vez no mesmo dia.

# Não, não é. #

# Sou sim. # Revirei os olhos e ele deu uma leve risada.

# Você só precisa de ajuda. # Era a hora de convencê-lo.

# Você me ajuda? #

Ajoelhei-me ao seu lado na cama e dei lhe um selinho breve, mas muito carinhoso. Não fazia nem um dia que eu o tinha beijado pela última vez, e eu já sentia falta daquele seu gosto único.

# Eu preciso mesmo responder? #

Jake me olhou desconfiado, mas eu logo notei o ar divertido em sua expressão. Dei risada e decidi responder a pergunta boba:

# Custe o que custar meu lobinho, eu vou te ajudar sempre. #

Então ele fechou os olhos e adormeceu ainda com as mãos enroscadas em mim. Fiquei um bom tempo observando sua feição, mas logo o cansaço me pegou novamente. O dia seria longo, e eu ainda tinha que falar com uma certa baixinha, que agora tinha dado para mentir ...

 

n/a: oi pessoas! tudo bem? Espero que sim *-*. Vou resumir bem como foi essa semana:

segunda: otorrino

terça: cama

quarta: otorrino

quinta: vascular

sexta: semi-cama.

hahaha, nem precisa perguntar, já estou agendando o saravá ou seja lá como se chame a pessoa que tire encostos e coisas do gênero kkkk. O que me importa mesmo é que eu consegui escrever esse capítulo, era para ele ser totalmente diferente ;O, mas como a primeira tentativa foi falha e eu travei no meio, resolvi mudar tudo. Espero também que o resultado agrade do mesmo modo kkkk :x (se não agradar, ferrou rs)

Bom, é isso. Acho que devo estar postando o próximo capítulo no próximo fim de semana, mas não garanto absolutamente nada okay? É apenas uma previsão que espero concluir :D. E é isso, muito obrigada a todos... como sempre, umas fofuras as reviews *-*.

Um beijo e bom fim de semana/semana para todos! :)



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