P.O.V Effy

FLASHBACK (ANTES DA DOENÇA DE EMILY)

“Eu acordei novamente, em algum lugar diferente como todos os dias, me sentei, vi Cook ao meu lado e todos dormindo no chão em seu próprio lugar, olhei e vi Emily dormindo perto de Katie, bufei. Respirei levantei, olhei para o lado, vi baseados, bebidas, todas as garrafas vazias, respirei fundo novamente e me levantei e saí andando para ao menos saber onde diabos estávamos, andei um pouco e achei um parquinho, eu tinha essa obsessão por parques desde pequena, não sabia explicar, me sentei perto do lado e fiquei olhando o amanhecer chegar e os raios solares me atingir.

Eu provavelmente deveria estar acordando com a maior cabeça do mundo, ou tontura, qualquer sentimento, mas depois de tantos anos... É impossível eu sentir qualquer tipo de dor e aquilo era ruim, de verdade, não sentir nada, mas ao mesmo tempo era forte e acolhedor o sentimento de não sentir nada. O parque era silencioso, não tinha crianças, apenas eu e talvez seja a maior coisa que eu amo sobre os parques, seus mistérios, seu silencio, era acolhedor também, ouvi agora os pássaros e olhei para cima e os vi voando, era libertador aquele sentimento e um enigma ao mesmo tempo, talvez eu também seja, aliás, nem eu me entendo. Tem coisas que eu não consigo me lembrar, de nada, nenhum momento mas sei que algo aconteceu, mas simplesmente sumiu da minha mente. Puf, num instante se foi um dia ou um mês inteiro.

O que diabos eu ou essas pessoas que eu convivo estavam fazendo com suas vidas? Será que algum dia eles já pararam para pensar que um dia, o efeito acaba? Da bebida, do baseado, de tudo, e você tem que bater com a realidade, no meu caso, aconteceu... Eu não consigo sentir mais uma droga de sentimento sobre isso, ou algum feito, qualquer coisa, eu apenas os seguia, ou eles me seguia, eu queria fugir mas eu não fazia falta para ninguém de nenhum jeito, então eu acho que aquilo não era fugir, era apenas andar sem rumo, eu não sei a palavra certa para definir meus pensamentos, nunca sei, e isso torna tudo mais complicado do que já é.

Meus pais não ligavam para mim, e não que isso me importasse porque eles não importavam para mim também então eu acho que estávamos kits, talvez essas pessoas com quem eu ando tenha alguém preocupado com eles, mas eles não ligam porque são egoístas e querem que o mundo note que não está presente, é, talvez. Eu posso talvez estar sendo egoísta com alguém, tipo o Daryl mas duvido que ele pense que estou longe da frente da sua casa, ou deve estar caçando algum animal ou coisa parecida. É engraçado mas eu e ele se entende tão bem porque eu entendo o que ele sente, eu sei exatamente o que o Sr.Daryl Dixon sente, ah, aquele Caipira, ele acha que me conhece, mas na verdade ele não conhece, ele conhece minha história e pensa que me conhece, mas não sabe quem eu realmente eu sou.

Olhei para meu telefone e ele meio que tocava, vi o número de Daryl, hesitei mas atendi.

– Ora, ora, quem deu as caras – Eu brinquei.

– Não fui eu que desapareceu – Ele falou do seu jeito sério, eu já imaginava sua cara o quão hilária deveria estar sendo.

– Pare de ser tão chato, estou uns tipo, 3 ou 4 dias longe de casa e você apenas notou agora – Eu falei, não estava irritada ou pedindo que ele se importasse, eu estava tentando explicar para ele que ele era como todos e que ele não podia me dar broncas algumas.

–Eu estava caçando – Ele tentou explicar.

Silêncio. Eu não falei nada.

– Volte para casa – Ele falou, mas seu tom não era duro, agora parecia um tom mais frágil. Eu pensei seriamente em voltar, juro que sim, mas já estava ruim suficiente sem mim, eu iria apenas bagunçar sua vida ou algo assim e isso é a última coisa que eu quero fazer.

– Eu não posso voltar para casa agora, Hick! – Eu falei tentando parecer o mais descontraída possível.

– Você não tem como voltar, é isso? Me diga onde você está e eu posso ir lhe buscar – Ele falou num tom um tanto desesperado.

– Daryl – Eu falei e escutei ele respirando firme. – Não é isso – Eu falei e ele entendeu.

– Qualquer tempo que quiser, peça para voltar e eu irei, não importa onde – Ele falou e eu dei um meio sorriso.

– Estou num dos meus lugares favoritos e eu estou pensando que isso às vezes tem gosto de liberdade, mas de que eu vou ser livre? – Eu falei mas eu basicamente não fazia o menor sentindo e sabia disso.

– Do que você está falando, Eff? – Ele falou preocupado.

– Apenas olhe para o céu, Caipira. O dia não está lindo hoje? – Eu perguntei olhando para o céu.

– Mal amanheceu – Ele resmungou.

– E daí? O dia continua lindo, o céu está tão azul – Eu retruquei encantada com aquele lugar que eu estava.

– Você não está fazendo sentindo, Eff – Ele falou, parecia... Preocupado.

– Eu estou bem, Caipira. Apenas estou observadora. Quem sabe um dia eu faça sentido? – Eu falei, mas estava falando verdades mas não tinha pé nem cabeça aquilo.

– O que eu devo fazer? – Ele perguntou. – Estou preocupado – Admitiu.

– Apenas olhe para o céu, Caipira – Eu falei.

– Eff

– Até logo – Eu falei e escutei ele falando “Effy, não desligue”, então eu desliguei. Podia ser muita estupidez eu fazer aquilo, mas eu não queria fazer Daryl virar sua vida de cabeça para baixo pra nada, por uma garota estúpida que não sabe o que está fazendo.

Eu me deitei na grama, e fiquei observando o céu, tinha um certo silêncio tirando a parte dos pássaros, mas aquilo tudo era um tipo de conforto, um lugar calmo, respirei de novo e de novo.

Depois senti alguém atrás de mim então eu olhei e vi Cook com aquele sorriso que ele sempre carregava no rosto, acho que ele pensava que tudo era algum tipo de brincadeira, okay, eu não ligo. Eu e Cook éramos parecidos, histórias mas talvez não nossas mentalidades. Ele chegou com uma garrafa de Vodka, e estava bebendo e sorrindo, ele se sentou ao meu lado e ficou olhando para o lago e eu me levantei, me sentando ao seu lado como eu estava antes.

– O que está fazendo aqui essa hora? – Ele perguntou desviando o olhar do lago para mim.

Eu apenas dei de ombros.

– Ah, misteriosa como sempre – Ele falou, não entendi o que ele quis dizer com aquilo, mas apenas silencio da minha parte. Peguei a Vodka de sua mão e tomei um longo gole e ele sorriu para mim.

– O que estamos fazendo aqui, de qualquer jeito? – Eu perguntei.

– Não é sobre o destino, baby. É sobre a jornada – Ele falou apenas, eu olhei para ele e ele sorriu, então eu bebi mais um pouco.

Talvez Cook esteja certo, talvez não tenha esse tal de destino e apenas a jornada, mas quem é que sabe?”