Lonely escrita por Novaes


Capítulo 69
I wanna go back... I want to go back to being you


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, eu sei que andei demorando um pouco para postar alguma coisa, como vocês sabe, essa fic foi repostada e até o capítulo anterior era tudo que tinha da outra fanfic ou seja, para alguns esse capítulo vai ser “inédito” então KKk, só pra explicar de novo. Sim, sei que demorei e quero pedir desculpas por isso, gente, eu tô sem not, semana passada estava na integração da nova escola que aliás eu já estou me sentindo a própria Charlie de As vantagens de ser invisível, choremos KK.
Descobri que uma mulher que considerei minha avó desde tão pequena está morrendo  E está deixando saudades mesmo estando ainda viva, naquela cama vazia de hospital esperando por sua hora. Sei que isso não é muito reconfortante, mas de alguma forma quando eu ligo para ela, ela me faz se sentir melhor, mas vai deixar saudades e eu não sei se vou aguentar sem ela por aqui. Já se foi meu tio, minha sobrinha, e agora minha vó... É, a vida é difícil em vários aspectos.
Mas enfim, quero comentar um pouco desse capítulo que vai ser um pouco sobre a vida antiga da Effy, ela foi uma menina muito problemática, com alguns distúrbios, nesse capítulo vocês vão ver alguns “demônios” do passado dela voltando, na cabeça dela. Espero que vocês entendam que essa fic é meu amor, espero que leiam com atenção esse capítulo porque está sendo uma das coisas mais pessoais que estou escrevendo por aqui. Resolvi colocar em partes porque eu fiquei feliz em chegar a esse ponto da fic que eu sempre pensei em chegar e aqui estamos, e esse está sendo meu capítulo favorito KK, eu sou cheia de capítulos favoritos mas acho que esse foi o meu favorito pessoal, sabe?
Quero agradecer a todos por estarem sempre aqui ao meu lado, eu amo vocês eternamente e sou eternamente grata por tudo viu? Obrigada! E não me matem porque as coisas vão ficar um pouco mais complicadas na fic.
Agradecimentos - Lariisilva



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P.O.V Effy

Eu saí vagando pela floresta, sem lugar nenhum para ir, sem equilíbrio, minha cabeça estava uma bagunça, eu saí transtornada.

Eu estava sem controle e aquilo era ruim, muito ruim. Sempre fui controlada, sempre estivesse no controle das coisas, tinha aquele ar de superioridade pois eu sabia das coisas, e as pessoas eram tão inseguras de si que procuravam alguém, chorava no colo dessas pessoas e coisas assim, eu não... Sei que quando eu não tenho equilibro, eu perco tudo, mas agora pensei: o que diabos vou perder agora? Não tenho nada a perder, o mundo acabou.

Eu coloquei a mão na minha cabeça, fechei os olhos por um segundo tentando achar controle, tentando parar com aquelas vozes na minha cabeça, então eu via fantasmas do meu passado passando ao meu lado, gritando na minha cabeça. Está apenas na sua cabeça, Effy. Isso não é real, tentei falar para mim mesma, mas as lágrimas... As lágrimas não paravam um segundo, e as vozes, só aumentavam, era como se ali fosse minha queda de vez, eu sei que aquilo era apenas na minha cabeça, aquilo estava apenas na minha cabeça e eu só precisava apertar o botão de desligar, mas há muita dor, e culpa nessa sujeira de mundo, e eu não tinha mais controle, eu estava fraca. Eu era fraca. Por favor, faça isso parar, pedir. O que há de errado comigo? Eu coloquei a mão na minha cabeça novamente e

Vi aquele homem de novo, tentei correr mas logo perdi o controle e caí no chão com aquele tronco que tinha na minha frente. Eu o via, eu via todos ali. Me escondi atrás da árvore, o que há de errado comigo? O homem sem face me procurava em todos os lugares, eu respirava fundo tentando controlar as lágrimas que caíam, tentando controlar os gritos na minha cabeça. De repente, apareceu uma garotinha ao meu lado, e ela segurou minha mão e se levantou.

– O que está fazendo? Se abaixe – Eu a alertei e ela apenas negou com a cabeça e quando vi não tinha mais o homem sem face, eu tentei me levantar um pouco mais e ela me olhou me mostrando um urso que eu tinha quando tinha mais ou menos a idade dela e quando percebi, aquela era eu. Ela fez o sinal para eu ficar calada, e eu ouvi aquela voz de novo: Effy, eu estou chegando. Aquele homem novamente gritando, ele estava sempre lá, ele nunca foi embora, não de verdade. A garotinha me deu o ursinho dela de volta e eu o abracei como se fosse a última coisa que eu tinha a me apoiar naquele momento, ela se virou como se fosse correr e eu a segurei rapidamente.

– Eu quero voltar – Falei e ela me olhou curiosa com aqueles olhos azuis e aquele olhar de silêncio que eu sempre tive, parecia que eu tinha controle quando era ela, agora eu não tenho mais nada, ela não tinha medo, e aquele homem sempre estava atrás de mim. As vozes continuavam a gritar, e eu tinha certeza que eu gritava para ela me ouvir.

– Eu quero voltar a ser você! – Eu implorei mais ou menos. – Eu estou tão assustada – Eu admiti ainda mais ouvindo essas malditas vozes, todos gritando na porcaria da minha cabeça na mesma hora, todas as coisas ruins, meu pai, minha mãe, toda aquela sujeira, toda aquela situação nojenta, aquele homem... Ele falando que estava vindo me pegar. Eu sei que eu chorava abraçada naquele ursinho. Olhei para a garota que me olhava estranha. – Eu não sei se consigo... Aguentar mais isso – Falei gritando e ela apenas virou a cabeça de um modo estranho. Respirei fundo, tentando controlar todas aquelas vozes, ouvir pisadas no chão, quebrando os galhos que tinham por ali, a garotinha abriu mais os olhos olhando para o lugar e aquela voz novamente.

– Effy, estou indo por você – Aquele homem gritava quase cantando, não sei como ele sentia prazer naquilo, era nojento. Eu olhei para trás assustada e depois voltei a me abaixar olhando para a menina, senti as pisadas mais fortes, o homem corria.

– Eu não sei o que fazer – Gritei segurando a garotinha. – ME DIGA O QUE FAZER – Eu implorei. Ela apenas me olhava esquisita como sempre. Eu sempre fui tão misteriosa, e dona de mim mesma, não me importando com nada porque eu sabia a verdade de toda essa sujeira que aconteceu comigo então eu nunca tinha medo. – Não me dê esse silêncio de merda – Falei e ela ainda me olhava virando a cabeça e olhando para onde o homem estava, sei que ela queria ir embora. – Eu sei que você pode falar – Completei e ela apenas se aproximou de mim. Quando eu era pequena, eu não falava muito porque eu sabia que não importava, eu sabia que ninguém ia me ouvir. Ela se inclinou para falar comigo, e ela apenas falou uma única palavra.

–Fuja – Ela falou e quando eu olhei para trás, vi que o homem sem face estava lá, ele iria me pegar, quando olhei para trás a garotinha já havia ido. Eu gritei quando o homem sem face veio no meu caminho, eu gritei alto e fechei os olhos e quando eu abri ele não estava mais lá. Me levantei rapidamente transtornada e percebi que o homem continuava correndo, gritos, havia gritos de uma garotinha, fechei os olhos, por favor não, pedi baixinho, por favor não pedi novamente.

Me levantei fraca e comecei a andar mais rápido e vi minha mãe sentada numa árvore e olhava para o homem correndo atrás de mim, desviava o olhar como sempre fazia, toda maldita vez.

– Effy, bom ver você – Ela falou sem olhar para mim, e eu a olhei.

– Você está vendo tudo – Gritei, eu sei que eu chorava e que aquilo era idiota, eu olhava para minha mãe sem acreditar, é tudo mentira, Effy se concentre. Pelo amor de Deus, Effy se concentre.

– As pessoas tem que fazer o que é necessário para sobreviver, Effy – Ela falou.

– Você sabia todo esse tempo, sua vadia! – Eu gritei me controlando para as vozes não gritarem.

– Eu tentei dar certo, querida, eu juro que tentei – Ela me olhava inocente.

– Você podia ter prestado muito mais atenção à muita coisa, mãe – Eu falei olhando para ela e ela apenas me olhava, e o homem corria, e as vozes continuavam. – Coisas estavam acontecendo – Eu falei tentando chegar perto mas o mundo parecia girar agora. – Todo tipo de merda e você... Você não me avisou – Eu falei e ela apenas riu debochada.

– Effy, effy – Ela cantarolou.

– Desse jeito é mais fácil, não é? Desviar o olhar, fingir que não sabe de porcaria alguma – Gritei e ela apenas balançou a cabeça e acendeu um cigarro.

–O que aconteceu com a enigmática Elizabeth Stonem? – Ela perguntou ainda debochada.

– Eu não acho que poderia suportar guardar tudo como você fez – Retruquei, e as pisadas nas gramas mais fortes, e a gritaria mais alta.

– Você está sendo estúpida, acha que eu poderia aguentar o que você fez com aquela garotinha? – Ela falou.

– Que garotinha? – Eu perguntei e as vozes começaram voltar a gritos de alguém, buzinas. Minha mãe apenas olhava para aquele homem me puxando quando pequena e eu calada tentando me soltar. Ela olhava e quando ele me puxava ela virava o rosto. Era como se eu não estivesse ali. – Mãe – Gritei e ela nem piscou, ela não me via. As lágrimas começaram a vir mais à tona, os gritos, sangue, era muita sujeira naquele mundo. E quando o homem iria me pegar novamente eu corri e alguém me segurou forte e quando eu me virei vi meu pai, ele sorria ironicamente, e me olhava chorando, nada dava ele mais prazer.

– Querida Elizabeth – Ele falou passando aquela cerveja de mão e me rodando. – Patética – Ele falou olhando para mim. – Tão durona, o que aconteceu? Mamãe não deixou você brincar mais com o chefinho? – Ele falou como se gostasse. – Ou foi a sua querida irmã que você matou, ou Emily? – Ele perguntou. – Fraca, como sempre disse – Gritei.

– Eu não matei ninguém, eu não matei – Eu gritei e de repente ele me empurrou e eu caí batendo a cabeça na árvore e fechei os olhos tentando esquecer toda aquela bagunça e quando abri estavam ele e minha mãe sentados naquela maldita árvore me observando quando mais nova.

As vozes do meu pai falando: Não venha destruir esse momento feliz ou o quanto ele começava a gritar bem alto e me sacudir com o que diabos havia de errado comigo.

A voz de Emily falando que iria morrer, falando que tinha câncer, de como a vida era frágil.

Minha mãe gritando na minha cabeça, batendo em mim, todos gritando ao mesmo tempo. Eu gritei agora tentando exaltar toda aquela dor, toda aquela gritaria e sujeira. O que está acontecendo comigo?

– Faça parar – Gritei com o homem que me perseguia, ele me pegou pelo braço e ficou tentando me carregar e eu parei, e então ele começou a me balançar. E as vozes na minha cabeça, gritando, eu não posso lutar contra todos eles, eu estou fraca, eu não posso combater nada disso, talvez ele está certo, meu pai... Eu sou fraca.


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Notas finais do capítulo

Amo vocês!



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