- O que você quer saber? – Ela perguntou, puxando a cadeira da mesa do computador e se sentando.

- Tudo! – Bella mordeu os lábios.

- É que eu não sei como começar

- Por que não começa pela sua vida humana, você teve uma, não teve?

- Quase.

- Como quase?

- Eu tive, mas não me lembro muito bem. Com o tempo, as memórias humanas vão se apagando! – Bella tinha uma expressão triste no rosto, enquanto sua mente vasculhava pelas lembranças borradas.Como se ela estivesse tentando ver algo de dentro d’água

Edward foi até ela,a fez se levantar e depois sentou-se, puxando-a para o seu colo. Bella repousou a cabeça em seu peito, estava muito mais fácil de falar agora.

- Eu não fico chateada com isso, as lembranças que realmente importam estão aqui, muito nubladas mais estão!

- Como você se tornou o que você é?

- Como me transformei? – Edward assentiu. – Carlisle me mordeu!

- Bella... – Ela sorriu, gostava de provocá-lo.

- Nasci em 85 – Bella disse. – Nós não envelhecemos depois da transformação.

- 25 anos não é tão velha!

- 1885. – Bellla esperou. As expressões de Edward estavam congeladas, mas logo se suavizaram.

- Eu esperava por algo assim!

- É repugnante demais para você? – Edward deu um meio sorriso, que tirou todo o fôlego de Bella, mesmo que ela não precisasse dele.

- É exatamente o contrário, você fica cada vez mais fascinante! – Bella sorriu, ela tinha medo de que, em algum momento, algo com relação a ela fosse demais para ele, que ele desistisse dela.

- Eu tinha uma família, ou quase isso. Meu pai trabalhava de cherife em Salisbury na Inglaterra.

- A cidade de Stonehenge?

- Deixe-me continuar – Bella disse, sorrindo da ansiedade de Edward. – Sim, meu pai era da guarda local, ele tinha muitos problemas já com os druidas que iam para lá ainda nessa época. Minha mãe, como as demais mulheres era dona de casa.

- Carlisle e Esme não são seus pais biológicos.

- Não, mas eu os considero tanto quanto se fossem!

- Entendo, continue.

- Minha mãe era uma crédula, a região era e ainda é rodeada de mitos e histórias, minha mãe acreditava em quase todos. Meu pai naturalmente dizia que era tudo bobagem. Minha mãe um dia decidiu que queria participar do ritual dos druidas, mas ela queria pegar umas ervas próximas a floresta local para um tipo de chá desintoxicante, algo que , segundo ela, me protegeria do mal. Quando meu pai saiu para trabalhar ela me levou até o bosque. Havia poucos dias eu tinha feito dezenove anos.

Flash back on

- Mãe, pra que me arrumar tanto? – Bella perguntou, enquanto Renée colocava mais um ramo de ervas e flores em seu cabelo.

- Temos de nos proteger dos perigos que podem estar a nossa espera na floresta.

- Eu acho bem mais prudente levarmos a espingarda do papai.

- Não podemos pedir ajuda a natureza estando dispostas a machucá-la. Isso aqui irá bastar.

Renée pegou a cesta vazia, e saiu porta afora acompanhada pela filha. Bella não acreditava que o que sua mãe pretendia fazer realmente daria certo, mas ela sempre a apoiava de qualquer forma.  Sua mãe tinha uma alma muito mais jovem do que a dela, e Bella sabia que ela se sentia muito bem dando a ela e a Charlie este tipo de proteção espiritual, se sentia mais útil.

Andaram cerca de meia hora pela cidade, até finalmente entrarem na mata. Plantas ásperas se enroscavam em seu vestido durante percurso que faziam pela estreita trilha na floresta.

Bella não sabia o que sua mãe procurava. Era muito provável que nem a própria Renée soubesse.

- Mãe eu estou ficando com frio. – Bella apertou ainda mais o casaco contra seu corpo.

- Acalme-se Bella, assim que nós acharmos o que estamos procurando iremos... Bella, veja! – René exclamou, apontando para uma planta baixa á dez metros pela sua direita.

Bella foi à frente, estava cansada, e sabia que a mãe passaria muito mais que o tempo necessário se fosse escolher ela mesma as folhas para fazer o chá.

De repente o chão sumiu dos seus pés, Bella soltou um grito agudo pela sua garganta, antes de sentir o corpo bater contra o chão.

- Bella – Ouviu a mãe gritar. Mas ela não podia responder, todo o seu corpo, principalmente a cabeça, doía. – Bella você está bem? – Renée tornou a gritar. Ela percebia, pela voz da mãe, que ela estava chorando. Tentou falar, mas só conseguiu tossir.

- Querida eu vou buscar ajuda – Foram as ultimas palavras que Bella ouviu antes que a dor a dominasse de tal forma que a fez desmaiar.

Bella se sentia leve, flutuando. De repende começou a sentir o corpo aquecer, ela ficou grata, estava com muito frio. O calor foi aumentando, até que se tornou insuportável.

Bella gritava desesperada, contorcia-se de dor, implorava para que a matassem, para que a livrassem daquele sofrimento, mas ninguém a socorreu. Bella sabia somente que deveria estar morta tamanha a dor que ela sentia, mas não estava então aquilo deveria ser o inferno. Sua tortura parecia durar séculos, mais tarde ela descobriria que foram apenas três dias, os mais horrendos dias de sua existência.

A dor começava a sumir de alguns pontos de seu corpo, parecia que finalmente resolviam dar-lhe misericórdia. Mas apesar disso seu sofrimento não diminuiu, pois ao mesmo tempo em que ela sumia de certos lugares em ,ela aumentava no espaço que lhe restava, quando a dor limitou-see a seu peito Bella teve quase certeza que enlouqueceria, e então, a dor parou.

Flash back of

Edward apertava Bella fortemente contra seu corpo, havia lágrimas em seus olhos. A imagem de sua amada sofrendo de tal forma era extremamente doloroso para ele.

- Carlisle estava caçando quando me encontrou, nessa ala de mais de cico metros no meio da floresta, eu estava com duas costelas quebradas e vários ossos fraturados, era muito provável que eu tivesse hemorragia interna, eu estava quase morrendo, Carlisle decidiu me transformar. Eu fui a primeira que ele transformou!

- E quanto a seus pais?

- Eu só pude os ver mais algumas vezes após a transformação, de longe. Quando recém-nascidos nessa vida nós perdemos o controle, os instintos dominam, a sede domina. Seria perigoso demais eu me aproximar deles!

Edward percebeu o quão triste e distante estava o olhar de Bella. Ele acariciou-lhe a bochecha, e inclinou-se para repousar seus lábios sobre os dela.

- Quer mudar de assunto?

- Quero!

Os dois fizeram silencio. Não havia nada para ser dito, bastava estarem próximos um do outro.

Ficaram alguns minutos assim, apenas apreciando a companhia um do outro, até que alguém bateu na porta.

- Deve ser Mag- Edward disse, Bella assentiu, saindo do colo dele para que ele pudesse levantar. Bella não soltou da mão dele, as memórias do seu passado fizeram com que um sentimento estranho viesse a tona. Não era com ela que ela se preocupava, mas sim com Edward. Pois da mesma forma como teve de abandonar seus pais, um dia ele a deixaria.

O resto do dia eles passaram juntos, conversando, vendo filmes e namorando, havia esquecido a preo

cupação que se apossara dela mais cedo.

Já se passava das dez da noite, ela e Edward estavam na sala assistindo “Quase deuses” quando os pais de Edward chegaram.

Bella se impressionou com a semelhança entre Edward e o pai, apesar de SUS olhos e cabelos serem idênticos aos da sua mãe.

Elizabeth estava com a expressão surpresa, mas logo sorriu.

- Ainda acordado? – Perguntou ao filho. Edward franziu o cenho, lembrando-se de quando a mãe saiu de casa. Ela nunca ficara tanto tempo fora, normalmente voltava nem que fosse apenas para trocar de roupa.

Edward levantou do sofá, junto com Bella que estava encolhida a seu lado.

- Pai, quero lhe apresentar Bella Cullen. Bella, este meu pai Edward Masen. – bella o olhou, confusa. Ouviu uma risada baixa vinda de Elizabeth.

- É um prazer – Ela disse.

- É um prazer também Bella. – Edward sênior estendeu a mão, que Bella apertou. Ele fez exatamente como Edward, franzindo o cenho para a mão gélida. Em seguida olhou no seu relógio de pulso.

- Bom Bela, já esta um pouco tarde, devo me preocupar em lhe deixar em casa, ou irá dormir conosco?

- Eu vou dormir aqui!

- Já ligou para os seus pais? – Elizabeth perguntou. Bella limitou-se a assentir. – Eu vou preparar um quarto pra você! – O Sr. Masen segurou o braço de sua esposa.

- Edward faz isso! – Ele deu uma piscadela para o filho. Bella mordeu os lábios para conter uma risada.  As bochechas de Edward coraram fortemente.

- Ok, então nós já vamos subir! – Edward disse fazendo Bella se virar, e guiando-a para a escada.

- Pai moderno esse seu! – Bella disse quando eles já estavam no quarto.

- Me desculpe – Edward disse, o rubor retornando as suas bochechas.

- Não tem doq eu se desculpa...Junior – Bella riu.

- Nem vem com essa, não tem Junior no meu nome!

- Coitada da sua mãe, como faz pra chamar um de vocês? – Bella disse, ainda rindo.

- Ela me chama pelo meu nome do meio! – Bella aprou de rir e sentou-se na cama. Não havia reparado até então, mas não havia muita coisa sobre ele que ela conhecia.

- Qual?

- Anthony.

- é lindo! – Ela disse sorrindo.

- E o seu?

- Quem disse que eu tenho?

-Estou adivinhando. – Bella revirou os olhos.

- Marie

- O que?

- Meu nome do meio!

- Um lindo nome! – Ele sorriu – O que você quer me perguntar? – Bella o fitou espantada.

- Como você sabia?

- Você estava de cenho franzido, você fica assim quando esta pensando em algo serio, ou quando esta preocupada! – Ela nunca havia notado isso.

- É que eu não te conheço muito bem. – Edward se aproximou dela, prendendo-a entre os seus braços – E eu quero te conhecer tanto quanto possível. E as vezes você parece me conhecer tão bem!

- É tudo questão de tempo, nenhum de nós lê mente, então...

- Na verdade, eu leio!

Edward entre abiu a boca tamanha foi sua surpresa. Ele não avia assimilado completamente o que ela havia dito.

- Lê mente?

- Sim

- Impossível, se você pudesse ler a minha mente...

- Eu não posso ler a sua mente. Na verdade não conssigo ler a mente de ninguém quando estou perto de você!

- Por quê?

- Você é muito talentoso Edward!