Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 6
Capítulo 5 - Melhores Amigos Para Sempre


Notas iniciais do capítulo

Heeey Cupcakes!!! Como vão?

Então, eu vou bem. Acho que agora que a fic vai começar a ficar mais interessante, já que o passado de Jane vai entrar na historia. Hahaha!! Deixei vocês curiosas, certo? Bom, então leiam o cap!

Musica do CAP: Ed Sheeran - I See Fire.
Beijooocas!!



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A casa está vazia quando entro. Chamo por todos os nomes, até o nome da empregada que, segundo Sara, viria hoje na parte da tarde. Sem resposta, subo as escadas e entro em meu quarto.

Jogo a mochila em algum canto e marcho para o banheiro. Lá tomo um banho demorado onde lavo o cabelo e canto uma musica. Quando acabo coloco uma calça de moletom preta e uma blusa com o ombro caído branca com estampa da bandeira Inglaterra, um dos países que eu sempre amei.

Estou sentada na minha mesa de estudos fazendo uma conta enorme de Física quando ouço a porta sendo fechada. Logo depois os gritos de Sara enchem a casa.

– Isso não é bom pra ela! – algo é jogado no sofá com uma força incrivelmente avassaladora. – Você sempre disse que a gente não era bom pra ela mais fica privando Jane de saber a verdade!

– A verdade?! – agora é meu pai que grita. Eu nunca o vi tão exaltado e isso faz com que eu levante da cadeira e encoste na porta, a fim de ouvir tudo o que os dois falarem. – Nem mesmo você sabe a verdade! Duvido que consiga imaginar o que eu passei!

– Tem razão! – Sara admite parecendo mais calma. – Não consigo imaginar pelo o que passou quando tudo aquilo aconteceu. Mas só quero te dar um aviso, Richard: Ela vai descobrir mais cedo ou mais tarde.

– Então que seja mais tarde. – meu pai declara com a voz seria. – Ele morreu e essa historia vai morrer com ele. Não quero que a minha menininha sofra de novo por erros que outras pessoas cometeram.

– Você não cometeu erro nenhum. – imagino Sara passando a mão pelo braço do meu pai a fim de acalma-lo. Ela dá um suspiro. – Nós não escolhemos quem amamos.

Um silencio se segue e eu fico esperando por mais. Quero saber mais. O que meu pai esconde tanto de mim? Isso tem a ver com a minha mãe, com o passado que quero tanto esquecer? Com o porquê de meu pai me proteger tanto? Ou até com a nossa volta a São Francisco?

Abro a porta com cuidado a fim de ver o que está acontecendo. Do alto da escada consigo ver Sara sorrindo com algo na mão. Então meu pai vai até ela e a abraça forte, com lagrimas descendo as bochechas.

– Quer que eu me livre disso? – Sara pergunta balançando o papel que está em mãos quando meu pai sai de seus braços. – Se é o que deseja, eu farei.

– Eu não sei Sara. Acho que você pode decidir o que fazer com isso. – meu pai beija a sua testa e se afasta, fora do meu campo de visão.

A bolsa de Sara está em cima do sofá, o que me lembra do barulho feito logo no começo da conversa. Deve ter sido isso o motivo. Ela olha o papel e coloca lá dentro.

– Daqui a pouco as meninas vão chegar. – declara Sara para meu pai. Ele assente e enxuga o resto das lagrimas em seu rosto. – Volte assim que puder, tudo bem?

– Claro. – ele a beija e sai pela porta da casa.

Conformada que a conversa acabou me viro de costas e rumo para o meu quarto. Eles pensam que não estou aqui então é isso mesmo que vou fazer. Não estar aqui.

Visto a roupa que estava antes, a roupa em que sai para ir para a escola de manha. Olho para baixo na sacada e condeno mortalmente a minha escolha.

Passo as pernas pela grade e pulo. A queda foi meio feia, acabei torcendo o tornozelo e ralando o joelho, mais nada que me impeça de fingir um ótimo dia de escola. Caminho até a porta de entrada, me abaixando quando passo em frente as janelas.

– Pai? Sara? – falo alto quando abro a porta. Logo Sara aparece e me abraça sorrindo como se nada daquilo tivesse acontecido. Quando ela se vira de costas olho para sua bolsa, que permanece no mesmo lugar que antes.

– Você chegou cedo! Não pegou carona com a Ginna? – ela pergunta se sentando no sofá, ao lado de sua bolsa. Me sento em sua frente, deixando a minha bolsa no sofá.

– Não, peguei uma carona com um amigo. – declaro torcendo para parecer verdade. Pensando bem, é verdade (menos a parte do amigo).

– Que estranho. Não ouvi nenhum carro parar em frente a casa. – ela olha pela janela, mas eu formulo uma mentira tão rápido que Sara nem consegue deixar de acreditar em mim.

– Ele me deixou algumas quadras atrás. Sua casa é quase caminho da minha. – afirmo sorrindo sem mostrar os dentes. Pergunto-me como consigo mentir tão bem. E também como ela consegue mentir tão bem.

– Você disse “minha”? – Sara parece feliz com isso. Assinto e ela me puxa para um abraço, fazendo meu tornozelo bater contra o sofá. Solto uma reclamação de dor pela boca. – O que houve?

– Ahm, eu torci o tornozelo. – me sento de novo e faço uma massagem no local. Percebo que está inchado e quero me matar por isso.

– Espere ai que eu vou pegar um gelo. – ela se levanta, rumo a cozinha. Quando some do meu campo de visão me apresso em agarrar a sua bolsa.

Lá dentro tem de tudo, mas o papel me chama a atenção assim que abro o zíper. Na verdade não é um papel e sim uma foto. Sem tempo de olhar direito a imagem guardo-a dentro de minha bolsa e devolvo a dela para o mesmo lugar que antes. Assim que sento a bunda no sofá novamente ela aparece.

– Aqui está. – Sara me entrega o gelo e eu agradeço, levantando a barra da calça e tirando o tênis. Ela se senta ao meu lado e olha bem para o meu machucado. – Isso parece ter sido feito com uma queda e tanto.

– Trote de primeiro dia. – a mentira sai sem ao menos eu conseguir pensar nela direito. Sorrio comigo mesma, massageando meu tornozelo.

– Ahm, então é por isso que o seu cabelo está molhado? – pergunta com a voz esclarecida. Havia me esquecido completamente do banho. Respiro fundo por ter conseguido falar uma mentira que se encaixa na outra.

– É. Uma menina que eu conheci, Ashley, me levou para o banheiro. Lá ela e mais umas amigas minhas arrumaram uma guerra de água. Ai eu fiquei molhada e ainda escorreguei quando ia sair do banheiro.

Sara ri e começa aquele velho discurso de “Essa época era tão boa”. Quando isso acaba subo para o meu quarto, deixando o resto do gelo para que Sara jogasse fora. Ela vai para a cozinha fazer o jantar logo depois.

Assim que entro tranco a porta. A minha bolsa está mais pesada do que antes e fico pensando se quero mesmo ver o que está naquela foto. Talvez, como meu próprio pai disse, isso não seja bom para mim. Posso sofrer.

Passo um tempo sentada de um lado da cama olhando para a bolsa, que está na outra ponta da cama. Depois de algumas listas de Prós e Contras decido ver, afinal nada pode ser pior do que uma mãe assassinada na sua frente. Ou pode?

– É só uma foto. – falo para mim mesma abrindo o zíper da minha bolsa. Ela está bem ali, mas não consigo mover minha mãe para pega-lá. – Deixe de besteira, Jane.

Então, em um milésimo de segundo, a agarro.

O fundo é verde, como se as três pessoas na foto estivessem em um parque bem cuidado e cheio de arvores. São dois meninos e uma menina, que está no meio. Eles parecem ter por volta dos 20 anos. O menino da direita, que não sorri, é moreno e bonito, com os olhos esverdeados que eu tanto conheço. Meu pai.

O da esquerda é loiro e tem olhos azuis lindos. Seus dentes brancos são mostrados na foto e ele tem um rosto alegre. Não o conheço.

A menina é quem mais chama a atenção. Loira de olhos castanhos se parece tanto comigo que vago a minha memória para ver se não sou eu mesma na foto. Ela está alegre, sorrindo para a lente da câmera.

Penso o que tem de mais nessa foto. Alem de minha mãe, que se parece muito comigo, e de meu pai, que está bem bravo, não vejo nada que me surpreende. Deixo a foto na mesa ao lado da minha cama e me deito, deixando o teto branco formar imagens.

Então, de repente, algo vem em minha cabeça. Uma cena, uma lembrança, que nunca havia tido até o dia de hoje. Nela eu e minha mãe estamos sentadas no chão da sala de nossa antiga casa, conversando sobre antepassados da família Morgan para uma lição da escola. Minha mãe está com uma caixa em mãos, onde há varias fotos. Ela sorri e diz com a voz calma:

– Adoro escrever atrás das fotos, como a minha mãe e a minha avó. Elas me ensinaram que quando um momento é bom devemos escrever uma frase ou até uma palavra para não esquecer aquela sensação.

A lembrança se vai tão rápida como veio, mas já me serviu de alguma coisa. Olho atrás da foto e vejo letras bem redondas e bonitas, as letras da minha mãe.

Melhores Amigos Para Sempre. 1987.

Tá, não ajudou muito, mais pelo menos tenho uma data. 1987. Foi o primeiro ano de faculdade de meus pais, onde eles se conheceram. Preciso pesquisar. Quem será o garoto o qual não conheço? Por que meu pai não sorri na foto? Onde eles estão?

Levanto da cama e recoloco o tênis. Pego a minha bolsa e escondo a foto lá, tomando cuidado para não a amassar. Desço as escadas e encontro Sara de frente para o fogão.

– Sara. – a chamo. Ela se vira pra mim com um sorriso terno no rosto. Pelo menos não reparou no sumiço da foto. – Preciso fazer uma pesquisa na biblioteca da escola. Tudo bem?

– Claro querida. Deixe só eu acabar aqui que eu já te levo lá.

– Não precisa. Aquele meu amigo vem me buscar no próximo quarteirão. – minto. Ela assente e fala algumas palavras de cuidado.

– Quero você em casa antes das 20:00 horas, entendido?

– Claro.

Caminho até a porta de saída decidida. Preciso saber o que meu passado esconde.


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Notas finais do capítulo

..........
O que acham que vai acontecer, hein? O que tem de mais nessa foto?

Quer suas opiniões!
Beijocaas!!



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