Passado Obscuro escrita por LeitoraApaixonada


Capítulo 5
Capítulo 4 - Primeiro Dia de Aula


Notas iniciais do capítulo

Heeey Cupcakess!! Como vão??

Eu? Eu vou MUITOOO BEM! Recebi a minha primeiríssima recomendação!! Muito obrigada gilbitchs!!! Esse capitulo é especialmente para você e por isso que postei antes!

Musica do CAP: Shakira - Empire.
Beijocaas!!



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Naquela tarde volto para a casa só depois que minhas roupas secam. Não sei como consegui chegar, já que eu não havia prestado a menor atenção no caminho, mas quando as 6:00 horas se consagram abro a porta da sala.

Meu pai me esperava sentado no sofá, vendo algum programa na TV. Quando entrei, ele me encheu de perguntas, porque havia chegado mais cedo e tals, mas eu apenas disse que não queria o deixar triste, desobedecendo suas ordens. Pelo menos uma coisa boa aconteceu, ganhei um ponto de confiança com meu pai.

Subi as escadas e, pela primeira vez, entrei em meu novo quarto. Ele não tinha nada de mais, se quer saber. As paredes eram brancas gelo, o que fez a minha visão demorar a se acostumar, e havia uma sacada do lado contrario a porta de entrada, minha parte preferida do quarto.

Minha cama se encontrava no meio do cômodo e, em sua frente, havia uma escrivaninha para que eu pudesse estudar. Ao lado da escrivaninha estava uma estante azul clara lotada de livros. Mais no canto, ao lado da porta do banheiro, estava o meu guarda roupa.

A minha mala se apoiava em cima da cama. Droga! Ainda teria que arrumar todas as coisas antes de poder deitar e dormir.

Tiro minhas roupas e as coloco em ordem de cor no armário, uma das minhas manias. Depois retiro todos os outros objetos, cremes, maquiagens, joias...

No fundo da mala, quando acho que já acabei, vejo uma caixa de sapatos fechada com fita crepe. Nem me lembrava de te-la colocado aqui, mas, agora que a vi, fico feliz. São as fotos que estavam na minha casa.

Abro com todo o cuidado do mundo. O primeiro quadro me faz sorrir. Eu tinha 4 anos e estava em uma festa de tinta. Meu cabelo loiro está azul e meu rosto verde.

A segunda foto é mais comportada, daquelas que as famílias tiram para colocarem na sala de casa. Eu estou de vestido e minha mãe também. Pela primeira vez meu pai está de terno.

A terceira foto é aquela mesma foto de minha mãe beijando a minha bochecha. Agarro o porta retrato e coloco na mesinha ao lado de minha cama, para ficar lá para sempre.

Os restos das fotos ficam na caixa, que vai para de baixo da cama.

Assim que acabei tomei uma ducha quente e coloquei um pijama confortável. Depois desci as escadas e comi um lanche qualquer que se encontrava na geladeira.

Sara estava na sala quando eu voltei. Ela me chamou e fez com que eu sentasse ao seu lado para “ter um papo de mulher”.

– Olha querida eu sei que é difícil passar pelo o que você está passando. Fico me imaginando na sua posição e por isso entendo como você deve estar triste. – ela suspira antes de continuar. – Ginna foi muito mal educada com você e eu peço perdão por isso. Então, eu tenho uma proposta para lhe fazer.

– Uma proposta? Que tipo de proposta? – pergunto me arrumando no sofá. Essa eu quero ver!

– Vamos tentar... Ser sinceras uma com a outra. Se um dia você tiver algum problema pode vir falar comigo. Peço que deixe o seu passado de lado e tente me ver como uma pessoa e não como a sua madrasta.

– Isso quer dizer... Tipo uma amiga?

– Sim! Isso, uma amiga. – conclui sorrindo com a ideia. – Sei que você deve estar super deslocada e que seu pai é um tanto quanto superprotetor, então... Tenho um presente para você!

Ela se levanta e caminha até o armário em baixo da TV. Dê lá tira um pacote do tamanho de uma caixa de sapatos dourado. Levanto as sobrancelhas e ela volta para o sofá.

– Sei que não nos conhecemos muito bem, mas leve isso como um voto de confiança. – ela me entrega o pacote e eu o olho bem antes de abrir.

Um... Cartão?

– Sério? – meus olhos se arregalam. Isso não pode ser verdade!

– É um cartão de debito. Na conta desse cartão há pouco mais de 2.000 dólares. O dinheiro é seu e você pode fazer o que quiser com ele, mas se quer um bom conselho... Guarde.

Assinto com a cabeça. Não sei se vou guardar todo o dinheiro, ainda mais agora que perdi o meu celular. Talvez se eu falasse com o meu pai poderia ganhar outro de Natal.

– Muito obrigada mesmo, Sara. Você está deixando tudo mais fácil. – sorrio e me levanto. – Eu estou cansada então vou pra cama. Boa noite.

– Boa noite. – ela se vira para a TV, mas antes de liga-la exclama. – Não se esqueça que amanha é seu primeiro dia na escola! Acorde por volta das 7:00.

– Tudo bem. – ok, não estava tudo bem. Meu animo havia ido de 0,1 para 0,2 com o presente de Sara, mas agora ele voltou a estaca 0. Escola. Não me lembro quase nada da creche e nem faço ideia de como é estar entre outras pessoas.

Comecei a estudar na escola com 3 anos de idade e parei com 5, logo que a minha mãe morreu. Depois disso meu pai fez questão de pagar professores particulares para virem até a minha casa.

Jogo-me na cama e tento não pensar em amanha. Uma estranha chegando no meio do semestre não deve ser comum, ou seja, virarei o assunto do século. E ainda tem Ginna, para piorar as coisas.

Não sei porque meu pensamento volta no garoto loiro de olhos azuis da praia. Aquele sorriso faz a minha preocupação diminuir um pouco e decido pensar um pouco mais nele. Como será seu nome? Data de aniversario? Idade?

Ok parece clichê, mas acabo adormecendo.

***

Eu me atrasei. E, como se isso ainda não fosse grande coisa, Deus resolveu que a minha querida irmãzinha iria acordar mais cedo e ir sem mim para a escola. Ainda bem que Sara ainda estava em casa.

Fiz tudo o que eu tinha que fazer voando. Escovei os dentes, troquei de roupa, penteei o cabelo e comi uma maça a caminho da escola. Minha roupa estava simples. Uma camiseta cinza escrito “Paradise” em preto, uma calça jeans rasgada e dobrada na ponta, um All-Star preto, um casaco preto e uma bolsa marrom para carregar as coisas básicas.

Sara me deixou no portão principal e deu-me as instruções para a Secretaria, onde teria que pegar o meu horário.

Nessa escola os alunos estudam em período integral – das 8 às 16 horas. Cada aula dura aproximadamente uma hora e há seis ou sete disciplinas por dia. No total, são cerca de oito horas de puro inferno. Argh!

O bom disso tudo é que podemos escolher o que queremos estudar. Há disciplinas obrigatórias, como Matemática, Inglês, Ciências, História, Convivência Social, Esportes e Governo dos EUA. O resto são aulas optativas, como Educação Artística, Música, Teatro, Cuidados com Horta, Marcenaria e Culinária. Pelo o que Sara disse é necessário escolher pelo menos duas dessas aulas para se fazer em um ano letivo.

Caminho rápido pelo corredor, que está vazio. Quando consigo me achar na escola uma voz masculina me para.

– O que a senhorita está fazendo fora de sala de aula? – viro de costas e encontro um homem alto de cabelos grisalhos me olhando com a sobrancelha levantada. Ele é gordo e usa um terno no mínimo 3 tamanhos menor do que o necessário.

– Desculpe senhor é que eu estou meio perdida. É o meu primeiro dia de aula aqui. – respondo indo ao seu encontro. Quando chego perto o suficiente ergo a mão. – Sou Jane Morgan.

– Claro! Seu pai me ligou ontem. – ele sorri e aperta a minha mão. – Já foi pegar os seus horários na Secretaria, Sra.Morgan?

– Ainda não. Como disse, estou meio perdida. – ele ri, mesmo não tendo a mínima graça o que acabei de falar.

– Vire a direita. Ande um pouco e logo encontrara a Secretaria. Já sabe como funciona nossa escola? – me pergunta juntando suas mãos rente ao corpo.

– Sim, minha... Madrasta já me explicou tudo.

– Certo, certo. – ele parece satisfeito; - Ahm! Esqueci de me apresentar. Sou Sr.O, diretor da escola. Caso precise de algo pode falar comigo.

– Obrigada pela ajuda. – abaixo a cabeça e continuo o meu caminho.

Como Sr.O disse a Secretaria não fica assim tão longe dali. Quando me vê a mulher atrás do balcão bufa, como se eu fosse um grande peso em sua consciência.

– Bom dia. Eu sou nova aqui e preciso do meu horário. – ela revira os olhos e digira algo no computador. – Meu nome é Jane Morgan.

Sem falar se quer uma palavra ela levanta e para em frente a impressora, que trabalha rápido. Tira o papel com meu horário de lá e entrega-me. Depois pega uma pilha de cadernos e me dá em mãos.

Hoje é segunda. A primeira aula, a qual eu já perdi, começa as 8:00 e termina as 9:00 na sala D6, no quarto andar. O professor é um tal de Thomas e a matéria é Matemática.

A segunda aula, Inglês, é na sala C1, terceiro andar. A professora se chama Larissa. Estou no primeiro andar e meu relógio marca exatamente 8:47 da manha, me dando mais alguns minutos.

Na High School SF, os professores é que recebem os alunos na sala de aula. A galera não tem carteira fixa e precisa carregar o material de uma classe para outra. É por causa do vaivém de gente e de material que existem os armários no corredor, onde é possível guardar os pertences, e o tempo de troca de aula, por volta dos 10 minutos.

Meu armário fica no segundo andar, então subo e guardo todos os cadernos que não vou usar até o intervalo, que acontece entre 12 e 14 horas. Depois caminho até o terceiro andar e me posiciono em frente a sala C1.

Logo o sinal toca e o corredor fica cheio de gente, todos desconhecidos para mim. Antes que alguém me pare ou perceba a minha presença entro na classe e sento. Ela logo se enche e a aula começa. Não sou apresentada nem nada, e dou graças a Deus por isso.

***

Na hora do intervalo fico com Ashley, uma menina que conheci na terceira aula, que foi a de Marcenaria. Nós dividimos um balcão de trabalho e acabamos conversando sobre relógios a aula inteirinha. Quando o professor dispensou a gente, Ash disse que havia gostado de mim.

Sentei-me na segunda mesa do refeitório junto com alguns amigos dela. Na ponta havia Lírio, uma menina loira de cabelo cacheados e olhos escuros, que tinha esse apelido por causa do namorado, Justin. Ele estava sentado ao seu lado e tinha cabelos castanhos até o ombro. Seu rosto é bem acentuado e seus olhos são verdes.

Ash está na minha frente. Seus cabelos são lisos, avermelhados e vão até a cintura. Ela se veste muito bem, está com uma calça branca e uma blusa coral que chama a atenção, a deixando brilhante. Ela é alta, magra e tem bastante classe.

No seu lado direito está sentado Logan, um menino quieto e pequeno em comparação aos outros. Ele usa óculos quadrados e sua risada é contagiante (experiência própria). Dora está ao seu lado, uma menina com cabelos azuis turquesa que chamam a atenção do outro lado do refeitório. Ela é magra e alta, sendo até maior do que a maioria dos meninos.

Já do meu lado senta Ian, um menino moreno de olhos negros. Ele chama a atenção pelo seu porte físico, é alto e forte. Seu sorriso é tão natural que cheguei a me achar falsa.

Resumindo: Não fiquei tão sozinha quanto achava. Mas não vamos nos iludir. As vezes eu percebia que a minha presença não era nada de mais ou ficava boiando nas conversas que rolavam pela mesa. Ash e Ian tentavam me integrar, fazendo perguntas das quais eles não queriam ouvir as respostas, mas mesmo assim foi legal.

A aula recomeçou e eu passei no meu armário para deixar os cadernos que não iria mais usar e pegar outros. No final da aula Ginna vai estar me esperando no estacionamento da escola e me levara para a casa.

O sinal bate e eu dou graças a Deus por isso. Estou na mesma classe que Justin e Lírio e, quando vou embora, faço um sinal de tchau para eles. Os dois retribuem.

Passo novamente no meu armário e deixo os cadernos que não vou usar na lição de casa lá. Desço as escadas sendo praticamente empurrada pelo mar de alunos que quer sair da escola.

Quando chego ao estacionamento não avisto Ginna de primeira. Vago o olhar por todos os lados e nada. Abro a bolsa com intenção de pegar o meu celular mais ai eu lembro do idiota da praia. Droga!

– Procurando alguém? – a mesma voz sexy que me deixou abismada ontem sussurra no meu ouvido. Viro-me a tempo de bater o meu nariz no dele. Isso faz com que eu fique vermelha e me afaste e que ele ria gostoso.

– O que você está fazendo aqui? – pergunto segurando os poucos cadernos que carrego contra o peito. Agora, com o cabelo seco e devidamente vestido, ele é um tanto quanto misterioso.

Está usando roupas pretas, que se dão super bem com seu cabelo e com seus olhos azuis mar (eu o preferia sem camiseta, mas tudo bem). A barba por fazer continua lá e o sorriso cafajeste também. Ele carrega uma mochila no ombro.

– Acho que eu quem devo te perguntar isso, gata. – o garoto da praia sorri mais ainda e chega perto do meu rosto, me fazendo recuar. – Afinal, você que precisava ser salva ontem.

– Eu não precisava ser salva. Não estava me afogando e você sabe muito bem disso. – respondo ríspida. Ele levanta as sobrancelhas.

– Então vai dizer que não pensou em mim ontem? – isso mais soa como uma afirmação do que como uma pergunta, mas eu respondo mesmo assim.

– Não, eu não pensei em você ontem. Na verdade, pensei sim. – seu sorriso se alarga. – Pensei em como eu queria te matar!

Viro-me a tempo de ver o Ford vermelho de Ginna saindo do estacionamento. Arregalo os olhos e, ignorando o que o idiota atrás de mim que fala, saio correndo. Mas, obviamente, eu não sou tão rápida como um carro.

– Que merda! – falo alto batendo as mãos nas coxas. Corri até a entrada da escola, mas não foi o suficiente. Algumas pessoas me olham torto, mas não ligo. Estou brava demais para ligar. Ouço passos atrás de mim e mesmo sem olhar sei exatamente quem é. – Feliz? Acabei de perder a minha carona.

– Sério? Meu Deus, me perdoe! – ele se faz de inocente colocando a mão na boca, que está aberta de “surpresa”. Olho com raiva para ele.

– Que ótimo! Agora vou ter que ligar para... – no meio do caminho para dentro do zíper da minha bolsa lembro-me que perdi o meu celular.

– O que foi? Está sem o celular? – pergunta sorrindo torto. Ele procura algo no bolso de trás e retira um cigarro do maço. Pega um isqueiro preto com uma caveira e o acende. Antes que eu possa responder ele volta a falar, soltando fumaça pelas narinas. – Quer uma carona? Pelo o que eu te fiz ontem.

– Quer me dar uma carona em troca de um celular de 600,00 dólares? – pergunto com raiva. Ele só pode estar de brincadeira! E ainda tem mais, o idiota ainda fuma! Tomara que fique com câncer no pulmão. Não fale assim! meu anjinho reclama. O ignoro.

– É o que eu tenho para oferecer. Mas fique certa que eu não vou pagar o seu celular. Então... Ultima oferta.

Fico parada no mesmo lugar, com os braços cruzados. Quando vê que eu não esboço reação se vira e vai para dentro da escola, em direção ao estacionamento. Olho em volta por um momento. Calculando as vantagens de ter que ficar na escola até que Sara ou meu pai notem o meu sumiço resolvo... Droga, não acredito que estou fazendo isso.

– Espera! – corro atrás dele, que fica de costas e começa a andar virado assim mesmo, como se tivesse feito esse caminho um milhão de vezes.

– 1.

– 1 O que? – pergunto arrumando a bolsa no ombro. Ele sorri mostrando todos os seus dentes e depois se vira para frente novamente. Ando ao seu lado.

– Estava contando 10 segundos até você aceitar a minha oferta, afinal, sou irresistível. – ele se gaba e eu bufo. – Aliás, meu nome é Andrew.

– É um desprazer conhecê-lo. – declaro parando em frente a um Ford Maverick preto. Ele parece turbinado e quase tenho a impressão de que Andrew pode ser um mecânico. – Esse carro é seu?

– Não, esse é o carro da minha avó. – diz sarcástico sem me olhar. Andrew pega a chave do carro e o destranca, entrando sem ao menos abrir a porta para mim. – Não vai entrar?

– Claro, seu grosso. – entro e bato a porta o máximo que consigo. Ele me analisa e só isso faz com que as minhas pernas tremam. – Dá pra ligar essa droga logo?

– Você é quem manda, gata. – ele gira a chave na ignição e o barulho do motor enche os meus ouvidos. É, com certeza o carro é turbinado. Andrew abre o espelho do motorista e um óculos de Sol cai de lá. Claro, não poderia faltar um óculos de Sol. – Pra onde, madame?

Falo o endereço para ele e logo estamos na rua, a caminho de casa. No trajeto, Andrew não disse nada, o que foi muito bom para a minha paciência. Apenas algumas quadras antes da minha casa que ele abaixou o radio para conversar:

– Então... Ainda não me disse o seu nome.

– E eu deveria? – pergunto fazendo um biquinho para o lado, uma mania minha desde pequena. Ele estaciona o carro em frente a minha casa sem mesmo que eu precisasse indica-la.

– Só te digo uma coisa, gata, se você fizer esse biquinho de novo perto de mim não vou resistir e terei que te beijar, entendeu?

Sorrio com todos os dentes e, antes de sair correndo do carro, faço o biquinho.


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Notas finais do capítulo

E ai??? Gostaram???

Não se esqueçam de comentar por favor!! Isso ajuda a autora aqui a se motivar!!

Beijocaas!!



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