Passou-se uma semana desde aquele dia na casa de Maria. Agora, eu e Andrew estamos ainda mais próximos, se isso é possível. No dia seguinte saímos para ir à biblioteca, para estuda para a prova de Convivência Social, mas acabamos não estudando, como se deve imaginar.

Assim que cheguei, ainda no dia que fomos a casa de Maria, fui revelar tanto as fotos que eu e Andy tiramos quando saímos para o cinema quanto as que eu e meus amigos tiramos no dia em que saímos para jogar sinuca. Voltei para a casa e as coloquei na minha caixa de fotos, junto com as fotos da minha mãe e meu pai.

Eu e Andrew conversamos e decidimos deixa o nosso relacionamento, seja ele um namoro ou uma ficada, em segredo. Primeiro que eu não quero ninguém na escola me julgando, me chamando de besta por ficar com um cara que provavelmente me trai (o que eu não acredito) e segundo que não sei o que estou sentindo. Preciso organizar os meus pensamentos antes de assumir um relacionamento com Andy.

Em relação à escola, está tudo bem. Na verdade, estaria melhor se não estivéssemos passando pela mortal semana de provas, mas seve, já que daqui a duas semanas estaremos de férias graças ao feriado de Natal.

Ash e seu namorado estão começando a brigar mais, o que a faz chegar na escola com a cara mais amarrada do que uma velha que perdeu a dentadura na privada. Lírio e Justin continuam na mesma e Dora e Logan estão começando a ficarem mais próximos, como se fossem começar a namorar a qualquer minuto. Não tenho visto muito Ian.

Meu pai está muito mais ausente. Ele inventou uma viagem de negócios e nem mesmo se deu o trabalho de se despedir de mim. Pelo menos, com isso, tenho mais liberdade para sair com Andrew.

Ginna está na mesma e ainda não reuniu coragem para voltar a escola. Sara pensa em leva-la a um psicólogo, mas eu sempre digo que Gin precisa de tempo para pensar. E, por experiência própria, um psicólogo não adianta nada e nem melhora nenhum astral.

Andrew e eu vamos sair hoje a tarde, mas não me pergunte para onde. Ele adora fazer surpresas e eu não reclamo, já que eu até acho romântico. Quando o sinal bate sorrio animada.

– Está assim por que? – pergunta-me Dora saindo comigo da nossa aula de Matemática. Ela carrega alguns cadernos e mexe no celular enquanto fala comigo.

– É que meu pai volta hoje de viagem. – falo mais ou menos a verdade. Quer dizer, estou feliz por meu pai voltar hoje, mas estou ainda mais feliz porque vou sair com o Andy.

– Que bom! – ela se alegra. Sempre notei uma boa alma em Dora e ainda mais agora, que está se envolvendo com Logan. – Já sabe onde vai passar o Natal?

– Acho que em casa. E você?

– Vamos comemorar na casa do Logan. – ela declara toda tímida. Suas bochechas coram – Ele quer que eu conheça a família dele.

– Ahmmm! – falo empurrando um pouco o seu corpo. Caminhamos pelo corredor em direção ao estacionamento. – Então quer dizer que vocês estão mesmo tendo algo?

– É, pode se dizer que sim. – admite meio sem jeito.

Logo depois que fala isso sinto braços envolverem meu ombro e vejo Andy ao meu lado com um sorriso acolhedor.

– Oi Dora! – ele exclama quando vê a menina de cabelos azuis. Ela acena e me olha acusadora.

– Pelo jeito não sou só eu que estou tendo algo com alguém, hein! – ela me empurra e eu fico sem graça. Logan a chama no final do corredor e ela beija a minha bochecha. – Tchau casal!

– Ela parece legal. – Andy declara ainda com o braço em volta dos meus ombros. Caminhamos até o estacionamento assim, conversando sobre o nosso dia. Assim que chegamos ao meu Fusca ele me dá um beijo na bochecha e pede para que eu siga o seu Ford Marevick. Eu assinto.

Vejo-o caminhando até lá e, quando estou pronta para dar a partida no Fusca, Ian para ao lado da minha janela.

– Oi Jane!

– Ahm, oi. – digo com pressa. Andrew acabou de ligar o Ford Marevick e eu preciso segui-lo para não me perder. – Eu estou com um pouco de pressa, será que podemos conversar amanha?

– É que eu queria uma carona. Será que dá pra você me ajudar nessa? – pergunta com a sobrancelha levantada. A capota do Fusca está aberta, então consigo olha-lo nos olhos.

– Ai, não vai dar. – Andrew vira o seu carro e chega à saída da escola. – Olha lá a Ashley! Pede pra ela!

Assim que ele vira-se para ver se Ash está mesmo no lugar que eu apontei forço o acelerador do carro e o deixo parado lá, sozinho.

Consigo alcançar Andrew no final das contas graças ao Fusca, que agora vai até os 70 km por hora. Passamos alguns minutos no caminho e logo Andrew entra em um estacionamento de um parque.

– Porque estamos aqui? – pergunto assim que o encontro, depois que ele estacionou o seu carro e eu o Fusca. Ele sorri e passa os dois braços pela minha cintura, abraçando-me.

– Vamos fazer um piquenique, que tal?

– Ótimo! Adorei! – digo animada.

– Sabe quem me deu essa ideia? – pergunta sorrindo mais do que o normal. Logo já sei a resposta certa.

– A Hannah. E ela estava certa viu. – ele parece surpreso por eu ter descoberto. – E não fique com essa cara! Está escrito na sua testa que foi ela!

– Você é inacreditável, sabia? – ele fala se aproximando. Nisso Andrew já me encostou no Ford Marevick e prensou meu corpo contra o seu. Meus lábios e os seus estão prestes a se encostar quando eu o ouço.

– Quer dizer que é isso, Jane? – Ian está parado perto da gente com os braços cruzados. Eu empurro Andrew e o olho assustada.

– Ian, eu posso explicar. – digo a ele que me olha com desgosto.

– Eu não quero saber. – ele se vira de costas e ruma em direção a sua moto, que está parada do outro lado do estacionamento. Eu o sigo.

– Mas eu quero te explicar! – eu puxo o seu braço, mas não adianta, já que ele é bem mais forte que eu. – Espera!

– Esperar o que Jane? – ele para e se vira para mim. Seus olhos fervilham raiva. – A garota que a menos de uma semana odiava o cara agora esta beijando ele embaixo de uma árvore. Que irônico esse mundo, não é mesmo?!

– Eu posso explicar! Andy mudou e...

– Andy?! Você até já deu um apelido para aquele idiota?

– Pare de ser tão mal! – exclamo dobrando a testa.

– Você poderia ficar com qualquer um, menos com Andrew.

– Por que? – pergunto erguendo os braços.

– Acha que ele vai ser diferente com você, não é? – eu não respondo. Ainda estou analisando a situação. – Andrew Taylor é um cafajeste!

– Andrew mudou, ok? – eu coloco o dedo indicador sobre o seu peito, meio que empurrando ele. – Ele fala que gosta de mim.

Um sorriso sarcástico dança pelo seu rosto.

– Sinceramente Jane eu achava que você fosse mais inteligente. Andrew fala isso pra todas as meninas com quem ele sai!

– Pare de culpar ele por eu não querer ficar com você! – solto deixando um alivio se espalhar pelo meu peito e um peso sair das minhas costas. Ian me olha triste.

– Só quero que entenda uma coisa Jane. – ele se aproxima e percebo que sua face está um pouco mais relaxada. Suspira alto antes de recomeçar a falar. – Quando ele te magoar eu vou estar aqui te esperando como prometi.

É minha vez de suspirar. Antes que eu consiga falar mais alguma coisa Ian me dá um beijo na testa e sai caminhando pela direção onde sua moto está estacionada.