''You're scared that I'll forget you, is it true?
[Você está com medo que eu te esqueça? É verdade?]''

Aquela manhã começou muito agitada para Renji. Estava com uma sensação estranha, como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo. O coração acelerado, o suor brotando do corpo e a única coisa em sua mente era Byakuya. Sentou-se no futon e suspirou, passando os dedos pelos fios ruivos.

Apesar de não querer admitir, talvez sua preocupação fosse tão grande que estava exteriorizando-a. Ainda mais sabendo que Hisana estava lá ao lado dele. Como Leto, sentia uma coisa atípica pairando no ar quando ela estava por perto. Resumindo: não confiava nela. Tinha algo suspeito nessa história e algo lhe dizia que não era bom. Então ficava preocupado em deixar o Kuchiki lá sozinho com ela.

Também não era como se Byakuya não fosse forte o bastante para se defender, ou esperto o bastante para perceber algo de errado. Mas talvez ele esteja envolvido tão intensamente nessa história que a cegueira às coisas alheias seja inevitável, ainda mais se referindo a ela. Então era uma preocupação natural de Renji não querer deixar seu amado nas mãos de uma estranha.

Sim, uma estranha. Era isso que Hisana era para ele. Uma estranha que invadiu a sua vida, pisoteando seus sonhos, e bem embaixo do seu nariz. Mas ás vezes ele se sentia de mãos atadas, nesse dilema terrível que só o levaria a cometer algum desatino.

Precisava conversar com Byakuya. Tinha de conversar com ele, e talvez se resolvessem. E assim foi, decidido, rumando para o Esquadrão. Mas toda sua determinação se esvaiu num piscar de olhos assim que adentro na sala do Taichou. Para seu infortúnio, ele não estava lá.

Que horas seriam aquelas para que seu Taichou não estivesse sentado naquela cadeira? Renji encarou o relógio de parede, quase se desesperando, ao deduzir que algo poderia ter acontecido para que ele não estivesse ali. Sem pensar duas vezes, saiu da sala num shunpo mais rápido que conseguira.

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– Leto Fukutaichou. – o shinigami chamou a atenção do moreno. Assim que ele o encarou, se colocou a falar. – o Abarai Fukut...

– Leto, preciso falar com você. – Renji já foi entrando, sem deixar que o subordinado terminasse com as formalidades.

– Tudo bem. – ele encarou o shinigami, e após um aceno de cabeça, ele desapareceu num shunpo. Relaxou na cadeira, deixando que o encosto reclinasse para trás, e encarou o ruivo. – Diga Renji.

– Estou preocupado Leto. – ele deu um ofego atravessado. – o Byakuya não apareceu hoje para trabalhar. Você foi lá ontem. Como ele estava?

– Não sei. Hisana não me deixou vê-lo. Disse que ele não queria receber nenhuma visita. – Leto franziu o cenho.

– Só pode ter acontecido alguma coisa. – Renji espalmou as mãos sobre a mesa. – Você sabe que ele não é de faltar no trabalho assim.

– Se acalme. – o moreno levantou. – Nós vamos lá agora sabe o que aconteceu com ele.

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A campainha tocada diversas vezes seguida ecoava pela mansão Kuchiki, chamando a atenção de Hisana. Ela se dirigiu até a porta rapidamente, antes que qualquer empregado viesse a atendê-la.

– Hisana-Sama, viemos visitar o Byakuya. – Leto disparou a falar, encarando-a seriamente. – Mesmo contra a vontade.

– Vocês não tem esse direito! – ela exaltou um pouco a voz, mudando suas expressões. – Ele não vai receber visitas! Ele está doente, tem que manter repouso e descansar bastante.

– Doente? – Renji e Leto disseram ao mesmo tempo, se entreolhando.

– Como assim, doente? – Leto franziu o cenho.

– Foi a Unohana Taichou mesmo que disse. Ontem à noite eu o convenci a ir até lá. – ela suspirou. – Se vocês se importam com ele, parem de importuná-lo. Eu aposto que todos nós queremos que ele fique bem logo. – ela encarou os dois. – Com licença. – em seguida fechou a porta, deixando os dois ali plantados.

– Será que ele piorou? - Renji sugeriu, preocupado.

– Essa história está cada vez mais estranha. – Leto suspirou, desconfiado. – Vamos falar com a Unohana Taichou. – ele começou a acaminhar rapidamente pelo jardim. - Agora.

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Em seguida, Hisana subiu correndo as escadas em direção ao quarto de Byakuya. Abaixou-se perto dele no futon e o cobriu.

– H-Hisana...

– Calma querido, eu estou aqui, cuidando de você. – ela sorriu abertamente.

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– Leto Fukutaichou. Abarai Fukutaichou. – a mulher os cumprimentou sorrindo. – O que os traz aqui?

– Bom, vamos ser diretos. – Leto suspirou. – O que aconteceu com Byakuya?

– Não sei. A última vez que o vi foi na reunião de capitães. – ela sorriu. – Vocês são tão próximos a ele, deveriam saber não?

– Ele não esteve aqui ontem? – Renji se adiantou. – Quer dizer, você não diagnosticou nada para ele?

– Desculpe, não sei do que vocês estão falando. – ela franziu o cenho sorrindo. – Não diagnostiquei nada para Byakuya, pois ele sequer esteve aqui.

Os dois se entreolharam mais do que surpresos. Em seguida a desconfiança bateu no momento seguinte. O que será que realmente estava acontecendo.