The Other Side escrita por Kuchiki Gaby


Capítulo 8
7. A Luz do Dia é Lançada Mas o Brilho Apenas Me Impede de Voltar


Notas iniciais do capítulo

Maiss um capítulo quentinho para vocês n.n
Boa Leitura!



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''I wanna see on the other side
[Eu quero ver o outro lado]
I wanna see on the other side
[Eu quero ver o outro lado]
I wanna see on the other side
[Eu quero ver o outro lado]
(Your presence surrounds me
And keeps me from drowning inside the black)
(Sua presença me rodeia
e impede que eu me afogue na escuridão)
I wanna see on the other side
[Eu quero ver o outro lado]
(Daylight releases but the brightness
Just keeps me from coming back)
(A luz do dia é lançada mas o brilho
Apenas me impede de voltar)''

Byakuya abriu os olhos. Já era de manhã e o sol incomodava suas vistas. Provalmente teria sido vencido pelo sono, pois seu arrependimento lhe perturbava. Olhou ao redor e se viu sozinho no quarto, pensando que por um momento tudo não passara de um pesadelo ruim, que logo Renji apareceria, se arrumando para ir ao trabalho. Mas logo teve a terrível concepção da verdade ao ver Hisana entrando no quarto.

– Ah, que bom que já acordou Byakuya-Sama. – ela andou depressa até a beira do futon. – Trouxe seu desjejum. – ela estendeu a bandeja, colocando-a perto das pernas de Byakuya, sorridente.

– Hm? – o moreno franziu o cenho, sem entender a alegria dela.

– Ah, é só um mimo, como nos velhos tempos. – ela sorriu, ficando com o rosto vermelho. – Já que tudo vol...

– Nada voltou a ser como antes. – ela a cortou friamente, fazendo o sorriso dela desaparecer instantaneamente.

– Mas ontem... Nós...

– Isso não muda nada. – ele fechou os olhos, suspirando em desgosto. – Ontem eu cometi um erro, porque fui fraco. O que não irá se repetir.

– Mas...

– Já chega. – ele se levantou encarando o relógio. – Eu tenho que trabalhar. – em seguida sumiu pelo cômodo.

Hisana suspirou fundo, tirando a expressão intrigante do rosto. Olhou para o local onde Byakuya tinha seguido e em seguida se dirigiu em direção á bandeja no chão.

– O erro foi seu e o benefício, meu. – Hisana sussurrou baixinho para si mesma.

~

Byakuya rumava para o trabalho, receoso. Não sabia o que lhe atordoava mais: ficar em casa com Hisana ou encarar o Renji naquela segunda-feira. Ainda mais que ele não saberia como o subordinado iria agir. Era engraçado como as vezes ele se tornava uma pessoa imprevisível. Aquela era a primeira vez que se encontravam depois de toda aquela confusão. Seu coração saltava em pensar nas milhões de possibilidades de reações, tanto dele quanto do ruivo.

Suspirou profundamente antes de entrar na sala, agradecendo mentalmente por ela estar vazia. Mas não poderia se enganar o dia todo, pois sabia que logo Abarai entraria por aquela porta. O Taichou ficou perdido em devaneios por alguns momentos. Tempo suficiente para que o ruivo chegasse, adentrando o cômodo. Byakuya rapidamente pegou alguns papeis, fingindo que os lia concentradamente, com sua expressão apática de sempre.

– Bom dia, Taichou – Renji se pronunciou com uma breve reverencia.

– Bom dia, Renji. – Byakuya respondeu sem olhar para o rapaz.

Assim que ele se direcionou para sua mesa, o moreno o espiou por cima dos papéis. Ele não parecia estar de tão bom humor como sempre. Talvez estivesse tão chateado quanto ele com toda aquela situação e aquele clima de tensão entre eles crescendo cada vez mais naquele cômodo, o que o sufocava, e a Renji também, a julgar pelo comportamento dele.

Pouca troca de olhares. Só o essencial era dito. E as pilhas de papéis pareciam grandes muros que bloqueavam o contato entre eles. Era assim que o dia se passava na sala do Taichou. Byakuya suspirou, passando a mão na testa. Sentia uma leve dor nas juntas e seu corpo estava quente, febril. Estava até suando. Era só o que lhe faltava: ficar doente. Olhou no relógio a frente, constatando que era quase hora de voltar para casa.

Levantou-se e deu uma organizada nos papéis que ainda faltavam. Sentia um frio repentino assolar o seu corpo, e dor de cabeça. Fechou os olhos com força por alguns instantes e deixou um suspiro longo escapar. Os abriu novamente e levou a mão á testa.

– O senhor está bem? – Renji perguntou, percebendo a inquietação do Taichou.

– Estou. – ele respondeu se dirigindo á porta. – Acho que só preciso descansar.

~

O caminho para casa parecia não ter fim para Byakuya, mesmo usando o shunpo. Agradeceu mentalmente ao ver os portões da mansão bem próximos. Só queria chegar em casa e descansar, o que talvez ajudasse a fazer seja lá o que fosse passar.

– Tudo bem Byakuya-Sama? – Hisana indagou ao vê-lo chegar, franzindo o cenho.

– Estou.

– Tem certeza, você está vermelho. – ela se aproximou dele e encostou as mãos em seu rosto. – E está quente, você deve estar com febre... Eu vou buscar algo par...

– Não é necessário. – Byakuya afastou as mãos dela de seu rosto. – Eu já disse que estou bem. – eles se entreolharam por alguns instantes e o moreno subiu as escadas em direção ao quarto.

#

No dia seguinte, Byakuya amanheceu se sentindo pior do que ontem. Seu corpo todo doía e parecia que sua febre nunca passava. Levantou-se da cama com um pouco de dificuldade, sentindo uma fraqueza estranha, mas mesmo assim insistiu em ficar em pé, tomou um banho morno, em seguida se preparando para o trabalho. Não poderia deixar uma droga de doença o impedir de cumprir suas tarefas.

Desceu as escadas devagar, e sentou-se á mesa. Via aquele festival de alimentos, mas não sentia a mínima vontade de comê-los, contentando-se apenas em tomar uma xícara de chá, sentindo o estomago enjoar com facilidade. Observando que Byakuya não comera nada, Hisana se prontificou:

– Coma alguma coisa Byakuya-Sama.

– Não estou com fome. – mentiu. O moreno sentia fome, mas não conseguia pensar em comer nenhuma daquelas coisas que estavam na mesa.

– Precisa comer do contrário só vai piorar o que está sentindo. – ela bebericou a xícara de chá. – Acho que não deveria nem mesmo ir trabalhar.

– Não diga tolices. – ele se levantou da mesa. – Eu estou bem o suficiente para trabalhar. – em seguida rumou para porta, saindo em direção ao Esquadrão.

~

As horas não pareciam passar para Byakuya, que se via cada vez mais imerso naquela montanha de papéis, os quais fazia vagarosamente, parando para massagear as têmporas a cada cinco minutos. Ainda sentia seu corpo febril e fraco. As únicas vezes em que tivera esses sintomas foram após grandes lutas, onde grande parte do reiatsu era perdida. Suas atividades eram normais, não tinha como e nem porque perder reiatsu assim tão facilmente. Estava pensando demais. Deveria ser apenas um resfriado.

– Renji, você tem visto o Leto? – Byakuya perguntou de repente em meio aquele mar de silêncio.

– Não. – o ruivo ergueu uma sobrancelha, observando o Taichou.

– Hm. – o moreno abaixou o olhar. – Gostaria de saber notícias da Rukia.

– Ela está muito bem senhor, não se preocupe. – ele respondeu sem encará-lo.

– Até quando vamos continuar assim?

– Hã? – o ruivo franziu o cenho, erguendo o olhar para o Taichou.

– Você mal fala comigo.

– Acho que é o melhor para nós dois. – o ruivo suspirou.

– E quem disse isso? – Byakuya encarou o rapaz.

– Ninguém disse Taichou, foi o senhor quem escolheu isso.

– Pare de falar assim, como se ainda fossemos meros superior e subordinado. – Byakuya deu alguns passos em direção á ele. – Eu não escolhi nada. Esse assunto só está mal resolvido, precisamos conversar sobre ele.

– Para mim está resolvido. – o ruivo o encarou seriamente.

Byakuya suspirou em desdém, seguindo em direção á porta. – Estou de saída.

Ao chegar até a porta, Byakuya parou alguns instantes, tendo a visão turva. Apoiou a mão na madeira da porta e suspirou fundo, tentando se recuperar da breve tontura.

– Você está bem? – Renji perguntou, demonstrando preocupação ao vê-lo paralisar assim tão de repente.

– Estou. – mentiu, saindo pela porta e fechando-a em seguida.

Apesar de saber que o orgulho dele imperou naquele instante, o ruivo não pode deixar de ficar preocupado.

~

– Renji! – o moreno exclamou abrindo a porta. – Entra aí...

– Desculpe vir na sua casa essa hora Leto. – o ruivo se acomodou em um estofado qualquer. A casa dele era bem modernosa, muito diferente da maioria das casas no Seireitei, mas ao contrário da mansão Kuchiki, ali se sentia á vontade, não só pelo fato de Leto ser seu amigo, por não haver aquele clima de superioridade no ar.

– Tudo bem, não se preocupe. – ele olhou para o relógio, que marcava 18h30. – Nem é tão tarde assim.

– E a Rukia? – perguntou olhando para os lados.

– Está muito bem, ela parece estar adorando esse tempo que estamos passando juntos. – ele sorriu meio abobado.

– Ótimo. – Renji suspirou. – Leto eu vim aqui para te pedir um favor.

– Diga. – sorriu.

– Eu queria que você fosse até a casa do Byakuya, saber se ele está bem.

– Mas... – Leto franziu o cenho. – Você não o viu hoje no trabalho?

– Sim. – o rapaz abaixou o olhar. – Mas ele não parecia bem sabe, de saúde.

– E você não perguntou nada?

– Eu tentei mais ele foi grosseiro... - Abarai tentou se justificar erguendo um pouco o tom de voz. -... E orgulhoso.

– E você agora está preocupado feito tonto, sendo mais orgulhoso que ele em ter a dignidade de insistir em ajudá-lo, não é? – o moreno ergueu a sobrancelha, encarando o outro, que tinha certa vermelhidão no rosto.

– Você pode ir lá ou não? – o ruivo perguntou irritado.

– Eu não devia, só para vocês pararem com essa frescura de menininha. – ele suspirou. – Mas fazer o que né, o que eu não faço por vocês... – ele se levantou e seguiu até a porta. – Amanhã nos falamos.

~

Os dois seguiram em direção á mansão Kuchiki, e mais uma vez pelo caminho viram Zaraki, com aquela mesma mulher, mas ignoraram isso por ora. Ao chegarem á mansão, atravessaram o jardim e tocaram a campainha. Houve certa demora até que, como da outra vez, Hisana abrira a porta.

– Boa noite. – ela manteve as feições sérias ao encarar o homem na porta.

– Boa noite, Hisana-Sama. – Leto se pronunciou. – Viemos fazer uma visita ao Byakuya, pois pareceia que ele não estava muito bem hoje. Queriamos saber como ele está.

– Byakuya-Sama não quer receber visitas.

– Nem mesmo eu? – Leto perguntou intrigado.

– Ele não especificou ninguém. – ela deu um sorrisinho. – Não se preocupe, ele está bem. Eu estou cuidando dele.

Leto franziu o cenho, meio desconfiado.

– Bom... Se me dá licença. – ela sorriu. – Boa noite para você, Leto-San. – em seguida a porta se fechou.

Leto atravessou o jardim em silencio. Mais uma vez, completamente intrigado, deixou a mansão Kuchiki.


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Notas finais do capítulo

As coisas ficam cada vez mais suspeitas não?
Obrigada por acompanharem e lerem n.n
Leitores anônimos, sei que vocês estão aí, agradeço muito a leitura de vocês, então não se acanhem em aparecer :3
Beijos e até sextaa n.n