Kaos - A Filha de Simbad escrita por PaulaRodrigues


Capítulo 8
Jack Sparrow


Notas iniciais do capítulo

Sr. Gibbs parece conhecer um pouco sobre a vida do Capitão Jack Sparrow, por mais cheio de mistérios que ele seja e Kaos ficou bastante interessada em conhecer um pouco mais sobre o pirata que a ajudou a sair de Port Royal.



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Olhei para Rato, consegui olhar nos olhos dele, ele parecia preocupado. Sorri, dei uma risada, balancei a cabeça e me levantei. Guardei a bússola e todos pareceram me olhar com estranheza, como se eu fosse uma pessoa louca e talvez naquele momento eu fosse, mas eu estava muito orgulhosa de conseguir navegar naquela tormenta.

Jack havia assumido o timão e quando olhei à bombordo do navio, vi muitos barcos naufragados. Will também observava e assim todos os marujos se aproximaram em seguida.

– Essa passagem me dá arrepios - comentou Sr. Gibbs.

Olhei novamente, não me era tão assustadora, tudo bem que havia uma leve névoa, pedaços de navios infortunados, pedaços de tecido que poderia ser de uma vela ou da roupa, era tudo deserto, mas eu não estava com medo, estava tudo bem tranquilo na verdade.

– Ele é bem estranho, não é mesmo? - disse Will olhando para Jack ao leme.

Olhei também e ele estava bem concentrado.

– Não se sabe muito sobre Jack Sparrow - disse o Sr. Gibbs e eu e Will voltamos nossa atenção a ele - O conheci quando ele era Capitão do Pérola Negra...

– Capitão do Pérola? - Will perguntou surpreso.

– Mas parece que ele não era um bom Capitão, não é mesmo? - eu disse, curiosa para saber o que aconteceu.

– Houve um montim. Se juntaram contra ele e o abandonaram numa ilha com apenas uma bala na pistola - contou o Sr. Gibbs. - Ficar numa ilha deserta, com a luz do sol fritando seus miolos, pode perturbar qualquer homem.

Ok, ele ainda não me explicou o verdadeiro motivo pelo qual ele foi "expulso" de seu próprio navio pela tripulação, mas acho que não conseguirei mais que isso, ou a verdadeira versão desse fato já que é o próprio Jack quem o conta para as pessoas.

– Ah... isso explica esse jeito dele meio... - Will começou a gesticular com as mãos e a balançar o corpo tal como Jack fazia e eu dei uma risadinha.

– Não, isso não tem nada a ver - disse o Sr. Gibbs seriamente e Will se recompôs. Sr. Gibbs sentou para continuar a história. Will sentou de frente pra ele e eu me apoiei no ombro de Will. - Sabe crianças, quando se é deixado em uma ilha com uma bala, apenas uma bala, você pensa para que você pode utilizá-lla. Para uma caça não seria algo esperto, nem par chamar a atenção de um navio, então, aquela bala começa a ficar interessante para dar fim ao seu sofrimento - comecei a ficar interessada pela história e prestei mais atenção. - Jack poderia ter atirado nele mesmo e tudo teria acabado ali, mas não. Jack ainda possui aquela bala, a bala com a qual ele irá matar o seu maior inimigo.

– Barbosa - eu e Will respondemos juntos. Aquilo era muito interessante, seria algo interessante de se ver. Sr. Gibbs deu um sorrisinho ao ver que estávamos entendendo a história e nos interessando por ela.

– Mas como foi que ele saiu da ilha? - Will perguntou.

– Ele ficou três dias e três noites sentado à beira do mar, até que as criaturas marinhas se acostumassem com sua presença ali. Então ele conseguiu capturar duas tartarugas marinhas, as amarrou e as fez como uma jangada - disse o Sr. Gibbs animado.

Ok, essa parte é difícil de acreditar, com certeza eu estava com uma cara de uma pessoa incrédula.

– Tartarugas marinhas? - perguntei para confirmar a história e o Sr. Gibbs balançou a cabeça confirmando.

– Como ele as amarrou? - Will perguntou também não acreditando.

O Sr. Gibbs abriu a boca para responder, mas ele não sabia a resposta. Will e eu ficamos esperando o desfecho daquela história que provavelmente era uma mentira. Até que Jack de repente apareceu ao nosso lado segurando o cabo da espada em sua cintura e nos olhando seriamente.

– Com pelo humano - nos olhamos ainda sem acreditar -, das minhas costas.

Tudo bem, agora eu acredito menos ainda.

– Preparem um bote, eu e o Sr. Turner vamos até a ilha - disse Jack.

– Eu também vou - disse me ajeitando.

– Não mocinha, é melhor ficar aqui mesmo - ele disse sorrindo e estufando o peito, como se fosse um macho alfa protetor.

Dei uma risadinha, cocei minha sobrancelha e olhei para ele.

– Eu não te pedi permissão, Sparrow.

– Mas eu recomendo que fique, não quer que sua volta ao mar acabe agora, não é mesmo?

– Tudo bem, você recomendou e eu recusei, eu vou com vocês dois.

Fui para o lado e comecei a andar em direção ao bote.

– Capitão, e se alguma coisa der errado? - Sr. Gibbs perguntou preocupado.

– Simples, siga o código - disse Jack simplesmente.

– Sim, claro, o código - Sr. Gibbs sorriu e se preparou para soltar o bote.

– Kaos, tem certeza que quer ir sozinha? - Kyle perguntou em sua voz grave.

– Sim, vou ficar bem Kyle - sorri.

– Não seguiremos o código se algo der errado - disse Kyle cruzando os braços com um sorriso de canto de boca. Assenti e dei um sorriso, adoraria que ele e Rato não seguissem o código, afinal, se algo der errado, eu quero que venham me salvar, mas para ser Capitã, eu preciso provar que eu sou durona, que eu dou conta de qualquer problema.

Will, Jack e eu estávamos no bote. Jack estava controlando os remos. O lugar em que entramos era escuro e haviam caveiras com espadas em seus crânios. Confesso que começou a me assustar um pouco, mas respirei fundo e tentei não demonstrar isso.

– Está com medo, minha jovem? - perguntou Jack.

– É claro que não - respondi como se aquela ideia fosse ridícula.

Jack deu uma risada, ele parecia saber que eu estava com medo, não, quero dizer, um pouco de medo naquele momento.

– Jack, qual é o código que vocês falaram? - disse Will que parecia com medo mais do que eu.

– O Código dos Piratas: o homem que fica para trás, é deixado para trás - disse Jack seriamente de costas para nós dois.

– No meio de ladrões não há herois, não é mesmo?

– Will, eu não entendo sua revolta com os piratas, sério - eu disse.

– É verdade Will, você já é praticamente um, veja as coisas que você já fez, está até obcecado por um tesouro - disse Jack enquanto passávamos por cima de um monte de moedas de ouro que brilhavam intensamente, deixando aquela parte da água mais clara. Eram grandes moedas de ouro maravilhosas.

Paramos o bote, Jack desceu primeiro, me levantei e ele me entregou a mão como ajuda. Olhei para a mão dele e me recusei a pegá-la, colocando meu pé para fora do bote. O chão estava mais distante do que eu pensava e acabei afundando o meu pé e desequilibrando, o que me obrigou a pegar a mão de Jack. Assim que consegui me colocar de pé, com a água batendo em minha canela, olhei para ele e ele estava do mesmo jeito de antes e sorrindo pelo meu infortúnio. Tirei minha mão da mão dele rapidamente, revirei os olhos e comecei a andar para a terra firme.

Jack veio em seguida, ainda rindo de mim e então passou direto para nos guiar. Will foi o último a sair porque estava amarrando o bote para a nossa volta.

– Eu não estou obcecado por um tesouro - disse Will.

Jack subiu pela caverna e chegou em uma parte mais claro, que lembrava muito uma janela. Ele olhou atentamente e seu sorriso se transformou em algo mais sério, parecia planejar seu próximo movimento. Então ele virou para nós.

– Tesouros não são apenas ouro e prata, meu amigo.

Will olhou pela "janela", dei uma breve corrida e fiquei entre os dois olhando também. Estava repleto de piratas e ouro. E perto de um grande baú, estava um homem a fazer um discurso, provavelmente era o seu Capitão, o tal Barbosa e perto dele estava uma mulher de vestido vermelho que me parecia bem familiar. Aquele cabelo loiro, aquela boca que parece que quer receber um beijo de qualquer um, aqueles olhões... seria...?

– Elizabeth - disse Will.


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