Kaos - A Filha de Simbad escrita por PaulaRodrigues
Notas iniciais do capítulo
Kaos e Jack estão no porão do Pérola Negra, que entrará numa batalha contra o Interceptor para conseguir pegar Will e o medalhão. Não parece o melhor lugar para os Capitães estarem no meio de uma batalha, não é mesmo?
– Ótimo - reclamei - Agora estamos presos aqui.
– Calma, tudo vai dar certo - disse Jack como se realmente tivesse um plano para nos tirar do porão do Pérola Negra que era sujo, muito sujo, parecia, de certa forma, muito podre e ainda estava com muita água pelo chão. - Aliás, eu tenho uma perguntinha: por que me salvou? - ele me olhou com um sorriso desconfiado.
– Porque era mais vantagem ir com você do que com o Wiil - eu disse estranhando a cara dele e como se a minha resposta fosse óbvia.
Jack se aproximou de mim com um sorriso.
– É mesmo? - ele disse e eu fui me afastando.
– Lógico - respondi. - Se eu fosse com Will eles voltariam para Port Royal para levar Elizabeth pra casa. Não quero correr o risco de chegar perto de Port Royal de novo. E, aliás, você disse que iria me dar um navio - o encarei com os olhos semicerrados.
– E eu vou.
– Bom mesmo Capitão, por isso não vou largar do seu pé tão cedo - ele deu um sorriso e olhou para meus lábios. Lhe dei um empurrão no peito. - Pode parar com isso, vou ficar no seu pé pra você me dar o navio.
– E o que te leva a acreditar tanto assim que não vou manter você e seus dois marujos no meu navio, ou te enganar?
– Por que você quer que eu me torne dona desse navio. Não sei o motivo ainda, mas sei que você tem alguma coisa o Capitão desse navio.
– Você até que é bem espertinha, jovem Kaos. E isso não te dá medo?
– Se o navio será meu no final, não vejo mal algum - sorri e ele sorriu de volta, ambos com sorrisos ambiciosos.
– Olha... já tinha visto isso aqui? - Jack me mostrou um buraco no navio.
– Ah! Vamos morrer aqui! - gritei em pânico. Jack me olhou com estranhamento. - Desculpe. Fiquei nervosa, afinal... é um buraco!
– Calma Kaos - ele fez com a mão como se não fosse nada e olhou pelo buraco. - Parece que o pessoal do Interceptor está esvaziando o navio para fugir do Pérola - ele deu uma risada de desdém. - Não vão conseguir, o Pérola é mais veloz, sempre foi.
De repente um rebuliço acima de nossas cabeças começou a acontecer, eu me lembrava desses barulhos, eram os barulhos dos canhões sendo apontados. Jack e eu olhamos para o outro ao mesmo tempo.
– Acho que ferrei meu melhor amigo - eu disse.
– Calma, eles não querem Will morto, pelo menos não agora - Jack voltou a olhar o buraco. - Nooossa... estão usando os remos para ir mais rápido.
– Eles terão que atacar de volta, ou não terão a menor chance - eu disse.
– Espere, você quer que eles vençam?
– Kyle e Rato estão lá e também queria que Will conseguisse fugir, confesso, queria que ele e Elizabeth voltassem para Port Royal viver a vidinha entediante deles na terra firme.
– Achei que vendia os amigos para conseguir o que quer - Jack se divertiu.
– Não é bem assim... eu só uso as palavras nesse caso - eu disse como se fosse algo comum e ele riu.
De repente meu corpo foi jogado para a direita, fazendo com que eu me segurasse na barra da cela e Jack veio caindo em cima de mim, mas ele segurou a barra com os dois braços passando próximos ao meu rosto e ficamos colados de frente para o outro.
– Acho que a guerra vai começar - ele disse.
Pela força que fomos jogados, o navio fez uma curva rápida à esquerda. Jack saiu de perto de mim e foi olhar o buraco, fui olhar com ele e vi o Interceptor com seus canhões apontados para o Pérola. Os piratas começaram a se agitar e então ouvimos gritos de "Fogo!". Jack e eu nos afastamos do buraco, mas não tínhamos muito para onde correr e então me encolhi no canto da cela e ele se encolheu tentando me proteger e nós ficamos no meio daquela água e o buraco que olhávamos antes se tornou um enorme buraco, com pedaços de madeira boiando pra lá e pra cá.
– Pare de fazer buracos no meu navio! - Jack gritou nervoso em direção ao buraco.
E então ouvimos mais e mais disparos de canhão. O pior de tudo era não poder sair daquele porão maldito, não teríamos chance de sobreviver se o navio afundasse e eu prezo muito pela minha sobrevivência.
– Hora de colocar seu plano em prática, Jack - eu gritei pra ele tentando me manter de pé.
– Que plano? - ele ainda estava nervoso por estarem destruindo o navio dele.
– Você disse que tinha um plano!
– O quê? - ele disse como se o que eu tivesse dito fosse um absurdo. - Olha só! ele disse olhando para o chão.
Jack abaixou e pegou um cantil de rum, revirei os olhos, sério mesmo isso? Ele abriu e tentou beber, mas estava vazio. Bati no cantil, tirando das mãos dele, agora eu estava nervosa.
– Jack Sparrow! Não é hora de beber! Estão fazendo buracos no seu navio! - eu disse para despertá-lo.
– Você tem razão - ele disse de olhos arregalados, se levantou, foi até a porta da cela e a abriu.
Nós ficamos um momento boquiabertos pela fechadura estar destruída e por ter sido tão fácil, rimos por alguns segundos e então saímos daquele porão horroroso. Nós saímos e nos mantivemos em um canto escondidos, até que de repente vimos o mastil do Interceptor caindo sobre o Pérola, o que formou uma espécie de ponte entre os navios. Barbosa estava observando toda aquela guerra com seu macaco no ombro.
– Tragam-me o medalhão! - ele gritou.
O macaco pulou dos ombros dele e atravessou a ponte feita pelo mastil.
– Okay, é o seguinte - ele disse pra mim. - Preciso daquele medalhão para barganhar pelo meu navio, você me ajuda a pegá-lo.
– Ajudo - disse.
Jack então subiu na beirada do navio e se apoiou na escale, eu o segui e então um homem veio em nossa direção por uma corda. Jack pegou a corda com simplicidade no meio daquela bagunça, ofereceu a mão para mim, eu lhe dei a minha, ele me pegou pela cintura e nos penduramos em direção ao Interceptor. Assim que ficamos em cima dele, eu me soltei de Jack e caí rolando no chão do navio. Jack voltou pela corda gritando, ele não havia conseguido se soltar. balancei a cabeça negativamente e peguei a minha espada para lutar com os marujos do Pérola, mesmo sabendo que eram imortais.
De repente escuto e sinto umas batidas no chão do navio. Segui o barulho e vi a entrada que levava aos suprimentos ou à estalagem dos marujos.
– Kay? Kay!
Olhei para baixo e lá estava meu melhor amigo Will, preso lá embaixo por causa do mastil, a água subia, ele iria morrer afogado se ficasse ali. Então de repente eu vi o macaco de Barbosa sair correndo com o medalhão.
– Kay, me ajude! - Will gritava.
Eu ia responder quando Elizabeth apareceu desesperada, gritando por ele.
– Will!
– Elizabeth!
– Jack! - gritei me virando para trás e ele me olhou.
Apontei para o macaco que passava por cima do mastil para entregar o medalhão para Barbosa. Jack acenou positivamente com a cabeça e saiu correndo atrás do macaco.
Voltei minha atenção para ajudar Elizabeth a tirar Will dali.
– Kay? Achei que fosse atrás do Jack - ele disse empurrando um pedaço de madeira lá embaixo.
– Eu posso querer o meu navio Will - eu disse empurrando pedaços de madeira com Elizabeth -, mas você é o meu melhor amigo, o meu amigo encontrado no mar, assim como eu. Não posso te deixar morrer, seu idiota - eu disse cansada dando uma risadinha.
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