Kaos - A Filha de Simbad escrita por PaulaRodrigues
Notas iniciais do capítulo
Kaos e Jack estão encurralados pelos piratas do Pérola Negra, que parecem não se importar com a vida de Jack, então ela precisa de um trunfo para conseguir tirar ambos daquela situação.
– Maldito seja os que inventaram "Parolá" - disse o careca nervoso.
– Foram os franceses - disse Jack como se estivesse contando quem quebrou o brinquedo preferido de um garoto e ainda se apoiando em meu ombro.
– Vai logo chamar o Capitão! - o careca gritou para um marujo qualquer.
Eles ainda nos cercavam, eu ergui a cabeça e fiquei olhando seriamente para todos eles que apontavam suas armas, como se eu não estivesse com medo deles e Jack ficava sorrindo para todos. Até que finalmente o tal Barbosa apareceu caminhando em nossa direção.
– Então, o que temos aqui - Barbosa me olhou de cima a baixo.
– Sou Capitã Kaos e exijo respeito - eu disse para que ele parasse de olhar o meu corpo.
– Você não está muito em posição de exigir queridinha - ele colocou a mão em meu queixo e eu bati na mão dele para longe de mim, ainda olhando-o seriamente. Ele deu uma risadinha. - E olha quem eu vejo - ele olhou para Jack. Jack se apoiou em meu ombro e no remo que estava na sua outra mão e sorriu. - Como saiu daquela ilha?
– Quando me abandonaram naquele pedaço de terra desprezado por Deus, você se esqueceu de uma coisa muito importante - ele deu uma pausa e sorriu desafiador - sou o Capitão Jack Sparrow.
– Aaah - Barbosa começou a se divertir, se aproximou e me afastou de Jack - mas olha, eu não cometerei esse erro... de novo - ele o encarou. E em seguida começou a falar mais alto para os marujos. - Senhores, todos se lembram do Capitão Jack Sparrow - eles começaram a se manifestar positivamente. - Atirem nele - ele disse saindo de perto.
– Não, não, não, não, nada disso - eu disse entrando na frente dele.
– Atirem nela também - disse Barbosa indiferente.
– Não. Você não quer atirar em mim.
– Me dê uma boa razão.
Okay... uma boa razão. Pensa Kaos, pensa...
– Eu trouxe Jack Sparrow até vocês...
– Capitão Jack Sparrow - Jack completou baixinho no meu ouvido.
– ... então acho que mereço uma... recompensa.
– Sua recompensa é não ser morta, já é o suficiente. Te deixamos aí, matamos o Jack e vamos embora.
– Não! Não aceito esse acordo.
– Você não está em posição de barganha pequena Capitã - Barbosa riu.
Pensa Kaos, pensa... ahá!
– Eu tenho algo bem interessante - eu disse me sentindo superior de novo.
– E o que seria? - Barbosa parecia entediado.
– Bom... parece que o sangue da Elizabeth não serviu para quebrar a maldição, não é mesmo? - comecei a me divertir.
– E o que você sabe sobre isso? - ele estava jogando comigo, como eu gostava disso.
– Sei que por causa daqueles medalhões, vocês estão presos nessa maldição e precisam pagar com sangue e o sangue da Elizabeth, não deu certo - comecei a limpar minhas unhas enquanto falava e quando terminei olhei para ele com um sorriso.
– Jack fez um bom trabalho em te contar então - Barbosa o olhou.
– Eu não disse nada - disse Jack sorrindo e entrando no meu clima.
– Então você sabe de que sangue precisamos - Barbosa concluiu me olhando com raiva.
– Nós sabemos de que sangue precisam - eu e Jack sorrimos com trunfo.
– Acho que só preciso de um de vocês - disse Barbosa.
– Que pena, se matar Jack...
– Capitão...
– ... eu não digo nenhuma palavra - dei uma risada e olhei para ele sorridente. Adorava ter o trunfo.
– Arg... que seja...
Então fomos levados para o Pérola Negra e quando zarpamos, fomos direto para a cabine do Capitão. Jack começou a se aproveitar do momento que eu havia conseguido para conseguir o seu navio.
– E você espera me deixar numa praia com apenas o meu nome, uma bala, sua palavra de que é aquele busco, vendo você zarpar em meu navio? - Barbosa estava sentado em sua grande mesa de jantar, se divertindo com as propostas de Jack, enquanto eu peguei uma de suas maçãs verdes, algo que nunca havia comido antes.
– Não - disse Jack como se aquela ideia fosse ridícula - Eu pretendo deixar você na praia, sem nome nenhum, me vendo zarpar no meu navio. Aí então eu grito um nome pra você.
Mordi a maçã e revirei os olhos, que barganha sensacional, ironicamente, é claro e nossa, que sabor delicioso tem essa maçã, dei mais uma mordida. Hum... que paraíso.
– Mas isso ainda me deixa com o problema de ficar na praia, com nada além de um nome e sua palavra de que é aquele que busco.
Jack também pegou uma maçã verde.
– De nós dois, eu sou o melhor, então a minha palavra é confiável.
Aff... que ridículo, pensei enquanto ria de leve mastigando a maçã verde divina.
– Mesmo assim, suponho que devo lhe agradecer - ele se sentou e colocou os pés na mesa -, porque se não tivesse me traído e me deixado para morrer, eu seria amaldiçoado como você - Jack sorriu e mordeu e maçã verde - mundo estranho, não?
Barbosa ficou nervoso. Até que um marujo tão grande quanto o Kyle, mas com uma cara mais medonha, apareceu e eu engasguei um pouco com a maçã.
– Senhor, como é mesmo o navio? - ele disse seriamente e então Barbosa olhou para mim.
– Will Turner está em um navio chamado Interceptor - e então comecei a descrevê-lo detalhadamente e disse o provável caminho que tomariam para devolver a preciosa Elizabeth à Port Royal - Temos que alcançá-los o mais rápido possível - terminei dando outra mordida na maçã que encheu minha boca de água.
– Velocidade não é um problema, querida - disse Barbosa rindo.
– Não mesmo - disse o marujo. - Encontramos o navio.
Ele saiu, Barbosa sorriu e foi em seguida e eu saí logo depois de Jack. Jack se apoiou na escale e olhou para o norte, eu me apoiei ao lado dele e lá estava o Interceptor. Eu acabara de entregar o meu melhor amigo para piratas que desejam o sangue dele escorrendo num medalhão de ouro.
Jack então subiu as escadas correndo para chegar até Barbosa que observava o navio com seu monóculo e entrou na frente dele.
– Eu estou pensando numa coisa Barbosa - Barbosa tirou o monóculo para ouvi-lo. - O que me diz de içarmos a bandeira de trégua, eu vou a bordo do Interceptor, a Capitã aqui fica garantia, enquanto eu vou e negocio a entrega do seu medalhão, hem, o que me diz disso?
Eu como garantia? Que vontade de esganar Jack Sparrow naquele momento, até mordi a maçã com mais força, mas tudo bem, Kyle me salvaria caso ele me deixasse para trás.
– Sabe Jack - ele começou irônico -, essa foi uma das atitudes que fez você perder o Pérola - ele riu. - Prenda ele e a garota no porão - ele anunciou.
– Por que eu também vou para o porão? - perguntei indignada.
– Porque eu não confio em alguém que tenta manter Jack Sparrow vivo - ele disse tomando a maçã da minha mão enquanto os marujos me levavam com Jack para o porão.
Fiquei indignada, poderia pelo menos ter deixado eu terminar de comer a maçã divina.
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