The Potter Lost In Time. escrita por Mary Dias


Capítulo 14
Tarde em Hosgmead


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Bem, sei que demorei, mas agora estou de férias! Vou tentar postar mais vezes na semana.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/509626/chapter/14

Os raios de sol invadiram a janela e eu abri meus olhos alegremente. Não sei por que parecia feliz, já que o meu par estava se comendo com uma japa ridícula. Sentei-me na cama e passei a olhar o estado deplorável de minhas amigas. Levantei-me e me deparei com uma pilha enorme de presentes ao lado de minha cama. Aquilo tudo era meu? Encarei mais de perto, vendo um vulto verde e grande me espiando. Assustei-me e a coisa também. As caixas caíram em um baque surdo, revelando uma criatura de olhos e orelhas grandes. A coisa parecia envergonhada. Aos poucos, me refazendo do susto, estendi a mão para ele, que a aceitou de bom grado e levantou. Sua pele era fria, mas fria de um jeito bom.

– Quem é você? – perguntei.

– Sou Dobby. – a criatura respondeu com uma voz esganiçada. – Dobby, o elfo.

Ah! Já tinha ouvido falar nesses pequeninos. Hermione descobriu que eles trabalham na cozinha de Hogwarts, por isso fundou o FALE, quer dizer, o F.A.L.E., sinceramente, eu nem sabia qual era realmente a sigla, mas era algo que falava da proteção dos elfos-domésticos. Harry era o tesoureiro, eu e Rony éramos encarregados de cuidar dos associados, que eram pouquíssimos. Mas já eram um começo.

– E o que você está fazendo aqui no quarto das meninas, Dobby? ­– perguntei pra ele.

– Dobby veio apenas ver o motivo de todas as noticias boas em Hogwarts. – ele respondeu.

– E quem seria? – arqueei a sobrancelha.

– Você, Catherine Potter. – ele respondeu.

Fiquei rosa, enquanto encarava Dobby. Ele tinha os olhos mergulhados em lágrimas, como se eu fosse a sua tábua da salvação.

– De onde você me conhece, Dobby? – perguntei.

– Eu nunca conheci a senhorita, Catherine Potter. – disse. – Conheço seu irmão, Harry Potter. – respondeu. – Ele é meu amigo.

Ah! – mais uma vez – Me lembrei dele. Dobby fora o elfo que entrara na casa dos Dursley para impedir que Harry fosse à Hogwarts porque a Câmara Secreta estava para ser aberta. Sorri para Dobby, que também sorriu.

– Sente-se Dobby. – disse sentando-me à cama.

Dobby fez o mesmo. Sentamo-nos e ele não parava de me encarar como se eu fosse sua tábua da salvação.

– Dobby quer dar um presente para Catherine Potter. – disse. – É singelo, mas de coração.

Estendeu-me uma caixa simples, onde continha um cachecol simples e roxo, minha cor favorita. Ele parecia agradável. Dentro da caixa, tinha um bilhete com uma escrita em garranchos. Pelo que parecia, era de Dobby. Puxei o bilhete e me dispus a ler.

Para a senhorita Potter,

Este presente é simples, mas de coração. Obrigado por ajudar o seu irmão a salvar o mundo.

Dobby.

Encarei-o com lágrimas nos olhos e o abracei. Dobby parecia chocado. Muito chocado. Separei-me dele e fitei. Ele começou a chorar e pegou o meu troféu de balé – que ganhei aos dez anos – e começou a se bater com ele.

– Dobby, o que está fazendo?! – perguntei assustada tirando o troféu de perto dele.

– Nunca nenhum bruxo abraçou Dobby, senhorita. – ele disse uma vez refeito.

– Vai ter que se acostumar, pois não largarei de você nem com macumba.

Rimos.

Dobby me levou para comer na cozinha. Ela era ótima. Tipo, os elfos me engordaram muito mesmo. Eu estava ao lado de Harry, entre ele e Hermione. Conversávamos unicamente sobre... Krum. Mione dizia que o lance que ela tinha com ele era mais físico. Riamos muito, enquanto falávamos disso.

– Harry? – uma voz tão odiada chamou meu irmão.

Harry, que nada sabia sobre ele, virou-se um pouco afetado. Ele podia não saber de sua covardia, mas estava com ciúme por ele ter levado a sua irmã para o baile, né?

– Sim. – disse ainda afetado.

– Bem, você me ajudou com os dragões, então eu acho mais prudente lhe oferecer uma ajuda minha. – disse ele, encarando-me.

Virei a cara, enquanto eles cochichavam. Assim que ele terminou, Harry voltou para o meu lado.

– Está graciosa hoje, Cathy.

Virei para ele.

– Para você, é Potter, pois agora eu não sou mais sua amiga, e sim, sua arque-inimiga. – respondi fumegando. – Seu viado perdedor.

Dei-lhe uma tapa na cara e saí andando.

– Hey Cathy, você quer ir à Hogsmead comigo? – Fred perguntou sentando-se à minha frente numa mesa da biblioteca.

– Você pensa que por que me ajudou demos uma trégua? – foi engraçado ver sua cara frustrada.

– Achei que sim. – foi sincero.

– Eu aceito. – disse fechando o livro.

Estava um lindo dia de natal. Eu e Fred saímos escondido dos outros faladores e fomos por uma passagem secreta, que saía dentro de uma loja que vendia trecos esquisitos. Ele saiu primeiro e me estendeu sua mão para que eu pudesse sair do buraco – ok, isso é estranho.

– O que é isso? – perguntei olhando para o lugar todo.

Isso, minha cara, é a Dedosdemel. – respondeu.

Isso é algum tipo de lojas de doces bruxos? – perguntei reconhecendo o nome de algum lugar.

– Exato.

Rimos e Fred me levou para junto de algumas prateleiras, onde escolheu algumas guloseimas e se direcionou ao caixa. Pagou e me levou para fora do estabelecimento. Andamos por alguns minutos na neve e uma voz me fez virar abruptamente.

– Ela está ali! – era a voz de Hell, eu podia conhecer.

Ela usava um gorro na cabeça e roupas quentes. Ao seu lado, a nossa mãe estava também muito bonita, com roupas de frio. Arregalei os olhos, pelo menos quase cinco meses que eu não a via. Olhei para Fred, confirmando se era verdade ele assentiu e eu corri para abraçá-la. Ao sentir os braços da loira me rodeando eu chorei de saudade, mas foi bem pouco, pouco mesmo.

– Mãe! – gritei. – Que saudade.

– Eu também estou com saudade, meu amor. – ela disse.

– Helly! – disse a abraçando.

– Oi manola. – abraçou-me apertado.

– O que fazem aqui? – Hellen olhou para mamãe com cautela, isso me deixou um pouco alerta.

– Viemos visitar uma conhecida. – mamãe respondeu.

– Posso ir com vocês? – me ofereci.

– Claro que não! – devia me importar com isso? – Você está no meio de um encontro! Não posso simplesmente te alugar.

Ela piscou para Fred.

– Agora vá. – disse. – Me encontrará em Hogwarts quando menos esperar.

Elas foram se distanciando e então, eu caminhei desconfiada até Fred. Ele não falou nada, apenas encontrava-se em um estado pensativo. Eu queria quebrar o gelo, mas não sabia como fazer. O que fazer?!

– Estamos em um encontro? – me surpreendi quando ele quebrou o silencio, perguntando atônito.

– Não! – disse rápido, o olhando. – Somos amigos. Acho que amigos não tem encontros...

Ele assentiu.

– Vem. – disse enquanto passávamos pelo três vassouras. – Vou te mostrar um lugar maneiro.

– Não vamos ao três vassouras? – perguntei assustada.

– Não. – ele disse animado. – Vamos fazer um piquenique.

– Sério? – perguntei animada também.

– Sério.

Andamos por Hogsmead, sob o olhar de vários curioso, não ligamos, é claro. Somos amigos. Somos amigos. Chagamos até o local desejado por Fred. Era uma árvore, que ficava em frente a uma casa. Era meio velha, não era uma paisagem paradisíaca, mas era bonita. O visgo estava descendo pela árvore, tornando-a ainda mais aconchegante. Fred estendeu uma toalha xadrez – típica de piquenique – e pôs as guloseimas compradas na Dedosdemel dispostas nela, mas deixando um espaço para sentarmos. Assim fizemos, um de frente para o outro.

Fred olhava para mim com os olhos semicerrados, parecia analisar alguma coisa errada em mim. Ficou de joelhos e arrumou minha touca na cabeça. Senti as bochechas arderem, mas supus que fosse o frio.

– O que foi? – questionei.

– Sua touca estava errada na cabeça. – respondeu sentando e dando de ombros. – Seria esquisito te olhar com uma touca atravessada na cabeça.

Ri.

– Ok. – Fred disse esfregando as mãos uma na outra. – Vamos começar. – disse. – Primeiro, eu quero que você abra esta caixa e com cuidado, tente pegar o sapo antes que ele fuja.

Peguei a caixa que ele apontou. Ela era roxa e tinha escrito em ouro Sapo de Chocolate. Abri lentamente e quase tive um enfarte ao ver o sapo enfeitiçado sair da caixa. O agarrei com a mão esquerda, ouvindo o som ritmado de meu coração aumentar ainda mais as batidas. Fred parecia orgulhoso de minha proeza.

– Boa. – falou.

– O que é isso? – perguntei.

– Sapo de Chocolate. – respondeu. – É um feitiço que faz o sapo pular. Mas ele só pula uma vez. E vem com uma foto de algum bruxo. Coma e veja.

Levei o sapo à boca e senti o fantástico gosto de chocolate. Retirei de dentro da caixa a foto de uma mulher ruiva. Seus olhos eram verdes e magníficos. Ela sorria e seus cabelos voavam. Não sei por quê, mas ela me dava uma sensação de paz. Abaixo de sua foto lia-se Lilian Evans. E então, a vi sumir, mas era normal em fotos bruxas.

– Tirei Lilian Evans, conhece ela? – perguntei.

O sorriso de Fred aumentou aos poucos e depois ele suspiro.

– Sim. – disse. – Eu tenho uma coleção dela. Você a conhece.

Aquilo não fora uma pergunta, podia ser visto.

– Eu não a conheço Fred, se conhecesse, não teria perguntado.

Fred riu. – Olhe para a foto Catherine.

Fiz o que ele pediu, vendo-a sorrir novamente. Ela me parecia muito com alguém que eu conhecia com a palma da mão. Eu mesma. Olhando-a assim, ela tinha os mesmos olhos que eu tinha, o mesmo formato do rosto, o mesmo jeito de sorrir. Na verdade, se não fosse alguns traços de meu pai, eu seria igual a ela, sendo que com os cabelos negros. Ela não seria...

– Ela é minha mãe?

– Sim, ela é. – disse Fred sorridente.

Sorri com lágrimas nos olhos. Era a minha mãe. Pela primeira vez eu a via.

– Obrigada. – disse me ajoelhando e depositando um beijo em seu rosto.

Voltei a sentar.

– Ok. – disse. – Agora abre esta caixa.

Ele me estendeu uma caixa que se lia Feijãozinhos de Todos os Sabores. Abri e peguei um cor-de-rosa e pus na boca. Tinha um gosto bom e memorável.

– Que sabor é? – Fred perguntou.

– Cereja. – respondi. – Agora é a sua vez.

Ele colocou um vermelho vivo na boca. Acompanhei suas reações desde o início. Primeiro ele arregalou os olhos, depois, aos poucos, ele foi ficando vermelho, até que começou a abanar-se. Minha reação instantânea foi rir. Fred bebeu quase toda a água que tínhamos e depois se dispôs a rir junto comigo. E assim, passamos o tempo. Durante aqueles minutos, comecei a descobrir que o gêmeo mais velho não é tão ruim assim.

– Prova esse – disse ele. – Tenho certeza de que vai gostar.

Não gostei nada de sua cara inocente, mas mesmo assim peguei. Era o último feijãozinho e já estávamos bem animadinhos. Depois de inventarmos um jogo meio esquisito, que eu ganhei, começamos a enganar um ao outro. Pus o feijãozinho na boca e quase vomitei. Tinha um gosto horrível de...

– Meleca!

– Eca! – Fred disse se contorcendo em uma careta. – Você alguma vez já provou meleca, Catotenta?

Encarei o cabeça de cenoura que agora estava levantando da toalha e corri atrás dele pronta para descer-lhe o cacete, porém, escorreguei no gelo e acabei o empurrando. Caímos com um estrondo e ficamos nos encarando intensamente. Mais uma vez naquele dia eu me perdi no mar marrom, mais uma vez eu descobri uma nova cor nele, mais uma vez pude notar o quão vermelha fica uma carne exposta ao gelo. Naquela hora, eu já não pensava, já não era mais a Cathy rabugenta e chata. Eu queria beijá-lo.

Aproximei um pouco mais de seu queixo e toquei a ponta de meu nariz nele. A barba recém aparada ainda era sentida ali, suavemente, ergui-me mais um pouco estava quase lá. Mas... E se ele recusasse? Foda-se! O que importava agora era o que eu queria.

Então... O sino tocou, indicando que nosso passeio tinha chegado ao fim e a minha loucura também. Saí de cima de Fred e o ajudei a arrumar as coisas, assim, voltando para Hogwarts. É claro, que durante o trajeto, comecei a pensar que loucura fora aquela.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E não foi desta vez que Frederine teve seu beijo :p



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Potter Lost In Time." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.