Acordei sozinha com o sol batendo em meu rosto, levantei e percebi a ausência de Jace. Então avistei um bilhete. “Vou passar o dia fora, preciso resolver alguns assuntos da escola. Fique bem! À noite estarei ai para o jantar”. Sorri.

Tomei meu café, fiz uma playlist das minhas musicas preferidas e comecei a arrumar a casa. Limpei toda a parte interior, os quartos, sala, cozinha, banheiro. E então fui para o quintal de trás. A casa era realmente enorme, maior do que eu pensava. Nos fundos tinha uma piscina, uma churrasqueira, uma casa da arvore toda pintada de azul e a garagem. Quando acabei de arrumar a casa fui me deitar no sofá e ver TV.

Mas então a campainha tocou e acabou com meu plano de ficar o dia todo sem fazer mais nada.

Abri a porta e na minha frente estava uma loira com a cara inchada, aparentemente por causa de choro.

–O Jace esta?- Ela choramingou e então antes de eu responder ela invadiu a casa. - Faz duas semanas que nós ficamos tudo bem ele estava bêbado, mas mesmo assim. Eu achava que teríamos outra chance, os papos que tínhamos as gargalhadas que dávamos juntos! Ai chega a minha mãe e diz que ela viu ele com uma nova namorada!

–Aah- Murmurei e a garota continuou falando.

– Primeiro você aparece com ele ontem na praça, e então ele diz que você é a penas a irmã, aí eu me acalmei. Mas ai minha mãe chega e diz que ele tem uma namorada!- Ela voltou a chorar. - Ele poderia pelo menos me dizer que não teríamos outra chance ao invés de me dar esperanças.

–Hm, Melissa. Jace não está em casa, acho melhor vocês conversarem depois. – Foi apenas o que consegui dizer, se ela descobrisse que eu sou essa suposta namorada, sinto que ela me matará.

–Tudo bem, eu converso com ele hoje à noite no jantar.

–Espera... você vai vir jantar aqui?

–Sim, eu e minha mãe. – Ela saiu choramingando e fechou a porta.

Raciocinei por um segundo, a mãe da Melissa ela aquela tal tia do Jace? Entrei em desespero na hora.

Já estava pronta para levar uma bronca do meu pai, ser levada para um orfanato, sei lá, algo bem ruim mesmo. Me arrumei e esperei o Jace chegar.

–VOCÊ TEM NOÇÃO DE COMO ESTAMOS FERRADOS?- Gritei assim que ele abriu a porta.

–Meu deus Clary, o que houve?

–Sabe o que houve? Aquela sua tia era a mãe da Melissa, que por uma coincidência vai vir jantar aqui hoje. E ela pensa que somos namorados, e a Melissa esta tendo um colapso por causa disso. - Falei rápido demais.

–Hã? Espera, a mãe da Melissa vai vir aqui? – Ele disse, eu fiz que sim com a cabeça. Ele apenas fechou os olhos e respirou fundo.

Papai chegou do serviço e comprou todo o jantar em um restaurante, tinha todo o tipo de comida.

–Que tipo de relação ele tem com a sua Tia?- Perguntei para o Jace enquanto víamos tv.

–Ele é apenas amigo de infância dela.

Melissa e sua mãe chegaram e eu comecei a ficar tão gelada quanto alguém morto.

Melissa entrou e desviou o olhar de Jace e então sua mãe, Clara, disse:

– Ricardo, como é bom te rever. – Ela disse abraçando papai. – E olha só quem esta aqui...

Ela se virou pra mim.

–Pois é- Disse papai. – A família esta toda reunida.

Ela apertou minhas bochechas e disse baixo no meu ouvido.

–Esta indo bem querida, até já te consideram da família. - Tadinha, ela realmente acredita que eu sou namorada do Jace?

Nos sentamos na mesa e o clima estava muito pesado, exceto pelo papai e Clara que conversavam alegres.

Jantei em silêncio, só respondendo as questões que papai fazia sobre como foi o meu dia, essas coisas...

O jantar acabou e todo fomos pra sala para “conversar”.

–Vou subir e pegar algum jogo- Disse papai.

–Poderíamos conversar sobre sua nova namorada Jace?- Melissa perguntou cabisbaixa.

–Não é um bom momento Melissa!- Disse Jace.

–Melissa, você tem que supera-lo logo meu amor, ele seguiu em frente.- Clara disse.

–Ela é bonita pelo menos? – Melissa deu de ombros ignorando o comentário de sua mãe.

–Veja você mesma uai. – Sua mãe disse olhando para mim. – Eu achei Clary uma garota muito simpática.

–O que?- Perguntou Melissa confusa, e meu estomago deu um nó.

– Clary, é uma ótima garota, fará Jace feliz. Siga em frente querida, você achará alguém que te faz feliz também. Você e Jace não eram para dar certo.

– O que esta falando mamãe? Eles são irmãos. - Disse Melissa, e o olhar de Clara mudou. Ela abriu a boca para dizer algo e então papai chegou.

Ele trousse uma caixa inteira com jogos, mas eu estava tonta, não conseguiria jogar nada. Ela ira contar para o meu pai, eu tenho certeza. E será uma grande confusão.

– Ricardo, não sabia que sua filha viria passar uns tempos aqui. – Disse Clara, o que ela queria? Que papai confirmasse que eu e Jace éramos irmãos? Bem ele o fez.

–Sim, Clary ficará um mês aqui em casa. – Ele sorriu. – Então? Que jogo vocês querem?

–Ah, desculpe acabar com a noite, mas eu tenho que ir já. – Clara disse e se levantou, melissa foi em seguida.

–Tudo bem então. Eu as levo lá no portão. – Papai disse se levantando.

–Não se incomode querido, Clary, Jace? Vocês podem nos acompanhar?- Melissa me olhou com desprezo, estou ferrada.

Nos levantamos e saímos de casa andando pelo quintal silenciosamente.

Ao chegar ao portão Carla me puxou pelo braço.

–Escutem aqui, eu não sei se vocês sabem mas isso é um grande erro! Eu não falei nada para o seu pai por que darei a chance de vocês acabarem com isso, Jace- Ela se virou para ele. – Tem noção do quanto isso é errado?

Jace abaixou a cabeça.

–Desculpe! Não farei de novo, não foi nada demais, nós apenas...

–Eu não quero saber! Acabem com isso. – Clara disse.

–E a Melissa?- Jace perguntou.

–Farei com que ela não diga nada, mas é a única chance que dou a vocês. A próxima vez aviso a Ricardo e vou assistir ao show que ele vai dar.

Eu me sentia a menina mais estúpida da terra! Eu apenas entrei em casa e fui para o quarto deixando Jace parado lá no quintal.

Me tranquei no quarto, tomei um banho e vesti o pijama. Era a minha vez de fazer uma visita ao quarto dele e deixar um aviso.

Entrei e notei que ele mexia no notebook sentado na cama.

–Clary...- Ele começou.

–Não, eu vou falar!- Fui até a frente dele e fiquei o mais séria possível. – Você foi um idiota! Você me beijou de repente na balada, nós ficamos e foi só. O que marcou foram os seus olhos lindos, mas não importa por que deveria ter acabado ali. Mas ai eu cheguei, e o combinado era fingir que nada aconteceu ok? Ok! Mas aí saímos ontem e não dava para fingir que nada tinha acontecido. Mas não era como se estivéssemos apaixonados, nós apenas nos sentíamos atraídos um pelo outro. Porque não tem como se apaixonar por alguém que não conhece, e você não me conhece. E eu também não te conheço. Eu não sei seus gostos, manias, só sei que você é egocêntrico e convencido, sei que é engraçado e que é preguiçoso. Mas só isso não basta. Quer saber Jace? Eu não amo você, não amo. Não ainda. E tenho que parar por aqui, por que dizem "Se apaixonar é normal". Normal é tomar uma xícara de chocolate quente em dias frios, é correr na chuva em uma tentativa falha de não se molhar. Normal é quebrar um braço, rir até chorar ou beber até cair. Se apaixonar é loucura. E eu não quero estar apaixonada por você Jace! Por que sei que será errado, então, por favor. Não me faça visitas à noite e não me leve a lugares românticos, por que ai vou me apaixonar. E eu não quero isso.

Quando me dei conta eu estava chorando. Me virei para voltar ao meu quarto e então escutei ele começar a falar e me voltei para ele.

–Escuta por que é a minha vez de falar! Não me peça para não fazer algo que eu já fiz. Ontem lá no seu quarto você não me pediu para parar Clary, não me pediu para eu me afastar. E quer saber? Sabe por que te beijei aquela noite? Por que te achei linda e diferente, você tinha cara de ser alguém legal. E então quando te vi parada na minha sala de casa pensei que era o destino dizendo alguma coisa, e então descobri que você era a minha irmã. Então a coisa mais lógica a se fazer era fingir que nada tinha acontecido, mas aquele jantar, o seu sorriso, as provocações. E não, não vou dizer que o que mais me chama atenção em você é o sorriso por que seria muito gay. Clary você é linda e gostosa. E depois saímos juntos, e o jeito que você fingia se importar com o que eu dizia o jeito em que você se perde num mundo próprio, o seu jeito é incrível. E não, eu não te conheço o suficiente para dizer que te amo, mas te conheço o suficiente para dizer que se não posso te ter eu não quero você por perto. Por que como eu vou acordar todo o dia, te ver com o seu micro shorts e a cara de sono e não poder te beijar? Eu não consigo te ver como irmã Clary. Você é aquela pessoa que eu olho e penso. Porra é com você que quero ser feliz.

Ela quase cuspiu as palavras como se quisesse jogar tudo na minha cara, e eu só consegui raciocinar pequenos fragmentos do que ele disse. Ele então se levantou foi até mim e me puxou, colocou as duas mãos em meu rosto e me beijou.

–Você acha isso errado? Quer saber? Eu já fiz muita coisa errada, eu já cabulei aula, furtei chocolate no mercado, já trai uma namorada. Resumindo: Já cometi vários erros, mas no meio de todos eles o meu acerto foi você.

–Jace, não... Isso não é o certo!

–você acha isso um erro? Então quer saber? Eu quero continuar cometendo erros. – Ele me puxou e me beijou devagar, eu perdi o chão. Ele me puxou pela cintura e eu coloquei a mão atrás de sua cabeça acariciando seu cabelo. Ele me pegou no colo e me colocou em cima da escrivaninha onde o puxei pra perto e beijei cada centímetro do seu pescoço. Depois ele começou a abrir minha camisa e a retirou, fiz o mesmo com a dele. Desci da escrivaninha e o empurrei pra cama.

Segundos depois estávamos nós dois na cama, eu apenas de lingerie e ele de cueca. Comecei a beija-lo quando um barulho de alguma coisa na cozinha me interrompeu. Levantei na hora e Jace gritou.

–Pai? O que houve?- E então ouvimos passos perto da porta do quarto. Corri para o banheiro pegando todas as minhas roupas. Fechei a porta e me ajoelhei atrás dela. Qual era o meu problema? Por que eu ainda faço algo que sei que está errado?

Ouvi papai abrindo a porta do quarto do Jace e eles tiveram uma conversa rápida sobre onde estava uma ferramenta e então a porta fechou, e logo depois a porta do quarto do meu pai também fechou.

Jace então foi até o banheiro e abriu a porta de vagar. Eu estava parada encostada na porta que dava saída para o meu quarto. Ele foi até lá e me prensou na porta me beijando. Eu tinha que parar, mas eu não conseguia.

Ele abriu a porta e eu teria caído se ele não estivesse me segurando tão forte, então ele me jogou na cama e eu comecei a jogar tudo que tinha em cima dela para o chão deixando ela livre apenas com nós dois. Eu me sentei de modo que fiquei com as costas encostadas na parede fria, ele foi até mim e retirou o cobertor debaixo de nós, apenas cobrindo minhas pernas. Fui escorregando até ficar deitada completamente embaixo de Jace. Ele então beijou meus seios e foi até o fecho do meu sutiã o abrindo e o jogando para o outro lado do quarto. Voltamos a nos beijar debaixo do cobertor de modo com que eu apenas conseguia enxergar os olhos de Jace. Ele então começou a se pressionar contra mim, eu coloquei minhas pernas envolta das suas e ele beijava meu pescoço me deixando totalmente louca. Logo estávamos nós dois nus, Jace estava em cima de mim e eu arranhava suas costas com toda a minha força. Eu só pensava em como aquilo era errado, mas não, eu não conseguia parar!

Quinze minutos depois estávamos eu e ele deitados na cama completamente ofegantes.

–você realmente acha isso um erro?- Ele disse por fim.

–Sim, um erro dos grandes- Sorri.

Ele então me deu um selinho e se levantou, me deu um beijo na testa e cochichou no meu ouvido “Boa noite”.