Um Arqueiro em Minha Vida. escrita por Wezen


Capítulo 29
Inverno chegou -Part 2


Notas iniciais do capítulo

ooi gente, quero me desculpar por minha demora ( e que demora em) esse mês eu tava enrolada com o roteiro da minha HQ, fora que eu comecei uma historia original, ou seja eu me dediquei a nova e esqueci de terminar esse cap e fora que era para ter postado sabado passado, mas eu tbm esqueci que era meu aniversario kkk, pode isso? ele é bem pequeno, mas ta ai. :) Beijo.



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–Precisamos cuidar disso.

–Audrey, eu estou bem. –Ele falava com tanta dificuldade que era motivo para eu duvidar, eu gostava dessa mania de ele querer ser forte, mas não estava dando certo para nenhum de nós, passo as mãos por seu rosto e ele sorri.

–Eu vou cuidar disso. Você querendo ou não. –Sussurro.

–Como é teimosa.

Eu me levanto e fico pensando na melhor maneira de fazer isso, talvez se eu fosse lá, pedir ajuda para o senhor que já fez tanto, seria abusar da boa vontade dele, mas meu namorado estava ferido e eu não sabia mais o que fazer, e deixa-lo ferido não era uma opção.

–Eu já volto.

Saio do quarto rapidamente, passando pelos corredores como se eles não tivessem fim, cheguei à escadaria e rezei para que aquela senhora já estivesse na cama como qualquer senhora normal. Sr. Meninger estava fechando a porta, quando notou minha presença, ele sorriu amigavelmente para mim e eu fiquei me perguntando se isso era certo.

–Posso ajudá-la, senhorita Rivers?

–Sim, - desço os últimos degraus da escada. –O senhor tem algo aqui para primeiro socorros?

–Para você?

–Meu namorado... Ele não está bem.

–Claro que tenho. –ele diz. –Vem comigo.

Passamos pela mesma porta a qual ele saiu quando chegamos, um corredor enorme se estendia pelo local, era escuro, iluminado por alguns candelabros e eu fiquei me perguntando por que alguém ainda usava velas. No corredor havia vários quadros e eu tentava andar rápido como ele, mas estava olhando para os quadros, um deles me chamou atenção, uma mulher com uma beleza rústica de uma forma totalmente graciosa, ao lado do quadro havia um colocar pendurado junto à moldura e embaixo uma mesinha que mantinha uma vela acesa.

–Está tudo bem? –Pergunta o Senhor Meninger se aproximando e parando ao meu lado, ele me observa esperando uma resposta, mas eu fico quieta apenas observando o quadro. –Ela era minha esposa.

–Ela era linda –Me viro para ele. –O que houve com ela?

–Ela morreu aos uns anos atrás.

–Sinto muito.

Ele balança a cabeça sorrindo e em seguida ficamos quietos, eu podia imaginar a dor de perder alguém, mas não podia imaginar a dor de perder um amor e era isso que ele tentava evitar, sentir essa dor por isso o cuidado comigo, mas nunca foi suficiente para nós dois.

–Vamos?

–Claro.

Continuamos andando por alguns metros até chegarmos a um quarto, ele era pequeno, não havia televisão ou coisa do tipo, pelo contrario, havia livros... Muitos livros. Ele entra primeiro e em seguida eu entro, observando o lugar, parecia aconchegante com todos aqueles livros, ele entra no banheiro e eu vou até a estante vendo os títulos que tinha. A maioria deles em húngaro que eu era péssima e nem me arriscava a ler, e alguns em inglês como: Conde de Monte Cristo, Os três mosqueteiros, O Príncipe e um livro que me chamara mais atenção que os outros: O universo da física.

–Você gosta de ler minha jovem?

–Gosto. –Olho para ele. –Quase nunca tenho tempo.

–Alguns desses livros eram da minha esposa. –Ele se aproxima de mim com uma caixa de metal em mãos. –Foi a melhor herança que alguém me deixara.

–Você já leu todos esses?

–Sim, alguns eu até repeti. –Ele leva as mãos até a prateleira procurando algum titulo. –Esse é o meu preferido. –Ele pega Conde de Monte Cristo em mãos.

–É um bom livro.

–Gosta de algum?

Aponto o dedo para “O universo da física.” E ele tira da estante.

–É um bom livro, mas eu não entendo muito de física.

–Eu entendo. –Digo sorrindo. –Eu sou obrigada a entender, sou física nuclear.

–Isso não parece se dar bem com você.

–Muitas coisas não parece darem bem comigo.

Ele sorri e me entrega a caixa de metal, era pesada e fazia barulho como se houvesse muitas coisas lá.

–Seu namorado precisa de você.

–Eu sei –Digo. –Obrigada.

Após sair de lá, caminho em passos ligeiros até meu quarto, eu já havia demorado muito e eu não sabia se Clint ainda estava bem ou não, abro a porta do quarto e ele estava deitado, olhando em direção a janela, sua mão ainda estava no ferimento, me aproximo dele cautelosamente e me ajoelho no chão.

–Vai ficar tudo bem.

Ele estava suando e tremendo demais, passo a mão em seu rosto e pude sentir sua pele fervendo, ele estava com febre, talvez fosse pela dor ou por que estava ficando doente. Abro a caixa de ferro e procuro algo para limpar o machucado, levanto sua camisa e começo a cuidar do ferimento.

–Você é tão linda. –Ele diz passando as mãos em meus cabelos, ele estava delirando de febre, suas mãos estava em meu rosto e seus olhos nos meus. –Você é realmente muito linda.

Eu não consegui dizer algo, estava contendo minhas lagrimas de desespero, por que ele não estava bem, por que nós dois estávamos longe de casa, sem nenhum apoio apenas nós dois. E não que eu sentisse medo de morrer, de que ele não pudesse nos salvar, mas eu tinha medo das coisas não darem certo.

Quando termino o curativo, ele já havia adormecido o que obviamente me deixou mais tranqüila. Levanto-me e vou até a poltrona próxima da cama, acho que depois de tanta adrenalina, não pude sentir quanto à dor invadia meu corpo, mas agora ela estava aqui tentando me levar para a realidade do que houve. Desenfaixo minhas mãos, deixando a mostra todas as queimaduras e cortes, fico pensando em que desculpa vou dar para ele sobre minhas mãos, nenhuma vai funcionar.

Depois de arrumar o curativo, me enrolo em sua jaqueta e encolho-me na poltrona, aos poucos pego no sono, mesmo sem ter vontade do dormir, eu só queria pensar que tudo iria dar certo. Que iríamos sobreviver.


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