Um Arqueiro em Minha Vida. escrita por Wezen


Capítulo 28
Inverno chegou


Notas iniciais do capítulo

Oiii Leitores Marvetes, aqui estou, demorei? Minha demora tem explicação, semana passada era a Bienal do livro e com minhas amigas estavamos na maior preparação para a ir na Bienal, bem eu fiquei decepcionada por não ver minha autora preferia e acabei não terminando o capitulo, não que a bienal tenha sido ruim, eu vi minhas segundas autoras preferidas e fiquei feliz, mas ainda assim nao terminei o capitulo kkkkk mas aqui está, espero que gostem :) Eu pensei que não queria terminar essa fic, serio eu gosto de escrever-la então pensei em uma Segunda Temporada? O que vocês acham ? Beeeijo ;*



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Não consigo sentir meu corpo. Sinto apenas frio. Abro meus olhos e analiso o lugar onde estou uma sala fechada e branca com apenas uma janela na minha frente, levanto meu corpo me sentando no chão e passando os dedos por meus lábios ressecados, ainda sentia dores no corpo, ainda estava enfaixada e eu tinha arranhões por todo o braço.

A porta ao meu lado se abre e eu vejo algo sendo lançado para o chão e em seguida ela se fecha, me levanto e vou cambaleando até o corpo, uma onda de choque e desespero toma meu corpo, me abaixo apenas para confirmar minhas expectativas, era Clint que estava lá, caído no chão e machucado, passo a mão por seu rosto e ele se meche talvez pelo atrito da faixa á sua pele, Clint abre os olhos assustado e se acalma quando percebe minha presença.

– Amor? - Ele leva sua mão até meu rosto, eu mal podia sentir seu toque. -O que está fazendo aqui?

–Eu não sei. –Falo com tanta dificuldade que saiu como um sussurro, ele apóia a mão direta no chão, se levanta e eu me sento de cansaço e mergulho meu rosto em minhas mãos, em seguida escuto um barulho vindo da única janela do lugar. –O que você está fazendo?

–Fugindo.

–Não parece que você vai conseguir quebrar essa grade.

Ele sorri com perspicácia e eu continuo sentada, tentando me lembrar tudo o que aconteceu, eu me lembro do carro capotando de algo atingindo meu pescoço, me lembro de botas masculinas sujas de barro se aproximando do carro capotado, a sensação do cinto me enforcando novamente. Ergo minha cabeça, Clint ainda tentava quebrar a grade eu não colocava muita fé nesse seu plano, levanto e vou novamente cambaleando até ele, encosto minha mão em seu ombro fazendo-o parar o que estava fazendo.

–O que houve com suas mãos? –Ele pergunta tocando nelas.

–Uma longa historia.

Eu estava tremendo de frio, mas já não podia sentir nada, cruzei os braços me encolhendo e tanto me aquecer, Clint continua a tentar tirar a grade, mas para quando me escuta bater os dentes, ele tira a jaqueta em um movimento ligeiro e a envolve em meus ombros.

–E você? –Levanto meus olhos até ele que coloca as mãos em meu rosto.

–Você está fria. Eu não preciso mais que você.

Coloco a jaqueta e sinto um alivio ao começar a me aquecer, olho para que tentasse desparafusar a janela, por mais que eu soubesse que se ele tentasse chacoalhar a grade como fazia não iria há lugar algum tentando desparafusar. Coloco minhas mãos pressionando para a parede.

–O que está fazendo?

–Você vai levar uma eternidade fazendo isso, se colocar uma pressão nela e depois puxar para o ângulo certo ela sai. –Digo enquanto tento tirar a grade dali.

–Por favor, Audrey, seu trabalho não está em tudo, então deixa eu tentar trabalho manual... –Empurro a grade para esquerda fazendo causar um barulho estrondoso e ela sai, a levo para o chão e volto meu sorriso para ele.

–Que trabalho manual?

–Onde você estava nos momentos que eu estava preso? –Ele fala sorrindo. –Te ajudo a sair. –Ele entrelaça uma mão com a outra e dobra os joelhos, apoio meu pé direito em suas mãos e uma das mãos em seu ombro, ele me ergue até a janela, onde eu me seguro e começo me rastejar para o lado de fora. A janela ficara como um metro e meio do chão, mas para mim era difícil pular, havia alguns tambores que parecia ser de óleo embaixo da janela, apoio minhas mãos em um e finalmente sai o lado de fora estava mais frio do que a sala, estava escuro e pelo ar caia pequenos flocos de neve o que me fez acreditar que não estávamos nos Estados Unidos, eu desço do tambor me lançando contra a neve fofa, percebo que Clint acabara de sair da sala, e estava em pé ao meu lado, olho para ele que estende a mão para me levantar, já em pé, ele leva suas mãos ao meu rosto, segurando firme e fazendo me olhar para diretamente para ele.

–Audrey, nós vamos sair dessa, ta bem? –Assenti em sinal de resposta. –Eu preciso que colabore meu amor. –Assenti novamente. –Você consegue correr?

–Não muito bem, mas consigo.

Ele solta as mãos de meu rosto e me puxa para fora do beco onde estávamos, começamos a andar rápido até que começamos a correr, a paisagem era diferente do que eu conhecia, mas eram familiares, prédios e casas antigas, mas bem conservadas, rodeava o local e as ruas eram cobertas por paralelepípedo que não facilitavam nossa fuga. Ao virar a esquina somos percebidos por alguém que vigiava o provável cativeiro, vários homens armados começam a correr atrás de nós e Clint corria cada vez mais rápido, meus pulmões começaram a falhar e aos poucos eu ia perdendo há respiração e ficando mais ofegante, paramos quando subimos uma ponte que ligava uma margem à outra, não havia sinal de nenhum dos homens e eu fiz Clint parar soltando sua mão e buscando ar, apoio minhas mãos em meus joelhos tentando descansar e ele se aproxima de mim.

–Audrey temos continuar.

–Eu... Não... Consigo... –Falo ofegante.

Escutamos um barulho de moto, o que o fez ficar em alerta, eu não conseguiria mais correr e então ele nem se arriscou em me puxar, a ponte em que estávamos não tinha balaustre e estamos na beirada, ele olha para o rio e depois para mim.

–Você confia em mim?

–Você sabe que confio.

Ao ver que alguns homens se aproximavam e ele agarra minhas mãos levando-nos para fora da ponte, eles começam a atirar vendo nossa tentativa de fuga desesperada, mas nada nos acertou, até chegarmos à água, foi inesperado para mim e mesmo mergulhando ainda mais para o fundo eu tentava absorver que: Havia acabado de pular de uma ponte.

Fomos para o fundo para não ser atingidos pelas balas, Clint ainda segurava minha mão e isso me tranqüilizava, eu saberia que ele nunca mais me deixaria.

Os tiros param e vemos apenas as sombras refletidas na água se locomovendo, eles já não eram mais sinal de perigo, Clint começa a nadar de volta há superfície e eu o sigo, eu não agüentava mais ficar sem respirar e parecia que a superfície nunca chegara, mas quando a alcancem, puxei cada partícula de oxigênio como se elas fossem únicas e raras, eu estava ofegante e tentando sobreviver há água agitada.

–Você esta bem?

–Estou. –Digo me aproximando de Clint. –O que faremos?

–Procurar terra firme.

...

Chegamos às margens do rio que estava bem longe da habitação da cidade grande, eu me joguei na grama, tentando respirar novamente, ele se sentou ao meu lado também ofegante e começou a me olhar.

–Não estamos acostumados com tanto esforço. –Falo entre um suspiro e outro me referindo a mim e meus pulmões.

–Posso imaginar. –Ele disse. –Mas prometo te tirar dessa.

Ele apóia as mãos no chão para se levantar e em seguida me ajuda, eu não sabia o que ele quis dizer com “Prometo te tirar dessa”, vindo de Clint Barton isso significaria que quando chegássemos à Nova York, e se chegássemos... Ele iria se afastar de mim novamente, meu coração se aperta dentro de mim apenas de pensar em não te-lo mais. Antes de começarmos a andar, um barulho distante, mas alto vinha perturbando minha mente, algo que parecia com um trem ou coisa do tipo.

–Ta ouvido isso? –Pergunta ele. –Nossa salvação.

–O que é?

–O trem.

Ele puxa com passos mais rápidos que os meus. O que me deixa preocupada de ter uma crise, as palavras que ele dissera minutos atrás, não saiam da minha cabeça, eu precisava saber o que iria acontecer depois de tudo isso. Puxei seu braço com força para que parássemos de andar e ele se virou para mim, ele sentiu que havia algo errado, o silencio pairou no ar.

–Por favor, me diga que quando isso acabar, você não vai embora. –Digo quebrando o silencio.

–Audrey, eu nunca mais serei tão idiota a ponto de deixar você. –Ele acaricia minhas mãos e em seguida sorri. –Precisamos ir.

–Vamos perder o trem. –Digo o puxando, satisfeita com sua resposta, começamos a correr até chegar ao final das arvores onde o trem passara devagar, ele para ao meu lado analisando a melhor forma de subir no trem, um dos vagões de carga este meio aberto, então ele me puxou correndo em direção ao trem.

–Vamos ter que subir.

–Eu pensei que ele parava.

Ele abre um sorriso quando chegamos ao lado do vagão e então começamos a desviar dos postes de eletricidade que cercava a linha, a velocidade do trem era o suficiente para conseguimos subir, ele foi primeiro, apoiando suas duas mãos na porta entreaberta e esforçando ao maximo para puxar o resto de seu corpo no vagão.

–Eu não consigo! –Exclamo desviando de mais um poste e procurando ar, ele estende as mãos para mim e eu as seguros, em seguida ele me puxa, passando sua outra mão em minha cintura e puxando meu corpo para dentro do vagão.

Cai em cima de seu corpo ofegante enquanto ele ria da situação, me deito ao seu lado ainda segurando em suas mãos e então começo a rir junto com ele.

–Você é maluco. –Digo. –Muito maluco.

–Eu sei.

Sento-me olhando para ele, ainda estava ofegante e eu tentava não me perder em meio ao uma crise de falta de ar.

–Onde estamos?

–Saindo de Budapeste.

–Como sabe?

–Os anos podem passar, mas o cheiro de Budapeste é o mesmo.

–E para onde vamos?

–Debrecen. –Ele se senta ao meu lado e tira algumas mechas de cabelo molhado do meu rosto.

–Eu odeio a Hungria.

–Por quê?

–Por que meu Húngaro é horrível. –Ele solta uma risada baixa. –Serio. Ele é horrível, quando eu morei aqui, eu fui falar “Oi, tudo bem?” e a moça me disse que a loja queijo era no fim da rua. –Ele começa a rir mais ainda, o que me faz corar.

–Audrey, Húngaro não é tão difícil assim.

–Para você senhor perfeitinho que fala seis línguas muito bem pronunciadas.

–Errou. –Ele diz me abraçando. –Eu falo nove línguas muito bem pronunciadas, oito na verdade, por que Latim não é uma língua oficial.

–Ah que legal, ele fala Latim... Quem fala Latim hoje em dia? Além de você é claro.

–Muitas pessoas.

–Isso é desnecessário.

–O que?

–Falar latim.

–Como você se virava aqui na Hungria sendo que seu húngaro tão ruim?

–Namorei um Guia de Turismo, ele me ensinou algumas coisas e eu fui melhorando... Quando às vezes eu não pedia cerveja ao invés de café.

Parecia besteira eu estar feliz por estarmos ali, mas eu estava eu pensei que se talvez a gente não voltasse para nossa realidade nada poderia nos separar de novo, talvez eu estivesse certa.

Ele pega em minhas mãos enfaixadas e passa os dedos pelas camadas da faixa, talvez se eu contasse o que realmente aconteceu com minhas mãos, ele ficaria bravo comigo, então resolvi ficar quieta, ele se levanta e vai até a porta entre aberta do vagão, olho ao redor, havia muito feno e caixas no local, estava escuro então eu não consegui ver muito bem, Clint se vira para mim e volta a se sentar ao meu lado.

–Estamos chegando.

–Isso é bom.

Passamos mais dez minutos conversando, até que o trem voltou a ficar devagar, ele se levanta e me da mão para levantar, Clint abre a porta do vagão e se senta no chão em seguida desce do trem ainda em movimento, eu tento fazer o mesmo, mas a imagem do chão se movimentando me deixava enjoada, então Clint me ajuda, passo meus braços por seu pescoço e os deles por minha cintura, em seguida ele me puxa para fora do trem.

–Obrigado. –Digo quando solto os braços de seu pescoço.

Começamos a caminhar até a cidade, o caminho nos levou até o centro da cidade, as pessoas que ainda estavam na rua, nos olhavam, talvez por causa do sangue em nossas roupas úmidas, mas isso não estava nos incomodado, ao contrario, só nos motivava a procurar algum refugio. Chegamos a hotel pequeno em frente a uma grande praça, Clint e eu entramos na esperança que os donos ou alguém dela nos desce um quarto, entramos e nos deparamos com senhora verruguenta de cabelos grisalhos, ela percebe nossa presença e se vira.

–Posso ajudar? –Ela fala grossamente em sotaque húngaro vendo que não somos da Hungria.

–Queremos um quarto. –Diz Clint e ela nos olha de cima a baixo.

–Vocês têm dinheiro?

–Senhora, não temos agora, mas amanhã...

–Amanhã não é garantia.

–Tudo bem. –Ele disse virando se para mim. -Vamos, Audrey.

–Espera. –Uma voz masculina e idosa sai do fim de uma porta, segundos depois aparece um senhor de calça social e suspensório que envolvia uma camisa branca, ele parecia mais piedoso que a mulher e então se aproxima de nós. –Vocês parecem um bom casal, pouco afortunados, mas um bom casal, então pode fazer um tipo de negocio. –Eu e Clint nos olhamos por algum tempo e então voltamos a olhar para o senhor. –Se vocês tiverem algo de valor, pode ser um tipo de garantia que amanhã nós de o dinheiro.

–Não temos...

–Eu tenho. –Digo interrompendo Clint, levo minha mão até o colar que ganhei dele meses atrás e que joguei nele quando terminamos, abro o feixe e fecho olhos na tentativa de filtrar meus pensamentos. –Eu tenho esse colar...

–Audrey. –Clint segura meu braço tentando me impedir.

–Preciso fazer isso.

–Mas...

–Clint. –Eu sabia como ele estava se sentindo, mas essa era nossa única salvação.

–Esse colar é tudo o que tenho de valor. –Entrego o colar à senhora que o olhava com ganância, senti vontade de chorar, isso era tudo o que eu tinha que me lembrara dele.

–É bijuteria?

–Claro que não. –Fala Clint antes que eu pudesse responder. –É prata pura, feito à mão.

–Aceitamos. –Disse o senhor. –Vou levar vocês até o quarto.

Seguimos o senhor que levava a chave do quarto, deixando a mulher observando o colar, esse senhor foi muito gentil conosco ao contrario dela, por mais que eu tivesse que dar o meu colar, ele não permitiu que fossassem para a rua.

–Perdoe-me por Elza, ela é muito gananciosa... Eu pelo contrario deixaria vocês ficarem sem abrir mão da Jóia. –Ele se vira para nós parando em frente uma porta, o corredor era de paredes azuis e as portas eram simples, feitas de madeira pouco envernizadas. –Eu não me apresentei, sou Benjamim Meninger e aquela é minha irmã, Elza Mininger.

–É um prazer. –Disse Clint estendendo a mão para Benjamim em um aperto de mão firme. –Sou Clint Barton e essa é Audrey Rivers.

–Bom... –Ele sorri. –Esse aqui é o quarto de vocês, não é o melhor –Ele abre a porta. –Mas é o que temos.

O quarto era simples, havia uma cama de casal uma janela vitoriana, um armário antigo e uma poltrona, não era realmente um quarto de luxo.

–Tudo bem... Para nós está ótimo.

–Vai nevar essa noite... Têm cobertas no armário.

–Obrigado, por tudo Sr. Meninger.

Entramos no quarto e fechamos à porta, eu mal pude notar que Clint estava com dor, à primeira coisa que vez foi sentar-se na cama e colocar a mão sobre um ferimento na barriga, vou até ele sabendo que ele precisava de ajuda,me ajoelho em sua frente e pouso minha mão em cima da sua onde estava o ferimento e o observo.

–Vai dar tudo certo. –Ele diz.

–Eu sei. Você sempre faz as coisas darem certo.


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