Um Arqueiro em Minha Vida. escrita por Wezen


Capítulo 19
Dor era só uma velha amiga


Notas iniciais do capítulo

Oii leitores fabulosos, aqui estou eu novamente, este capitulo era para ser amanhã, mas amanha eu não estarei em casa então não vou postar e por isso estou postando hoje, espero que gostem, no capitulo tem lembranças da Audrey, por isso a variação de tempo (só to explicando que vá que alguém pense que eu enlouqueci) Beijos e Reviews se puderem.



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Esse Capitulo tem como inspiração com esses dois versos da musica: Shelter- The XX.

"Please, teach me gently, how to breathe"

"Por favor, me ensine suavemente como respira"

"So you can feel the way I feel it too"

"Assim você pode sentir como eu me sinto também"

...

Eram duas da manhã quando Clint chegou, ele tentou não fazer barulho, mas Brad foi ao seu encontro me acordando. Tentei voltar a dormir, foi impossível, então me levantei para ver como ele estava Clint havia acabado de sentar no sofá com uma garrafinha de água que havia acabado de pegar na geladeira. Ele me vê parada no batente da porta observando-o e sorri, a sala estava escura sendo iluminada apenas pelas luzes dos postes da rua.

–Ás luzes da rua refletindo em você, te deixa ainda mais linda. – Caminho até ele e me sento em seu colo, Clint apenas me observara, passo a mão por seu rosto acariciando-o, ele acaricia meus cabelos, era o que eu mais gostava que ele fizesse. –Fica sexy com minha camiseta.

–Havia até me esquecido que estava com ela. –Ele da um meio sorriso daqueles bem cafajestes, continuo a te olhar, noto ao lado de seu olho, perto das maçãs do rosto, uma equimose e passo minha mão suavemente fazendo carinho. –Aonde você foi?

–Resolver problemas.

–Você sempre fala isso. –Reviro os olhos, mas continuo a acariciar seu rosto. –Não quero mais segredos com você.

–Você tem razão. –Ele bufa e me olha relutante. –Fui salvar a pele do meu irmão.

–Você disse que não...

–Não tinha contato com ele. –Clint diz me interrompendo. –Mas ele apareceu, com problemas e eu os resolvi, agora estamos todos bem.

–Que tipo de problemas?

–Ele se envolveu com traficantes, ficou devendo para eles e me procurou. –Ele faz uma breve pausa fazendo com que eu me ajeite em seu colo. –Quando estava mexendo no celular no restaurante, falava com ele. Ele pediu para que eu pagasse a divida, mas fiz melhor, tirei os caras da cola dele e dei dinheiro o suficiente para ele sumir.

–E um dos caras fez isso em você?–Aponto para a equimose rindo.

–Eu estava com dois caras - Ele fala rindo. –E um deles me acertou, mas eu dei o troco.

–Adoro essa sua mania de sempre querer ser meu herói. –Fito seus olhos azuis e pego em sua mão, depois dou lhe um beijo. Eu me sentia protegida com ele e sabia que ele faria qualquer coisa para me proteger, por isso ele era meu herói e quando as coisas aconteciam de maneira diferente, Clint se faz de forte e me mostrava que nunca deixaria de ser meu herói. –Não me arrependo nenhum segundo de minha vida de ter entrado naquele beco.

–Eu não me arrependo de ter ido atrás de você. –Ele beija meu pescoço e aterra meus cabelos em suas mãos. –Te conheço há tão pouco tempo, mas parece uma eternidade.

–O eterno não tem duração, ele pode existir por segundos ou por uma vida toda.

–Isso é por sua experiência com número?

–Sabe o que eu amo em números? –Ele balança a cabeça negando. –É que eles são perfeitos. Quatro mais quatro é oito assim como dois mais dois são quatro. Tudo é perfeito.

–E você é perfeita como eles. –Clint se inclina para me beijar, foi um beijo intenso dessa vez mais que todos os outros, havia mais amor neste. Precisei de ar, mas ainda assim não separei meu rosto do dele, nossas testas ainda estavam encostadas. –Acho que você precisa descansar. –Solto um gemido de dor, quando ele encosta sua mão na lateral do meu abdômen.

–Você tem razão. –Saio do seu colo, me levantando. –Mas você também precisa... Teve um dia cheio.

–Vou tomar um banho, pode ir.

Eu me deito e nem mesmo espero Clint, acabo pegando sono novamente.

*Dois Meses depois.

Clint havia saído há missão no inicio da semana e voltaria essa noite, eu havia acabado de acordar, era sábado e como de costume eu acordei tarde, me levantei e tomei um banho, havia sido dois meses maravilhosos, claro, Clint era teimoso e eu também, nós brigávamos, mas no final tudo acabava bem.

Depois que sai do banho, coloquei short e uma camiseta bege, saio para tomar café, dessa vez eu queria um lugar bem longe do Brooklyn, estava enjoada do café daqui, então resolvi ir para Manhattan, sento no banco do ponto do ônibus, eu acordei péssima e com uma terrível dor de cabeça, mas logo melhoraria depois do meu desejado café. O ônibus chega e eu entro, me sentando em um banco na janela, fecho os olhos e encosto a cabeça no banco, a dor era incessante. Imagens vinham em minha cabeça, coisas que eu não lembro de ter vivido, mas eu sabia que tinha.

...

“A neve tocava minha bochecha e eu a sentia gelar o resto meu rosto, na neve fofa havia um pouco de sangue, sentia minha testa latejando, levo minha mão até ela e vi o sangue em minhas mãos. A dor não era a minha melhor amiga naquele momento, me levanto ainda cambaleando, a floresta escura não me intimidava, mas eu ainda sabia que havia alguém atrás de mim. Escuto um barulho vindo das arvores e quando me viro para verificar há uma figura atrás de mim com uma arma apontada para mim, sem mais tempo, começo a correr para uma direção qualquer.

Meus pulmões se corroíam por causa do ar frio que o invadiam, mas eu ainda continuava a correr, olho para trás ainda correndo, ele já não me seguia mais. Tropeço em uma pedra batendo a cabeça em outra mais a frente, eu tento me virar e me levantar, mas aos poucos a escuridão me tomava e essa não era a melhor maneira de sobreviver.

–Está tudo bem, moça? –Pergunta um senhor que acabara de sentar ao meu lado, abro os olhos lentamente e olho para minhas mãos que estavam totalmente molhadas de suor.

–Estou sim. –Sorrio e respiro fundo, limpando as mãos no short.

–Está pálida. –Ele diz. Parecia sem um Senhor simpático, de cabelos grisalhos e óculos escuros. - Fiquei preocupado.

–Eu estou bem. –Menti.

Eu não estava bem, sentia uma forte dor de cabeça e agora enjoou e eu sabia que tinha algo a ver com a lembrança esquecida que veio a tona agora. Desço do ônibus dando tchau ao senhor que estava ao meu lado, finalmente havia chegado ao Starbucks, entro e vou ao caixa pedir o café, com ele já em mãos sento em uma das mesas lá fora, precisava de ar puro. Antes de beber um pouco do café sinto outra pontada na parte lateral da minha cabeça, fecho os olhos e começo a fazer massagem nas têmporas.

...

Acordo em um corredor de hospital em cima de uma cama, eu tinha curativos por todo o meu corpo, tento chamar um dos médicos que passava pelo local, mas eles não pareciam entender o que eu falava”. Uma mulher de cabelos curtos e escuros caminhava até mim, ela senta na cama que eu estava e tira uma mecha do meu cabelo da frente do meu olho.

–Acho que sua missão acaba aqui, Agente Rivers. –Não falo nada apenas a observo, ela continuava a fazer carinho em meu cabelo. –Você foi útil para nós, agora tenha uma boa vida. –Ela tira uma seringa do bolso e pega em meu braço que estava preso com algemas de coro na cama. Eu estava imóvel e não conseguia gritar mais, já que sua mão prendia minha boca, fazendo com que meus gritos fossem abafados. Sinto a agulha atravessando meu corpo e seja o que fosse aquele liquido, me deixa zonza aos poucos, tento lutar contra a escuridão novamente, mas ela era teimosa e aos poucos me toma.

Escuto um barulho tão forte que faz com que meus batimentos cardíacos aumentem gradativamente. Abro os olhos e vejo a cidade estava um caos, pessoas corriam por todos os lados para fugir do ataque, nós me junto á eles levantando da mesa do Café, ao me virar escuto uma explosão e por extinto me viro para saber o que está acontecendo. Lá está ele lutando por uma causa que não era minha, em nem dele. Mas ele estava me protegendo havia prometido. Espero que hoje não seja seu ultima dia, por que gostaria de passar a vida toda sendo hipnotizada por aqueles olhos azuis.

Clint não havia me visto ainda, mas tenho certeza que se tivesse ma mandaria sair de lá, homens de preto atacavam por todos os lados, Steve também estava lá. Começo a correr junto com a multidão, todos já estavam experientes que em caso de ataque, tínhamos que correr para o metro e eram o que os policiais estavam tentando fazer. A dor de cabeça se tornava mais intensa e eu me sentia zonza o suficiente para desmaiar de dor, mas como eu havia aprendido na escola: Aprenda a conviver com a dor e ela vira sua amiga.

Todos os lugares havia homens lutando um contra os outros, era até difícil de diferenciar quem havia atacado e quem era os “mocinhos”. Chego à estação de metro, a multidão de pessoas tentavam se salvar, em uma das esquinas escutamos uma explosão e eu fico paralisada ao ver aquele fogo todo acertando pessoas e policiais inocentes. Meu celular vibra em meu bolso e eu pego para atender.

–Alo?

–Audrey, preciso da sua ajuda. –Eu conhecia aquela voz e me senti aliviada por ouvi-la novamente. –Todos precisam.

–O que houve? Ou melhor, o que está acontecendo?

–Sabe como desarmar uma bomba?

–O que?! –Exclamo não acreditando na sua pergunta. –Eu sei montar uma, mas desarmar é diferente.

–Precisa tentar, não temos mais ninguém.

Fico relutante diante à situação, eu nunca nem tinha montado uma bomba imagine desarma-la.

–Tudo bem.

–Tem um prédio verde a sua esquerda, entre nele. –Ele desliga.

Olho para a direção e começo a correr para o prédio, muitas pessoas saiam de lá e eu estava quase sendo pisoteada, entro e vejo Clint vindo da escada.

–Está no terceiro andar. –Ele aperta o botão do elevador. –Eu não posso ficar, a Romanoff está lá em cima. –O Elevador chega e eu entro, sem ter a oportunidade de dizer nada.

A ruiva estava observando o dispositivo quando eu cheguei, ela volta seu olhar frio para mim.

–Que bom que chegou, eu vou te dar cobertura.

Me abaixo perto do dispositivo, era mais difícil do que eu havia imaginado. Primeiro era eu abro a lateral do dispositivo e havia três fios, um vermelho, um verde e um lilás e como estava em alguns livros, o fio de desativação era de fibra e então eu teria que descasca-lo, pego alicate ao lado de alguém parecia ter tentado desarma-la e descasco o fio vermelho, não era de fibra, em seguida parti para o próximo, também não era o verde. Só me restará o lilás, mas também não era de fibra.

Eu tinha que partir para o plano B, provavelmente não era um circuito aberto, e isso significava que não era ativada à C4, então abro a outra lateral, escuto um barulho vindo do corredor e de repente havia homens por todos os lados.

–Rivers continua! –A ruiva diz. –Eu cuido disso.

A dor de cabeça era incrivelmente intensa, mas eu estava tendo reprimi-la, olho para a lateral aberta, realmente não havia C4 e eu teria que desmontar a bateria sem ativar o agente detonante.

–Romanoff?!

–O que? –Ela responde lançando um homem contra a janela.

–Essa bomba, desativa todas as outras?

–Pelo o que o Stark disse... Sim.

Descasco outro fio perto da bateria, esse era de fibra e então achei o que eu tinha que cortar. Normalmente em um dispositivo “mãe” o fio de fibra desliga à bateria.

Mas não foi o que aconteceu, a contagem apenas disparou, mais homens chegam e foi ai que notei que Romanoff não daria conta de todos, ela estava ferida e tava enfrentando quatro homens. Tento não me desesperar, mas era quase impossível.

Quatro flechas atingem os homens que a ruiva enfrentava, ela se senta no chão e Clint entra e vai ver como ela estava, antes de cortar o próximo fio que também ligava a bateria, escuto uma pequena explosão vindo de dentro do dispositivo.

Algo atravessa meu tórax, fazendo com que eu entre de desespero e tente respirar. Meus pulmões foram afetados fazendo com que eu não consiga mais ter ar suficiente para viver, o pânico toma conta do meu corpo, tento respirar com mais força, mas tudo o que consigo sentir é a dor da dificuldade de respirar, era como se tivesse milhares de agulhas arranhados meus pulmões e ele não pudesse mais lutar.

Clint me abraça e tentava me acalmar, mas nada era capaz de acalmar o pânico que senti ao perder o alimento dos meus pulmões. Agarro em sua jaqueta com força e tento respirar com as ultimas forças que tinha.

–Audrey, por favor, não pare de lutar agora. -Sua voz soava fraca e dificultosa. -Sinta como eu respiro, apenas tenha calma e respire como eu. - Tento acompanha-lo, mas eu já havia perdido todo o ar que me restara, a dor já havia deixado de ser uma amiga, nem minha cabeça e nem meus pulmões haviam se recuperado, fecho os olhos e aos poucos vejo o todo aquele caos partindo e restando apenas a minha escuridão.


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Notas finais do capítulo

Não percam a oportunidade de ouvir Shelter, é uma musica linda.