Um Arqueiro em Minha Vida. escrita por Wezen


Capítulo 10
Mentiras


Notas iniciais do capítulo

ooooo Peoples, me desculpe a demora, esses últimos dias foram cheios e então hoje compenso vocês com esse capitulo... Agradeço aos leitores fantasmas e os conhecidos, vocês me motivam :D Boa Leitura *-*



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Depois que Clint saiu, recebi uma ligação de minha prima, minha vó, Constance não estava bem. Peguei o primeiro avião disponível para a Califórnia, ela era como uma mãe, eu apenas me lembrava dela como mãe. Não me despedi dele, não daria tempo. Cheguei e fui vê-la, os médicos disseram que foi um enfarto, mas ela ficaria bem.

Depois de uma semana dormindo no celeiro e tomando analgésicos, imaginei que seria hora de voltar. Vovó já estava melhor e eu resolvi ir para casa. Levantei da minha “cama” improvisada no feno macio, o outro quarto da casa ficou para a minha prima.

Tinha um pouco de feno espalhado pelo meu cabelo, passei os dedos, mas não foram todos que saíram. Passei a semana ligando para Clint, mas ele não atendeu e eu já estava ficando preocupada.

Peguei uma calça jeans e camisa pólo e fui para o banheiro de dentro da casa, tomei banho e lavei o cabelo, depois de arrumada fui para o café, minha vó tinha uma comida ótima e ao sair do banheiro senti o cheiro do bolo de cenoura. Cheguei à cozinha e vi-a na varanda, sentada na cadeira de balanço, caminho até a porta e a abro.

–Vó, o que faz aqui? –Me encosto-se ao corrimão da escada, onde fico frente a frente com a velhinha de cachos grisalhos e rosto enrugado.

–Estava pensando como esta a vida que eu planejei. –Ela responde com remorcio. –Ele deve estar morto hoje.

–Quem é ele?- Digo me encostando no corrimão da varanda.

–Ele era um soldado conheci em minha juventude.

–Casar com vovô não era uma opção? –Mecho em meu cabelo, pensando que isso poderia acontecer comigo, amar um e me casar com alguém que não era ele.

–Nunca foi, minha filha! –Ela exclama. – Ele dizia que nunca conseguiríamos ficar juntos e que isso não seria uma vida para mim.

–Parece que já ouvi essas palavras - Solto em um sussurro.

–O que?- ela não havia ouvido claramente, suspirei de alivio. –Querida se tiver uma chance de ser feliz, seja! Acredite amores não machucam, eles curam.

Isso era tudo o que eu precisava ouvir, precisava saber que não era errado tentar algo com ele.

–Obrigado Vó. –Me aproximo dele e lhe dou um abraço, foi tão bom como um abraço de mãe. –Eu tenho que ir, meu vôo é para hoje cedo.

–Por que tão cedo?- Ela me solta e se levanta.

–Hoje a tarde é minha entrevista com a Columbia, preciso chegar cedo em Nova York.

–Tudo bem, mas não irá antes de um pedaço do bolo de cenoura.

Fomos para a cozinha, eu estava pensativa, só queria voltar para casa e descansar. Depois que comi o bolo, fui pegar minhas coisas, meu avô não estava em casa então resolvi não esperar para me despedir. Fui para o aeroporto de táxi, estava quase atrasada, passei o vôo todo ao lado de um coroa italiano que não sabia disfarças suas investidas em mim. Quando cheguei à terra firme e coloquei meus pés para fora do avião, só faltava gritar “Liberdade!”. Peguei outro táxi até em casa e quando cheguei à portaria, senti vontade de abraçar o sindico, mas não foi o que eu fiz. Subi para meu apartamento, já eram 11h30m, faltavam duas horas para a entrevista, então pensei que um cochilo na minha cama era sagrado, joguei minha mala no sofá e corri para o quarto, ao chegar meu celular tocam, pelo menos aqui ele começou a funcionar.

Procurei por todos os lados até que encontrei, atendi sem olhar que era e me joguei na cama.

–Alo?

–Por que não atendeu o celular?- Era Clint.

–Estava em um sitio lá o sinal era horrível. –Respondo.

–Você está bem?

–Muito melhor.

–Audrey me assustou chegar e não te ver.

–Me desculpe, mas eu tive que ir. –Respondo. –Eu quero descansar podemos nos falar depois?

–Tudo bem.

–Que tal um jantar?- Falo animada.

–Estou trabalhando. –Ele diz frio e acaba com a minha animação.

–Tudo bem. –Digo. –Até depois então.

–Audrey, temos que conversar. - Meu coração acelera quando escuto isso, não tinha nada a esconder, mas ele estava frio demais comigo então o que houve?

–Por quê?

–Quando eu chegar faremos isso. –Ele diz. –Até.

Ele desliga sem que ao menos eu me defenda, me ajeito na cama e rapidamente pego no sono. Meu despertador toca, eu já sabia que algo assim iria acontecer então o coloquei para me salvar. Levantei da cama em um pulo e corri para o banheiro tomar banho, entrei e comecei a cantar, senti que a minha rotina havia voltado ao normal (como era Arctic Monkeys e é minha banda preferida, eu exagerei na minha turnê). Depois que sai do banho, fui atrás de uma roupa, parei enfrente ao closet, não havia achado nada, então peguei um vestido formal azul, jogado no canto do armário e uma sapatilha de boneca preta, penteie os cabelos, peguei uma maçã na cozinha e sai.

Eu estava nervosa, tremia a perna involuntariamente e olhava para o relógio, uma moça me chamou para entrar a sala do reitor, que me recebeu muito bem, sentei em sua frente e logo após ele se sentou, procurei ficar calma e responder as perguntas claramente. No inicio ele não parecia convencido da minha capacidade e no final ele já me chamava de gênio, fiquei de voltar para fazer a prova de aptidão e depois ter mais uma reunião com o reitor, não foi tão ruim quanto imaginei.

Resolvi ir andando para casa1, era outono e o tempo ameaçava chover, uma mulher e uma garota andavam em minha frente, fiquei pensando se um dia já fui assim, eu e minha mãe, se nós andávamos pelo tempo ruim, tentei me lembrar, mas fiz esforços desnecessários. Não me lembrei.

Cheguei a casa, e fui tomar outro banho, depois me deitei no sofá e comecei a assistir, logo peguei no sono.

Acordei com um barulho da campainha, me levantei ainda tonta de sono, e fui até a porta, não ligava para o pijama que estava usando, e nem no meu short hiper curto. Abri a porta e Clint estava a minha espera, ele não sorriu quando me viu e nem mesmo demonstrou um gesto de carinho.

–Entra. –Digo e ele entra.

–Precisamos conversar.

–Sobre? –Digo me jogando no sofá e admirando sua beleza.

–Por que mentiu para mim?

Fiquei olhando para ele abismada, menti? Eu sou sincera o suficiente para não menti.

–Do que esta falando?

–Audrey, seus pais não morreram em um acidente de carro, você não foi encontrada em um carro.

–Como?!

–Seus pais trabalhavam a HIDRA.

–Hidra? Eu não sei do que estão falando, não estou mentindo.

Ele me olha como se não acreditasse e aquilo me machucou, ele confiava nas folhas e não em mim?

–Por favor, não finja que não sabe, passou anos sem memória? Isso é uma mentira por que você foi encontrada em perfeito estado. –Ele coloca as mãos na cintura, irritado. –Pensou que me faria de seu boneco?

–Está dizendo que eu trabalho para eles? Sou uma espiã?! –Ele fica em silencio e isso já me responde. –Eu não levaria um tiro se fosse uma, acha que eu tenho coragem a isso?

–Já vi outros que fizeram pior.

Encosto minha cabeça no sofá e olho para o teto, tento evitar lagrimas, mas era quase impossível.

–Saia! –Ele me olhava e eu já não tinha maneiras de me defender. –Quando passar por essa porta, não volte, esqueça que eu existo. –Era quase impossível de falar, não olhei para ele, apenas ouvi a porta bater.

Depois afoguei meu rosto no travesseiro e fiquei tentado lembrar. Não consegui. Passei horas tentando, até pegar no sono


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