Unbreakable Bonds escrita por Miss_Miyako


Capítulo 2
Por que você não me odeia?!


Notas iniciais do capítulo

... Er, bem. Não tem quase nada de sequel nesse cap. Desculpa? *foge das pedras* Ah, gente! Peraí, ok!? Amizade é muito importante tbm uxu E eu gosto muuuuuuuuito da amizade entre a Mei e o Kyohei, tanto que eu tenho um headcanon que eles se tratam como irmãos. (É BROTP MEUS QUERIDOS!!)

Espero que gostem!

P.s: Lembrando que o próximo cap também tem data de publicação.

Cap 3 - 28/05/14 às 10:30
Omake! - Ainda sem data, desculpa ;A;



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Capítulo 2

Por que você não me odeia?!

O moreno estava agachado perto da parede da casa de Mei, suas costas encostadas à superfície fria de tijolo e cimento, uma das mãos seguravam a grama com força enquanto a outra apoiava sua testa.

Pular da janela do segundo andar não fora difícil e sua aterrissagem no solo foi perfeita. O que o fizera perder o equilíbrio e precisar se encostar à parede foram as memórias que vira no quarto.

Kyouhei não conseguia acreditar. Ele jurava que seus olhos tinham o enganado ou que toda a pressão que estava recebendo devido aquela investigação estava finalmente o fazendo ter alucinações.

Porém, quando sua mente começava a se convencer disso e seu batimento estava se normalizando, suas orelhas captaram um som e ele levou seus olhos castanhos para olhar para cima, avistou Hyuu correndo para fora da casa em que estava antes.

E a expressão que tinha no rosto não era nem um pouco do feitio de seu amigo.

–Ah, calma. Calma, Kyouhei. O Hyuu deve ter perdido a linha de novo e tá no meio de um dos seus ata-! – As palavras sumiram da sua boca quando a outra integrante do trio passou a sua frente – e, por ironia do momento, pareceu estar em câmera lenta – correndo, minúsculas partículas brilhantes brotavam de seus olhos.

Suas mãos desabaram ao lado de seu corpo e ele ficou parado, vendo como os seus dois melhores amigos se distanciavam em direções diferentes. Ele se levantou e se distanciou da casa, quando estava longe o suficiente, deu meia volta e olhou em direção da janela.

E mesmo que fosse pequeno ainda assim dava para ver, um pedaço da porta do armário de Mei, deixando claro que ele a esquecera aberta.

Hyuu viu o que ele vira.

Ele não estava tendo alucinações, seu superior não estava equivocado e sua amiga não era mais tão inocente assim.

–Droga. – Ele agarrou sua viseira com força antes de jogá-la no chão. – Droga, droga, droga.

Parte de si se sentia estúpida por ter confiado cegamente na jovem de cabelos castanhos, por não ter percebido antes o que ela era ou foi. Mas outra parte gritava para que se acalmasse, para que não julgasse Mei e que ela provavelmente teria algum motivo para ter escondido aquilo.

Se dissesse que a ideia de chamar reforços para levar a garota em custódia não passara pela sua cabeça estaria mentindo, mas foi aí que algo estranho aconteceu.

Kyouhei se deu um tapa. No rosto.

Ele encarou sua mão enquanto sentia a bochecha atingida arder, talvez ele tivesse exagerado um pouquinho, mas suspirou aliviado. Toda aquela adrenalina que sentira junto da ansiedade de confirmar com seus próprios olhos que o seu superior estava certo haviam seriamente comprometido seus pensamentos por um determinado período de tempo.

Ah, o que um belo tapa não resolve?

O jovem sentou-se na grama fofa e olhou para o céu. Deixando que a brisa fresca passasse calmamente por seus cabelos e acariciasse sua pele, chegando até a levar embora a dor que sentia em seu rosto. Ficou daquele jeito por mais uns dois minutos.

Quando seu pulso finalmente se acalmou o jovem percebeu que finalmente podia pensar agora. Repassou os fatos em sua mente, dessa vez com um olhar mais crítico e analítico.

Primeiro, Mei havia mentido. Ela escondera que era ou havia sido um membro do Team Plasma. Segundo, Hyuu deveria ter tido um ataque de ódio, mas pelo visto não fora esse o caso o que tornava tudo ainda pior. Terceiro, Kyouhei não estava com raiva.

Espera. Ele não estava com raiva?

–Eh? Que estranho. – Franziu o cenho diante de sua condição. O normal não seria que – mesmo que agora estivesse mais calmo – se sentisse, no mínimo, traído? Bem, sim.

Então por que ele não se sentia assim? Ok, ele estava um pouco chateado, mas...

–Ah. – Ele falou, olhando para o céu. – Fala sério.

Kyouhei soltou uma pequena risada e se levantou, ainda olhando para o céu.

–Que tipo de agente da Interpol eu sou, hein? – Ele sorriu. Sua mente já a muito deixara de encarar aquela situação como apenas mais um simples caso.

Bem, ele já reunira os fatos.

Kyouhei levantou três dedos.

Agora, o que ele devia fazer era reportar ao seu superior, prender Mei e encerrar o caso.

Ele os abaixou.

–Nah. – Agachou-se para pegar sua viseira e a colocar novamente na sua cabeça. – Sinto muito, senhor, mas surgiu um imprevisto e não vou poder terminar a missão como planejado.

O moreno riu mais uma vez para si mesmo. Sinceramente? Desde quando decidira deixar seu lado emotivo tomar conta da situação?

–Agora, preciso colar alguns pedaços que se quebraram. – Murmurou, dando meia volta e seguindo na direção que definitivamente não era a de seu quarto onde seu laptop estava.

Ah, não. Aquilo não era uma questão para ser tratada por um policial.

Devia ser tratada por um amigo.

–-x--

Splash. Splash. Splash.

Quicou a pedra na água do pequeno lago. Uma mão delicada escolheu outra aleatoriamente entres as tantas outras iguais e repetiu o processo.

Splash. Splash. Splash.

A mão novamente pegou outra, mas parou seu movimento de repente e deixou-se cair no colo de sua dona. A jovem de olhos tão cristalinos quanto a água encarou o lago, os mesmos estavam vermelhos e inchados como se ela tivesse chorado a pouco tempo.

O que era verdade.

Ela soltou a pedra e deixou a mão repousar junto da outra em seu colo. Fungou levemente e continuou olhando para o lago.

Sua mente como se quisesse torturá-la ainda mais, passava em loop as memórias daquele momento. O tom de voz baixo dele, os olhos sem brilho e aquelas palavras...

“Fica longe de mim.“

As mãos foram de encontro aos ouvidos, como se ela ainda ouvisse a voz dele dizendo aquelas palavras tão amargas.

Mas não havia voz nenhuma.

Ela estava sozinha.

As mentiras que ela contou e a verdade que ela escondeu. Os motivos que a levaram aquele momento. Ela sentiu os olhos arderem de novo e agarrou com força o tecido fino de sua blusa.

Ela se achava uma idiota. E estava morrendo de raiva de si mesma.

Não ficaria surpresa se nenhum dos dois voltasse a falar com ela de no-

–Ei, Mei. – Chamou uma voz atrás dela.

Ela se virou de repente para ver um garoto de cabelos desarrumados com uma viseira vermelha os segurando e olhos escuros que olhavam para ela.

Mei não conseguiu ler a expressão que ele tinha no rosto, porque se virara rapidamente já que não conseguia encará-lo nos olhos. Afinal, Kyouhei era seu amigo e ela havia mentido para ele também.

Ela ouviu um suspiro.

–Mei. – Ele chamou de novo. Ela ficou parada. Por que ele estava ali?! Já não tinha sido o suficiente ouvir do garoto que amava aquelas palavras horríveis e agora teria que ouvir dele também? Um amigo que ficara tão próximo que a própria diria distraída que ele era seu irmão.

Bem, se fosse antigamente. Agora ela não tinha o direito de chamá-lo assim.

Ela o sentiu se aproximar e sentar ao seu lado, ainda sem olhar para ele, ela continuou com os olhos fixos no lado.

Silêncio se seguiu.

Até ser quebrado por um barulho que o jovem ao seu lado fez.

Splash. Splash. Blump.

Ela acompanhou com os olhos a pedra afundar e ouviu uma bufada pequena ao seu lado. Com o canto do olho viu que o jovem brincava com uma das pedras jogando-a para cima e para baixo.

–... Você pretendia nos contar?

Ela sentiu um tintilar agudo nas orelhas ao ouvir aquelas palavras.

Splash. Splash. Blump.

Ela ouviu outra bufada pequena.

–... Pretendia.

Ele jogava outra pedra para cima e para baixo.

–Quando?

–... Estava esperando o momento certo...

Splash. Splash. Blump.

–... E arrumando coragem.

–Entendo.

Splash. Splash. Blump.

Outra bufada. Mei olhou para a mão do garoto ao seu lado que já segurava outra pedra. E quando ele estava prestes a jogar, ela a segurou. Depois ajeitou em uma posição diferente.

–Tenta agora.

O garoto olhou para ela e fez como ela disse.

Splash. Splash. Splash.

E sorriu para ela.

–Você sempre foi melhor nisso do que eu.

Mas o sorriso dele fez com que ela abaixasse a cabeça de novo, sentindo aquela sensação cortante.

–... Por que você não tá bravo?

Ele suspirou.

–Eu não diria bravo, só chateado.

Ela engoliu em seco, sentindo os olhos ficarem molhados.

–Vai dizer que me odeia também?

–O Hyuu não disse que te odeia.

–Eu sei que ele odeia.

Kyouhei pegou outra pedra, sabendo que aquela discussão não daria em nada.

–Bom, eu não te odeio.

–Mas por quê?! – Ela exclamou, levantando a cabeça para encará-lo e assustando-o. – Eu menti para ele! Menti para você! Fingi que não sabia de nada! E traí a confiança de vocês dois! Por que você não me odeia?!

Ela berrou a ultima parte, com as lágrimas caindo sem parar dos seus olhos cristalinos. O jovem ficou em silêncio, apenas olhando para ela com um brilho triste nos olhos.

–... Como eu posso te odiar, Mei? Você é minha amiga. – Ele disse por fim.

E isso só fez as lágrimas aumentarem ainda mais.

–Por que...? – Ela perguntou em um filete de voz.

–Por que é assim que é, ué. – Ele disse.

–... Como você ainda me chama de amiga? Quem te garante que eu não estou mentindo para você agora...? – Já estava tão farta daquele sentimento no peito que nem conseguia agir como sempre.

Ele sorriu.

–Mei, Mei. Não me subestime.

–... Eh?

–Porque... – Ele pôs uma mão na cabeça dela. – Eu sei muito bem que essas lágrimas não são de alguém que está mentindo.

A jovem ficou quieta, sua boca tremia.

–Não é?

Até que ela não aguentou mais e finalmente berrou todo aquele choro que estava preso na sua garganta. Kyouhei soltou uma risada abafada e fez carinho na cabeça de Mei.

–Ky... Ele... Uuh... - Ela tentava dizer. O jovem trouxe a cabeça dela para repousar no seu ombro.

–Eu sei, eu sei. Vai ficar tudo bem, você vai ver.

Enquanto a jovem chorava soltando tudo o que segurara por tanto tempo, ele continuava a acariciar a cabeça dela, de sua amiga que ainda continuava sendo aquela que ele distraidamente chamaria de irmã.


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Notas finais do capítulo

É isso, eu realmente amo a amizade desses dois. É, ficou bem visível o meu headcanon, né? Oh bem, desculpa ;w; Bom, até o próximo (e último) cap!!
Inté~



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