Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 47
Apenas uma batalha




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/503896/chapter/47

A fim de escapar do soco, Reyna se jogou no chão e logo após o erro, chutou o traseiro do rapaz com quem lutava, logo o mesmo caiu pouco mais a sua frente. Desviando-se para não ser atingida pela faca de uma disputa ao lado, a garota pôs o mais rápido possível de pé, chegando a tempo de chutar a pistola que o adversário carregava, recebendo como consequência uma rasteira que a fez cair exatamente sobre o mesmo, com as costas sobre seu abdome e atingindo velozmente a cabeça no chão.

O outro a agarrou pelo pescoço, sufocando-a, enquanto tentava se levantar, simultaneamente, Reyna chutava sua perna em vão. Num instante de falha, ela conseguiu morder o polegar do jovem que a encarou com uma careta horrenda de dor, empurrando a cabeça dela com a outra, para que se afastasse, e nesse meio tempo, Reyna o atinge com um soco diretamente no nariz e um chute nas gônadas sexuais do adversário, que em seguida vai ao chão.

Evitando que um homem com cerca de trinta anos, mas com os cabelos platinados, o que destacava a tatuagem difusa em seu coro cabeludo, atirasse em direção a Alice, Dean o desarma rapidamente com uma cotovelada no pescoço, desequilibrando-o e fazendo arfar, logo puxando seu braço para trás e em sentido contrário, quebrando-o e fazendo o adversário urrar. Para que se calasse, o mesmo bateu com a arma em sua cabeça, desmaiando-o.

A procura dos misteriosos tiros, já com a roupa suja do sangue da mensageira que os avisou sobre Katherine, Mia correu desviando de algumas balas aqui e ali, em meio a alguns troncos grossos o suficientes para lhe servir de escudo, até enfim encontrar outra mulher, de cabelo rosa repicado, com uma enorme cicatriz no rosto, que atirava sem pestanejar.

A jovem de cabelos azuis não teve problema algum em subir a árvore, contudo, assim que levantou o rosto, foi surpresada com um soco certeiro em seu nariz. Ainda assim, ficou de pé no espaço traiçoeiro e, desviando de um segundo soco, puxou a combatente pelas madeixas desconformes.

– Você pode até ter bom gosto para cabelo, mas não terei pena de você – rangeu a outra tentando se soltar, em vão.

– Seu rosa está desbotado, colega. – Mia deu-lhe uma joelhada na região lombar da coluna, e a garota trincou os dentes – E, além do mais, você precisar ter uma mira melhor, porque está acertando qualquer um que passe, até mesmo do seu time.

– E quem disse que alguém do meu time ta lutando? – assim, a mulher de cabelo rosa andou desconcertadamente para trás e jogando Mia contra os galhos secos e pontudos da parte superior ao tronco. Virando-se para a mesma, deferiu-lhe um tapa na face.

– O que você está fazendo aqui...? – quase não pôde completar a frase, logo que a rival mirou com a pistola, colocando-a pressionada a sua testa. Uma pedra acertou, vindo do leste, acertou a cabeleira rosa, fazendo-a desequilibrar, então, usufruindo da oportunidade, deu um forte soco no rosto da mesma e, num chute, deslocou sua perna, jogando-a depois do alto da árvore, encontrando o chão com barulho e o encharcando com uma poça de sangue.

Num reflexo, Mia conseguiu notar o sorriso de Luke, constatando que o próprio atirara a pedra, e agora se defendia de um velho nojento e carrancudo.

Vendo os corpos dos amigos jogados no chão, Miguel livra-se, com um tiro no peito, da mulher que o perseguia, correndo imediatamente para ajudá-los. Tyler estava com um ferimento médio a altura da sobrancelha, distendendo-se até o começo do pavilhão auditivo, que já quase não mais sangrava. Cassie estava com a perna ferida e algumas marcas roxas, no entanto, corpo completamente frio e sem vida alguma. Até mesmo os cachos ruivos não mais sorriam. Sendo assim, Miguel apoiou o corpo do amigo no seu e o depositou afastado da batalha, com a intenção de evitar sua morte e o doloroso despertar, abandonando-o lá e retornando ao conflito.

Dimitry acabara de quebrar o nariz de uma garota pequena e magricela, apesar de expressar ser mais velha que ele, com a cabeça raspada, curiosamente sem sequer uma tatuagem ou piercing, com um sorriso divertido. Beneficiando-se de maior massa, num golpe a fez soltar a faca que estava contra o seu quadril e com o outro braço, uma cotovelada na mandíbula, fazendo-a cuspir sangue. Ainda sã, a mulher correu em sua direção, jogando-se ao chão, passando por entre suas pernas, chutando fortemente com a ponta da bota a coluna do rapaz e dando uma cotovelada simultânea em cada uma panturrilha, que cambaleou para frente. Antes que pudesse fazer mais alguma coisa, Dimitry deu-lhe um forte soco no rosto e estalou seu pescoço, largando seu corpo inerte no chão.

Uma mulher chega por trás e puxa Alice, prendendo-a segurando os pulsos com uma das mãos e o pescoço com a outra. Ignorando qualquer quesito a ser considerado, a mocinha retira a faca de sua cintura e a crava na coxa da emula, que apertar ainda mais o pulso e pescoço da garota que tosse com a falta de ar.

A mesma defere um segundo golpe, agora na cintura, desesperada, conseguindo finalmente se soltar, pegando a primeira pistola jogada ao lado de um corpo e deferindo as duas últimas balas de munição na mulher, a qual cai rangendo e rola pelo chão. Alice larga a arma e corre na direção oposta, sem nem mesmo olhar para trás.

*******

Os pés das garotas afundam pouco quando chegam ao pântano. Seria sensacional poderem andar por ali sem perigo, como podiam antes da simulação de ataque a Abnegação de Jeanine, porém precisavam ir rapidamente para a Amizade, torcendo para não sofrerem com outro ataque novamente.

Raven passava e repassa os últimos momentos em sua mente. Despediu-se de todos, inclusive Dean sem saber se voltariam a se ver, foram atacados por um grupo de não se sabe quem e agora estão caminhando para a facção do seu namorado. Um aperto tomou conta de seu peito por alguns segundos.

– Estão ouvindo isso? – diz Sarah, sorrindo levianamente.

Violet, por sua vez encara Raven, a qual estava distraída demais em meio a seus devaneios para notar aquele chiado. Kylie corre mais um pouco e toca os trilhos, pouco enferrujados, entretanto ainda reconhecíveis desde a última vez que esteve andando sobre eles, mesmo que pareça ter sido há bastante tempo a mais do que realmente.

– Que horas? – indagou Raven, para qualquer uma das amigas que pudesse responder, segurando Alyssa firmemente.

– Nove e meia – respondeu Violet, olhando num pequeno relógio de bolso que estava guardado em seu bolso, juntamente ao medalhão de Hiendi.

– Aham! – Raven assentiu – Vamos andar mais rápido! Jeanine possivelmente deve ter assumido o controle dos trens e talvez ele não passe por aqui, fazendo curva mais a frente em direção ao Complexo da Franqueza.

– Que por sinal não é muito distante do da Amizade – completou Violet.

– Qualquer coisa, é só pularmos antes um pouco para não sermos vistas – conclui Kylie.

*******

Tyler despertou com outro corpo caindo ao seu lado. Quanto a visão, estava tudo difuso e confuso. Quase não escutava e sentia a dor no lado esquerdo da face.

Tateou de lado a outro, procurando pelo que nem mesmo sabia o que seria. Cassie? Uma arma? Teste para descobrir alguma ferida adicional? Em resultado, desarmado, retirou as duas facas escondidas nos bolsos do cadáver a seu lado e uma pistola com o cano ainda quente.

Assim que se levantava, escutou os apressados passos, virou-se, cambaleante, e atirou, conseguindo notar somente uma sombra ruiva caindo, seguido dentro de si pela imagem da amada. Logo, correu até a mesma, que fora atingida no tórax e gemia desesperadamente. Apesar das sardas e a cabeleira ruiva, não era Cassie. Precisava encontrá-la e tirá-la dali a qualquer custo.

Pouco amedrontada, entretanto bastante confiante da própria capacidade, Samantha tomava espaço de Katherine, que mancava pouco mais com a facada que levara da concorrente no mesmo lugar que recebera o tiro do desconhecido.

– Acho que Robert esperava mais de você! – gargalhou Katherine, correndo até a outra e lhe dando uma bofetada na rosto – Uma menina insolente igual a você não iria muito longe. Por que acha que ele se envolveu comigo e me deixou responsável pela “irmãzinha” dele? Sua doçura me dá nojo.

– Deixa ela em paz! – Rose gritou e atirou no ombro de Katherine, lançando a pistola para Samantha, que pegou, sentando contra uma árvore tentando afastar a dor.

Rose tentou chutar Katherine, todavia, esta agarrou sua perna e torceu o pé, arrancando um grito da ruiva, posteriormente fazendo um profundo corte com a faca que se encontrava na bota da mesma, chutando na ligação do fêmur com o joelho, deslocando-o e realocando.

As mãos trêmulas de Samantha não a davam força suficiente para atirar. Quando uma flecha atingiu a lateral de Katherine, que soltou Rose e retirou a mesma, vinda de Lena, do outro lado do campo. Enquanto isso, Rose sofria agoniada com a dor, sem conter as lágrimas. Sem pensar duas vezes, um tanto descrente, Samantha respirou fundo, fechou os olhos e atirou. Não soube onde, somente que atingiu Katherine, que caiu.

O cheiro do sangue já pairava. O chão úmido, o ar abafado e o calor intenso faziam um mix com o suor de cada corpo que trazia a cena um aroma respeitável ao que de fato ocorria.

Scott estava caído, com o nariz sangrando e a visão difusa, tão quão óculos quando molhado, porém nem mesmo conseguira evitar a comparação a se defender, recebendo outro soco na mulher com que batalhava. Coma intenção de salvar o amigo, Tanner correu até a jovem, mas foi atingido por uma espécie de dardo duas vezes no braço, retirando-os ao mesmo instante. Não fazia a mínima ideia do que seria aquilo, nem fazia importância naquele momento.

Assim que chegou perto da morena que espancava o amigo, foi recepcionado com um intenso chute da mesma na altura de seu peitoral, arrancando-lhe o ar e o desequilibrando. Scott colocou-se de pé novamente, desviando três vezes seguidas dos golpes intercalados de chutes, socos e pontapés da concorrente, atacando-lhe de forma a qual nem mesmo esperava: agarrando seus tornozelos e a tirando do chão, desengonçado, não conseguindo cumprir com o golpe circular, mas atirando-a para o lado.

Numa fração de segundos, a morena já se encontrava de pé, com os punhos cerrados enquanto o próprio sangue, misturado com os dos adversários anteriores, grudava seus dedos e os deixavam gosmentos. Ela lançou uma faca que quase atinge o ombro de Scott, distraindo-o, correndo então em direção a Tanner, com outra já em punho, não obstante, o rapaz consegue conter a lâmina a poucos centímetros de perfurar sua pele, quando Scott, com a mesma faca atirada contra si, puxa a antagonista pelos cabelos e defere um corte em sua traqueia, soltando o corpo no chão juntamente a arma e encarando o amigo afastado a menos de um metro.

– Dimitry! – chamou um rapaz de cabelos loiros, boca delineada e olhos marcados por lápis preto.

– Sthefan? – ambos se aproximam – Estava com tantas saudades!

Quando menos esperava, ao abraçar o companheiro, sentiu a faca atravessar seu pulmão direito e logo tossiu com a dor.

– Por que você fez isso? – perguntou, vendo a aparência dramática e expressão de choro de Sthefan.

– Você me abandonou! – explicou com lágrimas escorrendo – Me deixou lá sozinho para ficar com aquela ali. – encarou Reyna torcendo o braço de outra garota – Você me traiu!

– Tudo bem! Eu errei! – disse dificultosamente em meio a tosse que já trazia consigo sangue, o qual também escorria pelo queixo e pescoço – Mas te perdoo. Só fiz isso porque achei que tinha voltado para Chicago mesmo sem mim... – retirou a faca e se deixou cair no chão. Sthefan se ajoelhou ao seu lado, segurando o rosto do parceiro entre as mãos.

– Eu nunca faria isso, sabe o quanto eu te... – antes que Sthefan pudesse completar, Reyna disparou três tiros contra seu corpo: dois a altura do peitoral e outra na nuca, matando-o.

– E isso! – assoprando classicamente o cano da arma, contendo as lágrimas, respirando fundo, apesar dos olhos brilhantes ao extremo e inundados juntamente a voz embargada – Nunca mate o meu parceiro! – sem querer visualizar o rosto descontente de Dimitry, mesmo sem alegria e com vida, Reyna deu as costas e entrou numa disputa com outro homem.

Mia encontrasse com Luke em determinado trecho. Apesar de já terem dado conta de uma quantidade do grupo até surpreendente para eles mesmos, já que estavam em desvantagem quanto a número de combatentes, ainda havia mais pessoas aqui e ali, sem contar os colegas também descartados, como seria o caso de Cassie e Dimitry, nos quais os corpos esbarrou, Tyler, Miguel e Clarissa desaparecidos.

– Mia, vamos chamá-los para uma brincadeirinha! – sorriu alegremente Luke, ignorando o olho inchado pelo soco e o corte no canto da boca – Tem um lugarzinho onde poderemos nos livrar de vez de um bocado deles!

– Isso não vai ser difícil! – deu um tapa medíocre no ombro de Luke e correu até uns quatro homens, atirando uma vez na perna de três e dando um ágil soco no ombro do quarto, seguido por um chute em sua panturrilha.

Por outro lado, Luke flechou a árvores entre três mulheres que contavam vitória, as quais irritadas e convencidas, correram atrás do loiro, assim como fizeram os homens com Mia. O casal, rindo de nervosismo, correu em disparada até o precipício e se separaram, aguardando a chegada dos alvos.

Um dos homens, não conseguiu desacelerar e caiu por si só, levando consigo outro colega que parecia estar mais bêbado que sóbrio. Mia correu até as mulheres, empurrando uma, que ficou pendurada, chutando a outra que caiu no chão, rolando e desceu o desfiladeiro, esmagando por fim dos dedos da terceira, a qual tentava puxar a primeira companheira, desequilibrando-as, fazendo as cair.

Luke por outro lado estava entretido gravemente, logo que um dos homens o segurava, sufocando-o, fato que deixou sua face completamente vermelha de acordo com o sangue não circulando, enquanto um segundo esmurrava-lhe em quaisquer partes do corpo.

Num grito, Mia chamou a atenção do agressor, tendo como resultado a perseguição do mesmo, que correu até ela, agarrando seu braço e a puxando com intenção de atirá-la a morte. A fim de se soltar, Mia cravou os dentes no braço do homem, que enquanto gritava, teve sua boca recheada pelo cano da pistola, a mesma com a qual Mia dispara, matando-o e deixando seu corpo cair.

Ao mesmo instante, Luke livrou o último com uma cabeçada bem no queixo do oponente, virando, atingindo com uma joelhada suas gônadas sexuais e chutando seu abdome, derrubando-o. O mesmo tratou de puxá-lo e ambos foram rolando até a ponta do precipício. No entanto, Mia segurou a mão do rapaz, o qual chutou repetidas vezes o outro que se agarrava a suas pernas até que enfim foi solto.

– Obrigado! – agradeceu Luke, sendo surpresado com um beijo rápido.

– Depois você terá bastante tempo para me agradecer e retribuir, mas agora, é melhor voltarmos!

Tyler já estava retornando, ainda sem equilíbrio, para a batalha, quando empunhou novamente a pistola, contudo, por sorte, dessa vez não chegou a disparar, pois a pontada em sua cabeça foi forte demais.

– Tyler, você está bem? – aproximou-se Lucy, preocupada, agachando-se ao lado do rapaz que descia lentamente, arranhando toda extensão das costas nas deformações do tronco.

– Cassie – falou arfando – Você a viu?

– Não faço a mínima ideia – a morena, prendendo os longos cabelos num coque, começou a analisar o corte em seu rosto – Viu Alek?

– Não, por quê?

– Ela fugiu! Maldita! Covarde! Me jogou contra o chão e quando me virei, tinha escapado!

– Por favor, me ajude a voltar! Tenho que lutar também!

– Não! – interveio Lucy, cuidadosa e agoniada – Você vai morrer se fizer isso.

– Deixa que eu cuido dele! – grunhiu a voz de Clarissa, num canto próximo, quando ela saiu com o braço igualmente sangrando, descabelada e com o rosto marcado por lágrimas.

– Ok! – assentiu Lucy – Daqui a pouco eu retorno!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Não escrevi nada nas notas iniciais para não correr o risco de quebrar o clima com o meu bom humor, não é?! Pois bem, estou envolvendo todos os personagens e como toda narrativa digna, temos de ser justos, logo tivemos alguns falecimentos da nossa parte também, porém, é a vida de fanfic, não é?!
Gostaria muito de saber a opinião de vocês quanto a narração. Tentei fazer com que um pouco de tudo fosse igualmente demonstrado, sem excluir nenhum personagem da ação, uma coisa que tenho certeza que estavam ansiosos, igualmente a mim.
Gente, quem notou que esse é o capítulo 47? Minha ideia era fazer até o 50 e partir para a segunda temporada. Será que dá?! Bem, darei meu jeito, até porque, o show tem que continuar e eu tenho que aprender a cumprir com o prometido.
Tags do capítulo: #RIPCassie #RIPDimitry
Até o próximos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Divergente's Refúgio - Interativa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.