Todos os olhares foram virados para Carol. Nenhum deus costumava se pronunciar na reclamação de seus filhos. Percy levantou-se e agarrou o pulso de Carol.

– Venha comigo. – ele sussurrou em seu ouvido. A garota o seguiu em direção à Casa Grande. Um homem baixo e muito gordo se encontrava sentado em frente à uma pequena mesa, do outro lado da mesa encontrava-se Quíron.

– Quíron! Sr. D! – Percy chamou. Os dois olharam para ele.

– Ah! Olá Perry Johnson. – disse o homem gordo.

– É Percy Jackson senhor. Por que você nunca acerta meu nome Dionísio?

– Não tenho tempo pra guardar o nome de todos vocês, pestinhas. – disse o deus do vinho. – Agora vá logo ao assunto.

– Precisamos falar com Rachel imediatamente Quíron. Hécate se pronunciou para Carol. O Olimpo corre perigo. – Carol tinha lhe contado tudo o que a deusa falara no caminho.

– Por que eu sou sempre o maldito último a saber de tudo no Olimpo? – perguntou Dionísio, bufando. O deus desapareceu.

– Venham comigo. – disse Quíron, jogando os dois semideuses em seu dorso de cavalo. – Por que será que o Olimpo nunca consegue ficar seguro por mais de um ano?

– Também não sei Quíron. Mas acho que os deuses gostam de colecionar inimigos. – disse Percy.

– Quem será que atacou desta vez? Não existem outros inimigos mais poderosos que os Gigantes. – disse Quíron.

– Minha mãe disse que o Olimpo foi traído. – disse Carol. – Algum deus cansou-se da vida que tem.

– Mas quem? – perguntou Quíron.

– Não me impressionaria nem um pouco se fosse Ares. Não depois do que ele fez. – disse Percy. Quíron fez um gesto com a cabeça como quem diz “É possível”.

– O que ele fez? - perguntou Carol.

– Ele escondeu o Raio de Zeus e tentou me mandar para o tártaro com ele. – disse Percy com ódio.

– Ah! – disse Carol.

Os três se aproximaram de uma pequena gruta no topo de uma montanha. Percy desmontou e ajudou Carol a fazer o mesmo.

– Venha. Vamos falar com Rachel. – Percy a guiou para dentro da caverna. O local cheirava a flores. Tochas queimavam em todo o recinto. Uma garota ruiva e levemente sardenta surgiu da escuridão.

– PERCY! – a garota abraçou o jovem fortemente. Depois de solta-lo viu Carol e a cumprimentou: - Oi! Sou Rachel. Prazer.

– Carol. – respondeu ela. – Prazer.

– Bom, o que vocês vieram fazer aqui? – perguntou Rachel.

– Hécate falou comigo. Ela me disse que o Olimpo corre perigo. – respondeu Carol.

– Uau! Venham. – a garota chamou. – Torçam para que Delfos esteja de bom-humor hoje.

Eles entraram num cômodo mais para dentro da caverna, um local úmido e frio. Rachel fez uma prece à Apolo e se sentou em um banco. Fumaça verde começou a sair de seu corpo, e uma voz grossa saiu de sua boca:

“Ao sul está seu destino.

Os deuses devem salvar.

A Magia terá seu lugar

Para o traidor encontrar.”

– É... Hum... Okay. Obrigada, eu acho. – disse Carol.

– Obrigado pela profecia Rachel. Acho que não vamos nos ver por um tempo. – disse Percy saindo do recinto ao lado de Carol.

– Tchau gente! – gritou Rachel alegremente.

Os dois semideuses voltaram para junto de Quíron e lhe contaram a profecia.

– Isso não soa nada bem. – admitiu Quíron. – Mas tem que se cumprir.

Subiram novamente no dorso do centauro e seguiram em direção à fogueira. Onde os campistas ainda discutiam o que acontecera.

– UMA PROFECIA FOI DADA À CAROL! –gritou Quíron. – ELA PARTIRÁ PELA MANHÃ. O OLIMPO CORRE PERIGO! PRECISAMOS DESCOBRIR O QUE ESTÁ ACONTECENDO E PROTEGÊ-LO! – ele virou-se para Carol e disse: - Filha, é permitido que um campista saindo em missão leve dois companheiros junto consigo. Você deve escolher dois semideuses que partirão com você nesta missão.

– Percy e Piper. – ela disse prontamente. “Percy é bom com a espada e Piper consegue convencer pessoas a fazer o que ela quiser. São minhas melhores opções.”, pensou.

– Então está decidido. – anunciou Quíron. – Vocês três partem pela manhã. Boa viajem a todos.

– Quíron, precisamos de recursos. – disse Percy.

– Peguem o dinheiro dos mortais e o alimento na Casa Grande antes de saírem Percy. Vou separar o máximo que puder.

– Quíron, obrigado. – disse Percy.

– Vocês precisarão de muito mais do que recursos Percy. Sem a Magia de Hécate, a Névoa perderá seu poder e o mundo dos deuses será revelado para todos os mortais. Haverá caos e horror por todos os lados. O mundo se consumirá em pouco tempo.

– Sim. Eu sei. – admitiu Percy. – Percebi isso assim que Carol me contou o que Hécate dissera.

– Imaginei que sim – Quíron piscou para Percy. – Você apendeu bastante nestes anos Percy. – virou-se para Carol e disse: - Vejo-te pela manhã minha cara.

Quíron saiu em galope para a Casa Grande. Carol se aproximou de Percy, e Piper caminhou até os dois.

– Saímos logo cedo? – perguntou Carol.

– Sim. – disse Percy. – Nos encontramos em frente à Casa Grande logo que o sol nascer.

As duas concordaram e foram dormir.

● ● ●

– Aqui está, Percy. Cinquenta dólares mortais e doze dracmas de ouro. Foi o que consegui, faça bom uso. – Quíron estendia algumas moedas e notas para Percy quando Carol e Piper se aproximaram.

– Obrigado Quíron. – disse Percy. – Ah! Olá Piper, olá Carol. – as duas acenaram para Percy. A garota morena abraçou Percy ao se aproximarem.

– Oi Percy! – ela disse. – Oi Quíron!

– Olá Piper. – respondeu o centauro. Carol aproximou-se de Percy e lhe deu um abraço desajeitado. Depois, virou-se para Quíron e lhe deu bom dia.

– Vamos. Temos de ir. – disse Percy. – Obrigado outra vez Quíron. – as garotas se despediram do centauro.

– Adeus meus jovens. Espero vê-los em breve. – disse ele enquanto os três semideuses se afastavam da Casa Grande em direção ao Pinheiro de Thalia.