Lei da Paixão escrita por Bia Flor Escritora


Capítulo 58
Em família


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, eu já avisei em Escrito nas Estrelas e a já Bia deve ter avisado também, mas para quem não sabe ela está impossibilitada de postar durante um tempo, então eu estou postando para ela (enquanto eu tiver posts comigo). Postei Escrito nas Estrelas ontem e hoje posto aqui. Infelizmente não terei como postar em LduS.

Desde já ela agradece as reviews e obviamente irá responder pessoalmente quando ela voltar ♥

Desfrutem!



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Ele se sentia revoltado. Não queria ser afastado do trabalho daquela maneira. Assim que ele deixou o Laboratório, seguiu para o Hospital onde sua esposa e seus filhos estavam internados. Não sem antes passar em casa para pegar alguns artigos de higiene pessoal e roupas, além de passar em uma livraria que ficava aberta vinte e quatro horas a fim de comprar um mimo para sua companheira. Ela merecia, pois havia sido muito corajosa. Quem sabe ali, junto de sua esposa, ele conseguisse aliviar um pouco da ira que sentia de si mesmo?

Ao chegar ao hospital Grissom apenas falou com a recepcionista, informando seu nome e grau de parentesco com Sara e foi direto para o quarto da paciente. Ele tinha livre acesso para visitar a esposa e os filhos. Mérito de doutora Luciana.

A enferma já se encontrava acordada quando ele entrou suavemente no apartamento. Ele seguiu em direção a cama dela, tentou beijar-lhe a face, porém ela esquivou-se.

— O que você está fazendo aqui? Não era para estar no Laboratório trabalhando? – ela indagou fingindo indiferença.

Gil andou mais um pouco e sentou-se em uma cadeira próxima a cama. O apartamento era aconchegante. Havia a cama para a paciente que podia ser regulada por uma manivela, uma cadeira para a visita do lado direito, um sofá-cama para que o acompanhante pudesse repousar confortavelmente, um pequeno frigobar e ar condicionado.

— Fui suspenso – ele respondeu simplesmente.

— Suspenso!? Mas por quê? O que você fez? – ela quis saber.

— Porque fui resgatar você. O Ecklie achou que fui inconsequente e que arrisquei sua vida, a de nossos filhos e da equipe.

— Ele não deixa de ter um pouco de razão. Você foi inconsequente mesmo, mas serei eternamente grata por essa insensatez – ela disse com um sorriso aberto.

Somente naquele momento Grissom percebeu que ela recebia soro intravenoso. O esparadrapo no dorso de sua mão assinalava onde a agulha fina entrava em sua pele delicada. Tentando mudar o rumo de seus pensamentos, ele informou:

— Trouxe artigos de higiene pessoal, roupas íntimas e camisola para você. Acho que vai precisar.

— Obrigada por se preocupar – ela agradeceu – Preciso mesmo de um banho.

— Quer ajuda? – ele propôs maliciosamente, erguendo a sobrancelha direita.

Para quebrar o clima que se instalava entre eles, Sara achou melhor negar. Sabia muito bem que não teria forças para resistir caso ele investisse enquanto a banhava.

— Não, obrigada! A enfermeira logo virá para me ajudar a tomar banho.

Gil entristeceu-se com a negativa da esposa. Suspirou profundamente.

— Também trouxe um presente para você. Para os momentos em que estiver sozinha, ou durante os quais você quiser ficar sozinha – Gil pegou o pacote que estava na sacola que trazia e lhe entregou.

— O que é? – ela perguntou enquanto recebia o pacote das mãos do marido com a curiosidade semelhante a de uma criança.

— Abra! Veja você mesma e me diga se gosta – ele pediu.

Da mesma forma que uma criança, ela abriu a embalagem com impaciência. Deparou-se com um livro.

— Um livro! Adorei! Amo ler! – ela respondeu com sinceridade – Lembranças de uma Saudade. Uma linda história de amor deve ser sempre lembrada, jamais esquecida. Não com lágrimas pela dor do término, mas com o sorriso da experiência vivida. Ainda que se tenha machucado o coração no decorrer da trajetória, devemos guardar as doces e amargas recordações da relação, pois são delas que se compõe a vida. A separação não deve ser encarada como um ponto final, devemos encará-la como um ensinamento, como lembranças de uma saudade – ela leu o título e a sinopse – Parece bom e bem propício para nossa situação – ela comentou.

— O vendedor me falou muito bem dele – ele comentou dando de ombros.

— Obrigada! O lerei com certeza.

Nesse momento a enfermeira entrou anunciando que era hora da paciente tomar banho.

— Vou deixar vocês a sós – Grissom avisou e saiu.

Meia hora depois, a mesma enfermeira informou-lhe de que poderia voltar para o apartamento, pois Sara já estava devidamente asseada e vestida.

— Querem ver seus filhos? – ela perguntou.

— Sim queremos – eles disseram ao mesmo tempo.

Com extremo cuidado, a enfermeira Martinez ajudou Sara a levantar-se e a andar pelos corredores do hospital carregando a haste que ficava pendurado o soro da paciente. Pararam diante de uma janela de vidro onde se via uma sala com várias incubadoras.

— Vocês podem entrar para vê-los melhor.

Seguindo a enfermeira eles puderam entrar no ambiente. Foram levados para onde estavam seus meninos. Eram tão pequeninos!

— Seus filhos medem 42 centímetros cada um e pesam um quilo e seiscentas gramas cada.

— Eles ficarão aqui por muito tempo? – indagou Sara.

— Apenas tempo suficiente para adquirirem peso e aumentar a imunidade. Eles não precisaram de aparelhos para respirar. São garotos fortes.

— São mesmo – Sara confirmou emocionada.

— Vamos voltar para o quarto. Você precisa descansar – alertou Martinez.

Eles voltaram para o apartamento onde Sara estava internada. Ela voltou a se deitar. Já era tarde. Grissom deitou-se no sofá-cama. Estava exausto, em cinco minutos já estava dormindo. Sara aproveitou para começar a ler o livro que Grissom havia lhe presenteado.

—o-

Sara recebeu alta dois dias depois. Ainda que já pudesse ir para casa, ela se sentia muito triste, pois seus filhos ainda permaneceriam no hospital. Assim que chegaram em casa, Sara lhe lançou um balde de água fria:

— Eu não dividirei a mesma cama que você – ela informou

Grissom sentiu uma espécie de dejavù. Aquela cena já havia acontecido. No entanto parecia que havia sido em outra era, em outro século. Ele resolveu respeitar a vontade da esposa.

— Tudo bem. Você fica aqui no quarto, pois será mais confortável para você. Eu dormirei no sofá.

— Sabe o livro que você me deu? – ela questionou.

— Sei.

— Eu adorei. Em muitos aspectos se parece com nossa história.

— E tem final feliz? – ele quis saber.

— Ah, para saber isso você terá de lê-lo meu caro – ela brincou para tentar quebrar a tensão.

E assim fizeram. Nas duas semanas que se passaram, os dias dos dois eram divididos em idas ao hospital para visitar as crianças, momento durante o qual podiam pegar nelas, amamentar e até dar banho, e o período de arrumar a casa e fazer as refeições. Grissom como cavalheiro que era, deixou uma esposa que estava de resguardo descansando, enquanto ele cuidava dos afazeres domésticos. Sua felicidade foi completa no dia em que puderam levar os gêmeos para casa e instalá-los no quarto que haviam preparado para eles.


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