A Beautiful Lie escrita por Letys


Capítulo 5
Hero


Notas iniciais do capítulo

Hey guys, retornando do mundo dos mortos, cá estou eu: a autora, no mínimo, mais desgraçada de todo o mundo. Sério gente, desculpa pelo meu sumiço. Deixar vocês sem uma explicação plausível parece injustiça, então vamos lá: ultimamente, eu tenho sofrido com diversas coisas. Essa fic sempre foi meu refúgio, o lugar onde eu poderia me expressar, e apesar de ter sempre aquele frio na barriga na hora de postar novos capítulos, nada me deixava mais empolgada do que receber resultados. Então, eu peço o perdão de vocês, queridos leitores. Enfim, chega de enrolação e vamos ao capítulo. Esse está curtinho, porém algumas emoções estão por acontecer. Nos vemos nas notas finais :)



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– Ela quase me beijou, cara - Digo. A surpresa na cara de Finnick transparece, e deixo um sorriso escapar.

– E o que você quer dizer com "quase"? - Parece que ele não está acreditando, e ele nunca vai acreditar o quão "quase" foi.

– Faltava isso aqui - Gesticulo com os dedos, imitando uma medida aproximada - Mas então Clove apareceu e ela se assustou, então foi embora.

– Você fala de Katniss como se ela fosse um bicho, dude.

– Um bicho não, Finn - Digo - Uma fera a ser domada, sim.

– Então estou feliz por você - Algo está chateando ele - Não tive a mesma sorte com Annie.

– O que aconteceu? - Finnick geralmente conquista todas as garotas. O que será que Annie fez? O rejeitou?

– Bem, quando eu disse que ela era linda, ela me deu um chute entre as pernas.

Minha gargalhada vem tão natural, que não tenho nem tempo para segurá-la.

– Cara - Ele diz - Se seus irmãos não estivessem dormindo no quarto ao lado - O Odair aponta para o relógio, que marca 04:16 da manhã - Eu iria chamá-los para te esmurrar junto comigo.

Ele pulou em cima de mim, e eu consegui desviar da maioria dos socos, e então nós dois caímos da cama rindo. Há tempos não me sentia tão feliz.

Era óbvio que não ia durar muito tempo.

* * *

Dois dias depois da festa, de muitas brincadeiras com Finnick e muitas insinuações dos meus irmãos me chamando de "gay" por eu não ter agarrado a Katniss no mesmo momento que ela ficou sobre mim, era segunda-feira. O pior dia da semana. Pelo menos para mim.

Quando saí de casa, peguei a estrada para a faculdade - a parte ruim de ser nerd é morar tão longe, já que nenhuma instituição de ensino de qualidade fica perto dos bairros do interior de Panem.

Eu comecei meu dia como qualquer outro: chegar na escola, conversar com Finnick e depois ir para a aula. Entretanto, eu não esperava ser jogado no meio do caminho contra o armário com tanta força.

– Mas que porra você pensa que estava fazendo, Mellark? - Disse Gale. Ele parecia furioso.

–Eu? Eu nã-não fiz NADA! - Digo. Até porque, pelo que eu saiba, não rolou nada que tenha feito para ele estar desse jeito comigo.

– Não venha com essa, padeiro. Se tem uma coisa que você não é, é ingênuo - o Hawthorne prosseguiu. A cada palavra, a força de seu bíceps me pressionava mais contra os armários, e nessa altura, metade da universidade já estava fazendo uma rodinha gritando "briga, briga, briga".

– Gale, eu não sei o que eu fiz. Me. Solta - O Hawthorne só me pressionou mais contra a parede. Aquilo não fazia sentido algum. Até o momento em que um estalo veio a minha mente... - Se você está chateado por que eu apoiei Katniss enquanto você apenas a usou, fique sabendo que ela merece coisa melhor que você.

Eu estava com tanta raiva, que não medi o peso das minhas palavras, até que elas saíram da minha boca.

O soco veio mais rápido do que eu pensei.

Quando me deparei, eu já estava no chão, com o nariz sangrando e provavelmente alguma coisa quebrada. Depois daquele soco, Gale chutou minha barriga, bem na boca do estômago.

Aquilo doeu.

E muito.

Ele continuou desferindo diversos golpes cruéis de lutas cujas nunca ouvi falar. Os chutes se tornavam intensos a cada segundo, e a sua raiva também.

Eu estava imobilizado, e Gale com as mãos ao redor do meu pescoço.

Grande Mellark. Sério? Minha morte vai ser nas mãos de um cara como o Gale? Esperava algo mais heroico.

Hawthorne me lança contra o armário novamente, e eu caio no chão.

Eu observei uma poça de sangue ao redor da minha cabeça se formar e só não entrei em desespero porque a dor não permitia.

Mas não foi apenas uma dor física - minha dignidade estava descendo no ralo, escorrendo entre os meus dedos, assim como o meu sangue. As pessoas em volta já estavam filmando, e eu nem conseguia me mover.

Até que ela apareceu.

Minha visão começou a ficar turva, e apenas alguns borrões e imagens foram captadas: Katniss gritando com Gale. Ele grita de volta. Ela dá um tapa nele. Ele vai embora.

Eu sou o herói.

Eu sou a donzela em perigo.

E com essa imagem, eu apago.

* * *

Quando acordo, tudo ao meu redor é branco, e cheira a álcool. É claro: estou no hospital.

Conforme adapto meus olhos a imensidão branca que são essas inúmeras lâmpadas no teto, vejo um relance de cabelos morenos atravessando a porta do quarto.

– Oi, como você está? - Começa Katniss.

– Bem, eu acho - Tento me mover, mas acabo deixando um gemido de dor escapar - Desculpa.

– Por que você está pedindo desculpas? - Ela prende o cabelo em um coque e se aproxima da poltrona ao lado da minha cama - Eu que lhe devo desculpas. Clove me disse que você estava apenas me defendendo, e além do mais, foi Gale quem começou.

– Você não me deve desculpas também - Prossigo. Katniss apenas franze a testa, como se estivesse confusa - A culpa não é sua se o Hawthorne é do jeito que é. Se você me permite dizer algo sobre seu namorado, ele é um idiota.

– Fique a vontade para chamar ele assim, ou de qualquer outra coisa que você quiser - De repente, ela abaixa a cabeça, e pensa um pouco antes de concluir - E, ah, uh, digo, não somos mais namorados, caso você não se lembre.

Isso já era óbvio. Mas eu precisava de uma confirmação.

– Bem, me desculpe - Diz a Everdeen - Eu nunca quis te envolver nisso. Sério, você está aqui por minha causa.

– Esse é o problema, Katniss. Você nunca me envolve em nada, as pessoas nunca me envolvem em nada - Eu já estava furioso de ser excluído da vida de todo mundo. Estou cansado de ser excluído da vida dela - Eu precisei levar uma surra e parar no hospital para fazer parte de alguma coisa.

– Olha, Peeta, eu não sou boa com palavras. Mas eu morro de medo de magoar as pessoas.

Bem, ela não tinha esse medo quando esmagou meu coração há alguns anos atrás.

– Ok, Katniss - Não posso ter raiva dela. Eu bem que queria, porém não consigo. Esse pensamento me faz sorrir - Posso te perguntar uma coisa?

Ela sorri de volta. Esse sorriso é tudo que eu preciso para me recuperar - pena que sempre dura pouco.

– Claro, Sr Defensor das Fracas e Oprimidas.

Tudo bem que ela me protegeu mais do que eu protegi ela... Mas esse pensamento de cavalheiro protetor era algo que inflou demais o meu ego.

– Você bateu no Gale: Verdadeiro ou falso? - Eu nunca vi Katniss bater em ninguém. Aquilo foi algo novo pra mim.

Ela deixa soltar uma gargalhada.

– Ele bem que mereceu - Ela prossegue, balançando para frente e para trás na poltrona ao lado da minha cama - Verdadeiro.

Passaram-se alguns segundos de um silêncio constrangedor, e azul e cinza se encarando, até que uma enfermeira entrou no quarto.

– Desculpa, mas você vai ter que ir agora, o horário de visita acabou.

– Sem problemas - Katniss se levantou da cadeira, e quando estava passando pela porta, girou os calcanhares, fazendo barulho com a sua bota - Obrigada, Peeta.

* * *

Dois dias depois, eu já havia recebido duas visitas do Finnick e uma dos meus irmãos e dos meus pais. Finnick me pediu desculpas por não ter me socorrido, mas ele tinha uma "boa explicação": perseguiu a Annie em todos os cantos do colégio, para ter certeza de que ela não tinha namorado, afinal, "não existia outro motivo para que ela o tivesse dispensado". Já minha mãe, ela ficou furiosa, não por seu filho estar com uma costela quebrada: mas porque a padaria, durante 48 horas, ficou com um funcionário a menos. Ela é um doce de mãe.

Sim, uma costela quebrada. E um nariz também.

O Dr. Crane, um homem muito generoso e misterioso, com uma barba desenhada um tanto quanto bizarra, aparecia para me ver uma vez ao dia. Segundo ele, eu estava me recuperando devagar, porque meu corpo não estava acostumado a tanto esforço.

Sou um nerd-donzela-em-perigo.

A surpresa veio no dia em que ele entrou no quarto, com a minha alta na mão.

Ah, só pra constar: a surpresa não foi eu estar sendo liberado do hospital.

– Peeta, quem é Katniss Everdeen? - Senneca ri, provocando - É sua namorada?

– An, uh, o quê? - Eu fico muito nervoso quando ela é insinuada - Não, ela não é.

– Bem, pensei que fosse - Ele anotou algo em sua prancheta, e me entregou o papel onde afirmava que eu estava finalmente livre daquele inferno com cheiro de álcool.

– E por que você pensou isso? - Digo. Não é normal acharem que alguém como Katniss possa ser minha namorada.

– Ah, você não sabe né? - Ele ri mais um pouco, de modo provocativo. Ao reparar no meu olhar confuso, prossegue - No dia em que te trouxe aqui, veio sozinha, e estava desesperada. A recepcionista disse que deveria aguardar, e ela deu um treco na frente de todos no hospital. Quase tivemos que dar um sedativo a ela. Nem parecia que era você quem estava em apuros.

Eu não sabia o que dizer. Não havia uma resposta razoável para aquilo. A sorte foi que ele continuou:

– Desde então, ela liga todo dia perguntando como você está, e se temos notícias de melhora ou piora suas.

– Bem, Doutor, talvez ela esteja apenas com a consciência pesada. Afinal, foi o ex-namorado dela quem me bateu.

– Eu não acho isso - Ele já está saindo, quando termina - Aquela menina está preocupada, e se sentindo culpada. Coisas assim só acontecem quando a gente gosta muito de alguém.

Não preciso nem dizer que aquelas palavras permaneceram na minha cabeça o dia inteiro.

Meu irmão Cameron apareceu, e me levou para casa. Quando cheguei lá, esperava que teria um dia inteiro de cama, mesmo que não estivesse me sentindo tão mal assim, entretanto, os curativos no meu abdômen me incomodavam mais quando eu estava de pé, e a recomendação de Seneca era pelo menos 1 semana de cama.

E, é claro que eu tive que trabalhar.

– Pobre menino - Uma cliente disse, enquanto eu servia um pouco de bolo de laranja à ela - O que aconteceu?

– Minha vida é um inferno - Digo, ríspido - Isso é o que aconteceu.

"I'll be your hero

I, I can be everything you need

If you're the one for me
Like gravity,I'll be unstoppable

I,yeah I believe in destiny
I may be an ordinary guy

With heart and soul

But if you're the one for me
Then I'll be your hero"


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Ruim, muito ruim, mais ou menos, bom? Críticas construtivas, sugestões, opiniões - tudo isso conta (e muito) para a construção de uma boa história.
Para aqueles que querem tanto quanto eu um beijo Petniss, vamos manter a calma, okay pessoal? Paciência é uma virtude, e sempre traz coisas boas pra quem espera :) hahahaha.
Enfim galera, como eu fui malvada e deixei vocês sem história, novamente, o próximo capítulo só sai com 10 reviews. Ele já está prontinho, só esperando para ser lido. Vocês é que determinam quando ele vai dar as caras.
Sério gente, obrigada por acompanharem ABL. Teria desistido de tudo há um bom tempo, mas vocês me ajudam a continuar - e sou muito grata por isso.
Até logo? 10 reviews e nos veremos novamente :D



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