Uma Razão Para Viver escrita por Veritacerum


Capítulo 7
Capítulo 7 – A Revelação de Dumbledore


Notas iniciais do capítulo

Olá!! Quero agradecer a todos que comentáram: ao meu maninho Matheus Snape, a Maylaila Blak, a Hinamori amu e dar as boas-vindas as duas novas leitoras que comentaram: Delena Klaroline Nian e NataliaMalfoyMikailson. Muito obrigada a vocês todos, seus comentários me ajudam a escrever. Agora boa leitura!!!



Delena Klaroline Nian,



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Capítulo 7 – A Revelação de Dumbledore

Harry continuou parado no mesmo lugar depois que Snape o largou e saiu do quarto. Ele tentava entender o que o professor queria dizer com “Depois não reclame, foi você quem pediu.” Será que essa verdade era tão ruim assim ao ponto dele lhe dizer que iria se arrepender depois que a descobrisse? Será que ele queria saber realmente?

Ele ficou parado durante alguns minutos, pensando no rumo que sua vida tomara, até que...

_ Vai ficar parado aí o resto da sua vida?

Harry se assustou. Se virando rapidamente, não avistou ninguém dentro do quarto a não ser um espelho... Ele se lembrou do irritante espelho que ficava dando ordens na casa dos Weasley e logo percebeu que iria continuar sendo perseguido por um deles.

_ Será que não tem nada para fazer além de bisbilhotar a vida dos outros? – perguntou ele irritado.

_ Merlin! Que menino mal educado.

Harry fez cara feia para o espelho e saiu do quarto batendo a porta atrás de si. “Era só o que me faltava... Agora além de Snape para me perturbar, ainda tenho que aguentar ordens de um espelho.”

Ele se viu em um corredor grande e largo, velas eram distribuídas por todas as paredes. Alguns quadros ficavam pendurados por ali, com bruxos de narizes grandes e olhos negros que o olhavam com desconfiança. Harry seguiu até o fim do corredor e encontrou o que estava procurando.

Uma grande porta levava ao banheiro, que Harry teve certeza que se parecia com o banheiro de Hogwarts. Um grande chuveiro ficava em um canto, uma banheira de acrílico era posta no meio do lugar, uma pia luxuosa se encontrava mais para frente em baixo de um espelho e o garoto reparou em uma muda de roupas dobradas em cima de um banquinho.

Ele foi até lá e viu, para a sua surpresa, que a camiseta vermelha e a calça jeans que estava ali eram novas, e o que o deixou mais feliz: pareciam de um tamanho adequado ao seu.

Harry se despiu e entrou debaixo do chuveiro, a água morna caindo sobre a sua pele macia. Olhando para si mesmo, Harry percebeu que seus machucados estavam bem menos vermelhos e quase cicatrizados. Fazendo uma nota mental para agradecer Snape e suas poções maravilhosas, o garoto lavou os cabelos divertido. Afinal, ao contrário do que todos imaginavam, o professor conhecia xampu e condicionador.

Depois de quase vinte minutos, Harry fechou o chuveiro e se secou em uma toalha macia que apareceu em cima de suas roupas. Depois de se trocar, o garoto foi até o espelho e se olhou. Por incrível que pareça, as roupas ficaram bem em si; nem largas nem apertadas. O garoto secou os cabelos e tentou, por vários minutos, os colocar no lugar; mas como sempre, ficou irritado e os deixou do jeito que estavam: espetados para todos os lados, mas incrivelmente mais baixos.

Quando estava quase saindo da frente do espelho, algo em seu rosto lhe chamou a atenção. Ele olhou com mais afinco e viu que algo havia mudado. Não eram seus olhos, eles continuavam verdes e brilhantes como sempre. Não era o seus cabelos... Ou será que eram? Harry se lembrava que eles eram mais rebeldes e um pouco mais claros do que estavam... E o seu queixo? Ali definitivamente tinha algo de errado. Ele estava mais desenhado... O garoto não sabia explicar como, mais seu rosto estava parecido com alguém que ele conhecia, mas quem?

_ Potter!

A voz do professor ecoou pelo corredor, tirando Harry de seus pensamentos. O garoto passou as mãos pelos cabelos, deu uma última olhada em suas roupas e saiu do banheiro, encontrando um Snape furioso a sua frente.

Aquele olhar o fez tremer e logo ele olhou para baixo falando baixinho, a voz trêmula.

_ Não sei o que fiz, mas me desculpe, senhor.

_ Mas o que está dizendo, Potter? – perguntou Snape, a voz tentando não demonstrar a surpresa que estava sentindo. O garoto estava fragilizado e ele conseguira piorar as coisas.

_ Não seja tão insensível, Severo – disse uma voz suave do outro lado do corredor.

Harry, mesmo com medo, ergueu a cabeça e viu Alvo Dumbledore vindo em sua direção com um sorriso no rosto, um rosto que lhe trazia segurança e conforto. Sem pensar, Harry foi em sua direção e o abraçou.

Dumbledore ficou surpreso ao sentir o garoto tremer em seus braços e viu que ele não era o grande Harry Potter, não era o garoto-que-sobreviveu e sim um pobre menino frágil, precisando se sentir seguro e amado. O diretor se sentiu feliz. A muito tempo que ele não era abraçado daquela forma.

Harry, ainda com o rosto enfiado no peito magro do diretor, pareceu perceber o que estava acontecendo e se afastou, lançando um olhar de desculpas ao velho.

_ Eu... Bem, eu...

Dumbledore lhe sorriu e passou uma mão em seu rosto.

_ Não precisa me pedir desculpas. Fazia muitos anos que eu não ganhava um abraço.

Harry ficou surpreso. Abriu e fechou a boca várias vezes não sabendo o que falar.

_ Mas o senhor... Bem, o senhor é Dumbledore... Quero dizer, como não ganhou um abraço?

Dumbledore trocou um olhar com Snape e sorriu para o garoto a sua frente.

_ Digamos que porque sou Dumbledore, as pessoas sempre querem os meus talentos e quando os dou, elas me agradecem com um aperto de mão ou um livro do ano. Mas bem, vamos até a cozinha. Severo me contou que você tem algumas perguntas para fazer.

O professor segurou Harry pelos ombros e seguiu pelo corredor, Snape seguindo atrás dos dois ainda impressionado com a atitude do garoto. “Eu realmente terei trabalho”, - pensou ele.

Eles desceram a escada e Harry não parava de olhar para todos os lados. Eles se encontraram em uma grande sala de visitas; havia uma grande lareira com um tapete felpudo em um canto, várias poltronas de veludo verde espalhadas pelo aposento, uma mesinha de centro e uma pequena prateleira com alguns jornais espalhados em sua superfície.

O diretor seguiu pela sala de jantar, onde havia uma grande mesa de vidro no centro com pelo menos dez ou quinze cadeiras em sua volta. Finalmente chegaram a cozinha; lá Harry realmente se impressionou.

Uma geladeira se encontrava ao lado de um armário branco, um grande fogão estava apagado perto da janela e em cima de uma pequena mesa havia uma grande quantidade de comida esperando para ser ingerida.

_ Está com fome? – perguntou Snape ao garoto.

Harry o encarou, mas antes de responder seu estômago deu um audível ronco.

_ Não podia me dar uma resposta mais clara – disse ele fazendo gestos para que Harry se sentasse.

_ Vejo que a noite lhe fez muito bem, Harry – disse Dumbledore enquanto roubava uma torrada com geleia.

Harry sorriu. Sua boca salivava com todas aquelas comidas diferentes e ele não sabia o que fazer.

_ Severo – chamou Dumbledore.

O professor o olhou e não disse nada, mas depois de alguns segundos ele pegou um prato e o encheu com ovos com bacon, torradas com geleia, biscoitos e uma fatia de pão morno com manteiga.

_ Pode comer – disse ele pondo o prato na frente do garoto e enchendo um copo com suco de laranja.

_ Eu... – Harry tentou falar, mas sua voz não saía.

_ Você não gosta disso? – perguntou Dumbledore.

_ Sim, eu gosto, mas... Não posso comer tudo isso. Meus tios dizem que não preciso de tudo.

Severo sentiu a raiva crescer novamente. Quem aqueles cretinos pensavam que eram para não deixar o garoto comer? Um rosnado saiu de seus lábios sem ser convidado.

_ Escute aqui, Potter – disse ele sentando ao lado do garoto. _ Você não está na casa de seus tios, graças a Merlin. Você quer comer tudo isso?

_ Quero – respondeu Harry, sua voz falhando.

_ Pois então coma, coma tudo. Eu quero esse prato limpo.

Harry levou o garfo a boca e ficou maravilhado. Aquele era o melhor café da manhã que já comera em toda a sua vida. Nem olhar para os lados ele olhou; a única coisa em seu campo de visão era aquele prato cheio de coisas gostosas que ele nunca poderia ter comido se estivesse na casa dos tios. Quando acabou, ele terminou de beber o suco e olhou para Snape.

_ Satisfeito?

_ Sim, senhor – respondeu ele sinceramente.

Dumbledore sorriu. Ele nunca vira um garoto comer tanto como Harry acabara de comer.

Harry ainda encarava Snape. Alguma coisa no rosto do professor lhe lembrava algo, mas ele não sabia o que era. Até que a sua imagem no espelho veio a sua mente. Ele fez uma expressão intrigada e desviou o olhar.

_ O que foi, Harry? – perguntou Dumbledore suavemente.

_ Senhor, por que estou diferente? Quero dizer... Quando estava me olhando no espelho percebi que meu rosto está um pouco mudado.

O garoto viu os dois professores trocarem um olhar de cumplicidade e depois o diretor voltou a lhe encarar.

_ O que quer dizer com diferente? – perguntou Dumbledore, depositando a xícara na mesa.

_ Meu rosto está estranho, não estou igual a antes.

O diretor trocou um olhar com Snape, que acenou afirmativamente.

_ Faça – disse ele.

Dumbledore enfiou as mãos nas vestes e retirou um envelope meio amaçado, o depositando na mesa.

_ Acho que aqui terá todas as suas respostas. Harry, antes de morrer sua mãe e seu pai deixaram isso comigo. Eles disseram que era para eu lhe entregar quando uma pessoa viesse a mim, e essa pessoa veio. Por isso leia.

Harry estava desconfiado. Uma carta de sua mãe? Ele nunca pensou que seus pais tinham deixado uma carta para ele. E o tom do diretor não estava ajudando em nada. Ele respirou fundo e puxou o envelope para si.

O garoto retirou um pergaminho dobrado do interior do envelope e reconheceu a letra da mãe. Aquela era, realmente, uma carta de seus pais.

“Caro Harry,

Se você está lendo esta carta é porque eu e Tiago estamos mortos.

Eu queria lhe dizer isso pessoalmente, mas não consegui.

Bem, não sei quantos anos tem, mas sei que já está em Hogwarts, convivendo com aquele que foi o meu melhor amigo. Severo Snape.

Harry arregalou os olhos e afastou o pergaminho para encarar Snape, que fitava o teto.

_ Continue, por favor – pediu Dumbledore gentilmente.

Como você sabe, sou uma bruxa nascida-trouxa e o primeiro amigo que conheci foi Severo. Ele me contou de nosso mundo, falou sobre Hogwarts, quadribol e outras coisas mágicas. Com o tempo nos tornamos os melhores amigos e assim fomos para a escola.

Lá Severo foi selecionado para a Sonserina e eu para a Grifinória, mas nossa amizade não acabou por isso. Nos encontrávamos todos os dias e nos dávamos muito bem, até Lúcio Malfoy levar Severo para o outro caminho.

Na Grifinória eu conheci Tiago, Sirius e Remo. Os três descobriram a minha amizade com um Sonserino e a partir daí começaram a fazer da vida dele um completo inferno. Não quero que tenha uma imagem ruim de Tiago, mas ele fez muitas coisas que eu, e quase toda a escola não aprovava-mos. Desde tentar o afogar no lago Negro até ser espancado pelo Salgueiro Lutador.

Harry afastou a carta novamente e olhou com uma mistura de desculpa e piedade para Severo, que agora o olhava.

Bem, Severo quase morreu por três vezes, até a hora que se cansou e nós brigamos. A palavra sangue-ruim foi usada em um momento de raiva, não foi culpa dele. Severo tentou me pedir desculpas, mas eu soube de seu envolvimento com os Comensais da Morte e não o perdoei.

Depois disso comecei a namorar com Tiago, mas acabei descobrindo que estava grávida. Eu e Severo namoramos por quase um ano, o melhor ano da minha vida.

Harry começou a ofegar. Sua mãe namorou Severo Snape na época da escola? Mas como assim? E agora ela estava grávida... Não, não podia ser.

_ Você está bem? – perguntou Dumbledore a um Harry pálido e ofegante.

Harry não respondeu. Em vez disso, seus olhos voltaram para a carta e ele teve medo de continuar.

Severo era o pai do meu filho e Tiago sabia disso. Ele dizia que ele não merecia ter você, já que se juntou a você-sabe-quem. Mas ele se arrependeu profundamente e eu acreditava nele com todas as minhas forças.

Mas eu não podia criar um filho sozinha, por isso aceitei a proposta de Tiago; ele iria criar você como filho legítimo. Sim, você é filho de Severo.

Harry ficou mais branco; sua respiração se tornou rápida e descompassada. Ele era filho de Snape? Como podia? Como sua mãe pôde aceitar a mentira? Ele pensava tão rápida que não ouvia Dumbledore lhe chamar. Sem serem convidadas, lágrimas escaparam de seus olhos e desciam por sua bochecha. O ar começava a lhe faltar.


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Notas finais do capítulo

Então?? O que acharam da reação de Harry? E Severo? Lembrando que ele também não teve acesso a carta. Comentem, por favor! E aqueles que só leem, não custa nada me deixar saber de suas opiniões. Beijos a todos!



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