Uma Razão Para Viver escrita por Veritacerum


Capítulo 6
Capítulo 6 – Eu Quero a Verdade


Notas iniciais do capítulo

Olá, primeiramente me descupem, minha net deu problema e não consegui postar. Segundo, nestes dias não deixei de escrever!! Então boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/487763/chapter/6

Capítulo 6 – Eu Quero a Verdade

Apesar da dor alucinante que Harry sentia por todo o seu pequeno corpo, ele ainda conseguia entender o que se passava ao seu redor. Ele se perguntava o que estava acontecendo para que Snape o defendesse dos tios; se fosse um dia antes, Harry podia jurar que o professor iria se por a ajuda-los a maltratá-lo. Mas agora?

O garoto abriu uma pequena fresta dos olhos e viu que Snape se encontrava entre ele e seu tio, o punho de ferro ainda prendia a mão grande de tio Válter. Olhando para o professor, Harry nunca vira tanto ódio naqueles olhos negros. Se antes ele pensava que Snape o odiava a cima de todos, agora ele pensava que o professor apenas não ia com a sua cara.

_ Então, Dursley? – perguntou Snape friamente.

Tio Válter percebera que aquele homem não estava de brincadeira e que acabaria saindo machucado se continuasse a ser o valentão. Desprendendo o pulso das fortes mãos do professor, que Harry percebera que o soltou de bom grado, Válter deu um passo para trás e encarou Harry, que ainda estava caído perto da parede.

_ Mais tarde nos entendemos, garoto.

_ Não haverá mais tarde, seu idiota – disse Severo com gelo em sua voz.

Tio Válter lançou um olhar de interrogação ao professor, mas Harry não conseguia ver mais nada. A Última coisa que sua mente conseguiu entender foi:

_ Não terá mais tarde porque vou levá-lo daqui, já que não precisa mais de vocês. O pai dele está vivo e é ele que irá cuidar do garoto agora.

_ O que? – perguntou tia Petúnia que acabara de aparecer na porta. _ O pai e a mãe dele se explodiram juntos.

A raiva cresceu mais dentro de Snape. Em dois passos ele atravessou o quarto e se pôs a frente de tia Petúnia, que soltou um gritinho ao reconhece-lo.

_ Vo-você...

_ Sim, eu, Túnia – respondeu Severo friamente. _ Como pôde permitir que esse homem – apontou para tio Válter -, como pôde deixar ele fazer isso com o filho dela? Com o seu sangue!

Petúnia não respondeu. Em vez disso passou a fitar o garoto deitado no chão; um filete de sangue ainda saia de sua boca.

_ O pai dele morreu, se você não sabia – vociferou o tio, a coragem voltando.

_ O pai dele sou eu, e pelo que me consta eu ainda estou vivo – respondeu Snape em tom cortante, que faria o aluno mais corajoso sair correndo.

Tio Válter e tia Petúnia abriram a boca, mas nenhum som saiu de lá de dentro. Tudo que podiam fazer era fitar o professor, que dera as costas a eles e com um gesto de varinha fazia todos os pertences do garoto voarem para dentro de seu malão.

_ Pare de fazer magia! – berrou tio Válter, quando Snape encolheu o malão e o colocou no bolso das vestes.

Sem dar a mínima atenção, Snape encolheu a vassoura do garoto e fez o mesmo gesto, se abaixando perto de Harry, que aquela altura já se encontrava desmaiado.

Com uma delicadeza surpreendente, Severo passou um braço por baixo do garoto e o ergueu, ajeitando o peso em seu peito. Ele se assustou. Harry era tão leve e tão pequeno para a idade, que ele quase não fazia esforço para segurá-lo.

_ Você não vai levar ele daqui – disse tio Válter parando a sua frente.

Snape ergueu a varinha e em menos de dois segundos tio Válter e Tia Petúnia estavam presos ao teto, suas pernas balançando levemente.

_ Nossa conversa não acabou aqui, Dursley – disse ele friamente.

Descendo as escadas com Harry em seus braços, ele ainda escutava os gritos do tio e da tia do garoto, mas aquilo não o afetava. Saindo para a noite, Severo sentiu o ar frio bater em seu rosto e balançar seus cabelos. Ele gostava daquilo. Gostava de sentir o ar frio e puro, o silêncio e a calma da escuridão. Um gemido em seus braços o fez lembrar de que Harry estava ali, e que precisava de ajuda. Rezando para não fazer mais mal ao garoto, Snape girou nos calcanhares e aparatou.

O professor entrou em uma casa simples no fim da rua e subiu as escadas entrando na primeira porta que encontrou. Depositou Harry em uma cama macia e começou a tirar as roupas amaçadas e sujas de sangue que o garoto vestia. Logo seu peito se encheu de fúria outra vez. Ao retirar a camiseta ele viu marcas; marcas leves, profundas, velhas e novas espalhadas pelo tórax, barriga e costelas do garoto. Com a parte de baixo não foi diferente. Cortes na perna e galos nos joelhos.

Rogando maldições aos tios do garoto, Snape foi ao banheiro e encheu uma banheira com água morna, o garoto realmente estava precisando de um banho.

Harry sentia que a sua proteção tinha acabado. O calor agradável que ele sentia e que o fazia dormir tranquilamente sumiu. Sem abrir os olhos, Harry passou a mão pelo lençol e não achou o que ele precisava. Onde tinha ido a sua proteção?

Sem ser convidada, as imagens daquela noite vinham em sua cabeça com violência o fazendo tremer.

_ Não me bata... Não me bata...

Severo veio a passos largos do banheiro e se ajoelhou ao lado do menino que tremia em sua cama.

_ Não me bata, eu serei bonzinho... Eu serei...

_ Por Merlin – sussurrou Severo sem saber o que fazer.

Aquele garoto estava traumatizado com o tio, e não era para menos. Meio sem jeito, o professor puxou o garoto para o seu colo e se surpreendeu ao sentir os braços dele rodeando seu pescoço.

_ Não deixe ele me bater – disse ele com os olhos fechados, mas feliz por sentir sua proteção ali outra vez.

_ Ele não vai tocar em você, Potter. Eu prometo.

Harry caiu no vazio e Snape o levou nos braços para a banheira. O ensaboou e o lavou com cuidado para não acabar machucando mais as feridas em sua pele. Secou o pequeno corpo com uma toalha macia e o depositou na cama.

Snape foi até o seu laboratório e voltou trazendo alguns vidrinhos de poção nas mãos. Primeiro ele cuidou dos machucados: passou o remédio por todos os ferimentos, que logo começaram a se fechar ou cicatrizar totalmente. Depois lhe deu uma poção para as dores, e outra para concertar qualquer coisa que tenha acontecido em suas costelas.

Acabado os cuidados, o professor tomou um banho e sentou em uma cadeira ao lado da cama olhando para o garoto que dormia a sua frente.

“Eu o salvei outra vez, Lílian... Vou cuidar dele”, - pensou o professor enquanto retirava uma mecha de cabelo da testa do garoto, revelando a cicatriz.

Um anjo. Foi a primeira coisa que veio a cabeça de Severo enquanto olhava Harry dormir. Seu peito subia e descia com a respiração regulada, um fio de baba saindo do canto de sua boca. Parecia que o garoto jamais apanhara na vida, de tão tranquilo que dormia.

As horas se passaram e logo os raios do sol entraram pela janela, batendo no rosto de Snape, fazendo-o despertar rapidamente. O garoto continuava dormindo tranquilamente.

Deixando o quarto, Severo apanhou um pergaminho e rabiscou uma pequena carta ao diretor.

“Caro Alvo,

Você estava certo. As coisas na casa dos tios eram piores do que pensávamos.

Achei o garoto todo machucado e com a alma despedaçada. Preciso de sua ajuda.

Não vou esperar mais para contar a verdade, até porque ele irá querer saber o que está fazendo em minha casa.

Aguardo resposta.

Severo Snape”.

Severo prendeu o pergaminho na perna de sua coruja e a viu partir pela janela. Rapidamente comeu alguma coisa e voltou ao quarto, onde se surpreendeu ao ver o garoto em pé.

Harry queria ficar onde estava; lá era tão bom... Sem dor, sem gritos e sem machucados. Mas seu cérebro o forçava a abrir os olhos. Tudo que pôde fazer foi abrir os olhos e se encontrou em um lugar estranho. Ali não era o seu quarto.

Harry se viu em um quarto espaçoso, com paredes brancas e chão de taco. Uma cama de casal se encontrava no meio do aposento, uma mesinha de cabeceira era acomodada ao lado da cama, encostada na parede. O tapete era bege claro, as cortinas da mesma cor.

Então tudo o que aconteceu a noite passada veio a sua mente. Os tapas do tio, a chegada de Snape, o vaso quebrado, os gritos e o vazio. Então ele chegou a conclusão de que se encontrava na casa de seu professor de poções, mais precisamente deitado na cama dele.

“O que será que Rony iria dizer?”, - pensou Harry divertido. Temendo sentir dores, o garoto se mexeu com cuidado e não sentiu nada. Abriu e fechou a boca, e não sentiu dores em seus maxilares. Se levantou e andou até a janela e ficou feliz em não sentir dores em suas costelas e seus joelhos.

Puxando a cortina, ele se deparou com um pequeno jardim florido, o sol batendo em uma grama verde.

_ Vejo que já se sente bem.

Harry se virou assustado e viu Snape parado na porta, seu rosto não transmitia ódio nem raiva, mas alguma coisa que o garoto não sabia distinguir. O professor usava uma calça cinza com uma camisa branca. Harry nunca havia visto Snape sem suas capas pretas.

_ Terminou de me olhar? – perguntou o professor secamente.

Harry se assustou e fez que sim com a cabeça.

_ Desculpe, senhor – sussurrou ele abaixando a cabeça.

Snape ficou levemente impressionado. Jamais vira Harry Potter tão submisso como naquele momento.

_ Como está se sentindo? – perguntou Snape.

_ Bem, senhor. Obrigado por ter me tirado de lá.

Snape deu um leve aceno de cabeça e se sentou na cama.

_ Por que fez isso? – perguntou Harry temeroso.

_ Por que te tirei de lá? – perguntou Snape. _ Porque nenhuma criança, por mais metida que fosse, não pode sofrer com aquelas agressões.

Harry queria retrucar, dizer que ele não era metido e que ele não precisava ser resgatado da casa dos tios, mas ao abrir a boca nenhum som veio.

_ Se estivéssemos em Hogwarts, o senhor teria acabado de perder dez pontos por sua incompetência de formular uma frase.

Harry fechou a cara, mas o professor não lhe deu chance de responder.

_ Agora são dez horas, o diretor irá vir aqui as onze. Vá até o banheiro e tome um banho.

Snape se levantou e saiu do quarto, mas a voz do garoto o parou no batente.

_ Por que não diz a verdade?

_ O que quer dizer com isso? – perguntou ele rispidamente.

_ Por que me trouxe para cá?

_ Você quer a verdade, Potter? – perguntou ele baixinho, suas mãos segurando o garoto pelos ombros. _ Então você irá ter a verdade quando o diretor chegar. Mas depois de ouvi-la não reclame, foi você quem pediu. Agora vá tomar banho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então??? O que acham que Snape irá fazer?? Beijos!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Razão Para Viver" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.