Chained escrita por Hillary McKarter


Capítulo 9
Capítulo 8 - Why By My Side?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curtinho é verdade, mas o próximo será mais intrigante. Você verão.



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Elsa revirou-se em sua cama pela milinésima vez antes de finalmente atender o toque que seu despertador tão desesperadamente anunciava a ela a hora de levantar. Suas mãos pousaram sobre o criado mudo e procuraram as cegas o aparelho até enfim desligá-lo. Com o silêncio pairando novamente seu quarto, Elsa sentiu suas pálpebras pesarem e se não fosse a leve batida na porta ela certamente voltaria a adormecer. Seu corpo levantou-se lentamente enquanto ela ouvia uma criada do outro lado dizendo-lhe que o café já estava servido à mesa. Elsa agradeceu e saiu de sua cama se diringindo ao banheiro e logo depois à seu guarda roupa. Ela observou três gabites que possuiam exatamente o mesmo traje de uniforme e pegou um preparada para vestir-se antes que Gerda ou qualquer outra empregada entrasse em seu quarto para arrumar seu cabelo.

A combinação era de certa forma simples para o preço que pagavam, mas isso não realmente incomodava a garota. Em poucos minutos já estava vestindo a uma blusa branca com uma saia preta que vinha até um pouco antes do joelho e observava na frente do espelho um colar que ficava por baixo do colarinho de blusa cujo pingente eram as iniciais do colégio Bradowell High. O visual estava quase completo, faltava apenas o blazer azul escuro que usavam durante o inverno e outono e o sapato preto.

Elsa ouviu a porta se abrir e uma empregada entrou no mais minucioso silêncio. A Rainha do Gelo já voltara a sua postura ereta e apenas a observou com um curioso olhar antes de se dirigir a sua penteadeira. A moça que se Elsa não se enganara chamava Olívia tocou em seus finos fios com a escova preparando-se para fazer uma trança presa enrolada em um coque baixo. Demorou mais de meia hora para finalmente terminar e o estômago de Elsa já roncava baixinho quando ela finalmente pode se levantar e dirigir-se para fora de seu confortável quarto.

Ela desceu e chegou até a principal mesa que tinham suas refeições surpreendendo-se ao ver todos os seus irmãos sentados devorando as pressas a deliciosa comida servida pelo chef. As cadeiras de Filipe e Judith estavam vazias o que intrigou Elsa, pois o pai sempre tomara café com ela e Anna.

_Bom dia. – ouvi Hans dizer.

Elsa olhou-o e viu um sorriso estendendo-se para ela. Não era tão furioso ou sarcástico como os que tinha presenciado ultimamente, mas a garota tampouco sentia que aquele era um de verdadeiro contentamento. Anna parou, por alguns segundos, de comer seu omelete favorito para também acenar alegremente para a irmã enquanto mastigava a comida levemente em sua boca. Ela estava se sentando na ponta bem ao lado de Hans tendo Merida em sua frente. Por falar na outra meia irmã, esta fora a única que ignorara Elsa por completo enquanto continuava a comer sua refeição concentrada em seus próprios pensamentos.

_Onde está meu pai? – disse Elsa fria e educada.

_Você quer dizer o NOSSO pai? – brincou Hans apesar da garota não ter achado a menor graça. – Se não me engano... Paris.

Os olhos de Elsa arregalaram-se de surpresa.

_Você acha que isso é engraçado? Eu estou sendo séria aqui.

_Assim como eu. Aparentemente ele tinha negócios a resolver e levou Judith também para ajudá-lo. Isso ou eles só quiseram entrar de férias de nós. – riu Hans.

_Ele nunca sairia assim sem nos avisar. – respondeu a Rainha de Gelo não acreditando no que estava ouvindo.

_Eles devem estar em uma lua de mel! – falou Anna num tom sonhador. – Não é romântico?

_Luas de mel só ocorrem depois do casamento. – retrucou Merida sarcasticamente antes de voltar ao seu silêncio mortal.

_Talvez uma pré – Lua de Mel então?

Hans riu.

_Talvez devessemos fazer um pré encontro também, o que acha Anna?

Anna olhou-o incrivelmente surpresa e feliz. Suas bochechas coraram quase instantemente e o olhar de Elsa, apesar de ignorado, tornou-se mais frio e sério. Ela virou-se e começou a se dirigir para a porta principal.

_Ei! Onde você está indo tão depressa? – ouviu Hans gritar parecendo não entender.

Elsa não podia acreditar naquilo. Não se passara sequer dois dias que conhecia sua nova madrasta e ela já havia afastado seu pai dela. Não que não fosse comum essas viagens quase instantâneas que seu pai progamava, mas ela e Anna geralmente eram avisadas antes. Agora sequer Anna parecia se importar com isso. Ela estava concentrada demais em Hans para prestar atenção em qualquer outra coisa, inclusive em Elsa.

_Senhorita Mendes. – ouviu a Rainha de Gelo ao se aproximar de um de seus motoristas.

_Leve-me para o colégio, Augustus. – disse a garota sequer notando como seu tom de voz tornara-se rude e não apenas frio.

_ Com todo respeito, senhorita. Não acha que é muito cedo?

Elsa entrou no banco de trás e colocou sua mochila ao seu lado enquanto ainda conversava com o empregado.

_Não tenho fome, apenas pressa. Preciso passar na biblioteca antes da minha aula de Algebra.

_Como desejar.

Augustus entrou pelo banco do motorista e ligou o motor. A viagem demorava cerca de dez minutos, mas como a estrada estava limpa durante aquele horário chegariam mais cedo ainda. Elsa encostou sua cabeça no vidro do carro e suspirou. O calor de seu hábilo fresco embaçou o vidro e, consequentemente, a visão da garota da calçada. Sua barriga fez um leve barulho e Elsa soube que não demoraria muito para ficar com fome. Ela não comera quase nada ontem e hoje estava orgulhosa demais para se sentar frente a frente com Hans. Bem, de qualquer forma, isso agora não importava, pois se havia alguém que melhoraria seu dia, essa pessoa certamente seria sua amiga Dia.

***

_POR QUE SEU PAI NÃO SE CASOU ANTES COM ESSA MULHER? – berrou Dia inconformada.

Elsa suspirou e olhou para baixo tentando ignorar os argumentos sem sentido da colega. Dia era a afilhada de Gerda e uma das amigas de infância de Elsa. Apesar de ser orfã de pai e a mãe trabalhar em um supermercado, Dia frequentava o mesmo colégio de Elsa, a pedido de Gerda, o que havia aproximado ainda mais as duas desde pequenas. Dia era uma menina encantadora, que adorava conversar, o que constrastava de certa forma com a personalidade quieta e conservada de Elsa.

_Sério, ele é um gato, você podia nos apresentar.

_Por que você não se apresenta sozinha já que chamou a atenção de toda sala agora? – disse a Rainha de Gelo quase em um sussurro, mas Dia conseguiu ouvir.

Elsa fora a primeira chegar, mas teve que esperar a eternidade antes de encontrar sua única amiga e desabafar com ela os problemas que a afligiam. Naquele momento, faltava apenas sete minutos para o sinal bater e a sala estava cheia de alunos saindo e entrando. Hans chegara a poucos minutos, mas já conseguira uma plateia de meninas ao seu redor para conversar e entreter. Ele sequer olhara a meia-irmã. Elsa não se importava e jamais se importaria em conseguir sua atenção. O que a incomodava mais naquele momento era o fato de mesmo ter contato sobre os olhares estranhos e ameaçadores de Hans, sobre o seu desaparecimento com Anna ontem e o jeito quase psicopatio que ele as vezes tinha para Dia, a garota tinha ignorado tudo quando o vira entrar. Aparentemente só o fato dele ser um pouquinho bonito já perdoava todos os seus pecados.

_Eu posso ir na sua casa hoje? – disse Dia com os olhos faiscando.

_Não. – respondeu Elsa instantemente

_POR QUÊ???? – disse ela em tom dengoso dando enfâse no “e”.

_Porque Gerda vai se zangar se vir você pulando em cima dele.

_Eu não vou pular, minha cara. Só vou arrancar um pedacinho dele para mim. – disse rindo e conseguindo fazer Elsa abrir um pequeno sorriso.

O sinal logo tocou e todos foram para seus lugares. Dia sentou-se atrás da fileira de Elsa que aliás ficava encostada na parede. Hans esperou o professor entrar para se apresentar e peguntar onde sentaria. Sr. Crawford olhou-o entediado e disse que qualquer lugar seria bom desde que ele prestasse atenção em sua aula. Elsa estava abrindo seu livro de algebra na última parte que tinham visto quando notou uma sombra se aproximar. A proximidade lhe deu calafrios e ela finalmente lembrou-se que por ser considerada uma garota fria e orgulhosa pela grande parte dos alunos, ela quase não havia amigos e, consequentemente... a carteira ao lado da sua estava inteiramente vazia para qualque um sentar.


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Notas finais do capítulo

O capítulo é curtinho, mas para compensá-los o próximo já está pronto e sairá amanhã. Os próximos ainda terão que esperar um pouco, pois dia 10, 11 e 12 prestarei vestibular e não acho que conseguirei me concentrar em duas coisas ao mesmo tempo. De qualquer maneira, obrigada por ler ^.^

Gostaram do capítulo? Por favor comentem =)



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