Chained escrita por Hillary McKarter


Capítulo 7
Capítulo 6 - Hateful Brother


Notas iniciais do capítulo

Yeahhhh! Eu consegui! Escrevi um capítulo rápido! Aplausos
Obrigada a todos que me apoiaram e me aconselharam hauahauahua
Essa fic é para vocês.
Eu ia postá-lo mais tarde, mas não aguentei. Curtam! Uhuuu



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Elsa não viu Rock pelo resto da manhã e tampouco Anna ou qualquer um de seus novos irmãos no almoço. Na comprida mesa que ficava na sala de jantar apenas ela, Judith e Filipe se sentaram para comerem os apetitosos pratos preparados por Gerda, uma vez que o cozinheiro também estava descansando naquele dia. A comida não podia ser tão refinada ou decorada como Elsa estava acostumada a ter, mas o simples gosto de algo cozido e caseiro fazia-a, mesmo por um tempo curto, se esquecer que era filha de um rico milinário e imaginar-se como uma garota comum que vivia feliz com a família. Geralmente ela gostaria de apreciar aquele prato em silêncio como fazia com seu pai, mas naquele dia a ausência de som parecia simplesmente não existir com Judith por perto. A mulher mesmo próxima ao seu cinquenta anos ainda parecia mais nova usando toda aquela maquiagem na cara e certamente ela era tão alegre e animada quanto Anna e até um pouco atrapalhada também.

A noiva de Filipe conversava com ele de modo animado e contava a Elsa sem que a garota tivesse feito nenhuma pergunta como tinha conhecido seu pai de um jeito tão desastrado. Aparetemente ela havia atropelado-o enquanto corria atrás de seu gato Borge na frente da mansão e se sentindo péssima decidira oferecer um atendimento grátis para ver a saúde do empresário. Elsa imaginou quão irreal aquilo parecia ser, mas ao ver um sorriso largo no rosto do pai passou a acreditar que aquilo realmente havia acontecido. Judith também falou de quando havia adotado Hans e Merida, o que surpreendeu Elsa, pois a família era toda ruiva e cada um tinha sardas em sua própria quantidade no rosto. Elsa nunca imaginou que seus meio-irmãos fossem adotados. Teria sido apenas coincidencia Judith tê-los conhecido assim?

_Hans tinha oito anos e Merida seis naquela época. Aparentemente o pai de Hans havia morrido a alguns meses atrás e os pais de Merida haviam simplesmente abandonado-a num hospital. Quão trágico é isso não é? Partiu o meu coração.

_E quanto a mãe do rapaz, querida? – perguntou Filipe olhando-a deprimido e surpreso.

Judith deu de ombros.

_Eu não sei. Ele parece não gostar de falar sobre ela.

Percebendo que o clima se tornara tenso, Judith tentou mudar de assunto, mas não adiantava mais. Elsa já se tornara curiosa e intrigada o bastante em relação a Hans.

*-*-*

Depois do almoço, Elsa viu Gerda correndo com três pratos pelas escadas provavelmente levando comida para Anna que acabara de acordar assim como seus novos irmãos. A Rainha de Gelo suspirou só de pensar na irmãzinha e nos novos visitantes. Tudo tinha mudado, mas até aquele momento só o barulho e quantidade de pessoas aumentando demostravam isso. Elsa se dirigiu a uma porta que só ela, seu pai e sua mãe ousavam entrar além de Gerda e outros empregados que a limpavam. Assim que rodou a maçaneta e ouviu o rangido soar pelo quarto com pouquíssimos móveis e decoração Elsa olhou próxima a cortina o objeto que tanto a fazia se lembrar de sua mãe. Um piano.

Ele era preto e velho, mas mesmo assim não perdia seu charme. Próximo a ele tinha um sofá simples e uma poltrona que Filipe e Katie usavam enquanto ouviam Elsa tocar. A garota sentou-se no banco a frente do instrumento e começou a manusea-lo ouvindo o doce som de suas teclas. Seus dedos se moveram enquanto ela criava uma melodia improvisadamente. Ultimamente ela havia tocado Mozard e Beethoven, pois sentia-se envergonhada em ter alguém ouvindo-a criar algo que ela não sabia se era bom ou ruim, mas naquele momento havia tão poucas pessoas que ela não se importaria em fazer algo mais ousado.

O som que saia parecia meio triste, porque era assim que Elsa estava se sentindo. De certa forma ela as vezes percebia que seus dedos ainda se moviam em direção a notas que compunham formas de Mozard e por mais que tentasse mudá-las ainda um pouco, se sentia presa e acorrentada a elas. Era isso que Elsa era: aprisionada em seus prósprios medos de arriscar. A frustação veio em seu coração. Seus dedos correram pelo piano tentando fugir das amarras da perfeição. A música tomou um tom mais apressado, como se cada suspiro que Elsa desse fosse um ar a mais que havia perdido. Ela tinha que escapar. Ela tinha que fugir dali. Ela queria ser livre. Queria fazer o que quissesse. A música atormentava-a, mas ela não parava. Era a única coisa que a fazia continuar. Mais rápido. Mais rápido. Imagens do passado apareceram em sua cabeça. Anna em sua frente. O espelho atrás. Tiros por todo lado.

_ELSA! – berrou Anna.

ANNA! Elsa bateu no piano com seus dedos e uma dor intensa surgiu neles. A garota não se importou. Sua respiração estava forçada e todo sentimento que ela havia tido sumira com o som rompido pela colisão intensa com as teclas. Ela não poderia escapar, por mais que quisesse. Ela tinha que proteger Anna.

De repente, um aplauso inesperado surgiu ecoando pelo quarto. Elsa se virou surpresa para a porta e viu Hans sorrindo para ela. Não era um sorriso tão assustador como o de ontem, mas também não parecia nada gentil como o de Rock.

_Maneira excelente de terminar um composição, Vossa Alteza. –disse num tom irritante.

_O que você quer? – suspirou Elsa séria e cansada daquelas brincadeiras.

Hans aproximou-se dela e pousou a mão no instrumento musical.

_O que? Vai me dizer que eu posso ver minha irmãzinha dançar, mas não posso ouvi-la tocar?

_Não me chame assim. Não somos nada ainda um para o outro. –disse a moça voltando a postura ereta e ao tom frio e distante de sua voz.

_Não foi o que pareceu ontem a noite. A maneira como você me olhou, o seu toque...

Hans fez menção de sentar no mesmo banco de Elsa, mas a garota se levantou não gostando nada de qualquer que fosse seu objetivo naquela conversa. O rapaz então desistiu de sentar e permaneceu em pé olhando-a de maneira sedutora.

_Nós tivemos alguma coisa ali.

_Seja o que for essa coisa que o senhor se refere, pode ter certeza que já desapareceu.

_É mesmo? – riu Hans com uma voz grossa. – Você tem certeza?

O rapaz começou a se aproximar de Elsa enquanto a garota andava lentamente para trás. Ela não sabia direito o que estava acontecendo, mas não estava gostando de nada que Hans estava tramando. De repente, Elsa sente a parede fria em suas costas e quando ela tenta se desviar indo para o lado as mãos de Hans tocam a parede encurralando-a. Elsa o olha brava, mas o rapaz ignora. Ele toca com uma das mãos os fios claros da moça delicadamente e logo seus dedos tocam a bochecha dela fazendo-a sentir o calor deles. A garota ruboriza de leve, mas a simples branquidão de sua bele já faz Hans notar como ele mexia com ela. O rapaz sorriu e sentiu as mãos de Elsa seu peito empurrando-o para trás.

_Se afaste. – ordena Elsa seriamente.

_E se eu não quiser? – riu Hans.

Seus rostos se aproximam e a mão de Hans segura o queixo pequeno de Elsa impedindo que ela se vire. A Rainha de Gelo cora contra sua vontade e apesar de sua adrenalina subir e ela sentir um calafrio percorrer seu corpo, seus olhos continuam a mirá-lo de maneira séria e distante. Hans olhava-a e sentia que ela o desafiava bravamente. Ele a tinha nas mãos, mas não conseguiu evitar a tremedeira das mãos e seus batimentos acelerarem. O olhar intenso da Rainha de Gelo havia feito Hans se perder em meio aos seus planos. O objetivo era tentar seduzi-la, mas o simples toque de Elsa em seu peito o fazia se sentir em um labirinto entre a coragem e a desconfiança. Aquele efeito que ela tinha sobre as pessoas... ela tinha noção daquilo?

De repente, ambos ouviram Anna chamando Hans. O rapaz sorriu sarcasticamente para Elsa e se afastou dela.

_Tenho que ir. Minha outra irmazinha está me chamando.

_Pare! – ordenou Elsa.

Hans surpreso se vira para ela e se surpreende ao ver que a expressão agora era totalmente diferente. Elsa tinha cruzado os braços e encolhido os ombros. Sua expressão era de medo e desconfiança. O que havia acontecido? Por que ela estava mostrando aquela expressão apenas agora quando ele havia se afastado?

_Não toque em Anna. – disse Elsa. – Eu não sei direito o que você pretendia fazer comigo, mas se fazer o mesmo para Anna, você irá se arrepender.

Hans então percebeu a brecha que se abria naquela muralha de gelo que Elsa construira. Anna. A simples e frágil filha mais nova de Mendes. Ela havia um poder incrível sobre a mais velha. Hans sorriu. Seria muito útil saber aquilo.

_Eu não farei nada com ela, mas não posso prometer o que ela fará comigo. – disse Hans antes de sair do quarto.

Elsa ouviu Anna chamar Hans e o seu tom alegre ao encontrá-lo. Seus joelhos fraquejaram e a Rainha de Gelo caiu no chão enquanto tentava conter as lágrimas. Não havia ninguém ali. Anna nunca entrara naquele quarto e nunca entraria por motivos que apenas ela escondia. Então por que Elsa não chorava simplesmente? O cheiro. O cheiro da colônia que Hans usava ainda entrava pelas narinas de Elsa e ela sentia como se ela estivesse olhando-a escondido em algum lugar. Ela não choraria na frente dele. Nunca na frente de alguém tão... tão...

A colônia continuava ali e parecia cada vez mais repugnante causando enjoou à Elsa. Ela tampou o nariz enquanto se levantava apressada.

_Detestável.

Disse como se aquela palavra definisse tudo o que Hans representasse para ela naquele momento. E o sentimento para Hans não poderia ser mais mútuo.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Mereço comentários e recomendações? Espero que sim.