Chained escrita por Hillary McKarter


Capítulo 6
Capítulo 5 - Rock & Dog


Notas iniciais do capítulo

Gente!!!!
Eu acabei de descobrir uma coisa: Eu não sei fazer capítulos curtos (avá)
Sério eu tentei tornar isso curto, mas não consegui porque vocês não tem ideia de como essa história é cheia de detalhes e eu estou tentando apresentar tudo aos poucos para que ao mesmo tempo não fique muito jogado ou muito complicado de entender.
Já vou falando que não era esse o capítulo que eu planejava escrever, mas acho que eu precisava dar algumas explicações a vocês sobre a festa dos capítulos anteriores.



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Demorou mais de meia hora antes do discurso de Filipe e Judith finalmente se encerrar por um selinho do mais novo casal famoso e querido de Arendelle. Aplausos e gritos invadiram o salão sendo mais altos do que a própria música que recomeçara a tocar animadamente. Pessoas se aglomeravam ao redor tentando conseguir uma boa vista de cada movimento que Filipe e sua família faziam e flashes que surgiram misteriosamente de todos os cantos passaram a cegar qualquer um que ficassem em sua frente. O evento que deveria ser uma festa entre amigos parecia ser agora mais uma estreia de um filme famoso com atores e diretores em toda parte. E isso realmente irritava Elsa em relação a sua vida. O fato da privacidade sempre estar em falta quando seu pai fazia eventos como este.

Aliás, uma curiosidade deve ser esclarecida sobre Filipe Mendes: ele podia não ser o homem mais rico ou mais famoso de todo país, mas sua beleza ainda presente aos quarenta e pouco anos e seu carisma eram suficiente para encantar uma cidade como Arendelle. Elsa já ouvira que desde jovem, Filipe já era um rapaz encantador e esforçado cujo talento para convencer havia surpreendido até mesmo George Leviatan, um empresário que já havia se candidatado a governador diversas vezes e era muito querido pelo povo. Filipe e ele passaram a ser sócios por algum tempo, até George falecer levando quase toda firma para mãos de seu parceiro e melhor amigo que aos poucos foi investindo em outras para ampliar seus negócios. Desde então, a riqueza e a fama já haviam entrado na vida dos Mendes e virado parte do cotidiano de cada membro da família quer eles querendo ou não.

_Elsa, você está bem? – perguntou Anna ao ver a expressão da irmã diante do olhar de Hans.

_Hã? – disse Elsa ainda meio deslocada. Ao perceber a preocupação da caçula, a Rainha de Gelo ruborizou e abriu um leve sorriso. – Sim, estou bem, Anna. Não se preocupe.

No entanto, Elsa não estava bem. Ela estava cansada daquela noite, daquela festa. Aquele era o limite que a filha mais velha de Filipe conseguiria aguentar por um dia. Ela já havia sido atacada por três seres diferentes mais cedo, depois dançara com um estranho que no final das contas era seu irmão e por fim havia conhecido a mulher que iria substituir o lugar de sua mãe para sempre. Eram surpresas demais para alguém que odiava surpresas.

A garota, sem demora, aproximou-se de Filipe e perguntou baixinho se poderia se retirar. O pai se surpreendeu com tal pedido, mas compreendeu o desejo da filha. Ele a abraçou e beijou sua testa e Judith que também havia ouvido Elsa aproximou-se da garota e sorriu para ela. A Rainha de Gelo então desceu do palco ignorando os olhares de todos que a observavam, incluindo Hans. Ela desviou-se dos convidados que não paravam de enchê-la de perguntas que Elsa tampouco conhecia as respostas. Seus pés não tardaram a levá-la ao seu quarto cuja porta foi aberta e fechada rapidamente demonstrando em tão singelo gesto o encerramento completo das atividades da Rainha de Gelo naquele dia.

*-*-*

Depois da grande revelação que foi feita naquela noite, a festa de Filipe durou mais cinco horas antes de finalmente se encerrar. Aos poucos as pessoas foram indo embora encantadas com o serviço e a decoração que haviam observado e elogiando cada instante que permaneceram ali. Muitos convidados não se demoraram a desaparecer do salão, como Elsa, mas outros, por sua vez, não foram embora até que se viram obrigados pelos próprios guardas a deixarem a mansão por bem ou por mal.

Assim que o último visitante se retirou e Filipe Mendes e sua noiva voltaram ao seu novo aposento assim como seus quase-filhos, o salão foi infestado por uma porção de empregados que passaram a arrumar tudo o que podiam antes de amanhecer e finalmente irem embora descansar naquele domingo tão esperado por todos.

Pelas três horas da madrugada, a mansão de Filipe voltou à sua aparência solitária e fechada. Quem quer que a visse naquele estado nunca pensaria que havia ocorrido uma festa tão luxuosa e incrivel como se realizara. As portas e janelas haviam se fechado, as luzes se apagado e os empregados todos desapareceram do jardim. Nada visualmente parecia ter mudado. No entanto, ainda sim podia-se sentir um novo ar girando em torno da casa e das pessoas que passaram a habitá-la. Qualquer um podia sentir o cheiro do novo, de novas pessoas, de novas relações, mas, acima de tudo, de novos segredos. E o cheiro ficaria impregnado por um bom tempo nas paredes daquela luxuosa e cara mansão de Filipe Mendes.

*-*-*

Poucas horas se passaram quando um novo dia surgiu em Arendelle, frio e ensolarado, trazendo consigo os mais novos ventos do Oeste para a cidade ainda adormecida naquele domingo radiante. A mansão de Filipe estava quieta, silenciosa, em parte por seus empregados estarem de folga naquele dia depois da grande comemoração que auxiliaram na noite anterior.

Quando os primeiros raios de sol refletiram pelas finas e claras cortinas do quarto de Elsa e, aos poucos, leves rajadas de ventos vindas de uma janela esquecida aberta na noite anterior dançaram ao redor do quarto, movimentando acima de tudo alguns dos fios claros do cabelo da Rainha de Gelo lentamente os olhos claros e brilhantes da garota foram se abrindo encontrando logo de prontidão o retrato de sua mãe na penteadeira. A garota sentiu-se um pouco deslocada no início e uma forte dor latejava em sua cabeça provavelmente ocasionada pela bebida da festa de ontem.

Demorou um pouco, mas Elsa finalmente se levantou e se dirigiu ao banheiro para fazer sua tão sagrada higiene bucal matinal. A garota escovou seus dentes, penteou seu cabelo e mal chegou a tocar no fio dental que o barulho de sua porta se abrindo e fechando foi ouvido em alto e bom som causando susto e surpresa à garota. Curiosa, a Rainha de Gelo voltou ao seu quarto e percebeu Gerda arrumando sua cama às pressas enquanto repetia para si mesma o que pareciam ser nomes de temperos e molhos sofisticados. Assim que percebeu a presença de Elsa, a empregada logo sumiu com sua expressão concentrada e sorriu:

_Bom dia, querida.

_Bom dia, Gerda. – retribuiu Elsa com um sorriso para uma das poucas pessoas que estava acostumada a mostrá-lo. – Você parece preocupada com algo. Está tudo bem?

_Hã? Ah! – expressou Gerda surpreendendo-se com o interesse da menina. – Não, não, está tudo ótimo. É só esse domingo. Tantos empregados de férias e o almoço ainda para ser feito. Devo dizer que Filipe deveria conhecer uns amigos menos gulosos. Compramos tanta comida ontem e ela simplesmente desapareceu. Certamente foi o senhor Tinder. Ele é um porco e certamente o padre Viscond não foi nada educado em desperdiçar nossas tortilhas de atum em...

E Gerda permaneceu tagarelando enquanto Elsa sorria diante do esforço e da dedicação daquela mulher que conhecia desde pequena. Gerda esteve ao seu lado desde um mês após a morte de Katie e apesar de ter como único contato entre ela e Elsa naquele tempo uma escova que passava pelos fios da menina, as duas se tornaram grandes amigas principalmente pela empregada se mostrar sempre a disposição com um grande sorriso e carinho. Ela, às vezes, lembrava Elsa de sua mãe em seus pequenos atos. A honestidade, a positividade e a persistencia. Tudo elas tinham em comum e certamente seriam grandes amigas se tivessem chegado a se conhecerem.

Assim que Gerda arrumou a cama e estendeu as cortinas deixando o sol entrar, ela logo se retirou do quarto dizendo que o café estava esperando Elsa no Jardim Leste da mansão e garantiu que este, diferente do preferido de Katie a Oeste, já havia sido vasculhado nos mínimos detalhes para que nenhum estranho aparecesse por lá fazendo alguma gracinha. Mesmo com o tom divertido, Elsa entendeu como Gerda deveria estar preocupada com ela e a agradeceu mentalmente por isso. Sem pensar em mais nada, a garota pegou o livro que estava lendo e se dirigiu para fora da casa.

Era mais longe chegar até aquele jardim, mas Elsa não se importava, pois com poucos empregados naquela casa ela não precisava tomar uma postura tão ereta e perfeita como estava decidida a fazer na noite anterior. Ao chegar no jardim, Elsa respirou o perfume da grama fresca como se ainda fosse primavera e sorriu ao ver uma bandeja com um bule e alguns pães cobertos por guardanapos em cima de uma mesinha de metal que a moça adorava passar horas ali lendo. No entanto, foi apenas uma questão de segundos para que a Rainha de Gelo percebesse que não estava sozinha. Ao lado da mesa, estava um grande Golden Retriver deitado na grama ainda não coberta por gelo rolando de um lado para o outro como se estivesse fazendo a coisa mais divertida do mundo.

_Mas o que...? – começou Elsa.

No entanto, o simples som de sua voz já despertou a atenção da companhia canina a sua frente. O cachorro parou e começou a mirá-la. Seus olhos penetrantes pareceram analisa-la minuciosamente por minutos e quando finalmente um latido saiu de seu focinho, o animal num movimento rápido levantou-se do chão e passou a correr em sua direção alegremente. Elsa gritou de susto e fechou os olhos preparada para a colisão com o animal, mas repentinamente sentiu duas mãos grandes tocarem em seus braços descobertos e puxá-la para o lado. Ela ouviu um barulho de algo batendo e só então abriu os olhos encontrando uma camisa vermelha que cobria um peitoral largo em sua frente.

_Não me leve a mal, senhorita Elsa, mas me impressiono com a facilidade que você tem em atrair problemas ultimamente.

Elsa olhou para cima e encontrou um rapaz alto e loiro observando-a com um sorriso gentil e um olhar preocupado. As mãos que a tocavam eram grandes e vinham de um corpo bem definido coberto por uma camiseta de algum time.

_Quem é você? – pergunta Elsa com os braços encolhidos diante daquela posição que ambos se encontravam.

O rapaz retirou suas mãos dali, mas o olhar ainda pareceu preocupado.

_Você ainda está muito fria. Tem certeza que não pegou um resfriado ontem depois de ficar tanto tempo deitada na neve? – perguntou ele. – Espere um pouco.

O rapaz entrou na mansão deixando Elsa ainda mais confusa do que já estava. Como ele sabia que ela estava deitada na neve? Ela mal se lembrava de estar deitada na neve naquele dia. Tinha ficado o dia inteiro na mansão se preparando para festa a não ser... pelo momento em que fora atacada pelo mascarado. Poderia ser ele... não, um sujeito que acabara de atacá-la não se revelaria tão facilmente. As lembranças de ontem resurgiam aos poucos na cabeça da garota e ela lembrou de tudo. A fera. O homem do machado. O filho do jardineiro. O rapaz resurgiu no jardim carregando uma grande jaqueta marrom. Ele colocou sobre os ombros de Elsa e sorriu.

_Pronto.

_Por acaso, você é o filho do jardineiro? Aquele que me salvou? – disse Elsa espantada.

_Bingo. – disse o rapaz dando uma piscadinha. – Todos me chamam de Rock e aquele é o Cachorro, porque no momento eu não sei que nome dar a ele. – disse apontando para o animal que parecia meio tonto depois de ter chocado contra a parede e agora voltara a rolar pela grama macia do jardim -Desculpe por ter te assustado ontem. Mas realmente fiquei preocupado com você. Aquele homem que te atacou e ...

_Você o viu? – perguntou Elsa na esperança dele ter reconhecido o sujeito.

_Só até o momento que o Cachorro o atacou. Ele estava usando máscara o tempo todo e fugiu entre as árvores. Sem falar que quando toquei em você estava tão fria que realmente me apavorei. Corri com você até a cozinha para avisar Gerda.

_Obrigada. – disse Elsa séria, pois apesar de estar grata, ainda gostaria muito de saber que havia a atacado.

Ela fez menção de retirar a jaqueta, mas o rapaz a impediu.

_Fique com ela. Só até nos vermos novamente.

_Por que eu deveria ficar com ela se já posso entregá-la para você? – disse sem entender aquele pedido estranho.

O rapaz colocou a mão em sua cabeça surpreendendo a Rainha de Gelo. Ela mirou em seus olhos e viu uma pureza indescritivel emanarem de seus olhos.

_Para eu voltar a vê-la. – disse sem um pingo de medo ou vergonha.

Elsa nunca tinha sentido algo como aquilo. Nunca ninguém havia tocado-a daquele modo sem nenhuma imprudência. A não ser uma única pessoa que havia meses que ela não via. Apesar de rápido, o gesto de Rock mexeu com ela de forma que mesmo depois dele se afastar e fazer menção de sair para cuidar do jardim frontal, Elsa ainda podia sentir os dedos. Seu peito se apertou e ela colocou as mãos enquanto olhava para o céu e dizia uma única palavra que lembrava-a de toda sensação que estava sentindo.

_Jack.

Um leve brisa bateu em sua face como se a voz da pessoa que ela tanto gostasse retribuisse as palavras que ela tanto gostaria de ouvir.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora. Tentei não encher esse capítulo de detalhes como sempre faço, mas não consegui totalmente.
Me digam o que acharam. É muito importante para mim ver o melhor jeito de escrever para vocês. Achei que o final desse capítulo ficou mais conciso. E vocês? Só me avisem.

Atenção já escrevi o outro capítulo e ele será postado dia 25 de julho às 10:10.
Então não. Não desisti dessa fanfic. Obrigada