Chained escrita por Hillary McKarter


Capítulo 4
Capítulo 3 - When the Masks Fall - Part 2


Notas iniciais do capítulo

Então, há muito tempo eu tinha parado esta fic, até porque meu horário começou a ficar corrido e eu sempre tinha esse perfeccionismo em escrever cada capítulo, o que complicava mais e tornava minha data de entrega atrasada. Por isso já tinha desistido de escrever essa história, mas desde o natal quando tive umas 12 visualizações na minha página que eu nem entrava fiquei surpresa e inspirada e decidi recomeçar. Os próximos capítulos não vão ser tão perfeitos em relação a escrita como os primeiros, porque o que quero focar é na história que já ficou mais de um ano passeando de jatinho na minha cabeça e está na hora de compartilha-la. Então realmente espero que vários dos meus antigos leitores me perdoem e continuem acompanhando-a. Também estou aberta a novos leitores, sejam bem vindos pessoal ^.^ .
É uma história longa, com - se não me engano- três partes e não sei quantos capítulos. Mas realmente espero que consiga prendê-los com os mistérios que guardei.
Ok, agora chega de papo e vamos voltar à aventura.
Aqui mais um capítulo.



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O misterioso homem assim que tocou no pescoço de Elsa sentiu todo o seu corpo estremecer com o ar gélido que o atingiu. Era como se todo o frio do rigoroso inverno entrasse nele e começasse a congelá-lo de dentro para fora. Nunca ele havia conhecido alguém tão gelado em sua vida, principalmente uma garota tão jovem como Elsa.

Mesmo com suas mãos bambeando e seu nariz rapidamente se tornando vermelho, o homem continuava a beijá-la forçadamente de forma a faze-la chorar e lhe contar tudo o que poderia por medo de algo pior. Ele precisava conseguir informação. O mais rápido póssivel. Só assim poderia realizar o seu desejo tão ambicioso de uns tempos para cá.

Subitamente ele sentiu as unhas de Elsa cravarem em seus pescoço com força e com o susto que levou deste movimento ergueu a cabeça num pulo encontrando um par de olhos azuis emanando o mais puro ódio pelo seu ser. Elsa estava completamente diferente da garota que pensara ser. Suas bochechas ainda estavam vermelhas devido a bebida forte que tomara e a garota podia sentir seus campo de visão escurecendo a cada minuto que se passava, mas isso não a impedia de ser forte o suficiente para encarar seu inimigo. Não era a primeira vez que se encontrava numa situação de perigo e Elsa, por mais aterrorizada que estivesse, cansara de ver o sorriso de bandidos pela sua cara de pavor.

O homem que a segurava sentiu uma rajada de frio o atingir e se irritou com o fato de estar assustado com uma simples garotinha.

Talvez fosse apenas sua imaginação, mas ele pressentia que toda a neve que os rodeava ameaçava a qualquer momento atacá-lo e cobri-lo com o mais escuro e sombrio gelo simplesmente por este ter tocado em Elsa. Talvez a Rainha de Gelo tivesse algum poder sobre o frio, afinal. Talvez o inverno a protegesse como se ela fosse uma filha ou uma deusa. Talvez… como se fosse a própria neve.

O mascarado trincou os dentes impaciente. Por que ele estava tão nervoso? Por que parecia que, subitamente, era Elsa que estava por cima daquela situação?

Com apenas um olhar ela conseguiu tê-lo dominado. Ela não parecia mais tão inocente e indefesa quanto no começo. Seu rosto estava mais veroz, mais perigoso e suas mãos mesmo presas agora lutavam para se libertarem a todo custo. Elsa estava fazendo de tudo para se salvar. Mesmo assim, o homem precisava de informação e faria de tudo o que precisasse para conseguí-la até mesmo lutaria quanto ao próprio temor que sentia sem explicação.

Com muito esforço, ele engoliu sua aflição inicial e olhou para Elsa vitorioso.

_Que olhar assustador, princesa. – disse com um sorriso nervoso recém-formado nos lábios. – Você parece nervosa com algo… será que talvez você tenha medo de mim?

Era claro que Elsa estava com medo dele, mas ao invés de responde-lo com este desejava, a garota conseguiu libertar um de seus pulsos com agilidade suficiente a ponto de voar sua mão até a bochecha do mascarado. Quando sentiu a pele fria de Elsa bater na sua e logo uma dor surgir no local atacado, o homem esqueceu de sua ambição por respostas e foi controlado pela raiva e pelo ódio imensuravel.

_Filha da mãe. – disse levantando a mão pronto para retribuir o presente entregado pela menina. – Vá ao inferno, sua...

Repentinamente, Elsa viu uma sombra pular em cima do mascarado e empurrá-lo para longe dela. Era um animal do tamanho de um lobo e rugia feito um leão. A única coisa que a garota conseguia enxergar pelo seus campo de visão quase escurecido era os olhos marrons brilhantes do bicho e o pavor do homem que a atacara transmitia. Ele gritava e corria para algum lugar enquanto era perseguido pela fera aterrorizante.

Elsa estava imobilizada de medo e seu pavor era tão grande que nem mais seu rosto conseguia disfarçar. Uma mão pesada tocou seu ombro arrepiando-a e quando a moça se virou para seu dono a sombra de um homem segurando um machado surgiu mirando-a seriamente.

Elsa berrou e sentiu seu campo de visão escurecer mais ainda. Ela tentou se arrastar para longe daquele estranho, mas no estado que se encontrava nem seu corpo nem sua mente conseguiam responder seus comandos. Aos poucos, a menina foi ficando sem ar e sua cabeça sem hesitação caiu na grama fria e branca enquanto seus olhos se fechavam lenta e incontrolavelmente antes que seus lábios pudesse pedir por ajuda e socorro final. A última coisa que Elsa viu antes de apagar foram as botas do estranho se aproximando dela enquanto manchavam a neve de terra.

_*_

Do outro lado da mansão, a música do baile tocava numa suave melodia. A pista de dança finalmente havia atraído o público com suas canções levemente agitadas a se juntarem e, sincronizadamente ou não, divertirem-se naquela noite tão calma e encantadora. Com os movimentos lentos e rápidos de seus donos, as máscaras tornaram o salão mais misterioso. Poucos dançarinos reconheciam seus parceiros o que permitiu uma união inimaginavel dos mais variados tipos de pessoas.

Hans, sentado em uma das diversas mesas do salão, olhava com entreterimento os casais tímidos e agitados do baile dançando das mais variadas formas que se podia imaginar o som produzido pela orquestra. Uns eram elegantes e outros estavam absurdamente fora de sintonia. Era fácil para o rapaz perceber tal fato. Os olhares, as mãos dadas, os carinhos, tudo compunha os casais apaixonados e clássicos enquanto os outros – os mais engraçados – tinham desconfiança nos toques, nos passos e nas parcerias acabando assim a frequentemente pisarem um no pé do outro se não pior. Em um desses últimos, uma moça acabara de ser embaraçada por um velho que dançava, de acordo com seus passos, a dança da galinha ao redor dela. Hans nunca rira tanto em sua vida como naquele momento. Ele estava tão entretido em seu próprio passa-tempo que nem percebeu uma figura se aproximar dele e tocar seu ombro.

_Se divertindo? – ouviu Hans acordando finalmente de seus devaneios.

O rapaz mal pôde virar seu rosto completamente quando sentiu uma taça de champanhe ser depositada em suas mãos. Ele encarou a figura que se sentou ao seu lado e sorriu para a imagem de uma garota ruiva com o cabelo enrolado e armado que o olhava séria e bebia outra taça ignorando completamente o fato de ser menor de idade.

_Vejam só quem apareceu. – falou o rapaz sorrindo. – Pensei que continuaria a me evitar, maninha. Você ficou doente de repente ou simplesmente solitária?

Hans queria provocar a meia-irmã - mesmo sabendo que aquilo era perigoso - de uma forma que eles pudessem voltar a interagir como quando crianças, mas para seus azar a garota ignorou completamente aquela última frase e apenas mirou na dança bizarra que Hans observava, silenciosamente.

_Você parece estar gostando desse baile. – continuou a menina depois de um tempo.

_Sim, e muito. – Respondeu Hans ainda com um sorriso. -Quer se juntar a mim neste circo de aberrações, Merida?

_Não, estou bem. – Disse a garota bebendo um pouco de sua taça. – Prefiro conversar com você enquanto me escondo de nossa mãe.

_O que ela fez agora? – disse Hans surpreso.

_Me obrigou a ficar sozinha conversando meia hora com um rapaz fresco e metido à besta.

_Essa não. – falou Hans tampando a testa com mão e fingindo-se de assustado.

_Essa não mesmo! Odeio filhinhos de papai! Acabei não aguentando e dei um soco nele. Agora o pai dele vai querer me matar.

_Assim como nossa mãe.

_Nem me fale! – bufou a menina.

Hans e Merida inconscientemente riram juntos como algum tempo não faziam. As coisas pareceram finalmente se amenizarem entre os dois... mas só pareceram. De repente Hans ouviu alguém se aproximando da sua mesa e ao se virar encarou um rapaz alto, com o cabelo escuro e os olhos claros correndo agitado até ele.

“Troy” pensou a garota.

Quando o servo da família –ou particularmente de Hans - se aproximou, Merida percebeu que Hans havia mudado totalmente seu humor. Seus olhos pareceram sombrios e seus lábios se cerraram sumindo com seus sorrisos. Ela odiava quando aquilo aconteciam. Sempre que seu meio-irmão ficava daquele jeito nada conseguia mudá-lo. Era como se um muro fosse formado ao seu redor e ninguém conseguisse pulá-lo, nem mesmo ela. Por isso havia algum tempo que Merida passara a ignorar Hans sempre que podia. Ela odiava pensar que a relação que eles tinham até agora era inútil se comparado com os segredos que o rapaz ainda escondia dela.

Troy assim que cochichou algo no ouvido de Hans se afastou e sumiu da vista de Merida. Hans repentinamente se levantou e olhou fixamente para o salão de dança.

_Com licença, Merida. Eu acabo de descobrir que tenho um assunto para resolver.

_O que você vai fazer, Hans? – perguntou Merida assustada com o tom de voz irônico do rapaz.

Hans virou-se para ela e forçou um sorriso:

_É um baile, Merida. Eu vou convidar uma garota para dançar. Então não fique no meu caminho.

_Como se eu me importasse. – retrucou a garota irritada com a arrogância repentina e comum do irmão.

Assim, Merida observou o rapaz silenciosamente andando em direção a moça que a algum tempo havia dançado com o velho bizarro. Ela viu quando ele segurou o braço da jovem quando esta estava prestes a cair e da forma como sorriu para ela. Cheio de paixão e falsidade. Um aperto surgiu no coração da ruiva. Ela não queria ver aquele Hans. Ela não queria pensar no que ele estava planejando com aquela moça ou com sua família. Tudo o que ela queria era seu irmão de volta.

Frustada, a garota decidiu ir atrapalhar o irmão em qualquer que fosse seu plano. Ela sabia que alguma coisa estava incomodando Hans a anos e provavelmente ali estariam suas respostas. Merida empurrou sua cadeira para o lado e passou a andar com passos firmes até a pista de dança. Ela estava confiante e a coragem era a última coisa que a impediria de agir. No entanto, assim que deu o primeiro passo na pista sentiu uma mão forte puxá-la para trás. A garota cambaleou e quase caiu, mas assim que se equilibrou virou-se nervosa para quem estava atrás.

_O que você pensa que está fazendo, seu idi...

As palavras sumiram quando ela viu uma mulher ruiva com um vestido verde e olhos esmeraldas escondidos pela máscara da mesma cor observando-a com um sorriso forçado no rosto pálido.

_Olá, querida. O que você está fazendo aqui sem o Ben?

Merida engoliu o seco e sentiu suas pernas bambearem. Seus olhos ainda estavam arregalados, seus pensamentos se esqueceram de Hans por um momento e sua boca só conseguiu dizer uma única palavra naquele instante.

_Mamãe.

–-*--

A primeira coisa que Elsa sentiu quando acordou foi o cheiro forte de cozido. Ao seu redor pessoas falavam preocupadas e apressadas enquanto um barulho de pratos colidindo soava alto e quase em toda parte. Assim que abriu seus olhos, Elsa encontrou uma mulher olhando-a atenciosa e carinhosamente. Um sorriso familiar acabara de brotar em seu rosto provavelmente aliviado por encontrar a garota consciente. Elsa sorriu levemente também ao ver Gerda, a governanta da casa e provavelmente uma das pessoas mais próximas de sua vida.

_Minha criança. – disse Gerda com lágrimas nos olhos.

Elsa sentiu os braços daquela mulher baixinha e gordinha envolverem-na num abraço maternal enquanto seu perfume de lírios entravam em suas narinas trazendo-lhe uma sensação de conforto e calma. O contato levou pouco tempo, mas foi suficiente para que Elsa se recuperasse suficientemente a ponto de lembrar-se do que acabara de lhe ocorrer e não entender nada. Num minuto ela estava no jardim sendo atacada por um homem mascarado, uma fera monstruosa e um homem com um machado e no outro ela estava sendo abraçada por Gerda num lugar que parecia ser a cozinha da mansão. O que exatamente acabara de acontecer? Ela se afastou de Gerda e seus olhos preocupados encararam a face redonda de sua amiga.

_Gerda o que...

Como se parecesse ler a mente daquela garota tão refinada, Gerda entristeceu-se e sentou a cadeira ao lado da que Elsa acabara de acordar. Ela pegou a mão da menina e passou a acariciá-la com cuidado.

_Tudo o que me contaram foi que um intruso invadiu a festa de seu pai e procurou por você e por Anna para Deus sabe o que. O filho do jardineiro a encontrou no gramado quando o estranho estava sendo perseguido por algum animal. Aproveitando da distração, ele te trouxe até aqui para não chamar muita atenção dos convidados do baile. Afinal, todos sabemos como Filipe não gosta de comoções em seus eventos.

_Meu pai... Ele... – disse Elsa sem hesitar.

Como se já soubesse exatamente o que a menina queria dizer, Gerda sorriu levemente e passou a mão na cabeça da Rainha acalmando-a.

_Já mandamos alguém procurá-lo e informá-lo sobre o ocorrido.

_O homem que me atacou... – pensou Elsa rapidamente. – Alguma pista dele?

_Não, ainda não. – Interrompeu Gerda desapontada por ter que lhe dar aquela resposta. – Parece que o intruso fugiu enquanto Rock te carregava para cá, mas já mandamos alguns guardas procurarem pelo jardim e pelo salão. Eles vão informar se acharem algum suspeito. Pode ficar tranquila quanto a isso, querida.

Elsa suspirou exausta e encostou-se na cadeira de plástico da cozinha da mansão. Ela sabia que, mesmo que Gerda quisesse tranquiliza-la com aquelas palavras, as coisas seriam mais complicadas do que pareciam. No meio de tantas pessoas mascaradas e dançando, seria fácil para qualquer um se misturar na multidão e sair de fininho enquanto os guardas procuravam.

Cansada e com uma leve dor de cabeça provocada possivelmente pelo alcoól, Elsa levantou os olhos e encontrou os ponteiros do relógio pendurado acima da porta. Nove horas e dez. Assustando-se com a hora que marcavam, a moça levantou-se num pulo e deixou suas costas eretas enquanto procurava com certo desespero discreto sua máscara. Gerda percebendo o motivo para sua preocupação se aproximou de Elsa e a ajudou a arrumar o vestido e ajeitar o cabelo embaraçado. Levou menos de cinco minutos para que Elsa estivesse arrumada novamente e seu rosto sério emanasse confiança. A Rainha de Gelo abraçou Gerda antes de sair da cozinha e dirigindo-se ao salão percebeu que, com a grande quantidade de convidados que enchiam o local, era quase inexistentes as chances dos guardas de encontrarem o intruso assim como as dela de encontrar Anna.

Decepcionada, a Rainha de Gelo decidiu caminhar pelo salão a procura de nada específico. Ela observou os convidados dançando alegremente e sem que percebesse aproximou-se da pista com uma vontade imensa de se juntar a multidão. No entanto, assim que deu mais um passo, o medo ressurgiu em seu coração. O medo de se aproximar. Elsa começou a tremer e andando para trás ela recolheu-se para uma mesa enquanto esperava, sem nenhum empolgação, o relógio bater dez horas e anunciar a revelação que ela tanto temia naquela noite.


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Notas finais do capítulo

Bem, e ai? Gostaram? Acharam muito detalhado e chato? Sério me avisem que vou tentar melhorar.

O próximo capitulo já está pronto, mas ainda não sei que data postarei. Talvez só em Janeiro ou Fevereiro, porque quero primeiro escrever outros capítulos para ter um estoque bom e poder postar toda semana mesmo se estiver viajando.

O que acharam do intruso? Quem pensam que é ele? Preparem suas teorias. Quero saber delas ^.^
Por favor, comentem!