Chained escrita por Hillary McKarter


Capítulo 3
Capitulo 2 -When the Masks Fall- Part 1


Notas iniciais do capítulo

Então gente eu não sabia se iria fazer a festa em um ou dois capitulos, mas decidi fazer em dois porque provavelmente cansaria muito para vocês lerem.
O próximo sai sábado se não me engano e por minhas provas terem finalmente acabado vou tentar me dedicar mais para o próximo capitulo ^.^ Nós vemos lá embaixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486006/chapter/3

Elsa assim que se aproximou do espelho sorriu silenciosamente em admiração com a linda peça que tinha em seu corpo magro. Seus grandes e lindos olhos azuis constrastavam claramente com a cor forte e chamativa do vestido de sua mãe. O longo tecido que cobria suas pernas deixava a mostra as lindas curvas que a moça tinha e esta, apesar de se incomodar um pouco com a forma que o traje realçava seus seios, sentia-se confortável em usá-lo. Seu cabelo e sua maquiagem estavam perfeitos graças a Carmen e suas colegas. Elsa geralmente não era muito acostumada a deixar seu cabelo solto, mas naquela noite a garota pouco parecia se importar. Ela gostou da forma como seus fios estavam organizados e admirou o escuro delineador que realçava ainda mais seus olhos brilhantes e o leve pó que ajudara sua pele a ganhar mais cor. Se Anna ou Filipe a vissem agora provavelmente não a reconheceriam. Elsa tampouco se reconhecia.

Desde o momento que a Rainha colocara aquela linda peça todas as suas preocupações e suas regras tinham, mesmo que por alguns minutos, desaparecido. Era difícil de explicar a sensação que a garota sentia naquele momento. Era um misto de alegria, nervosismo e curiosidade. Elsa sentia como se a qualquer momento poderia fazer o que quisesse e dizer o que desejasse mesmo que não fosse verdade. Ela afinal conhecia essa sensação muito bem, mas havia anos que não a experimentara. Elsa sentia, por menor que fosse, a liberdade de sua infância. A liberdade que lhe foi retirada cedo demais e a liberdade que ela sacrificara em troca da proteção de Anna a muitos anos atrás.

De repente, Elsa sentiu uma leve rajada de vento tocar suas costas descobertas pelo tecido e seu corpo subitamente se arrepiou. A garota virou-se de lado para o espelho e assustou-se ao notar a pequena, mas ainda sim aparente marca em sua pele. Seus dedos tocaram de leve a cicatriz e pedaços de lembranças incontrolavelmente sairam de sua cabeça.

“_ELSAAA! - Berrou Anna em desespero.”

_Anna! – gritou Elsa desgovernada.

Suas pernas bambearam e seu corpo foi de súbito para o chão. A respiração de Elsa era forçada e a garota ao se recuperar do susto inicial se levantou rapidamente indo ao armario desesperada. Elsa pegou uma blusa fina de frio do gabite e cobriu suas costas com rapidez sentindo-se novamente protegida. A liberdade que ela tivera inicialmente agora se fora e novamente Elsa era a Rainha do Gelo de Arendelle.

A porta bateu novamente e a garota soube que era a hora. Elsa respirou fundo contando até dez. Quando finalmente se acalmou ergueu sua cabeça e ajustou o corpo numa posição perfeitamente ereta. Ela pegou uma máscara com lantejoulas vermelhas em cima de sua mesa e a colocou calmamente no rosto sem mais uma expressão de medo ou alegria. Ela estava ansiosa, mas ao sair do quarto pareceu perfeitamente bem para os olhares que a miravam… e era isso o que ela contava até o final da festa.

–-*--

O baile já havia começado, mas, apesar de vários convidados já terem chegado, quase ninguém ainda se atrevia a dançar no imenso salão de festas de Filipe. A maioria das pessoas estavam em suas mesas conversando e comendo os pestiscos servidos pelos garçons enquanto ouviam com apreciação as lindas composições de artistas como Chopin e Beethoven tocadas pela orquestra contratada. Tudo estava decorado com o maior rigor e luxo. Haviam estátuas e pinturas em várias regiões do salão, um longo tapete vermelho cobria a entrada decorada com os mais variados tipos de flores e uma imensa e atraente fonte de chocolate se posicionava na mesa de sobremesas chamando a atenção de muitos convidados famintos.

Elsa, com sua máscara no rosto, estava literalmente irreconhecivel para muita gente. Alguns que percebiam que era ela sorriam e a elogiavam, enquanto outros mais distraidos apenas a observavam com um misto de ciúmes e curiosidade. A garota no entanto não percebera tal fato e andava casualmente pelo salão à procura de Anna. Fazia um bom tempo que elas não se falavam ou se viam. Elsa se lembrava de ter ouvido a irmã gritar animadamente algumas vezes no colégio, mas nunca conseguiu encontrá-la por lá. Em sua casa então, era menos provável de se aproximarem. As duas se evitavam diarimente pelo fato de terem medo do passado e da rejeição. E isso durava anos e anos. Elsa apenas desejava que durante aquela festa ela tivesse a chance de pelo menos trocar poucas palavras com Anna e vê-la sorrir. Para Elsa, isso bastava. Saber que sua irmã estava bem e segura era a maior alegria que ela podia ter, mesmo que não demonstrasse.

De repente uma mão segurou seu pulso e uma voz grossa soou quente em seu ouvido frio e pequeno.

_Você é muito linda, sabia?

Elsa rapidamente se arrepiou e virando-se bruscamente para o dono da voz olhou-o seriamente brava. O rapaz que a segurava vestia um terno simples e preto como a maioria dos homens ali e ao mirá-la por trás da misteriosa máscara negra se surpreendeu com o olhar enraivecido e severo da moça. Ele não entendeu aquilo. Geralmente as mulheres ricas gostavam de ser chamadas de lindas, principalmente quando eram, mas por que aquela garota parecia tão incomodada com o elogiu?

_Você pode soltar, por favor. Eu não gosto que toquem em mim. – disse Elsa friamente.

Sem esperar uma resposta, a garota se livrou da mão importuna do rapaz e passou a andar rapidamente para qualquer lugar. Ela só queria se afastar o máximo póssivel de homens daquele tipo. No entanto, a medida que andava, passos estranhos e misteriosos começavam a acompanha-lá por trás. No início a menina não percebeu, mas quando passou a sentir a respiração quente de alguém em seu cabelo virou-se para o lado e viu o mesmo rapaz observando-a curiosamente.

_Você está me seguindo? – disse Elsa irritada.

_Eu pareço estar te seguindo? – perguntou ele com uma expressão de falsa ignorância.

_Você não parece. Você está me seguindo.

_Bem… Coisas bonitas devem ser perseguidas, não é? – disse ele sorrindo inocentemente.

Elsa analisou seu rosto procurando algum objetivo naquelas palavras. Ele estava a subornando por ser filha de Filipe ou simplesmente flertando com ela? Talvez nenhum. Talvez os dois. Era difícil dizer com aquela expressão misteriosa e aqueles olhos verdes escuros brilhando atrás da mascara. O rapaz ao perceber aquela curiosidade por parte da moça abaixou um pouco a cabeça de forma que seus olhos se alinhassem perfeitamente e só então é que Elsa percebeu os ruivos fios em sua cabeça.

_Qual é o seu nome? - perguntou Elsa.

_Hans.

“Filho de algum sócio?” pensou a garota. Ela limpou a garganta e cruzou os braços numa posição autoritaria para aquele estranho e misterioso rapaz que a observava com um sorriso inocente e descontraido nos lábios rosados.

_Olhe, Hans. Talvez você ache divertido perseguir mulheres em festas, talvez mulheres gostem de serem perseguidas por caras como você, mas, por favor, me deixe fora disso. Eu não tenho nenhuma intenção de falar ou me aproximar de gente do seu tipo. Eu estou muito ocupada no momento e não tenho tempo para ficar te divertindo nesta festa. Então não me siga, não fale comigo e não me conheça. Desse modo ficaremos bem.

Após dizer aquelas palavras frias e grossas, Elsa virou suas costas e começou a andar em direção a mesa de drinks deixando Hans sozinho novamente. O rapaz observou a silheuta da moça desaparecer em meio àquela porção de gente e não conseguindo conter o riso bobo e travesso que surgiu em seus lábios, cochicou para si mesmo:

_Você perdeu desta vez, Hans. Você perdeu.

–-*--

Elsa assim que se distanciou o suficiente de Hans suspirou arrependida. Ela havia feito aquilo de novo. Afastou novamente aqueles que tentaram se aproximar dela. Por alguma razão Elsa era assim: fria e solitária. Não havia uma cura para aquilo. Filipe, Anna e agora Hans. Todos se afastavam dela e se afastariam ainda mais. Elsa sentiu que não fora uma boa ideia ter ido nessa festa. Ela poderia ter apenas fingido estar doente ou algo do tipo. Não teria que se dar ao trabalho de se arrumar, fingir que estava tudo bem e ser grossa com as pessoas. Poderia estar lendo um livro enquanto ouvia música clássica em seu quarto numa hora dessas. Por que ela tinha que ter vindo?

A garota se aproximou do bar e pediu um drink com um pouco de alcool. Ela precisava se acalmar urgentemente. Assim que o garçom lhe entregou o copo Elsa saiu daquele aglomerado de pessoas e se dirigiu para fora do salão no jardim de sua mãe, um lugar quieto, frio e solitário, assim como ela.

O vento assoprava mais forte naquela noite. As plantas estavam cobertas por finos flocos de neve e a fonte de água estava vazia devido ao congelamento nos canos. Mesmo que o ambiente estivesse gelado, Elsa não se importava. Ela gostava do frio e da neve assim como também gostava de observar a lua. Podia ser idiotisse, mas quando pequena a menina acreditava que era filha da neve, porque diferente das outras crianças ela não sentia frio. Na verdade, a neve era a única que parecia entendê-la por ambas serem gélidas e causarem algumas vezes mal às pessoas. A neve sempre fora sua amiga.

Elsa engoliu um pouco da bebida e sentiu um gosto amargo em sua lingua. Suas bochechas rapidamente ruborizaram e a garota pareceu um pouco tonta de repente. Quanto alcool havia sido colocado em sua bebida? Era melhor ela voltar logo para a festa antes que ficasse bebâda demais para andar.

_Ei! – ouviu Elsa.

_Hans? – disse ela baixinho virando-se meio atordoada.

No entanto, não era Hans e sim um outro rapaz mascarado. Ele era moreno e muito mais alto, além de parecer ligeiramente mais velho do que a Elsa. O homem se aproximou da garota e quando ficou a apenas dois passos de distância lhe estendeu a mão amigavelmente.

_Quem é você? – disse Elsa desconfiada.

_Pode me chamar de Alex. Trabalho junto com seu pai há dois anos. Ele esta te chamando.

_Alex!? Alex Scartron de New York? – disse Elsa parecendo surpresa.

_Isso. – disse o homem sorrindo. – Eu e seu pai passamos alguns feriados juntos, mas isso agora não importa. Você parece meio bebâda, se quiser pode se apoiar em mim e…

_Quem é você? – perguntou Elsa sobressaltando o homem.

_Hã?

_Primeiro, meu pai nunca fez nenhum trabalho em New York. Segundo, Alex Scartron é o nome do gato de minha avó que faleceu a três anos atrás. Então quem é você?

O homem ao observar Elsa ficou surpreso e irritado. Ela era, de fato, filha de Filipe. Ninguém num estado de bebedeira conseguiria suspeitar de um cara tão amigavel e que parecesse um amigo da família. Ele deveria tê-la embebedado mais quando podia. Elsa começou a andar em direção à mansão, mas o misterioso homem pegou seu braço e a empurrou no chão. A garota cambaleou para trás e sentiu sua cabeça tocar no gramado gelado e branco. O homem se ajoelhou em cima dela e sorrindo maliciosamente mirou-a com seus olhos aterrizantemente negros como a escuridão por trás da grossa máscara branca.

_As coisas poderiam ter saido diferentes se você tivesse cooperado comigo, gracinha, mas pelo visto vou ter que arrancar a irformação a força de você, não é mesmo?

Elsa assustou-se com aquelas palavras e com a maneira lenta e assustadora que o homem foi se aproximando dela. Seus braços começaram a se debater inultimente enquanto os lábios duros e nojentos do homem tocavam em seu pescoço. Por mais que Elsa tentasse, sua cabeça estava explodindo e não sabia o que fazer. Suas pernas estavam imoveis e seus braços parecia ser a única coisa que mantia o homem um pouco incomodado. Ela queria chorar, mas não conseguia. Queria gritar, mas não conseguia. Queria se salvar, mas ninguém viria por ela. Ela estava sozinha… como sempre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Yayyyyy O Hans apareceu ^.^ Espero que tenham gostado. Não deixem de comentar, pliiiis!
Leitores fantasmas apareçam ok? Eu não mordo... só as vezes hehe (não sério, eu não mordo kkk)
Enfim, até sábado gente.Beijos
PS: Falando nisso meu niver é sexta então se puderem deixem uns comentários como um presente para mim *---*