Hollow Spirit - Tudo termina onde começou escrita por SEPTACORE


Capítulo 3
Corta aqui.


Notas iniciais do capítulo

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A manhã fora difícil para Matheus, sua cabeça estava prestes a explodir e ele não tinha ideia de onde estaria seu irmão em uma hora como essas. Depois da notícia drástica da diretora Gabrielle, ele voltara para o dormitório com o coração quebrado, não só porque fora grosso com seu irmão, mas pela primeira vez, em muitas vezes, ele se sentiu arrependido do que fizera.

Gabrielle não pensou duas vezes antes de ligar para a policia na manhã fria que estava ocorrendo, quando a viatura chegou no orfanato e Gabrielle seguiu pelo bairro junto a eles, a esperança de encontrar Michael era grande, mal sabia ela, que ele estava mais perto do que ela imaginava.

A dois quarteirões dali, Michael e Felipe dormiam em um banco, a viatura já passara ali uma vez, mas eles não avistaram ambos. Felipe acordou, mas Michael hibernava. Ao ouvir a sirene se aproximar, Felipe correu e deixou Michael sozinho, o mesmo acordara assustado pelo policial e a diretora Gabrielle.

– Muito bem. – Gabrielle disse. – Entre na viatura, conversamos quando chegarmos ao orfanato. – Michael apenas assentiu e entrou na viatura.

Ao chegar no orfanato, Michael estava com o batimento mais forte do que o normal, a cada momento ele pensava como seria seu “quarto” no reformatório e se lá teria comida boa. Os policiais foram embora, e Michael entrou com a diretora, indo diretamente á sala dela.

– Bom, Michael... – Ela disse.

– Ok. – Michael disse. – Como vai ser lá? A comida é boa?

– Lá aonde? – Gabrielle disse confusa.

– No reformatório.

– Você não vai á nenhum lugar, Michael. – Ela disse. – Eu só quero saber por que fez isso? Por que fugiu?

– Diretora, você sabe que eu não quero ficar aqui pra sempre! – Michael disse. – Eu quero uma família, eu quero poder chamar alguém de mãe, e jogar futebol com um pai. Eu quero poder ajudar minha mãe e conversar com o meu pai sempre que eu precisar. Pra você deve ser fácil, você teve mãe e pai, mas e pra mim? Eu só tenho doze anos. – A diretora se calou, por segundos, mas logo em seguida se levantou.

– Michael, eu estou tentando, mas nas ultimas semanas, poucas crianças estão sendo adotadas. Logo terá uma família, eu te prometo. Você e Mathe...

– Ele não quer uma família comigo, eu nem existo para ele, foi esse o motivo. – Michael a interrompeu. – Eu peço que não informe a el..

– Ele já sabe. De qualquer forma, ele descobriria. – Ela disse. – Farei de tudo, é uma promessa. – Ela sorriu e Michael também, mesmo com todo o caos que viria pela frente, ele estava feliz por ela estar tentando ajudar.

Quando os olhos de Michael se encontraram com os de Matheus no dormitório, o silêncio foi repentino, Matheus não disse quase nada, embora ele quisesse dizer tudo.

– Por onde você andou? – Matheus disse.

– Aqui no quarto que não foi. – Michael disse com ignorância, mesmo arrependido com aquilo e querendo que as coisas melhorassem.

Tiago e André estavam no dormitório e conversavam sobre família, um assunto que chamava muita atenção de Michael.

– Acho que seria legal, sair daqui, sabe. – Tiago falava com o tom sonhador que Michael adorava.

– Será ótimo quando sairmos daqui. – Michael disse. – E melhor ainda, todos nós estaremos na mesma cidade algum dia.

– Eu gosto daqui, Mick. – André disse. – Mas será ótimo ter uma família.

– Nossa, fica de canto, por favor. – Michael disse e começou a rir, era realmente muito bom fazer brincadeiras com eles, sua vida toda fora tão sem graça que não poderia por em prática suas brincadeiras, pelo fato de Matheus odiá-las.

Passaram-se algumas horas, Matheus descera para o saguão enquanto Michael estava no banho. O saguão estava cheio essa noite, Naty brincava com seus marcadores de página, deitada com a cabeça no colo de Matheus, enquanto ele, brincava com a ampulheta velha.

– O que você vê nessa ampulheta? – Naty disse.

– Ela é especial. – Matheus disse e olhou para o rosto de Naty, sua expressão era “Sério?” – Especial de um jeito diferente. Ela mostra que tem muitas coisas pela frente, e que o tempo muda toda hora, e as coisas também. – Naty sorriu.

– As pessoas estavam comentando, sabe. Sobre a confusão de você e Mick no salão ontem. – Naty disse e Matheus ficou sério. – Ele voltou, Math. Acho que deveria conversar com ele.

– Eu não quero voltar com nada. Eu quero distância do Michael, Naty. Você não entende? Eu fiquei preocupado? Sim. Ele é meu irmão? Sim. Mas não é meu guia.

– Eu não acho que você deva pensar assim, ele é seu irmão e pode te ajudar quando você precisa. Você sabe que mesmo falando que ele não significa nada pra ti, mas na verdade, ele significa muito mais do que apenas um irmão. – Naty disse.

– Natalie, eu sempre aguentei as bobagens do Michael, eu sempre aturei a felicidade dele o tempo todo, eu sempre estive aguentando e olha, eu não vou aguentar as suas bobagens também.

– Você acha bobagem falar a verdade? – Naty diz se levantando. – Ok, tudo bem. Mas lembre-se disso daqui algum tempo. – Naty sai, ofendida e triste pelo ocorrido. Math fica lá, pensando no que fez, odiando não só a si próprio como também ao irmão.


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Notas finais do capítulo

Esse Matheus é um noujento, eu também acho, ao menos ele tá caindo na real e vendo como ele tá sendo idiota com o Mick e com a Naty. :3



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