Hollow Spirit - Tudo termina onde começou escrita por SEPTACORE


Capítulo 2
Quando uma porta se fecha, uma janela se abre.


Notas iniciais do capítulo

Nesse capitulo vamos descobrir quem são as novas crianças no orfanato :v



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Depois de 5 minutos em silêncio, com todos se perguntando apenas o que estava acontecendo, Gabrielle aparece mediante a porta do refeitório e grita:

– Como a caixa de som quebrou – ela disse bem alto para que todos pudessem ouvir, se bem que, todos estavam ouvindo perfeitamente. – Eu vim aqui pessoalmente apresentar as novas crianças do orfanato. Como vocês sabem, nós só adotamos crianças para as pessoas da cidade vizinha, denominada HollowSpirit. E hoje, recebemos mais três crianças. Quero que deem as boas vindas a Tiago Santos, Julia Luch e André Canto. –

As crianças entraram e alguns adolescentes as vaiaram. O primeiro garoto, Tiago, parece ser um pouco mais velho que André. Ambos têm os cabelos castanhos escuros, mas a diferença é de que Tiago tem as bochechas muito vermelhas. Obviamente estava com uma super vergonha, por estar sendo encarado por todas as crianças do orfanato. A garota é loira, e não tão alta quanto André. Eles saíram do campo de visão de todos e tudo voltou como estava antes. Naty não parava de falar nos novatos, o que deixava Michael irritado, até que ele explode:

– Dá para você calar essa boca?! - Naty ficou como Tiago, toda vermelha, e parou de falar. Matheus olhou com raiva para Michael, mas o mesmo virou o rosto para o lado, ignorando todos. Após o jantar, Michael e Matheus foram para o dormitório que ambos dividiam há anos. Ao chegar à frente da porta, Michael ouviu murmúrios vindos de dentro do quarto. Ele não reconheceu a voz, e resolveu ouvir.

– Eles nem gostam da gente! Sinceramente, não sei o que estou fazendo aqui. Eu não quero ser adotado. Eu não quero outra família.

– André, é só questão de tempo.

– Questão de tempo? –O garoto chamado André estava furioso. - Eu não quero morar aqui!

– E VOCÊ ACHA QUE EU QUERO?! - Michael estava quase ficando surdo. Sabia que era feio ouvir a conversa alheia, mas... Aquele era o canto dele. O único lugar que ele realmente gostava no orfanato. - Eu perdi meu pai. Eu perdi minha mãe. Você acha que eu nunca pensei em viver somente na rua? Você acha que eu também quero ser ado... – Michael fez um barulho e eles se calaram, então ele entrou desajeitado.

– É, oi. – Michael disse e sua bochecha estava mais vermelha que a de Tiago. O silêncio reina e ninguém o responde, até Matheus chegar e se assustar ao ver os dois garotos em seu dormitório.

– São novos. – Mick disse e Matheus olha para ele com uma cara obvia.

– Desculpem-me. – O garoto das bochechas vermelha disse. – Eu sou o Tiago, Tiago Santos. Tanto faz, mas podem me chamar de Tico. – Michael apertou a mão de Tico, mas Matheus ficou na dele como sempre.

– Ahm, eu sou André. – Ele diz. – André Canto, e não, não é o canto de uma mesa, ou o canto de uma parede. – Todos riram, exceto Matheus. A noite passou rapidamente, e todos ficaram em seus quartos. Era permitido ficar no saguão, mas Matheus preferiu ficar em seu quarto, como sempre, brincando com a antiga ampulheta, mas Michael desceu junto com Tico e André e passaram o resto da noite por lá.

Durante a noite, Michael pensou em muitas coisas, pensou em como seria sua vida fora do orfanato e como ele seria feliz se tivesse um pai e uma mãe do seu lado. A cada momento que passava, a raiva subia sobre sua mente e seu corpo, e o consumia tão rápido quanto qualquer outra coisa. Estar lá embaixo, com os outros garotos e ver como estão fingindo serem felizes era algo repugnante. Passavam-se coisas em sua cabeça, coisas que nem ele conseguia decifrar, mas ele queria fazer diferente, porém fazer diferente fora do orfanato. Ele tinha ideias, que guardava para ele e ninguém mais. – Talvez por medo de o chamarem de louco ou sonhador, porque realmente era o que ele era. – As coisas entravam em sua cabeça e saiam de uma forma totalmente diferente. Matheus decidiu descer, parecia mentira vê-lo descendo.

– Posso ouvir um amém? – Michael disse rindo.

– Você pode calar a boca. – Matheus disse e o sorriso que estava formado no rosto de Michael desapareceu em segundos. Michael era do tipo de garoto que não aceitava as coisas e não as deixava barato, até mesmo com seu irmão.

– Você sempre é assim, Matheus. – Ele disse se levantando. – E isso uma hora cansa, sabia?

– Por isso nunca seremos e nem faremos uma família. – Matheus disse e isso acabou com Michael de uma forma que nunca havia acabado antes, por mais que eles estejam em um orfanato, para ele, era um dos maiores sonhos formar uma família junto a seu irmão. – Você nunca existiu pra mim, Michael. – Fazia tempo que não caía uma lágrima dos olhos de Michael, mas dessa vez, foi impossível segurar, ouvir isso do próprio irmão, uma das pessoas mais importantes na vida dele, isso foi demais para ele.

– É por isso que você não tem amigos. É por isso que ninguém gosta de você! Você não sabe o que é amar. – Michael disse quase gritando, chamando a atenção de todos que estavam ali.

– Não me importo, e você também deveria aprender a não se importar. Nunca seremos uma família! Nunca! – As palavras eram como pedradas, mas Michael era um menino forte.

– Você acredita naquilo que quer! Eu vou acreditar no meu sonho, e ele se realizará, com ou sem você! – Michael disse e saiu, aquilo doera muito para ele. Ouvir palavras tão secas de seu próprio irmão. As ideias e os pensamentos voltaram e ele não sabia o que fazer, ele estava nervoso a tal ponto de tremer e suar frio. Andava sorrateiro pelos corredores, quando avistou uma das janelas do corredor aberta, ele não estava em si, mas quando viu, pôde sentir a liberdade, pôde ver como era pisar na grama e não ser culpado por isso. Pôde fazer algo além de ir pra escola e ir direto de volta ao orfanato depois. A felicidade tomava conta dele, mas o arrependimento por ter fugido também, mas esse arrependimento logo se transformou em nada! Porque ele realmente estava feliz por correr atrás do seu sonho, mesmo ele sabendo que sem Matheus ele seria incompleto.

O resto da noite no orfanato fora tranquila, exceto para Matheus, que não vira Michael voltar para o dormitório, embora ele demonstre que não ligue, por dentro ele estava sentindo falta do irmão. A madrugada passou, todos estavam em seus quartos, mas no outro lado da cidade, se encontrava Michael, ao mesmo tempo feliz por estar livre, mas triste e com medo por estar perdido por ai sem nem ter para onde ir. A noite estava linda e Michael se acomodara em um pequeno banco em uma grande praça. Quando avistara uma pessoa vindo ao seu encontro. – O medo tomara conta dele – a pessoa estava cada vez mais perto, mas Michael percebera que era uma criança, talvez como ele, sem ter aonde ir. – Era um garoto, cabelos pretos, vestes de segunda mão e sua aparência era de alguém que não comia há dias. – Michael se aproxima do garoto com um sorriso no rosto, mesmo ele estando em situações como essa.

– Nossa! Você precisa comer sabia? Está mais magro que um bambu. - Michael diz sentando ao lado do garoto, que no mesmo momento se levanta meio retraído.

– Você percebeu? – O garoto fala tímido.

– Calma menino! Eu não mordo. Tudo bem?- Mick fala se levantando. – Me chamo Michael, e você? -

– Me chamo Felipe. – Ele fala apertando a mão de Mick.


– Uau, que lindo! O que é isso que você esta segurando? – Mick fala assustando mais ainda o garoto, o entusiasmo dele sempre causava isso.

– Esse é o meu Megazord. Ganhei dos meus pais antes deles sumirem. – Felipe fala meio gaguejando.

– Eu, EU POSSO SEGURÁ-LO? – Michael grita.

– Não. – Felipe fala friamente.

– Nossa, eu devo ter jeito para pessoas mal humoradas. – Michael fala sentando-se novamente no banco.

– Não estou pedindo para você ser meu amigo, nem te conheço. – Felipe fala dando de ombros e saindo.

– O.k, mas eu não ligo, não tenho ninguém e você também não, então seremos amigos. – Michael fala se levantando e indo atrás de Felipe.

– Você não vai me deixar em paz, né? – Felipe pergunta. - Não, e a propósito eu mordo de vez em quando. – Mick fala com um sorriso malicioso no rosto. E assim os dois seguiram rumo a lugar nenhum.

Todos os garotos do orfanato acordaram para o café, como hoje era sábado, não iriam à escola e só ficariam brincando no orfanato e fazendo coisas monótonas. Quando Matheus acordou e vira que Michael não havia dormido, a preocupação chegou até ele, mas ele não demonstrou. O café foi servido com normalidade, e no fim, a diretora Gabrielle mandou chamar Matheus em sua sala. Logo vieram em sua cabeça, inúmeras coisas que ele poderia ter feito, mas ele não fez nada, e logo ficou tranquilo novamente. Mas ao entrar na sala da diretora e a vê-la encarando, o deixou mais nervoso ainda. Gabrielle pediu para Matheus sentar, mas ele não aceitou e pediu para que ela falasse logo.

— O que foi que aconteceu? Por que me chamou a essa hora? Aliás, cadê...

— Fugiu. — Matheus ficou paralisado, como uma estátua anã de jardim. — Ele fugiu. Michael não se encontra no orfanato.


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Notas finais do capítulo

omggggggggggggg, mick safadinho u.u ahueahuehaue



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