Hollow Spirit - Tudo termina onde começou escrita por SEPTACORE


Capítulo 18
Um novo monitor, uma nova ideia.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/485472/chapter/18

– Matheus – Naty falara e assim os dois ficaram durante alguns segundos se encarando, ate que alguém atrás gargareja. Era Tico, que assistia tudo entusiasmadamente.

– Minha ampulheta? Você a achou? – Matheus perguntara, puxando Naty para fora da fila do jantar.

– Sim, eu a achei no sótão, eu tinha esperança de que um dia eu iria lhe encontrar, e quando achei a ampulheta, a esperança só aumentou.

– Eu não acredito que estamos aqui, você na minha frente, outra vez, a minha Naty – ele fala se aproximando dela. Mas ela se esquiva.

– Nem eu, eu sonhei a minha vida inteira por esse momento, mas... – ela diz virando de costa.

– Mas? O que Naty? – ele pergunta ficado próximo dela.

– Mas esse não era o momento certo – ela fala se virando e ficando muito próxima do rosto de Matheus.

– Você esta tão linda! – ele diz e o rosto de Naty ficara vermelho, os dois se encaram em silêncio por alguns minutos, até que Naty corta o clima se afastando de Matheus. – O que houve?

– Matheus, muita coisa mudou desde o dia que você se foi, eu fiquei sozinha por muito tempo – Naty fala tentando virar-se novamente de costas, mas Matheus a puxa pelo braço lhe dando um abraço – o abraço mais esperado dos últimos anos, o abraço em que a pessoa se conforta e se sente em casa – o que fez lágrimas saírem dos olhos de Naty, lágrimas de tristeza, mas Matheus não sabia.

– Matheus, eu senti tanto a sua falta, eu achei que não iria conseguir viver sem você.

– Estamos aqui, não é mesmo?! Podemos recomeçar e viver tudo novamente – Matheus diz sorrindo. – Eu esperei tanto por esse momento. – Matheus se aproxima e acaricia o rosto de Naty, a mesma bate em sua mão retirando-a e se afasta.

– Eu recomecei minha vida, Matheus.

– Sem mim?

– Você acha mesmo que eu ia esperar você para sempre? – Ela disse e o olhou no fundo dos olhos. – Eu conheci outras pessoas, eu estou com alguém agora – Naty diz e abaixa a cabeça, por não conseguir encarar o rosto de Matheus. O mesmo teve a sensação de levar um tiro no peito, mas ele não conseguiu se segurar. Estava diante do amor da sua vida, porque cederia a fazer algo? No mesmo segundo, Matheus puxou Naty a seu encontro e meteu-lhe um beijo de tirar o fôlego, a mesma retribuiu por um momento até se afastar e, violentamente, lhe meter um tapa no rosto.

– Naty... – Matheus diz com os olhos cheios de lágrimas, o refeitório todo tinha olhos somente para Matheus e Naty, inclusive Tico, estava chocado com que vira. Americo chegara e estava vendo tudo.

– Me desculpe – Naty diz secamente. – Eu preciso jantar, até mais. – Naty fala se afastando de Matheus. Ele vira todo o seu mundo lhe dando um tapa na cara e indo embora, ele estava arrasado.

***

Se tivesse uma definição de lugar onde Matheus se sentia, esse lugar se chamava "beira do abismo". A cena dele reencontrando Naty não sai de sua cabeça, como a areia não sai de sua ampulheta e como Naty nunca sairá de seu coração.

– Como ela pode estar com outro? E quem é esse cara? - Matheus se pergunta.

Ele está sentado em uma das poltronas, na sala da mansão da Eruptidus. Está parado e não tem vontade de fazer nada. Resolve parar de girar a ampulheta e a joga sobre a mesa, onde a mesma cai de lado. Então ele percebe que está agindo igual a uma ampulheta imóvel, que não se mexe e nem se move. Não trabalha. Enfim resolve se levantar e pega um livro na estante. Hora de começar a estudar. Hora da areia de sua ampulheta começar a se mover novamente.

***

– Hm, quero um pato - diz Felipe.

Os alunos da Dazer conversavam na sala da mansão, ao som de Dani afinando sua guitarra, enquanto outros se ocupam com bebidas e atacam dardos.

– Como assim? - pergunta Elli.

– Bem, patos são legais - diz ele.

– Mas onde arranjamos um pato? - questiona Guut. - Que ideia maluca.

– Não sei. Ouvi falar que a universidade vizinha tem um - responde Felipe.

– Você não está pensando em roubar, não é Felipe? - Jamille entra na conversa. Aquilo fizera Felipe pensar, e ele estava tendo mais uma de suas brilhantes ideias.

– Não! Nada de roubos - diz Rose, se intrometendo.

– Até que não é má ideia - contradita Fê, que com um sorriso de canto de boca, se levanta rapidamente.

– EI, ONDE VOCÊ VAI? - gritam Jamille e Rose ao mesmo tempo.

– Não é da conta de vocês, meninas "do contra" - diz ele gargalhando.

– Cadê, cadê ela, como é o nome dela, aquela da Mercure, como, como ela chama - pensa Felipe tentando se lembrar de Ana.

– AI! Menino, presta atenção, se toca, não enxerga mais não? - diz Natália

– Calma, Palzete, ele só não te viu - diz Ney.

– É, estressadinha, eu só não te vi - ele ri. - Enfim, vocês conhecem uma menina da Mercure, eu não lembro direito o nome dela, uma que sugeriu jogo da verdade nos primeiros dias, antes de decidirmos as irmandades, não consigo me lembrar - fala Felipe.

– Sou eu mesma, gato - Ney malicia, como sempre.

– Ótimo. Estressadinha, se pode nos dar licença, tenho que falar com a sua amiga.

– Tudo bem, estressadinho, só toma cuidado. Ela pode te estuprar - Natália sai tanto quanto contrariada, porém ri.

– Diga gato - Ney fala.

– É o seguinte, Ney, eu posso te chamar assim, né?

– Pode sim - ela ri.

– Então, eu sempre quis um pato.

– Ah, e o que eu tenho com isso? - diz ela, confusa.

– Calma, me deixe concluir minha frase. Bom, eu sempre quis um pato, e os Líderes de Torcida estão realmente precisando de um mascote.

– Hm, interessante. Você sabia que a universidade vizinha tem um pato, né? - diz Ney, pensando na mesma coisa que Fê.

– É exatamente isso que eu estive pensando. Eles têm um quak...

– Quak? Que coisa gay para um gatinho desse dizer - ela ri e pede para o menino continuar.

–... E seria legal termos um mascote - conclui Felipe.

– É, eu também acho. Mas isso fica só entre nós? Não conseguiríamos o "quak" sozinhos - Ney tenta zuar, mas percebe que Felipe fala muito sério.

– Ney, isso tem que ser um "segredo". Você só pode falar sobre isso para pessoas que você realmente confia, tá entendendo?

– Tudo bem, ma... - o sinal toca e Ney é interrompida. - Tenho de ir para a aula, Fê, né? Depois nos falamos - ela sorri e ele retribui.

***

O clima nunca esteve tão bom na irmandade Vebnus. Parecia que o sol se abrira apenas para eles. Enquanto os garotos foram tomar banho de piscina, algumas meninas aproveitaram para fazer o que sempre faziam, cuidar da sua beleza e esbanjar fofura. Suuh e Dio pintavam as unhas umas das outras, escolhendo cores e combinações diferentes, Suuh pediu a Dio que desenhasse uma panda em suas unhas, e ela fez uma linda panda em cor de mel. Gina penteava seus belos cabelos com sua escova azul. Brenda e Sara Cirino faziam cupcakes, e Maria ajudava a confeitá-los. O restante das garotas se espalharam pela casa.

– Cobertura de caramelo ou chocolate? - pergunta Maria, para todas.

– Chocolate - todas respondem.

– Coloque granulado azul - diz Gina. – Amo azul, já disse isso?

– Siim – as meninas respondem em uníssono.

– Faz um com pandinha. Por favor meninas, eu sou um panda então faça o de panda – Suuh grita do outro lado da sala. Maria abafa um riso e pega o granulado azul. Resolve pegar todos logo, até porque, nem todas tem as unhas pintadas da mesma cor.

– Agora está pronto - diz Dio, que estava pintando as unhas de Suuh.

Awn, obrigada – responde

Após os cupcakes estarem prontos e as unhas secas, todas se juntam na sala, fecham as cortinas e na cortina colocaram uma placa de “RESERVADO PARA MENINAS” e resolvem assistir Harry Potter e o Enigma do Príncipe. Os meninos então aparecem, mas são proibidos de entrar na sala.

***

Na fria noite que se seguia, os alunos da Dazer também se reuniram na sala de sua irmandade. Eles pediram pizza e assistiam Invocação do Mal, filme na qual diziam que dava medo.

– Sério que isso é terror? - diz Ingrid.

– Silêncio - diz André - está na parte em que a boneca brinca de cabra cega.

A boneca do filme dá duas palmas e a luz se apaga. Depois a luz se acende e a maioria das garotas dá um grito. Apenas Ingrid e Dani não se assustam, porque Ingrid não vê medo nesse filme e Dani estava com a boca cheia de pizza pra gritar.

– Você não cansa de comer? - pergunta Barbara.

– Eu não como correndo - responde Dani.

Barbara solta um urro e desvia a atenção pro filme.

***

Felipe já estava esperando há um bom tempo, porém a menina não queria aparecer.

– Onde ela se meteu? - pensou Felipe.

– Cheguei, desculpe-me, eu estava... Eu... Bom, isso não é de seu interesse. Diga - a garota disse secamente, o que não era muito normal de sua parte.

– Bom, você se lembra que algumas horas atrás nós conversamos, certo?

– Lembro.

– Então, eu esta... - Felipe foi interrompido.

– Calma, calma, oi, oi, estressadinho, oi, Palzete. O que eu perdi, gente? - dizia Natália apressadamente.

– Nada, Palzete. O Fê tava começando a falar, mas você não deu oportunidade pro coitado concluir o que ia dizer - disse Ney.

– Gente, posso continuar? Bom, voltando, Ney, eu estava pensando em haver algum código, algo que fizesse com que as pessoas, aquelas que não sabem da história, claro, ficassem confusas - concluiu Fê.

– Ah, entendi. Um código que fizesse com que as pessoas não descobrissem que vamos roubar o pato? Até porque roubar um pato é super normal.

Natália observava a conversa sem falar nada, o que, muitas vezes, fazia com que Ana ficasse com vergonha.

– É, exatamente! Alguma ideia para o código? - disse Felipe.

– Obviamente não. Você não espera que eu pense em um nome para o quak em alguns minutos, não é?

– Gente, mas...

– CALA A BOCA, NATÁLIA - os dois dizem juntos e a garota ri.

– Brincadeirinha - Ana diz.

– Ok, primeiro, o que é quak? - Nat pergunta.

– É o nosso novo código. Quak. Quak é legal, não vai fazer as pessoas pensarem que vamos roubar um pato - diz Felipe.

– É mesmo. Bom gato, temos que entrar, né? Já está tarde e não quero ficar de castigo e não poder ajudar na missão do quak, isso importa mais do que ser um verdadeiro Mercure, se é que me entende - Ney diz, rindo.

– É mesmo, eu também preciso ir, boa noite, estressadinha. Boa noite, Ney - ele responde.

– Boa noite, estressadinho - Natália diz com um leve sorriso.

– Boa noite.

– Boa noite.

– Boa noite - diz Nat.

– Boa noite - diz Fê.

– Ai. Vamos logo, tchau, até amanhã, Quak.

***

Darius, o representante da Eruptidus, convocou uma reunião rápida com os membros da irmandade. Ele parecia triste, porém feliz demais. Todos os alunos se aconchegaram nos sofás (e até no chão), ou ficaram em pé enquanto o representante ia falando. Matheus e Victor estavam cochichando algo até que Darius aumentou o tom de voz.

— E bem... O meu filho nascerá em poucos dias e é claro que irei estar perto dele e de minha esposa — alguns membros da irmandade aplaudiram, bateram a mão no ombro dele ou disseram um alegre “Parabéns!”. — Como tudo está correndo muito rápido e pelo visto ficarei ocupado, eu não poderei voltar tão cedo para este lugar. Estou mais que feliz por ser quase pai, mas também estou triste por estar me distanciando de vocês — ninguém resolveu ficar triste pela saída, mas sim felizes por Darius. — Eu deixá-los-ei com um monitor por esse longo período que não estarei aqui.

O silêncio se expandiu, mas Darius voltou a falar fortemente.

— O próximo representante — todo aluno queria se dar ao luxo de ser monitor de uma das casas. Darius virou-se para trás e apontou para um garoto.

— E... Eu? — falara Victor, surpreso.

— Desculpe, mas não foi com você. Foi com ele — e então todos e o próprio Matheus se tocara de que o assunto agora era ou seria ele. — A partir de agora, o Sr. Matheus Blake representará a Irmandade Eruptidus como monitor de todos vocês! Eu espero que vocês se deem bem, e que você, Matheus — o ex-representante olhou com sabedoria —, guie todos.

Mãos começaram a se movimentar. Darius fora aplaudido por uns dois minutos seguidos. Seu sorriso ia de ponta a ponta.

— Obrigado! Obrigado! — Darius pegou as malas e direcionou-se a porta. Alguns membros mais próximos a ele o abraçaram e desejaram tudo de bom para ele e sua família. Após as portas se fecharem, todos os olhares se voltaram para Matheus.

Ele desejou não estar ali. Pensou em ficar com vergonha, mas ele agora é monitor. Não poderia se dar ao luxo de ficar vermelho na frente de todas aquelas pessoas. Subiu então em uma cadeira e disse a primeira coisa que veio em sua mente.

— Tanto faz... — alguns veteranos fizeram uma careta, em desaprovação por terem um monitor praticamente novato —, agora vão todos para os seus dormitórios!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hollow Spirit - Tudo termina onde começou" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.