Gêmeas Em Chamas. escrita por giovanacanedo


Capítulo 7
Bad Girls.


Notas iniciais do capítulo

Hey, desculpem não ter escrevido :(
Se quiserem falar comigo quando eu demorar: https://www.facebook.com/ginas.canedo



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POV Johanna Mason:

Eu nunca aprovei o que garotas como a Madge e Glimmer faziam com as pessoas. Como uma lavagem cerebral, onde elas eram as rainhas, elas tinham o poder, e todos se calavam diante das rainhas do colégio Panem. Mas não era assim, só quem tinha a mente forte o bastante parar resistir a essa maldita hipnose conseguia ver quem elas eram, e o quanto ridículas e inseguras elas eram.

Crueis, frias, imprevisíveis e mimadas... Era isso que as líderes de torcida eram. Mas pelo visto, não chegavam nem aos pés das novatas, das Everdeens. E isso era um bom sinal, um ótimo sinal, queria dizer que pela primeira vez em anos, chegara alguém com força e falta de valores o bastante para entrar no joguinho sujo e psicótico daquelas meninas fúteis. E elas eram Clove e Katniss.

Não sei o motivo, mas ao vê-las, senti que algo mudaria, que eu mudaria se ficasse ao lado delas, e nada, nem mesmo as insistências de Annie Cresta, minha melhor amiga fragilizada, conseguiu tirar essa sensação de nova era chegando. E eu tinha certeza que eu teria um papel importante, eu podia sentir as trevas de Madge e Glimmer perdendo força com apenas o olhar das gêmeas. De longe se via que elas não entravam num jogo para perder.

Annie era minha preocupação. Ela não tinha estômago pra esse tipo de coisa. Ela era boa, ótima, uma menina incrível, adorável. Uma menininha, mesmo crescida. Mas ela estava traumatizada, passava a maior parte de tempo exalando medo e insegurança. Mas ainda assim, ela era muito mais forte do que metade daquela escola com quem Glimmer se metia daquela forma. Por mais idiota que isso pareça, ela viu em Annie Cresta uma ameaça, um inimigo. E desde então a massacrava de forma mais primitiva em meio da nossa escola. Eu nunca deixaria que isso acontecesse a ninguém, e acabei da mesma forma.

Mas Madge ainda é minha prima...

Prima. Minha adorável, perfeita, burra e vadia prima. Aquela que minha mãe me compara a toda hora, aquela a quem meu pai ama, aquela a quem meu avô tem a foto na carteira, que um dia, eu estive, mas dois meses depois, ela nasceu, e eu desocupei o maldito lugar. Eu fui esquecida. Fui apagada. Fui feita de ninguém, de uma completa idiota, fui deixada de lado. Mas nem por isso mudei, nem por isso eu esqueci de quem eu era, dos valores que eu acreditava, nem por isso eu deixei de acreditar em mim, na minha vida, em quem eu era. Eu cresci como ser humano, aprendi a ajudar, enquanto ela só regredia cada vez mais. Se tornando mimada, chata e insuportável. E logo depois, amiga da vaca com aplique, vulgo Glimmer.

Em resumo, Madge foi estragada, mas Glimmer, ela é filha do Satã!

– Acha que vai dar tudo certo, que é verdade? - Me perguntou Annie. Eu virei para olha-la. Não, eu não sabia se era de verdade, não sabia se nada iria dar certo. Eu não tinha noções e nem certezas. Mas Annie não sabia disso, nem devia saber. O certo da nossa amizade é eu ser seu porto seguro. Eu ser sua ponte e seu chão. E se eu dizer que eu mesma estou com medo, ela pode perder tudo em segundos. E isso, foi consequência de anos de convivência com um diabo chamado Glimmer.

– Acho. Claro que acho. - Sorri. Ela me olhou com seus grandes e expressivos olhos verdes por um bom tempo, como se procurasse algum rastro de mentira. Mas aparentemente ela não achou, pois sorriu. Eu evitei suspirar por medo.

– O jogo finalmente vai mudar!

– Assim espero... - Murmurei. E depois entramos em meu carro.

*****

POV Katniss:

Clove havia realmente se apegado as meninas. O que eu estranhei, pois geralmente ela adorava massacres, e adorava massacrar. Ela era o tipo de pessoa má, que nasceu para vencer e driblar todos. Ela era uma Everdeen, afinal. E é isso que nós, Everdeens fazemos. Nós magoamos e ferimos até conseguirmos o que queremos. Sempre e para sempre.

– Dá pra parar de jogar nossas roupas na cama, Clov? - Gritei. Clove saiu do Closet e deu uma risadinha cheia de desdém. Como se eu fosse uma criança com muito a aprender e me negasse a entender o que estava na minha frente. Como se eu fosse, ao seus olhos verdes água, uma tola a quem ela devesse ensinar e muito. Clove age assim com frequência, estar na frente, para ela, é questão de ser.

– Ah, Kat... Tem tanto a aprender. - Essa frase era sua frase mais usada. E a minha mais odiada. Eu nunca suportei ser taxada de nada: Tola, ingênua, boazinha. Nada. Eu sou Katniss e sou uma Everdeen! Eu decido quem eu sou!

– Para de falar como se você fosse a mais velha! - Rosnei. Ela me encarou com uma falsa surpresa e levou uma de suas mãos ao peito. Depois de dois segundo deus uma risada apavorante e retomou a sua postura erguida e dominadora. Quando criança, lembro que Clove usava essa sua autoconfiança como um veneno mortal para todos a sua volta. Ela conseguia fazer até o maior valentão da sala se curvar e chamá-la de rainha. Ela era má, muito má, lembro de uma vez que ela fez uma menina levar a culpa por nós em uma travessura de dia das bruxas.

A campainha tocou, elas estavam em casa.

– Lá vamos nós? - Eu disse. Clove me olhou.

– Com toda certeza, minha querida. - Ela respondeu e jogou a camiseta roxa na cama e fez uma careta.

– Vai mudar tudo nelas? Sério, Kat? - Clove sussurrou. - Elas têm que ter seu próprio estilo!

– Calma, Clove, não sou a Glimmer sugadora de cérebros! - Ela riu.

– Belo apelido para ela... - Uma voz meio trémula chamou nossa atenção para a porta.

– Johanna! - Falei. - Que bom que vieram, sabia escolha.

– Vamos começar? - Falou Annie, que se escondia atrás de Johanna.

– Agora! - Eu disse, com meu habitual sorriso de deboche.

*****

POV Clove:

– Primeira regra desse lado: Fraqueza e arrependimento são sentimentos inexistentes. Se fizer, tenha orgulho do que fez! - Eu falei com o tom mais calmo possível, mas ainda assim pareci assustar Annie, que arregalou os olhos e levantou uma das mãos. Eu a olhei da forma mais fria possível, mas provavelmente fraquejei, pois ela continuou firme. Ou quase.

– Mas... E se forem coisas... Você sabe... Realmente ruins. - E essa foi a frase dela, essa frase me faria desistir de qualquer tentativa de ajudar qualquer pessoa. Mas não a ela, nem a Johanna. Eu sentia que era aquilo que eu devia fazer.

– E se...? - Falei calmamente. Meu sorriso mais macabro começou a aparecer, e ele provavelmente era mais assustador do que o de Glimmer e Madge juntos, pois Annie se encolheu e calou-se. Eu comecei a dar passos lentos e razoavelmente arrastados pelo meu quarto. Passei a caneta preta pelos meus dedos de forma psicótica e depressiva. Depois sorri pelo nariz e joguei a caneta ao lado de Annie. Quase acertou seu rosto, mas ela desviou.

– Clove, calma! - Lembrou-me Katniss. Eu olhei para minha irmã, a estranhando, mas logo assenti. Ela tinha razão afinal. Eu devia ter calma com Annie Cresta e Johanna Mason, afinal, elas entrariam nesse jogo agora. E eu já estou nele desde quando nasci.

– Bom... Annie, vou dizer uma coisa: Se você quiser a vingança vai ter que deixar de ter esse falso moralismo toda hora. E outra, erros nos tornam mais fortes, nos fazem ser quem somos. E não devemos nos envergonhar deles. - Respondi da melhor forma que consegui.

– Ok. Segunda regra: Cada um tem seu estilo. Seja você. - Constatei.

– Eu adoro essa parte - Disse Kat.

– O querem dizer com isso...? - Perguntou Johanna. Eu e Kat nos entreolhamos e rimos. Elas engoliram a seco.

******

– Nem pensar, Everdeen, eu não visto isso! - Falou Johanna para Clove.

– Vai vestir sim! - Gritou Clove. - Vamos, é apenas um vestido!

– UM PEDAÇO DE PANO VOCÊ QUIS DIZER? MOSTRA TUDO E MAIS UM POUCO! VOU PARECER UMA PUTA! - Berrou Johanna.

– Ei, eu uso esse vestido! - Defende-o Kat. - Não vai saber sem provar, querida.

– Dane-se, não arrisco.

– Bom, seja humilhada por Glimmer sua vida toda... - Falou Clove.

– Eu... Eu não vou vender a minha alma nesse troço! Eu não quero ser vista como fútil e descartável, eu só quero que Glimmer pague caro e que Madge tome do seu próprio veneno! Mas não me deixando ser levada pela sua maré de vacas e de...

– Ah, por favor, Johanna! Acha que está aonde querida? No País das Maravilhas talvez? Bom, deixa eu lhe explicar: Você está no colégio. No colegial, com duas ditadoras e cobras venenosas que humilharam vocês a suas vidas todas... Deixe eu adivinhar, sua priminha é a favorita? - Ela não disse nada. Apenas olhou para baixo, e um sorriso surgiu em minha fase: Ponto fraco! - Óh, acertei! Então, não quer se vingar? Não quer fazê-la pagar por Annie? Não quer justiça? - Johanna Levantou, dessa vez mais confiante. Eu tinha acabado de despertar um monstro. - Então, deixe de moralismo. Agora é a hora de mudar!

– Eu quero fazer isso, muito! - E assim eu e Katniss sorrimos. A mágica iria começar. Eu e Kat finalmente conseguimos o que queríamos: Libertar as meninas más que tinham sede de vingança.


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