A Recém-Chegada escrita por Stormborn


Capítulo 5
Revelações


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas & cheirosas! Obrigada a todas que responderam minha pergunta, aos novos acompanhamentos e pessoas que favoritaram. Leiam as Notas Finais.



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PoV. Silena Callegari

Depois que eu falei da importância da felicidade, Nico ficou em silêncio... Como se realmente cogitasse essa ideia. Isso me deixava alegre, já que ele parece ter sofrido tanto quanto eu. Hoje, eu já me recuperei quase que totalmente... Depois de muito apoio familiar e muitas idas a Terapeuta. Vê-lo sorrir é algo realmente bom.

Quando terminamos de comer, ele ofereceu-se para pagar a conta. Eu tentei insistir, mas não teve jeito.

Qualquer hora dessas, eu adoraria ver você cantar! – ele disse animado.

Que tal irmos até a minha casa? Posso te mostrar! – sugeri, abrindo um pequeno sorriso.

O.K. – Espero que você cante bem! – ele fez uma careta.

Se a minha mãe estiver certa, você não vai se arrepender! Sabe como são as mães... Sempre exagerando quando o assunto é sua prole, tsc, tsc.

Enquanto subíamos as escadarias, percebi que minha mãe não estava ali, já que dá de escutar os passos sempre que alguém está lá em cima. Isso é realmente um alívio.

Abri a porta e fomos para o meu quarto.

Peguei a guitarra e suspirei.

O.K... Lá vai.

Comecei a tocar e cantar Holiday em alto e bom som. Nico cantava comigo. Na verdade, quando chegamos na parte do refrão, não nos importávamos mais em cantar de forma profissional... Praticamente berrávamos a música fazendo dancinhas e caretas. Na parte do:

"Eu estou pedindo para sonhar e discordar das mentiras sujas

Esse é o amanhecer do resto de nossas vidas

Em Holiday."

Nico acabou desafinando tanto que sua voz não passava de um gritinho esganiçado, parecia uma menina. Fiquei rindo dele uns quinze minutos seguidos e minha barriga já começava a doer.

Eu vou me vingar! HÁ! – pela cara dele, ele não parecia puto. Eu estava errada. Ele me fez ter um ataque de cócegas. Peguei meu travesseiro e acertei na cabeça dele.

Ai! – Por que você fez isso? – ele disse, levando as mãos a cabeça.

Vingança, meu caro. Vingança! – eu disse fazendo uma pose enquanto gargalhava maleficamente.

Você canta bem, senhorita – ele fez uma reverência.

Você também, mocinha! – eu disse, agora gargalhando histericamente.

Nico me acertou uma “travesseirada” na cabeça.

Ei! – fiz um bico.

Humft, totalmente merecido. – ele falou, dando de ombros.

Está bem, está bem...

Enquanto eu fingia estar vesga – não pergunte, as vezes sou um pouco... Fora da casinha. Nico me perguntou:

Ei, que colar lindo! O Tridente é o símbolo de Poseidon, né?

Sim! Este colar está na família da minha mãe há muitas gerações... Poseidon é o deus favorito dela. Ela me deu quando eu tinha sete anos.

Uau! É realmente incrível, tem toda uma história, mas... E o seu pai?

Ah... – Suspirei. Ele tocara em uma daquelas feridas em que eu e minha mãe nunca falamos, apesar de ainda não ser a pior... Tomei coragem para continuar – Minha mãe conta que ele não podia ficar preso a um lugar só. Na verdade, seu dever não deixava. Ele obrigou-se a nos deixar sozinhas. Nós três... – a minha voz já não saia mais. O motivo de tantas sessões de terapia, isolamento... A pessoa que me fez criar uma máscara para viver e tentar prosseguir. O acontecimento que sempre me aprisionou: a morte. Agora, meus olhos já estavam marejados de lágrimas.

Será que eu poderia saber... O que houve? – ele perguntou solidário.

Peguei um livro do fundo da gaveta.

Você vai me achar louca e talvez eu realmente seja. Eu tenho... Tenho visões... Coisas que aconteceram ou vão acontecer. Minha mãe, é claro, não acredita e me obriga a fazer terapia. Você vai entender quando folhear esse livro. Lágrimas teimavam em escorrer do meu rosto. Eu me recuso a chorar. É apenas um vazamento pelos olhos.

Você não é louca. Só diferente... Assim como eu. – ele acariciou minha mão.

–--

PoV. Nico di Angelo

Assim que abri o livro, pude entender o motivo de tanta preocupação. Depois disso, estava na cara que ela era realmente uma semideusa. O que eu não sei explicar é porque ela tem essas visões, mas tenho a leve impressão que isso não vai demorar a se esclarecer.

Naquelas páginas via-se um bebê recém nascido com uma pulseirinha de hospital que indicava seu nome: Alice. Os cabelinhos eram castanhos, a pele era clara e os olhos verdes como o mar. Ela parecia estar sorrindo. Na outra folha, ela já parecia ter adoecido. Fechou os olhos. No rodapé da página, havia uma observação:

Não acordou nunca mais.

Na terceira página, a mesma criança... Espera... Não é a mesma! Ela era uma “cópia” da primeira, mas na sua pulseirinha estava escrito “Silena” ao invés de “Alice”.

Ah, meus deuses. Eu já entendi tudo. Gêmeas. Duas. Irmãs. Irmã mais velha morta... Como a Bianca.

Havia ainda mais um desenho: A mãe delas cansada e cheia de olheiras, como se não dormisse já há bastante tempo sentada em uma cadeira de frente para uma incubadora. Ao lado dela, um homem de cabelos negros, barba espessa e olhos verdes tentava consolá-la. Era Poseidon, sem dúvida. Uma pequena nota descrevia a conversa entre eles:

– Silena... Eu não vou deixar você sozinha. Já tiraram sua irmã de mim. Não vão levar você também! Nunca! E você? Por que não fez nada? Ela era sua filha! – ela chorava inconsolável.

– Diana, querida... – ele parecia tentar buscar as palavras certas – As vezes, nem mesmo eu posso fazer alguma coisa... – ele parecia triste – Me perdoe por não ter protegido ela, meu amor. Me perdoe Alice, por não ter podido te salvar. Me perdoe Silena – ele colocou sua mão na incubadora – Por ter deixado que sua irmã fosse tirada de você.

Percy não tinha só uma irmã: tinha duas. Incrível.

Lena... Eu posso te explicar algumas coisas. Seu pai é... – ela me fitava curiosa.

Fui interrompido ao ouvir a porta bater com força atrás de mim. Vi uma mãe furiosa encarando-me como uma ameaça.

Pare de importunar a minha filha! Suma daqui! – a raiva era expressa claramente em seus olhos.


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Notas finais do capítulo

Gento, tô chorando! Pobre Alice :( O que acontecerá? Curiosos? Mereço reviews? Só vou postar a continuação depois de 10 reviews nesse capítulo. Manifestem-se, fantasminhas :3