A Recém-Chegada escrita por Stormborn


Capítulo 6
Acabo indo para o tal Acampamento depois de muita insistência


Notas iniciais do capítulo

Pois é, mais um capítulo para vocês. Obrigada pessoas lindas que comentaram (mesmo ainda não chegando aos dez comentários, vocês me deixaram tão felizes que resolvi portar o capítulo hoje). Assim como vi mais acompanhamentos e gente favoritando, vocês todos são uns perfeitos s2 Esperem muitas reviravoltas na história pois tive umas ideias novas! Estou realmente animada, por isso, espero que gostem. Leiam as Notas Finais :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/482221/chapter/6

PoV. Silena Callegari

Nico olhava para minha mãe paralisado. Se eu estivesse em seu lugar, faria o mesmo... Ainda assim ele resolveu continuar:

– Seu pai... – ele falava as palavras com cautela.

– O que tem ele, Nico? Fala de uma vez! – eu já estava perdendo a pouca paciência que tenho.

– Não se atreva a continuar, garoto! Não vou falar de novo... – minha mãe estava com uma carranca tão grande que me fazia querer saber para onde fora a beleza de seu rosto: os olhos cinzentos, a boca volumosa, a pele bem cuidada e o cabelo escuro e bonito que acompanha o conjunto. Pela primeira vez, eu tive medo da minha própria mãe.

– Ela tem o direito de saber! É o destino dela, Sra. Callegari!

– Ah, eu já entendi tudo... Você também é um deles e quer levá-la até lá! Não permitirei. – ela dizia como se “lá” fosse o pior lugar da face da Terra.

– Eu vou protegê-la... Se ela permanecer aqui, vai ser perseguida por eles! Quanto mais ela se aproxima de descobrir, mais forte seu cheiro fica. Até porque ela é filha de um dos Três Grandes, estou certo? – ele falava com uma determinação incrível, como se soubesse que venceria no final a qualquer custo.

– Sim, você está. – ela suspirou.

– O que está acontecendo? Por que alguém me perseguiria?

– Você não vai contar... – minha mãe falava, mas antes de concluir o que estava falando cortei:

– Você vai deixá-lo contar tudo, sem protestar em momento algum. Certo, mamãe?

Ela me fitou, parecendo estar em transe.

– Claro filha... É claro. – ela balbuciou, hesitando um pouco em fazê-lo.

Geralmente, quando me esforço muito, faço valer minha vontade. Acho que sou boa com palavras.

– Nico, por favor, prossiga.

– Eu não sei outro jeito de lhe dizer isso, mas seu pai é um deus grego, um de verdade. A Grécia existe até hoje: O Olimpo, os semideuses e, claro, os monstros. Respondendo sua pergunta, monstros perseguiriam você sem pensar duas vezes. Tem um lugar onde semideuses como nós recebem treinamento para controlar seus poderes. É o único lugar seguro para gente como a gente e...

– O.K. Nico, devagar. Respira. Acho que eu vou tomar uma água com açúcar... Quer um também? Você está precisando...

Isso é muito louco. Mas, vindo de uma garota que tem visões, isso deveria soar previsível. Ainda assim, estou perdida. Informação demais... Enquanto eu cogitava ir até a cozinha, ele me parou.

– Você sabe que é verdade, não sabe? É a única explicação lógica. TDAH, para que você sobreviva em batalhas... Visões e... Você tem dislexia?

– Não. – isso tudo é muito, muito estranho.

– Mas deixe-me adivinhar... Você lê grego antigo com facilidade, não é?

– Sim, mas... Mãe, isso é verdade?

– Ah, filha... Sim, realmente, eu deveria ter percebido desde o momento que conheci o seu pai. Nossa família tem sangue grego naturalmente, você sabe disso. Aquelas histórias que eu te contava para dormir, tudo é real. Eu sempre soube... Mas quando seu pai me contou quem ele era eu não deixei de amá-lo. Só tive medo. Ele não impediu a morte de Alice... Claro que isso é coisa dos gregos. Isso me fez ficar revoltada, eles não querem saber quem é culpado ou inocente... A nossa advogada simplesmente largou o caso dizendo que a culpa não era da equipe médica... No mínimo estranho, não acha?

– Mãe, se aquele é um lugar seguro... – eu estava chocada, triste, curiosa...

– Você não vai. Ponto final. Esqueça tudo isso. – ela dizia com firmeza.

– Ela tem uma família esperando por ela no Acampamento. Você tem irmãos, Lena. – ele apontou para minha mãe – Você não pode afastá-la da própria família - disse calmo, ainda com aquela certeza de que venceria.

– Eles são só meio irmãos. Não contam. – ela disse com desdém.

– Sim, eles contam. Eu quero conhecê-los e vou para o Acampamento, mãe.

– Você não vai. Já para o quarto! – ela disse extremamente irritada e com o rosto em cólera.

–Quando vai deixar de mandar nas minhas escolhas? É a minha vida. Eu já tenho quase dezessete anos! Já passou pela sua cabeça que o fato de eu não ter amigos é por atitudes iguais a essa? Você não pode me proteger de tudo!– eu não pensei muito no que ou em que tom falava. Apenas me concentrava em colocar tudo o que sentia para fora.

Ela por fim deu um longo suspiro e assentiu.

– Eu sei... Você tem razão, mas... Eu só não quero perder você também! – ela soluçava prestes a chorar.

– Ah, mãe... Eu sei, eu sei... – abracei-a forte por alguns instantes, sentindo-me um pouco culpada por ser tão dura com ela – Mas se faço mesmo parte disso, vai ter que me deixar ir. Assim que eu aprender a me defender destes monstros, posso voltar para casa e tudo voltará ao normal, você verá! Eu tenho uma família lá, eles cuidarão de mim...

– Já vi que não terá jeito... Eu sabia que esse dia chegaria! – ela soluçava ainda mais.

Pegou uma mala de viagem que já estava preparada. Adicionou um embrulho amarelado e desgastado pelo tempo, juntamente de uma carta em igual estado de conservação.

– É melhor que vá, antes que eu mude de ideia, e olha que estou cogitando isso! – ela forçou um sorriso – Você será a melhor guerreira de todo o Acampamento. Eu amo você.

Ficamos abraçadas por um longo tempo, até que ela resolvesse me soltar.

– Vocês precisam de carona até Long Island?

– Não, eu posso usar as sombras para levá-la, está tudo bem. – garantiu Nico.

– Sombras? – De que deus você é filho, Nico? – ela perguntou curiosa.

– Hades. – murmurou.

– Ah!

– Mãe, como você sabe onde fica o Acampamento? – perguntei incrédula.

– Quíron, o responsável pelas atividades, sempre me fez propostas para que eu a enviasse para lá... Mas eu, é claro, sempre recusei. – ela disse em tom convencido.

– É claro. – murmurei revirando os olhos.

Nico abriu uma espécie de portal escuro e estendeu-me seu braço, depois de me ajudar com minha mala. Murmurei um “Eu te amo” para ela enquanto via tudo tremular e escurecer, mudando de forma. Em poucos segundos estávamos diante de uma floresta, de frente para um grande portal com uma placa grande. Nessa placa, havia inscrições gregas: estas diziam “Acampamento Meio-Sangue”.

Notei que Nico apoiava-se um pouco em um grande pinheiro arfando de cansaço.

– Você está bem? – perguntei preocupada.

Ele assentiu.

– Às vezes estas viagens me deixam um pouco cansado, mas não há com que se preocupar... Você está pronta, Lena?

– Estou sim! – menti.

Por fora calma, por dentro tendo um ataque.

Respirei fundo, fechando os olhos.

Atravessei o alto portal, meus pés amassando as folhas secas caídas ao chão e fazendo certo barulho.

Vamos lá, pode ser que tudo corra bem não é? Ou não, na pior das hipóteses.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Le momento interessante da Nota:

Se você gostou, indique essa Fic para seus amigos e faça uma autora feliz :) Se você não gostou, indique essa Fic para seus inimigos e também faça uma autora feliz mas, pelo amor dos deuses, indique para alguém, combinado? ;)

Le comentários do próximo capítulo (que também são interessantes):

Esperem muita confusão dessa menina, especialmente no próximo capítulo altas tretas/risadas. Dei um grande spoiler: como ela pode usar charme? Descubram isso no próximo capítulo! E aí, mereço reviews? ;) Muitos beijos, até mais!