HIATUS - This Love escrita por Pequena Stiff, SheWolf


Capítulo 5
Four


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal, voltei. E só agora vou conseguir responder aos reviews.
Sinceramente, eu odiei escrever esse cap.
Mas espero que agrade, a história finalmente começa depois desse POV do Sasuke. O cap passado ficou sem capa porque eu não consegui por, de verdade.
Boa leitura pessoal.
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Edit da SheWolf: capítulo betado :3



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"A suspeita sempre persegue a consciência culpada; o ladrão vê em cada sombra um policial."

(William Shakespeare)

Cheguei à porta do meu quarto, respirei fundo, e finalmente abri a porta.

A penumbra do quarto demonstrava que se alguém estivesse lá dentro, estava dormindo profundamente. Mas o ambiente estava estranhamente quieto. Acendi a luz com tudo, o coração batendo tão forte no peito que eu podia senti-lo retumbando atrás da orelha.

Não havia ninguém ali.

Fiquei estático durante um tempo.

Peguei o celular do bolso, e na mesma hora liguei para o celular de Sakura, andando descrente em direção à biblioteca. Ela não estava lá. Não com as crianças, pelo menos. Passei em frente à biblioteca e não escutei o celular tocando por lá.

A ligação caiu, tornei a ligar.

Andei por toda a casa, ligando toda vez que o celular caía na caixa postal, e Sakura não estava por lá.

Respirei fundo e tirei pensamentos insanos de dentro de mim. Ela havia apenas ido viajar, como sempre, com as crianças. Fui para o meu escritório, e de lá tornei a ligar inúmeras vezes para o celular dela.

Por que diabos Sakura não atendia a droga do celular?

O dia já havia acabado quando decidi escrever um sms.

"Por que não avisou que iria viajar? 00:02 a.m."

Mandei, e tornei a ligar. O sms provavelmente chamaria a atenção dela, e assim que Sakura fosse ver, atenderia o celular.

Não é possível.

Suspirei, com o coração ainda batendo forte, e passei a mão pelos cabelos impacientemente.

Eu ficava assim todas as vezes que ela saía de casa. Um medo infantil me tomava, achando que ela nunca mais voltaria. Que tiraria meus filhos de mim, e que finalmente sairia da minha vida como eu merecia.

Nervoso, levantei e, depressa, fui até a casa que ficava nos fundos da minha, onde Chyo, uma tia de Sakura, morava. Ela era a governanta da minha casa, por insistência de Sakura. Uma senhora um tanto quanto rabugenta, que não achava que eu merecia sua sobrinha-neta. Ela estava certa, é claro. Mas eu odiava ouvir a verdade.

Cheguei em frente a casa dela e toquei a campainha. Uma, duas, três vezes. Quando eu ia tocar uma quarta vez, ela apareceu. Abriu a porta, aparentemente zangada, e me fitou com aqueles olhos verdes que praticamente todos da família de Sakura possuíam.

Não lançou palavras ácidas para cima de mim, como sempre fazia. Esperou eu me pronunciar:

— Você sabe, por um acaso, aonde Sakura foi? Para qual de nossas casas?

— Eu não sei aonde ela foi, não, Sr Uchiha. Saiu com muitas malas, na manhã do dia seguinte do senhor ter ido ver a sua amante. Coincidência o senhor ter vindo bater em minha porta a essa hora, estava rezando para minha sobrinha tomar vergonha na cara e deixá-lo agorinha mesmo.

Velha nojenta. Não me dei ao trabalho de respondê-la. Virei e saí marchando pelo jardim, em direção a minha casa. Mandei outro sms para Sakura.

"Chyo disse que você saiu com muitas malas. Pretende passar quanto tempo fora? Temos um evento no sábado, sabe disso. 00:13 a.m."

Voltei ao meu escritório, e me joguei no sofá que tinha por lá. Saquei o celular novamente e comecei a ligar para todos os meus endereços.

Liguei para a casa da França, que ficava em Nice, e os empregados disseram que não sabiam de Sakura. Ela não estava lá.

Liguei para Creta, onde tínhamos uma pequena casa, onde Sakura adorava ficar. Ela era fascinada por mitologia Grega, e lá perto havia uma ilha dedicada somente aos deuses dessa mitologia. Mas os empregados disseram que não sabiam nada de Sakura desde o Natal.

Liguei para Ibiza, nada também.

Liguei para nossa casa nos alpes da Suíça, nada.

Brighton, Inglaterra, nada.

Lagos, em Portugal, nada também.

Desisti e, completamente transtornado, com as palavras daquela velha maldita soando em meus ouvidos, subi correndo para o nosso quarto, ainda ligando para o celular dela. Cheguei lá e escancarei as portas do closet. Andei até a parte que ficavam as roupas que ela sempre usava, e estava vazio. Nada. Olhei para cima, mala alguma estava nos maleiros.

Respirar se tornava difícil. O medo enchendo minha mente. A única coisa que eu conseguia repetir era "Não. Não. Não. Não."

Corri para o quarto de Deisuke. Entrei em seu closet. Praticamente vazio também.

Meus olhos ardiam, e eu não conseguia enxergar mais nada.

Por favor, que seja paranoia minha.

Segui para o quarto de Mei, e fui para o closet. O ambiente cheirava a bebê, o que fez a vontade de chorar aumentar ainda mais. Olhei em volta, e nada. Ali, especificamente, não havia nada.

Voltei para o quarto e, desesperado, abri as gavetas da cômoda. Vazias, vazias, vazias, vazias. Assim como eu estava me sentindo no momento. Respirei fundo e coloquei juízo na minha mente.

Respira, Sasuke, respira!

Sentei no chão e escrevi outro sms.

"O closet está praticamente vazio. O de Deisuke também, assim como o da menina. Que porra está acontecendo Sakura? Atende a droga das minhas ligações! Isso é uma ordem! 00:38 a.m."

Em seguida, liguei para Logan, meu chefe de segurança, e perguntei se ele sabia sobre o paradeiro de Sakura. "Eu a deixei no aeroporto." Essa foi a maldita resposta.

Liguei para meu melhor amigo, Naruto, e, sonolento, ele me disse que não via Sakura desde segunda-feira, quando ela levou Deisuke para a escola. Descobri que ele faltava a aula desde então.

Liguei para Ino, a melhor amiga de Sakura e Hinata. Ela foi vaga, não gostava nada de mim, e me disse apenas que não havia visto Sakura fazia semanas.

Liguei para Sai, um amigo de Sakura do qual eu não gostava nem um pouco. Ele não atendeu.

Liguei para Tsunade, a tia de Sakura, e ela, além de me xingar aos montes, me disse que mesmo se soubesse de algo, não me diria nada. Que eu merecia queimar no fogo do inferno e sofrer muito.

Liguei até mesmo para a casa dos pais de Sakura, que não mantinham contato com ela desde que ela engravidara com apenas 19 anos. Eram raras as vezes que Sakura ia até lá, ou eles vinham até aqui. Eles me disseram que não viam Sakura desde o aniversário de seis anos de Deisuke. Que foi há quase meio ano.

Desesperei-me.

Respira, Sasuke, respira!

Peguei o celular novamente, e escrevi a droga de um e-mail. Mas que porra estava acontecendo?

"Sakura, o que está acontecendo? Onde estão você e as crianças? Porque não atende a droga das minhas ligações? Qual o seu problema? Eu exijo saber onde você está agora. Você passou três dias fora, indo para o quarto, pelo que os empregados disseram. Logan disse para mim que te deixou no aeroporto, mas eu chequei e vi que o jato não foi utilizado, e tanto o seu passaporte como o de Deisuke continuam no cofre. Você não saiu da cidade, mas não voltou para casa. Liguei para Naruto, Ino, Sai, Tsunade, liguei até mesmo para seus pais, e você não está em nenhum desses lugares. Onde você se enfiou? Que droga, isso já passou dos limites! Eu já te liguei umas trinta vezes e você não atende! Eu exijo uma resposta imediata, se não, colocarei a polícia no caso! Vou até a delegacia amanhã de manhã alegando sequestro! Sei que você não foi sequestrada, mas o jeito é colocar a polícia pra te encontrar.

Vou continuar te ligando até você atender, então não adianta me ignorar

SasukeUchiha,

CEO Uchiha Marketing"

"Droga, droga, droga, droga", eu entoava em minha mente.

Onde ela estava? Onde eles estavam? Que porra! Inferno!

Eu fui exagerado dizendo que colocaria a polícia atrás dela. Mas isso a deixaria com medo, ao menos. Não dei a entender qual era a minha real intenção, só para deixá-la mais apavorada ainda. Ela ficaria com medo, com toda a certeza, de que eu colocasse a polícia atrás dela alegando que ela havia sequestrado meus filhos. Ou saído sem o meu consentimento. O que dava no mesmo.

Em minha mente, eu continuava a entoar "Não. Não. Não. Não."

Enquanto não cessava as ligações.

Mas foi aí que Sakura cometeu o deslize de mostrar para mim que estava vendo tudo aquilo. Ela rejeitou a minha ligação.

Dei um tempo nas ligações, e me levantei. Eu precisava sair daquele quarto, pois aquelas paredes cor de rosa e lilás estavam me deixando sufocado. Mei não estava em casa.

Nem Deisuke.

Nem Sakura.

Nenhum deles.

Segui para o meu escritório, onde eu me sentia seguro, ao menos, e novamente me joguei no sofá.

Liguei de novo, com o intuito de mandar outra mensagem se ela não me atendesse, quando a chamada foi aceita, e eu ouvi a sua respiração calma do outro lado da linha.

Como ela podia manter a calma?! Me levantei, estressado, e gritei:

— QUE PORRA QUE ESTÁ ACONTECENDO? ONDE É QUE VOCÊ ESTÁ?

O desespero nublou meus pensamentos, eu não conseguia pensar em nada a não ser "Não, isso não pode estar acontecendo."

— Não está acontecendo nada, Sr. Uchiha. E onde eu estou não convém a você.

"Sr. Uchiha. Sr. Uchiha. Sr. Uchiha. Sr. Uchiha."

Ouvir meu nome doía. Aqueles lábios foram feitos para sussurrar Sasuke-kun nos meus ouvidos, e não Sr. Uchiha.

— COMO ASSIM NÃO CONVÉM A MIM? SOU SEU MARIDO! TUDO O QUE VOCÊ FAZ DIZ RESPEITO A MIM! E QUE PORRA DE SR. UCHIHA? O QUE É QUE ESTÁ ACONTECENDO?!

— Nada, Sr. Uchiha. Não acontece nada a um bom tempo. Mas fique tranquilo, meu advogado entrará em contato com o senhor e acertará tudo. Não quero...

Não. Advogado. Sr. Uchiha. Não.

— Que história é essa de advogado? Que droga está acontecendo? Eu chego de uma conferência, e você simplesmente sumiu! Me explica essa história agora! Ou rastrearei essa ligação e isso terá outro patamar.

Droga. Ela me deixou. Ela me deixou! Não pode ser. Eu não acredito. Não posso acreditar. Isso não pode estar acontecendo. A voz suave e calma de Sakura soou em meus ouvidos, e aquilo me feriu. Eu mal podia respirar.

— Dessa vez não me interrompa, por gentileza — bufei, em resposta a sua pergunta. Eu não conseguiria dizer mais uma palavra. — Eu saí de casa, como pode perceber, mas não foi só eu, como parece afirmar. Seu filho e a minha filha também. Onde eu estou não será dito a você e nem a ninguém. "Sr. Uchiha" é porque é assim que normalmente nos dirigimos à pessoas desconhecidas. O advogado tratará do nosso divórcio e da retirada do seu sobrenome da certidão da minha filha. Nós dois sabemos muito bem que você não chegou de uma conferência e deu por minha falta. Sabemos que chegou de um dos seus encontros prolongados com Karin...

Ouvir Sakura jogar Karin na minha cara era, com toda a certeza, uma das piores coisas do mundo. Talvez pudesse até mesmo ser comparado à "minha filha", coisa que eu sei que também merecia ouvir. Disse:

— Não coloque-a no meio dessa história! A errada aqui é você...

Ela me cortou. Ela não estava errada. Claro que não. Mas eu não conseguia raciocinar direito, e não poderia escutar Sakura falando mais uma palavra que me lembrasse de tudo o que eu fiz para ela.

"Não. Não. Não. Não. Não."

A entoação continuava em minha mente.

— Eu ainda não terminei, se me permite. Desculpe se o ofendi, Sr. Uchiha, eu também agiria assim se qualquer pessoa dissesse algo leviano sobre alguém que amo. Não. Não. Não. O coro seguia. - Mas se vamos falar de erros, como não comentar sobre a Srta. Uzumaki? Você começou errando e, não que isso venha de meus princípios, apenas estou errando no seu erro. Mas vou esclarecer tudo – eu escutei seu suspiro, demonstrando o quanto aquilo estava cansando-a. A frase a seguir só confirmou. Eu estou cansada de viver naquela casa enorme, sozinha. Meu filho fica quase o dia todo fora, cumprindo suas exigências. Convenhamos... que criança de seis anos faz quatro aulas de línguas, seis de instrumentos, hipismo e futebol, por semana? Com uma carga horária de dez horas por dia? POR EXIGÊNCIA DO PAI? – Ela disse um pouco mais alto. - Nenhuma. Ele é só uma criança e, como tal, deveria estar em casa. Mas ele nunca está também. E minha filha é só um bebê. Eu cansei, Sr. Uchiha. É por isso que eu deixei sua mansão. O porquê do divórcio você já deve saber, é claro. Não é de hoje que você tem a ciência de que eu sei da Srta. Uzumaki. Quando você jurou, diante de uma igreja, me amar e respeitar por toda vida, jurou também a monogamia. Coisa que não respeitou. Você não cumpriu nada disso. Nunca. Eu cansei de cumprir também. Eu quero que me responda uma coisa, Sr. Uchiha, e, dependendo da resposta, eu direi onde estou. Dependendo da sua resposta, eu entro em um táxi e volto para sua casa agora... Mas seja sincero, pois eu sei a verdade. Você só precisa negar ou concordar. Quantas vezes pegou Mei no colo?

Não chore. Não chore. Não chore.

Eu exigia demais do meu filho? Eu fazia as mesmas coisas com a idade dele, e me sentia bem. Mas que tipo de pai eu sou? Eu não perguntei se ele queria aquilo. E eu não podia simplesmente dizer à Sakura "eu nunca peguei nossa filha no colo mesmo", pois só de pensar nisso, nesse momento, o ar some de vez de meus pulmões. Ela continuou a me flagelar, dizendo:

— Resposta errada, Uchiha. Perdão. Se está preocupado com o evento de sábado, me perdoe novamente, mas irá sozinho. Mas, pensando bem, essa pode ser a oportunidade perfeita para assumi-la, não é mesmo? Dois coelhos com uma cajadada. Anuncia o divórcio e a sua nova mulher.

Eu não quero outra mulher. Não quero levá-la naquela droga de evento. Eu te quero em casa, agora. Não, Sakura, por favor. Não. Continuei, agindo indiferente, pois qualquer palavra a mais que eu dissesse me faria cair no choro:

— Você não tem o direito de fazer isso. Volte para casa agora, para conversarmos como duas pessoas civilizadas! E daí que eu nunca peguei a garota no colo? Isso muda alguma coisa? Não, Sakura, não muda. Nosso casamento não tem nada a ver com isso! E você não pode acabar com ele assim!

Deixa de ser idiota. Não piore as coisas. Resolva-as!

— É ai que você se engana, Sasuke! Não é só por isso! Não mesmo! Ela se chama Mei Mikoto Uchiha! Não "Mei Sakura Uchiha", como você anunciou para o mundo em uma revista no mês passado! Que tipo de pai não sabe o nome da filha? Ah, é, você nem ao menos estava presente no dia em que ela nasceu! Não foi ao hospital, não me levou flores, não estava lá para me recepcionar em casa! VOCÊ NUNCA A PEGOU NO COLO! Que tipo de pessoa é essa? Cadê o Sasuke com qual eu me casei? Ein? Cadê? Pois a pessoa com quem eu estou falando no telefone é um completo desconhecido para mim! Eu vou entrar com o pedido de divórcio sim!

Eu não sei o nome da minha filha. Não sei a sua data de nascimento. Não sei o nome do hospital onde ela deu seu primeiro suspiro. Não sei. Como eu posso não saber?! Droga, Sasuke! Você é um lixo! UM LIXO. Gritei para ela, descontando minhas frustrações próprias naquelas palavras:

— EU NÃO VOU ASSINAR!

— E vou tirar o sobrenome Uchiha da minha filha!

— Eu não me importo com a porra do nome! Só quero vocês em casa agora!

Que diferença faria um nome? Eu só quero ela em casa. Assim como quero você. E Deisuke. Agora.

— Eu sei que você não se importa com o nome, EU SEI, DROGA! Você não se importa com ela. COM A SUA FILHA! E isso dói! Demais! Você não a queria, não é mesmo? Eu sei que não! Mas queria escutar diretamente de você! Com todas as palavras! Você mesmo disse que nós estávamos bem com um filho só, e que não precisávamos de outro quando eu disse que estava grávida. Eu escutei sua conversa com Karin quando eu estava quase pra ter minha filha! Eu acho que você deve se lembrar dessa conversa, não faz muito tempo e, pelo visto, te rendeu problemas também! Que droga, eu estava com quase nove meses de gravidez de um filho seu! Da sua primeira filha! Você poderia ao menos tentar se resolver com a sua amante fora da minha casa. Eu ouvi quando você disse "eu não quero essa menina também, ela só me causou problemas com você, meu amor". Vai negar isso? Eu queria que você dissesse para mim "eu não quero ela", em vez de agir assim, indiferente, como se ela fosse um nada. Ela é um bebê, só um bebê! Que não tem culpa alguma de ter nascido nessa droga que nós ainda insistimos chamar de casamento! Você sabe ao menos que ela já ficou internada? Sabe que ela tem uma mancha de nascença igual a sua? PORRA, como eu vou querer que saiba se você não sabe nem o nome inteiro dela! Você deveria amá-la mais que a si mesmo. Mais do que qualquer outra coisa no mundo. Ela deveria ser a sua prioridade, mas não é. Eu cansei, Sasuke, cansei. Eu não tenho uma casa para simplesmente "ir pra casa", faz tempo que eu não tenho uma casa. Para mim já chega, sabe? Acabou. E não foi por falta de tentar.

Respira, Sasuke, respira. Eles vão voltar. Você vai poder pegar a sua filha no colo e dizer que a ama. Se acalma. Por favor, não caia no choro, Uchiha. Por favor.

— Eu cansei, droga, eu cansei. Cansei de você sair e não voltar, cansei de dormir sozinha, cansei de ser só uma boneca que você usa quando quer! Cansei, Sasuke! Porquê? Ein? Porque você fez isso com a gente? O que foi que eu fiz de errado? Onde foi que eu não te agradei? Quando foi que eu fiz você deixar de me amar? Me responde, por favor. Foi algo que eu disse? Eu não te satisfazia como homem? Eu não sou bela o suficiente? Ein, me diga! O que foi que eu fiz?

Eu não deixei de te amar, nunca deixarei. Droga, eu não tenho respostas. Não tenho.

Só não chore, Sasuke, não chore.

Mas escutar o choro dela só piorava a situação. Se controle, se controle.

Eu disse, calmo, temendo sua resposta. Eu estava prestes a chorar.

— Sakura, por favor, venha para casa. Essa é sua casa, você tem uma casa. Nós precisamos conversar. Por favor, Sakura, eu imploro. E... Eu não sei, Sakura. Não sei.

Chorando, ela me respondeu:

— Eu também não sei, Sasuke.

E, finalmente, colocou fim naquela ligação. Fim ao nosso casamento. Fim em toda a nossa história, e, com aquele ato, deu início ao meu tormento.

Não aguentei mais brigar comigo mesmo e fingir que eu não deveria chorar.

Chorei, como nunca antes.

Se existia um Deus, nesse momento, ele estava cobrando de mim todo o sofrimento que eu fiz alguém um dia passar, pois quando eu encostei a minha cabeça no braço do sofá e me encolhi como um bebê, eu soube que nunca, nem que vivesse mais dez vidas, algo doeria tanto quanto estava doendo naquele momento.

There will be no next time Não haverá próxima vez

I apologize Peço desculpas

Even though I know it's lies Embora eu saiba que é mentira

I'm tired of the games Estou cansado dos jogos

I just want her back Eu só quero ela de volta

I know I'm a liar Eu sei que sou um mentiroso

If she ever tries to fucking leave again Mas, porra, se ela tentar ir embora de novo

I'mma tie her to the bed Eu vou amarrá-la na cama

Love the way you lie - Rihanna feat Eminem


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Notas finais do capítulo

Me senti obrigada a colocar a tradução dessa parte da música. Ficou feio, eu sei, mas fazer o que.